CATANDUVAS
É um município brasileiro do estado do Paraná. Possui 6577 eleitores. A cidade teve uma participação importante na revolução do movimento Tenentista de 1922. O primeiro Prefeito de Catanduvas foi Augusto Gomes de Oliveira Júnior, tendo como Vice Jorge Bernardo Bueno, eleitos em 1961. O principal acesso rodoviário ao município é a rodovia PR-471 também conhecido como Rodovia Osório Alves de Oliveira. Porém o início da história de Catanduvas nos remete ao ano de 1889, quando o novo Governo da República estendeu uma linha telegráfica desde Guarapuava até Foz do Iguaçu, instalando em Catanduvas um posto intermediário de comunicação.
Separou-se do município de Três Barras Do Paraná or. motivos desconhecidos
O município abriga uma penitenciária federal de segurança máxima inaugurada em 2006.
HISTÓRIA:
No limiar do século xx, a região do atual município já era habitada pelas famílias de Theóphilo Lacerda, Krammer e Pureza. Esta ocupação deu-se pouco tempo após a fundação da Colônia Militar do Iguaçu, em 1889, já em tempos de República. Em 1907 chega a família de Rodrigues da Cunha, florescendo a partir daí a inicial povoação do futuro município de Catanduvas.
O povoado cresceu graças ao fluxo migratório sulista. Esta gente vinha a procura de terras fértis, para plantar lavouras e criar gados. O primeiro nome do lugar foi Barro Preto, ao tempo de Krammer, Pureza e Lacerda, mas não vingou e logo ficou conhecido pela atual denominação, Catanduvas.
As pessoas que viviam nesta região até a década de vinte, o faziam com extrema dificuldade, despertando a atenção dos governantes, que vendo o crescimento do lugar, elevara-o â categoria de Distrito Judiciário, através da Lei Estadualnº 1.383, de 14 de março de 1914, sancionada pelo presidente do Estado, Dr. Carlos Cavalcante, e fizeram instalar uma estação telegráfica.
Em setembro de 1.924, um fato transformou a rotina da pequena cidade, chega à região um contingente de soldados revoltosos, adeptos do “Levante Tenentista”. O comandante desta coluna era Luiz Carlos Prestes, e após conquistarem Foz do Iguaçu, onde estabeleceram seu Quartel-General, rumaram à Catanduvas e se dividiram pela região, em direção de Formigas e Serra de Medeiros. A comunidade catanduvense teve que conviver com este estado latente de guerra até abril de 1925, quando tropas legalistas comendada pelo legendário Rondon, venceram os revoltosos em sucessivos combates, onde muitas vidas foram ceifadas, de ambos os lados.
Em março de 1938 o núcleo foi elevado à categoria de Distrito Administrativo com, território pertencente ao município de Guarapuava, e sua denominação foi alterada para Rocinha, o que não agradou ao povo do lugar. Por força do Decreto de Lei nº 7.573, de 20 de outubro de 1938, o Distrito volta à sua antiga denominação de Catanduvas.
Em 13 de setembro de 1943, pelo Decreto Federal nº 5.812, foi criado o Território Federal do Iguaçu, com o Distrito de Catanduvas pertencendo à nova unidade federativa. Somente em 18 de setembro de 1946, foi instinto o Território do Iguaçu. Pela Lei Estadual nº 790, de 14 de novembro de 1951, o Distrito de Catanduvas passa a integrar o território do município de Guaraniaçu. Em 25 de julho de 1960, através da Lei Estadual nº 2.245, sancionada pelo governador Moises Lupion, foi criado o município de Catanduvas, com território desmembrado do município de Guaraniaçu.
A instalação se deu a 08 de dezembro de 1961, data em que foi empossado o senhor Augusto Gomes de Oliveira Junior, primeiro prefeito municipal eleito.
Catanduvas pertence à Microrregião 18 (CANTUQUIRIGUAÇU), e o prefeito municipal é o Senhor, Aldoir Bernart – PMDB. A Câmara municipal está composta pelos seguintes vereadores: Alcedir José Pessoli – presidente da Câmara, Gercindo Roberto de Oliveira, Gerson Antonio Pavan, João Paulo Schmidt de Moura, José Adilson da Silva, José Lúcio Borak, Lourdes Ronssani Machado, Milton Kultz e Sebastião Duffek.
