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domingo, 15 de maio de 2011

O NASCIMENTO DE UMA PRINCESA

O NASCIMENTO DE UMA PRINCESA

Meu amigo BLOGUEIRO meu nome é Antonio, e vou repartir com você a minha grande felicidade o meu casamento e o nascimento de minha primeira filha Larinha carinhosamente assimo chamamos. Sou uma pessoa de muita fé e nunca deixei de acreditar que um dia iria encontrar um amor, que me desse para o futuro outros amores ou melhor, muitos amores verdadeiros. Pedi ao meu querido Deus que colocasse em meu caminho uma mulher que me amasse, que fosse honesta carinhosa. E que quisesse construir ao meu lado uma família feliz. E Deus me deu muito mais do que isso, sou um homem totalmente realizado, amo e sou amado. E com esse amor veio uma semente a minha princesa Lara. Como acontece com todo o mundo, a minha historia comessou, antes de Lara nascer. No dia 19 de março de 1967 na cidade de Francisco Beltrão PR.
Quando eu a minha querida amada Zelinda casamos, nosso sonho era ter logo um filho ou filha. Tentamos por dois anos, mas não conseguíamos. Fomos consultar um médico que nos disse que o útero da Zelinda era infantil, esta foi a explicação que nos foi dada. Pode ser que hoje exista outra situação, pois com a evolução tão grande da medicina, tudo está sendo mais bem escla¬recido. Pois lá se vão trinta e três anos. Depois de uma série de tratamentos a minha esposa engravidou. Foi um dia de muita alegria para nós ao sabermos da gravidez.
Nós tínhamos uma pequena farmácia num bairro em Francisco Beltrão. Devido a circunstâncias legais e financeiras tivemos que fechar a farmácia, ficando com algumas dívidas. Nessas alturas a gravidez de minha esposa já estava no sétimo mês. No tempo em que tínhamos a farmácia tivemos grandes amigos, mas sempre existe algum que se destaca mais. Foi o caso de um casal que veio transferido havia pouco tempo, de Curitiba e ao qual procuramos dar muito apoio, pois não conheciam ninguém na cidade. Ele era da Polícia Rodoviária e ela de um departamento de assistência social do estado. Foi a melhor coisa que fizemos, pois eram duas pessoas maravilhosas. Queríamos levá-los para batizar nossa filha que estava para nascer. Mas isso não foi possível porque eles voltaram a Curitiba antes do nascimento do bebê. Ficamos muito tristes com a partida deles. A nossa amizade era muito grande.
O tempo foi passando e aguardávamos com ansiedade o nascimento daquela filha, e estávamos felizes, apesar da situação financeira estar difícil.
Até que chegou o grande dia. A minha esposa estava sentindo fortes contrações, e eu a levei ao hospital do Dr. Kit. Como não tínhamos dinheiro para o táxi, fomos a pé. Para chegarmos ao hospital tínhamos que atravessar uma velha ponte e foi aí que a Zelinda quase teve a filha altas horas da noite. Depois de muito esforço, e sofrimento chegamos ao hospital onde fomos muito bem atendidos pelo Dr. Kit que não nos cobrou nada, pois ele e sua querida e saudosa esposa, a D. Marli foi como nossos segundos pais e tudo o que somos hoje, devemos a eles.

Ao nascer a nossa filha, a qual demos o nome de Lara Tatiana, tivemos uma notícia triste. Ela havia nascido com os pés voltados para dentro. Zelinda esperava ansiosa pelo bebê e eu tinha que contar a ela como Lara havia nascido. Peguei-a nos braços e levei¬-a para minha esposa com o coração apertado com medo da reação dela. Mas ao ver o rostinho lindo que parecia uma boneca, ela não deu muita importância ao que lhe contei, o que ela queria mesmo era acariciar aquele lindo bebê que se transformou numa linda mulher.
Dr. Kit nos falou que quando Lara fizesse um ano, tínhamos que levá-la para Curitiba para resolver o problema dos pezinhos dela.
Tivemos que voltar para a casa de meus sogros em Alto Faradai onde eles tinham uma chácara muito bonita. Certo dia eu e a Zelinda procuramos um lugar onde pudéssemos conversar sem interferência de ninguém. E foi na sombra de um mamoeiro do qual saboreamos uma gostosa fruta que chegamos a decisão que eu tinha que ir atrás de um emprego. A única coisa que tínhamos era um pequeno radio portátil, à pilha do qual eu teria que me desfazer para conseguir algum dinheiro. Depois de conversar com o meu sogro, parti com destino certo de Alto Faradai para São Valério, longe uns trinta e cinco quilômetros dali. Saí a pé, só com uma sacola e o rádio. Meu cunhado, Alfredo Davies foi junto, pois ia visitar uns parentes em São Valério.
Chegamos lá, cansados, com fome e sem dinheiro. Não foi nada fácil. Ali, eu e o meu cunhado nos separamos. Ele ia fazer as suas visitas e eu tinha que viajar para Francisco Beltrão e de lá para a Secção do Jacaré uma região povoada por italianos gaúchos, a uns 10 Klms. De Beltrão, onde nós tíamos muitos amigos que conquistamos quando trabalhávamos com o Dr. Kit Abdala. Chegando lá fui procurar o meu amigo José Antonio Wereig esposo da Sra. Jandira Nesi Wereig, parente do grande empresário Sr. Olívio Cidadin proprietário do ponto a Ponto. Lá eu procurei os meus amigos que eram da família Nesi e família Cidadin e foi com eles que eu arrumei dinheiro para montar uma pequena farmácia no vilarejo.
Depois de Ter instalado a farmácia e arrumado uma casa para morarmos, fui buscar minha esposa e nossa filha para o nosso novo lar e nosso comércio, de onde pretendíamos conseguir o dinheiro para o tratamento da nossa filha.

