UM SONHO QUE SE PARTIU
Quando dei baixa do exército, tinha planos de preitear serviços no Canal de Suez. Naquela época, quem ia para lá voltava rico. Eu e meu amigo Ari Tártare, do Verê, que serviu comigo, combinamos e fomos nos apresentar no Quartel General de Curitiba.
Chegando lá, após uma série de entrevistas, fomos recebidos por um coronel, que olhando nossos exames físicos e psicológicos constatou que não estávamos com o peso ideal para sermos convocados. Tínhamos que engordar alguns quilos. Um nutricionista nos deu uma tabela de regime e o coronel nos ordenou que voltássemos no próximo ano. Pois o acordo com o Governo Federal e o Canal de Suez, era que todos os anos iriam ser mandadas tropas brasileiras para o canal, substituindo as que lá estavam.
Voltamos para casa e começamos o regime para aumentar o peso. Gastava todo o meu salário em alimentação, mas depois de um ano havíamos alcançado o peso estabelecido. Chegando o prazo para voltarmos, eu e o Luiz fomos para Curitiba, nos apresentamos, pois o prazo para o envio das novas tropas estava se esgotando. Mas ao chegarmos ao quartel, fomos informados que o Governo Federal havia dispensado o 3° exército ao qual pertencíamos e somente o 5° exército ia se alistar para ir para o Canal de Suez. Fomos informados também de que era para continuarmos o regime para o aumento de peso e voltar novamente no próximo ano que seria a nossa vez de se alistar. Voltamos desanimados, porém com o compromisso de voltar, os nossos nomes continuavam na lista de voluntários.
Quando se aproximou a época de irmos novamente a Curitiba, ouvimos pelo rádio que um soldado brasileiro havia morri do no mar, vítima de um ataque terrorista e o Governo brasileiro ofendido com a falta de segurança para com nossos soldados rompeu o acordo com o Canal de Suez e depois daquele incidente nunca mais enviou soldados para lá. E o nosso sonho de ir para o Canal de Suez, para ganhar dinheiro e ganhar o mundo foi por água abaixo.
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