UNIDADE FEDERATIVA PR (18)
ESTADO PARANÁ
CEP - INICIAL 8547000
CEP - FINAL 8547000
LATITUDE -25.2000
LONGITUDE -53.1500
ALTITUDE 762
ÁREA KM² 5689
CÓDIGO IBGE 5003
CÓDIGO CORREIO 5943
DISTÂNCIA CAPITAL 476 km
POPULAÇÃO 10, 201
CENSO DEMOGRÁFICO IBGE
MASCULINO 1996 - MASCULINO 5166
FEMININO 1996 - FEMININO 5036
TOTAL 10.201
CENSO DEMORÁFICO -6,11
VARIAÇÃO 6, 567%
PRESIDENTE DA CÂMARA
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II , 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: COM (45) 3234-1315 FAX (45) 3234-1315
ALCEDIR JOSE PESSOLI - PMDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II , 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
GERCINDO ROBERTO DE OLIVEIRA - PSDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II , 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
GERSON ANTÔNIO PAVAN - PMDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II , 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
JOÃO PAULO SCHMIDT DE MOURA - PMDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II, 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
JOSÉ ADILSON DA SILVA - PMDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II, 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
JOSÉ LUCIO BORAK - PMDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II, 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
LOURDES RONSSANI MACHADO - DEM
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II, 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
MILTON KULTZ - PSDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II, 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
SEBASTIÃO DUFFEK - PP
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II, 545 -
85470-000 CATANDUVAS – PR
DIAMANTE DO SUL – PARANÁ
As primeiras movimentações, no território atual do município de Diamante do Sul, deram ao tempo do ciclo ervateiro, quando a empresa de capital argentina dominava o mercado da erva mate na região. O resultado foi a grande movimentação dos empregados da poderosa companhia ervateira e madeira, colonos em trânsitos, expedições militares entre as cidades de Guarapuava e a colônia Militar do Iguaçu atualmente foz do Iguaçu) e a conseguinte penetração das frentes pioneiras, especialmente gauchas e catarinenses. Com o declínio do ciclo ervateiro, estas terras começaram a despertar interesses por fertilidade e extensão de horizontes. Em 1924 chega a região o gaucho José Joaquim do Amaral. Trazendo com sigo toda a sua família e o que julgava necessário para iniciar uma vida nova. José Joaquim vinha de uma região de Pinhão, no Paraná, onde tinha grandes árias de terras, mas, preferiu optar pela nova região, muito mais atrativa para ele.Inicio-se o primeiro núcleo populacional, e o primeiro comerciante, foi o senhor Olegário Machado de Oliveira, que era agricultor em Candói, que para se dedicar à nova atividade, se sujeitava a transportar mercadorias encima do lombo de burros, abastecendo a comunidade, ligadas a grandes centros por enormes picadões. Em 1950, Olegário Machado, querendo se dedicar à suinocultura, vendeu seu estabelecimento comercia para o Sr. Luiz Silva, o qual para arranjar capital necessário para a aquisição de novo negócio, vendeu a Hipólito Pinheiro dos Santos uma roça de aproximadamente vinte e oito alqueires, de sua propriedade.
A COMBRINCO - Companhia brasileira de imigração e Colonização, adqueriu extensa ária de terras nesta região, dentro elas, a do pioneiro José Joaquim do Amaral. Com o passar dos anos, resolveu a Companhia Colonizadoura demarcar sua ária, restando ao gaucho José Joaquim apenas 2 alqueire de terras.
Diamante do Sul acompanhou o ciclo desenvolvimentista da soja, cresceu e se fortificou econômica e socialmente. Pela Lei Estadual nº 4.394, de 31 de janeiro de 1967, o povoado foi elevado a nível de Distrito Administrativo do município de Guaraniaçu, com a denominação de Diamante. No dia 11 de julho de 1990, através da Lei Estadual nº 9,316, secionada pelo governador Álvaro Fernando Dias, foi criado o município com denominação alterada, sendo acrescida “ do Sul “, para diferenciá-la de cidades Homônimas. O território foi desmembrado do município de Guaraniaçu. A estalação oficial se deu a 01 de janeiro de 1993.
Diamante do Sul Pertence à Micro região 18 (CANTUQUIRIGUAÇU). E o prefeito municipal é o senhor
DARCI TIRELLI - PSB
PREFEITO
Endereço Comercial: AV GETÚLIO VARGAS, S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
Telefone: COM (45) 3230-1239 FAX (45) 3230-1239
DENIR NEVES DE SOUZA - PT
VICE-PREFEITO
Endereço Comercial: AV GETÚLIO VARGAS, S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
Telefone: COM (45) 3230-1239
Diamante do sul - PARNÁ
Prefeito: Darci tirelli - PSDB
(2008 a 2012)
UNIDADE FEDERATIVA PR (18)
ESTADO PARANÁ
CEP - INICIAL 85408000
CEP - FINAL 85408000
LATITUDE -25.3000
LONGITUDE -52.6600
ALTITUDE 620
ÁREA KM² 347,8 KM²
CÓDIGO IBGE 7124
CÓDIGO CORREIO 6025
DISTÂNCIA CAPITAL
POPULAÇÃO 3.568
CENSO DEMOGRÁFICO IBGE
MASCULINO 1996 - MASCULINO 1.833 h
FEMININO 1996 - FEMININO 1, 695 h
TOTAL 3,528 h
CENSO DEMORÁFICO
VARIAÇÃO 2,7%
Cadastro de Autoridades
PODER EXECUTIVO
DIAMANTE DO SUL
DARCI TIRELLI - PSB
PREFEITO
Endereço Comercial: AV GETÚLIO VARGAS , S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
Telefone: COM (45) 3230-1239 FAX (45) 3230-1239
DENIR NEVES DE SOUZA - PT
VICE-PREFEITO
Endereço Comercial: AV GETÚLIO VARGAS , S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
Telefone: COM (45) 3230-1239
DIRCEU BUENO DE LIMA - PT
PRESIDENTE DA CÂMARA
Endereço Comercial: R GETÚLIO VARGAS, S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
Telefone: COM (45) 3230-1123 COM (45) 3230-1246 FAX (45) 3230-1123
CELSO CARRIEL DOS SANTOS - PMDB
VEREADOR
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85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
Telefone: ()
DIRCEU BUENO DE LIMA - PT
VEREADOR
Endereço Comercial: R GETÚLIO VARGAS, S/N
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EDSON KOPROWSKI - PMDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R GETÚLIO VARGAS, S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
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EZEQUIEL SCHARAN DOS SANTOS - PT
VEREADOR
Endereço Comercial: R GETÚLIO VARGAS, S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
Telefone: ()
FRANCISCO JESUS DA SILVA - PR
VEREADOR
Endereço Comercial: R GETÚLIO VARGAS, S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
Telefone: ()
JOANIR BUENO DE LIMA - PDT
VEREADOR
Endereço Comercial: R GETÚLIO VARGAS, S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
Telefone: ()
LUIZ CARLOS TIRELLI - PSB
VEREADOR
Endereço Comercial: R GETÚLIO VARGAS, S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
Telefone: ()
VALDOMIRO BUENO DE LIMA - PSDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R GETÚLIO VARGAS, S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
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ANIELY CRISTINA DAS NEVES HARTT - PT
VEREADOR
CIDADE DE FOZ DO JORDÃO - PARANÁ
Histórico do Município de Foz do Jordão
O município de Foz de Jordão se encontra no sudoeste do Paraná, próximo de Guarapuava, sentido Pato Branco. Localizado na região conhecida como Segredo, sua história é interessante e repleta de lendas, apesar de sua criação ter sido recente (1995).