Depois de um ano de muito trabalho, eu na farmácia, a Zelinda atendendo partos, e para aumentarmos nossa renda, montamos uma estofaria no porão da casa onde fazíamos camas e sofás que muitas vezes eram trocados por gado e porcos dos quais fazíamos salame para vender no comércio, fizemos um balanço do que tínhamos ganhado e com todas as contas pagas, a casa mobiliada, ainda tínhamos seis milhões de estoque na farmácia, quantia que eu não sei o quanto valeria atualmente pois já se passaram muitos anos. Resolvemos então que com o que tínhamos dava para fazer o tratamento que Lara precisava.
Estávamos cientes da dura batalha que nos esperava, pois tínhamos que pagar tudo o tratamento levaria uns nove meses. Lara teria também que usar botas mecânicas e pelo o que nos disse um médico lá em Curitiba, iríamos gastar em tomo de quatro milhões. Com o que tínhamos dava para arriscar.
Começamos então o tratamento. Nos primeiros meses ia eu e a Zelinda para Curitiba, mas como cada vez que íamos tínhamos que ficar por lá uns sete dias e os gastos com passagens, pensões, comida e o tratamento se tomou demais para nós, decidimos nos dividir. Zelinda ficava atendendo a farmácia e eu ia com Lara para Curitiba. Com sete meses de tratamento Lara já havia passado por uma cirurgia e tinha que ficar engessada da cintura para baixo.
Numa das viagens aconteceu um fato que eu nunca esqueci. Cheguei à rodoviária com  a Lara engessada, no meu colo e carregando uma sacola grande com as roupinhas dela e leite Ninho pra ela. Tinha que fazer o trajeto da rodoviária ao hospital que ficava a umas vinte quadras dali, à pé. Não havia dinheiro para o táxi, pois era tudo contadinho para as passagens, o hospital e a estadia. Era de manhã e estava muito frio, depois de trocar as fraldas da Lara e dar-lhe a mamadeira, comecei a andar em direção ao hospital. O frio era
 intenso, ao chegar na praça Rui Barbosa como sempre o fazia em outras oportunidade fiz um descanso e como percebi que Lara tremia de frio, tirei meu paletó e agasalhei, mas não adiantou, estava ficando roxa e estava passando mal. Entrei numa lanchonete que existia ao lado da praça, para esquentar a mamadeira para a Lara e pedi para a mulher que atendia a lanchonete, se ela sabia de algum lugar onde eu pudesse encontrar alguma coisa para aquecer minha filha, e ela falou-me que duas quadras antes da lanchonete havia um prédio velho com um porão onde funcionava uma assistência social. Procurei até que encontrei, ao chegar encontrei uma fila enorme de pessoas muito pobres. Agoniado e muito preocupado entrei na fila


desanimado com o tamanhoda fila contornava dois quaterões, imaginando se a minha filha ia suportar até que fôssemos atendidos, eu tremia de frio e de desespero de ver a minha filha azul de friu. Nisso senti um cutucão no braço. Era o guarda que cuidava da fila, que reparando na minha situação e o estado de minha filha mandou-me que eu fosse á frente e sentasse num banco e me ordenou para que entrasse por uma das portas que havia ali assim que saísse quem estava sendo atendido. Esperei um pouco e assim que saiu alguém pela porta eu entrei e do outro lado da escrivaninha uma mulher falava espantada o meu nome e me perguntava o que eu estava fazendo ali. Eu, meio atordoado olhei melhor para ela e vi que era a nossa amiga que, havia morado em Beltrão. Ela socorreu depressa minha filha e depois conversamos e ela me deu o endereço do apartamento dela caso eu precisasse de alguma coisa.
O tempo foi passando e Deus tinha feito tudo dar certo. Quando vendi os últimos vidros de remédios da farmácia, Lara colocou a sua última bota mecânica e ficou com os pés perfeitos e tomou-se uma linda mulher. Tem três filhos maravilhosos e um marido muito trabalhador e peço que Deus os ilumine para que sejam felizes.

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