Afinal, qual é o segredo de Foz do Jordão? A história de Foz de Jordão começa há aproximadamente 6.000 anos atrás,
Quando índios nômades ocupavam a região do rio Iguaçu, no terceiro planalto paranaense. Esses índios viviam em constante mudança de local, sempre margeando o rio Iguaçu e seus afluentes na região. Posteriormente, grupos indígenas mais evoluídos, começaram a apresentar uma pequena produção agrícola de subsistência, principalmente ligada à mandioca, e a se fixarem na vasta área que abrange o rio Iguaçu na região.
O descobrimento do Brasil trouxe as missões colonizadoras, missões jesuíticas, seguidas dos bandeirantes e das missões militares. À região, Já por volta do século XVII, essas missões partiam do litoral, interior a dentro seguindo o rumo do rio Iguaçu. As missões jesuíticas geraram muitas lendas pelo Paraná. Conta uma delas, que na época dessas missões, os religiosos que estavam em GUAÍRA-PR, catequizando os índios, tinham acesso a locais de onde estes retiravam pedras preciosas, e mais tarde com a chegada de bandeirantes nessa região, os jesuítas acabaram sendo expulsos e levaram consigo muitas dessas pedras preciosas. Em seu caminho de volta para o litoral, os jesuítas, exaustos pela longa viagem, pararam na região do “encanelado” do Iguaçu - área próxima a atual Foz do Jordão - e ali deixaram várias dessas pedras preciosas escondidas no local. Com o tempo muitas pessoas procuraram o Segredo dos Jesuítas. Sendo uma das prováveis origens do nome Segredo, no qual seria por muito e muito tempo conhecida, a Atual Foz do Jordão. Outra lenda conta que os índios Tupis Guarani, os primeiros da região, tinham uma espécie de corrente presa a uma rocha por onde alcançavam o rio Iguaçu. Segundo a lenda esses mesmos índios também conheciam os lugares aonde achar pedras preciosas, que as guardavam em panelas de barro.
Já em 1770, o tenente Candido de Almeida Souza, com o objetivo de reconhecer a fronteira platina de Portugal com a Espanha, chegou à margem esquerda do rio Iguaçu, na desembocadura do rio Capivarussu (atual rio Jordão), sendo esta data o primeiro registro oficial de pessoas não indígenas e jesuítas no local. Em 1771, parte de Porto Amazonas-PR, a décima expedição de exploração dos Campos de Guarapuava, através do Rio Iguaçu. A expedição era chefiada por Afonso Botelho que a “tocou” até a região de Porto Vitória, onde o grupo encontrou-se com o agrupamento de Cândido Xavier, e juntos avançaram pelos campos até o Rio Jordão (em área da atual Foz do Jordão), afluente do rio Iguaçu, onde entraram em luta com os índios da região. Só com a fundação da Fortaleza Nossa Senhora do Carmo vêm ocorrer à presença de ocupação não-indígena na região de Foz de Jordão: o local funcionava como um ponto de referência aos colonizadores nessa região do rio Iguaçu. Segundo alguns moradores, era local de passagem, onde os viajantes pernoitavam. Ali começou a nascer o povoado de Segredo (atual Foz do Jordão).
No século XX, aconteceu uma grande mudança na vida dos moradores da vila de Segredo. A instalação de uma imponente e gigantesca fábrica de papel e celulose. Conta a estória, que na primeira metade do século, o antigo proprietário da Fazenda Sinval Martins de Araújo, onde ia ser construída a fábrica, possuía em suas terras uma vasta área pantanosa, que quando o gado passava por este local, suas patas ficavam moles, e com o tempo esses animais perdiam o casco. Conta-se também que o proprietário dessas terras, contraiu uma doença no ouvido, provavelmente um câncer, cujo tratamento só poderia ser feito nos Estados Unidos. Chegando lá, os médicos puderam constatar que o causador desta doença era um elemento químico: o urânio. Após alguns anos, os norte-americanos para cá vieram, e descobriram que o local cercado pelo fazendeiro era uma mina de urânio. Posteriormente a Companhia norte-americana Lutcher S/A, começou a desbravar o local para a instalação da fábrica de pasta de celulose, uma usina hidrelétrica para gerar a energia consumida na fábrica, um aeroporto, e ainda uma grande área residencial para os funcionários, tudo isso a alguns metros do Rio Jordão.
A Lutcher começou a operar em agosto de 1963, transformando-se em um grande evento impulsionador do desenvolvimento da região. Exportava celulose (de fibra longa e branca, que somente a Lutcher produzia em toda América Latina) para o exterior (Argentina, Uruguai e Inglaterra). A vila residencial abrigava então 1.200 operários, e a Vila de Segredo em função desta atividade, chegou a atingir o número de 3.500 pessoas. Em dezembro de 1965 a empresa faliu, causando um forte impacto na economia local. Muitas pessoas que viveram na época dizem que a falência ocorreu devido ao fato de que a Lutcher S/A vinha extraindo clandestinamente “água pesada” (urânio) de suas terras, sem a devida autorização do governo brasileiro. Muitas lendas giram em torno da fábrica. Estórias que Frederic Lutcher Brown, proprietário da companhia, teria deixado um caixão com um tesouro, afundado em baixo das águas do Rio Jordão, na altura em que o rio se encontra com o Iguaçu e forma belíssimas cachoeiras, ainda são contadas por moradores mais antigos de Foz do Jordão. Estes mesmos dizem haver um elevador subterrâneo na fábrica de celulose, que leva até uma mina secreta a metros e metros abaixo da terra, e de onde saía o urânio ou a misteriosa “água pesada”, explorado pelos norte-americanos. Os boatos surgiram principalmente pela grandiosa magnitude da fábrica, que praticamente do meio da mata se ergueu num enorme complexo industrial.
Já em 1977, surgem os primeiros trabalhos relativos à Usina Hidrelétrica de Segredo. O povoado começou, então, a apresentar crescimento novamente. A obra foi paralisada até o ano de 1980, quando a Copel se engajou na finalização da obra, e a acabou por construir, além de uma vila residencial para seus funcionários. No período de construção da hidrelétrica, foi absorvida toda a mão de obra local. Com o término da obra, novamente houve um grande decréscimo na oferta de emprego local, o que acabou causando êxodo de parte da população. Só mais tarde com a obra “Desvio do rio Jordão” os empregos voltariam a aparecer.
No dia 10 de agosto de 1993, começou a se formar a idéia de emancipação da vila de Segredo do município de Candói. Foi formada uma comissão de seis pessoas para a emancipação da vila. Depois de algumas messes a comissão para emancipação de Segredo, conseguiu a assinatura de mais de 300 pessoas, a favor da emancipação. No ano de 1995, foi enviado requerimento a Assembléia Legislativa do Paraná, com especial atenção do deputado Cezar Silvestre, que numa viagem a Segredo reuniu-se com os senhores Zirlei Antonio de Fáveri, Joaquim Vieira da Silva, Francisco Presa e Anselmo Albino Amâncio. Na ocasião decidiram que o nome de Segredo deveria passar a ser Foz do Jordão, mudança que foi posteriormente confirmada através de um plebiscito público. Em 26 de dezembro de 1995, foi criado pela lei 11.250 o município de Foz de Jordão, desmembrando-se assim de Candói.
PREFEITO MUNICIPAL DE
FÓZ DO JORDÃO
ANILDO ALVES DA SILVA - PMDB
2008 A 2012
UIDADE FEDERATIVA PR (18)
ESTADO PARANÁ
CEP - INICIAL 85145000
CEP - FINAL 85145000
LATITUDE -256300
LONGITUDE -521000
ALTITUDE 820 m
ÁREA KM² 243,8 km²
CÓDIGO IBGE 8452
CÓDIGO CORREIO 6092
DISTÂNCIA CAPITAL 372 km
POPULAÇÃO 5.10 h
CENSO DEMOGRÁFICO IBGE 8452
MASCULINO 1996 - MASCULINO 2097 h
FEMININO 1996 - FEMININO 3003 h
CENSO DEMORÁFICO
VARIAÇÃO -4,04%
LIMITES
Norte: Candói
Sul: Mangueirinha e Candói
Leste: Reserva do Iguaçu
Oeste: Candói
Cadastro de Autoridades
PODER EXECUTIVO
FÓZ DO JORDÃO
ANILDO ALVES DA SILVA - PMDB
PREFEITO
Endereço Comercial: R PE. EMÍLIO BARBIÉRI , 339
85145-000 FOZ DO JORDÃO - PR
Telefone: COM (42) 3639-1180 FAX (42) 3639-1180
ALCIDES LERIA DA SILVA - PTC
VICE-PREFEITO
Endereço Comercial: R PE. EMÍLIO BARBIERI , 339
85145-000 FOZ DO JORDÃO - PR
Telefone: COM (42) 3639-1180
FORMAÇÃO GEOLÓGICA
O município situa-se sobre a maior unidade litoestratigrafica do estado do Paraná, pertencente ao grupo São Pedro, do período Cretáceo inferior, descrita como Serra Geral. A composição de sua geologia apresenta rochas de origem basáltica com intercalação de arenitos finos, sendo essas rochas originárias de um derrame de vulcanismo de fissura continental.
Com relação à topografia, o município apresenta um relevo variado tanto na área urbana quanto na área rural.
Os rios que banham o município são: Iguaçu - onde se encontra o alagado da Usina Hidrelétrica de Salto Santiago -, Jordão - encontra-se uma barragem de derivação para a Usina Ney Braga.
VEGETAÇÃO
O município conta com aproximadamente 6510 ha de área verde, sendo distribuídos em matas nativas, vegetação capoeira e reflorestamentos de pinus, utilizado para fim comercial. Segundo EMBRAPA os tipos de vegetação ocorrente são do tipo: floresta subtropical, subperenifolia e perenifólia e campos subtropicais naturais.
De acordo com levantamento feito pela Copel, para o RIMA (Relatório de impacto ambiental) da obra "Desvio do rio Jordão", foram verificadas 109 espécies de árvores e arbustos e 199 espécies de epífitas e cipós. O relatório ressalta a importância das poucas árvores de Araucárias Angustifólias, popularmente conhecidas como Pinheiro do Paraná, e que se encontram sob proteção de legislação ambiental e de estarem em processo de extinção.
Clima tipo subtropical de planalto úmido, sem estação seca definida e de verões amenos e geadas severas freqüente.
TEMPERATURA
Variações médias anuais entre 17°C e 18°C.
DENSIDADE PLUVIOMÉTRICA
O índice pluviométrico é de 2000 mm/ano. ATIVIDADE ECONÔMICA
As atividades econômicas de Foz do Jordão concentram-se, principalmente na agropecuária. Destacam-se a produção de milho, soja e trigo. Outros produtos como a cevada, mandioca, batata, aveia, arroz e feijão também são produzidos no município.
As indústrias do município concentram suas atividades na produção madeireira, principalmente o pinus.
LARANJEIRAS DO SUL
O nome Laranjeiras origina-se da palavra "nerinhê" (escreve-se nerjê) que no idioma Kaingang quer dizer "laranja", pois na região existiam milhares de laranjeiras silvestres.
BERTO SILVA
(PREFEITO DE LARANJEIRAS DO SUL)
A história registra que em novembro de 1924 o General Rondon, comandante das tropas que davam combate no Paraná aos rebeldes da Revolução Paulista, transferiu seu QG de Ponta Grossa para a Colônia Mallet para dali deflagrar a etapa final da campanha contra os rebeldes que haviam ocupado o Oeste do Estado. Mas, a antiga Colônia Mallet, que hoje é o Município de Laranjeiras do Sul, entrou para a história por outra razão: Sob a denominação de Iguaçu, foi de 1944 a 1946 a Capital do Território Federal do Iguaçu. Uma pequena vila na época, sem dúvida, mas onde para orgulho de seus habitantes morava um Governador, e os poucos funcionários que constituíam a burocracia estatal iguaçuense.
A crônica da região que viria dar forma ao município de Laranjeiras do Sul remonta ao século passado. Já em 1888, ao ser criada a Colônia Militar de Foz do Iguaçu, encontravam-se instalados na região alguns colonos descendentes de europeus e paraguaios. Em 1898, com base na Lei Estadual n.º 185, de 25 de abril daquele ano, o povoado passava a sediar um distrito policial, subordinado a sede municipal que era Guarapuava. Começava a consolidar-se ali, em plena mata, um marco avançado da civilização na faixa de fronteira. Mais tarde o distrito foi transformado em Colônia Militar, instalada pelo 1º Batalhão de Engenharia durante a gestão do Marechal Mallet no Ministério da Guerra. A Colônia foi por isso batizada com o nome deste chefe militar. Os desdobramentos da Revolução Paulista em território paranaense transformaram a Colônia Mallet em centro de operação legalista. Foi lá que o General Rondon manteve durante algum tempo o seu QG na campanha contra os rebeldes; foi lá também que mandou construir um campo de pouso, de onde decolaram dois monomotores para bombardearem os revolucionários entrincheirados em Guaraniaçu e Catanduvas com panfletos concitando-os à rendição.
Com a criação do Território Federal do Iguaçu, em 13 de setembro de 1943, Laranjeiras do Sul passou a integrar a nova unidade Federativa. Através do Decreto-Lei n.º 5.839, de 21 de setembro daquele ano, o vilarejo foi desmembrado do território paranaense e um ano mais tarde, através do Decreto 6.887, datado de 21 de setembro de 1944, a povoação viu-se alçada a condição de Capital do Território Federal do Iguaçu, sob a denominação de IGUAÇU.
No centro da vila foram construídas as residências do Governador, do secretário, dos funcionários, almoxarifado, agência telegráfica e outras repartições. Destas edificações, resta apenas a antiga casa do secretário do Território, que ainda conserva o seu estilo original e o Palácio do Governo. O Território teve dois Governadores: o coronel João Garcez do Nascimento e o major Frederico Trotta. Com a extinção do Território em setembro de 1946 a povoação perdeu evidentemente o seu "status” de Capital. Reintegrada ao Paraná, através do Decreto Estadual n.º 533, de 21 de novembro daquele ano, Iguaçu manteve, no entanto a sua autonomia, sendo reinstalado como Município a 30 de novembro do mesmo ano sob o nome de Iguaçu. No ano seguinte, mudou-se o nome para Laranjeiras do Sul.
DATA DE EMANCIPAÇÃO:
21/11/1946 – Decreto Lei Estadual nº 533, de 21/11/1946
DATA DE INSTALAÇÃO:
30/11/1946 - Aniversário do Município
DATAS COMEMORATIVAS:
26/07 (Padroeira Nossa Senhora Santana)
30/11 (Aniversário do Município)
FESTAS POPULARES:
26/07 (Festa da Padroeira); 06/08 (Festa na Gruta de Bom Jesus em Campo Mendes); 12/10 (Festa no Santuário de Nossa Senhora Aparecida); FENALAR - Festa das Nações de Laranjeiras do Sul (última semana de agosto); Festa do Porco e Derivados (anualmente no mês de agosto sem data fixa).
ATRAÇÕES TURÍSTICAS:
Igreja Matriz Santana e Santuário de Aparecida, com obras de arte, pinturas e esculturas; Praça Governador Garcez (marco histórico do Território Federal do Iguaçu); Calçadão do Cinqüentenário, Toca do Leão (pesqueiro, piscinas e área
de lazer) e Hotel Fazenda Lind’água, com hotel, pesqueiro e piscinas.
no Ministério da Guerra. A Colônia foi por isso batizada com o nome deste chefe militar. Os desdobramentos da Revolução Paulista em território paranaense transformaram a Colônia Mallet em centro de operação legalista. Foi lá que o General Rondon manteve durante algum tempo o seu QG na campanha contra os rebeldes; foi lá também que mandou construir um campo de pouso, de onde decolaram dois monomotores para bombardearem os revolucionários entrincheirados em Guaraniaçu e Catanduvas com panfletos concitando-os à rendição.
Com a criação do Território Federal do Iguaçu, em 13 de setembro de 1943, Laranjeiras do Sul passou a integrar a nova unidade Federativa. Através do Decreto-Lei n.º 5.839, de 21 de setembro daquele ano, o vilarejo foi desmembrado do território paranaense e um ano mais tarde, através do Decreto 6.887, datado de 21 de setembro de 1944, a povoação viu-se alçada a condição de Capital do Território Federal do Iguaçu, sob a denominação de IGUAÇU.
No centro da vila foram construídas as residências do Governador, do secretário, dos funcionários, almoxarifado, agência telegráfica e outras repartições. Destas edificações, resta apenas a antiga casa do secretário do Território, que ainda conserva o seu estilo original e o Palácio do Governo. O Território teve dois Governadores: o coronel João Garcez do Nascimento e o major Frederico Trotta. Com a extinção do Território em setembro de 1946 a povoação perdeu evidentemente o seu "status” de Capital. Reintegrada ao Paraná, através do Decreto Estadual n.º 533, de 21 de novembro daquele ano, Iguaçu manteve, no entanto a sua autonomia, sendo reinstalado como Município a 30 de novembro do mesmo ano sob o nome de Iguaçu. No ano seguinte, mudou-se o nome para Laranjeiras do Sul.
Aparecida); FENALAR - Festa das Nações de Laranjeiras do Sul (última semana de agosto); Festa do Porco e Derivado (anualmente no mês de agosto sem data fixa).
ATRAÇÕES TURÍSTICAS:
Igreja Matriz Santana e Santuário de Aparecida, com obras de arte, pinturas e esculturas; Praça Governador Garcez (marco histórico do Território Federal do Iguaçu); Calçadão do Cinqüentenário, Toca do Leão (pesqueiro, piscinas e área
de lazer) e Hotel Fazenda Lind’água, com hotel, pesqueiro e piscinas.
Cantagalo (Paraná)
Cantagalo é um município brasileiro do estado do Paraná. Localiza-se a uma latitude 25º22'28" sul e a uma longitude 52º07'35" oeste.
CIDADE DED CANTAGALO - PARANÁ
PEDRO CLARISMUNDO BORELLI - PSDB
(2008 Á 2012
UIDADE FEDERATIVA PR (18)
ESTADO PARANÁ
CEP - INICIAL 85, 160000
CEP - FINAL 85, 160000
LATITUDE -25.3600
LONGITUDE -52.1100
ALTITUDE 840
ÁREA KM² 593,4
CÓDIGO IBGE 4451
CÓDIGO CORREIO 5918
DISTÂNCIA CAPITAL 337
POPULAÇÃO 12.489
CENSO DEMOGRÁFICO IBGE
MASCULINO 1996 - MASCULINO 6389
FEMININO 1996 - FEMININO 6100
CENSO DEMORÁFICO
VARIAÇÃO -0,57
PEDRO CLARISMUNDO BORELLI - PSDB
PREFEITO
Endereço Comercial: R CINDERELA, 379
85160-000 CANTAGALO - PR
Telefone: COM (42) 3636-1185 FAX (42) 3636-1478
ELIVAR CORREA - PSDB
VICE-PREFEITO
Endereço Comercial: R CINDERELA , 379
85160-000 CANTAGALO - PR
Telefone: COM (42) 3636-1185 FAX (42) 3636-1478
A ORIGEM DE CATAGALO DO PARANÁ
Cantagalo teve sua origem por volta de 1930, quando tropeiros utilizavam-se de um itinerário próximo ao traçado da atual BR277 para conduzir gado bovino e suíno até o município de Ponta Grossa.
Na jornada que envolvia o transporte, os tropeiros estabeleciam pousada em determinados pontos do caminho, dando origem a diversas localidades. Conta-se que o nome Cantagalo foi atribuído a um desses locais de descanso, porque os viajantes que ali passavam eram acordados pelo canto de um galo.
Primeiramente chamada de Fazenda Cantagalo, em 1951 foi elevada à condição de Distrito, através da Lei n° 790 de 14 de novembro de 1951, pelo então Governador do Estado do Paraná, Sr. Moisés Lupion.
Origem de Cantagalo
Cantagalo teve sua origem por volta de 1930, quando tropeiro utilizava-se de um itinerário próximo ao traçado da atual BR277 para conduzir gado bovino e suíno até o município de Ponta Grossa.
Na jornada que envolvia o transporte, os tropeiros estabeleciam pousados em determinados pontos do caminho, dando origem a diversas localidades. Conta-se que o nome Cantagalo foi atribuído a um desses locais de descanso, porque os viajantes que ali passavam eram acordados pelo canto de um galo.
Primeiramente chamada de Fazenda Cantagalo, em 1951 foi elevada à condição de Distrito, através da Lei n° 790 de 14 de novembro de 1951, pelo então Governador do Estado do Paraná, Sr. Moisés Lupion.
Os primeiros moradores que se estabeleceram foram os Senhores Benedito Mendes Cordeiro e Rafael Pinto Bandeira, fazendeiros; João Ricardo, proprietário de um Barbaquá de Erva Mate (espécie de secador) também chamado de Carijó, seguidos posteriormente pelos senhores Joaquim Borges do Amarante, Lins Rodrigues de Pompeu, Miguel Petrechem, Diogo José Elias, Argemiro Henrique de Mattos, Jacob Fritz, Epaminondas Fritz, Valdomiro José Bona e Augusto Thomaz.
Iniciou-se seu desenvolvimento com a fundação da primeira escola, chamada de Escola Isolada de Cantagalo, mais tarde modificada para Olavo Bilac.
No ano de 1974 iniciaram-se os trabalhos para o desmembramento territorial e administrativo da Jurisdição de Guarapuava.
Em 02 de Maio de 1982 aconteceu o plebiscito em que a população se manifestou pela emancipação de Cantagalo do Município de Guarapuava. Diante da manifestação da vontade popular, em 12 de maio de 1982, através da Lei n° 7575, foi criado o município de Cantagalo.
Para escolha do primeiro prefeito, realizou-se eleição municipal em 15 de novembro de 1982, sendo eleitos os senhores Guilherme de Paula Neto, prefeito, e João Konjunski, vice-prefeito. Exerceram o mandato até 1988, quando ocorreram novas eleições municipais.
O novo prefeito eleito, Sr. José Fabrício dos Santos e seu vice-prefeito, Sr. Matheus Paulino da Rocha, governaram o município de 1989 a 1992.
Na gestão de 1993 a 1996 o município foi governado pelo prefeito Matheus Paulino da Rocha e seu vice-prefeito, Sr. Luiz Carlos Thomé.
De 1997 a 2000 o Sr. João Konjunski volta à prefeitura dessa vez como prefeito, com o Sr. Elivar Correa sendo o vice-prefeito.
Entre 2001 e 2004 Cantagalo foi novamente governado pelo Sr. Matheus Paulino da Rocha, sendo vice-prefeito o Sr. Télcio Fritz. Para o mandato entre 2005 e 2008 assumiu a prefeitura o Sr. Pedro Clarismundo Borelli e no cargo de vice-prefeito novamente Elivar Correa.
Em 03 de outubro de 2008 foram reeleitos os Srs. Pedro Clarismundo Borelli e Elivar Correa nos cargos de prefeito e vice, respectivamente, para a gestão 2009/2012. É a primeira vez no município que um prefeito é reconduzido ao cargo. Cedido pela Biblioteca Pública Municipal Valdemiro José Bona
Os primeiros moradores que se estabeleceram foram os Senhores Benedito Mendes Cordeiro e Rafael Pinto Bandeira, fazendeiros; João Ricardo, proprietário de um Barbaquá de Erva Mate (espécie de secador) também chamado de Carijó, seguidos posteriormente pelos senhores Joaquim Borges do Amarante, Lins Rodrigues de Pompeu, Miguel Petrechem, Diogo José Elias, Argemiro Henrique de Mattos, Jacob Fritz, Epaminondas Fritz, Valdomiro José Bona e Augusto Thomaz.
Iniciou-se seu desenvolvimento com a fundação da primeira escola, chamada de Escola Isolada de Cantagalo, mais tarde modificada para Olavo Bilac.
No ano de 1974 iniciaram-se os trabalhos para o desmembramento territorial e administrativo da Jurisdição de Guarapuava.
Em 02 de Maio de 1982 aconteceu o plebiscito em que a população se manifestou pela emancipação de Cantagalo do Município de Guarapuava. Diante da manifestação da vontade popular, em 12 de maio de 1982, através da Lei n° 7575, foi criado o município de Cantagalo.
Para escolha do primeiro prefeito, realizou-se eleição municipal em 15 de novembro de 1982, sendo eleitos os senhores Guilherme de Paula Neto, prefeito, e João Konjunski, vice-prefeito. Exerceram o mandato até 1988, quando ocorreram novas eleições municipais.
O novo prefeito eleito, Sr. José Fabrício dos Santos e seu vice-prefeito, Sr. Matheus Paulino da Rocha, governaram o município de 1989 a 1992.
Na gestão de 1993 a 1996 o município foi governado pelo prefeito Matheus Paulino da Rocha e seu vice-prefeito, Sr. Luiz Carlos Thomé.
De 1997 a 2000 o Sr. João Konjunski volta à prefeitura dessa vez como prefeito, com o Sr. Elivar Correa sendo o vice-prefeito.
Entre 2001 e 2004 Cantagalo foi novamente governado pelo Sr. Matheus Paulino da Rocha, sendo vice-prefeito o Sr. Télcio Fritz.
Para o mandato entre 2005 e 2008 assumiu a prefeitura o Sr. Pedro Clarismundo Borelli e no cargo de vice-prefeito novamente Elivar Correa.
Em 03 de outubro de 2008 foram reeleitos os Srs. Pedro Clarismundo Borelli e Elivar Correa nos cargos de prefeito e vice, respectivamente, para a gestão 2009/2012. É a primeira vez no município que um prefeito é reconduzido ao cargo.
Cedido pela Biblioteca Pública Municipal Valdemiro José Bona
Cadastro de Autoridades
PODER EXECUTIVO
CANTAGALO
PEDRO CLARISMUNDO BORELLI - PSDB
PREFEITO
Endereço Comercial: R CINDERELA, 379
85160-000 CANTAGALO - PR
Telefone: COM (42) 3636-1185 FAX (42) 3636-1478
ELIVAR CORREA - PSDB
VICE-PREFEITO
Endereço Comercial: R CINDERELA, 379
85160-000 CANTAGALO - PR
Telefone: COM (42) 3636-1185 FAX (42) 3636-1478
CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE CANTAGALO
HOELITON KONJUNSKI DE ANDRADE - PMDB
PRESIDENTE DA CÂMARA
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
Telefone: COM (42) 3636-1228 FAX (42) 3636-1228
ALCIDES GREIN - DEM
VEREADOR
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
AUGUSTO RODRIGUES CALIXTRO - PTB
VEREADOR
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
-HOELITON KONJUNSKI DE ANDRADE - PMDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
PAULO ROBERTO SCHMITT - PPS
VEREADOR
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
SALVADOR PEREIRA DO AMARAL - PPS
VEREADOR
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
VILSON ROCHA RIBAS - PSDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
:SIRLEI TEREZINHA PRATES OKONOSKI - PSDB
VEREADORA
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO – PR
1 Palmital (Paraná)
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Município de Palmital
Brasão
Hino
Fundação Não disponível
Gentílico
palmitalense
Prefeito(a)
Darci Jose Zolandek (PMDB)
(2005–2008)
Localização
Localização de Palmital no Paraná
Localização de Palmital no Brasil
24° 53' 34" S 52° 12' 10" O24° 53' 34" S 52° 12' 10" O
Unidade federativa
Paraná
Mesorregião
Centro-Sul Paranaense IBGE/2008 [1]
Microrregião
Pitanga IBGE/2008 [1]
Municípios limítrofes Pitanga, Santa Maria do Oeste, Laranjal, Mato Rico, Roncador, Marquinho, Goioxim
Distância até a capital Não disponível
Características geográficas
Área
815,893 km²
População
15.548 hab. est. IBGE/2009 [2]
Densidade
20,3 hab./km²
Altitude
840 m
Clima
Não disponível
Fuso horário
UTC-3
Indicadores
IDH
0,67 médio PNUD/2000 [3]
PIB R$ 68.428 mil IBGE/2005 [4]
PIB per capitaR$ 4.118,00 IBGE/2005 [4]
Palmital é um município brasileiro do estado do Paraná. Localiza-se a uma latitude 24º53'35" sul e a uma longitude 52º12'10" oeste, estando a uma altitude de 840 metros. Sua população estimada em 2004 era de 16.690 habitantes. Sua economia é baseada na pecuaria leiteira e corte.
Possui uma área de 661,11 km².
1.1 Referências
1. ↑ a b Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
2. ↑ Estimativas da população para 1º de julho de 2009 (PDF). Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (14 de agosto de 2009). Página visitada em 16 de agosto de 2009.
3. ↑ Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
4. ↑ a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (19 de dezembro de 2007). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
Comentários de internautas sobre Palmital.
Deixe o seu também!
muito bom esse lugar ja morei ai e conhecir muita gente legal
Por: claudio adao lisboa campos
Gostaria de saudar todo o povo de Palmital, tive o prazer de conhecer a cidade no último fim de semana e fiquei encantada com tamanho aconchego e hospitalidade. Voltarei sempre que possível! Simone - Rio Negrinho/SC
Por: Simone parabens querido palmital hojem eu quase chorei de saudade ao vela sua imagem na internet pos morei ai na minha infancia em 1970 era um tempo lindo de minha vida gostaria que alguem me respondese e me falasse como esta o meu querido palmital um abraço para todos dai
Por: jonas leonardo de lima
o melhor lugar para se viver alem das pessoas que ali vivem eu móro em palmital ha 30 anos e se deus quizer viverei mas 50 anos!!!!!!!!!!
Por: ivonete
bom eu sou nascido ai hoje moro em itapira sp mais sempre nas minhas estou ai quase toda a minha familia mora ai e um muito bom para si viver tranquilo saudades palmital
Por: Sergio Rodrigo Israel
e lugar bem legal o meu sobrinho ja tinha comentado marcos filho do meu compadre afonso bodner
Por: acir silvade lima
Palmital cidade querida... ow lugarzinho bom de se viver amo cada cantinho desse lugar.
Por: jocelene
cidade maravilhosa.. e bonita por naturesa. linda .,.
Por: zelimarcos04@yahoo.com.br
eu nasceii e fui criada la em Palmital,adoro muito esse lugar .eu sou Sonia Professora de Ciencias. Obrigada Pela Atenção!!
Por: Sonia
morei em palmitala até os meus 12 anos sinto muitas saudades ,esse é um lugar lindo maravilhoso... vale a pena visitar
Por: valdeci
Nome: Email: Um comentário aparte
Os vinte e um (21) municípios que integram a região de Cantuquiriguaçu, tem muitas semelhanças em suas histórias, a começar pelos pioneiros que desbravaram as suas terras, oriundos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os índios as revoltas provocadas por conflitos covernamentais. E o que mais marcou a história foi à revolução de 1920, que manchou o solo do oeste paranaense, com sangue de muitos inocentes, foi derramado sem saber para que estivessem lutando, e os que sabiam tinha interesses financeiros e estaduais, não respeitando a inocência dos humildes camponeses logrados por falsas promessas, que no final só restava amarguras e sofrimento.
Município brasileiro situados no Oeste do estado do Paraná região cobiçada por grandes empreendedores que só queriam levar vantagem em tudo. Estes municípios foram fundados na região que compreende a faixa de fronteira do Brasil com as Repúblicas do Paraguai e Argentina.
Toda a vasta gleba de terras que, dos Campos de Guarapuava, estende-se ao ocidente do Paraná, até a Cidade de Foz do Iguaçu, nos lindes extremos do nosso País com aquelas Repúblicas sul-americanas, embora já conhecida por diversos personagens, desde a época do descobrimento e povoamento dos Campos de Guarapuava, permaneceu desconhecida por muitos anos, isto é, a partir das entradas das bandeiras paulistas e primeiras expedições espanholas até o ano de 1888
Quando foi fundada a Colônia Militar do Iguaçu, que deu origem à Cidade de Foz do Iguaçu, primeiro centro populacional instalado na linha divisória do Brasil com aqueles dois Países co-irmãos. Regida por uma legislação especialíssima, a faixa de fronteira, apesar de fertilidade das suas terras e das inesgotáveis riquezas naturais de que é dotada, permaneceu inexplorada e desconhecida até a bem poucos anos.
A Cidade de Quedas do Iguaçu, assim como tantas outras, que surgiram em pleno sertão ocidental doEstado do Paraná é uma conquista da moderna civilização e fruto da cultura que ali vem se formando nos últimos tempos.Como parte de sua história, conta-se que o território onde hoje se situa os municípios de Catanduvas, Guaraniaçu, foi palco de graves acontecimentos ocorridos durante o período revolucionário de 1922 a 1925, quando se verificaram sangrentos combates entre as tropas legalistas e revolucionárias, saindo vitoriosas as forças legalistas, depois de fragorosa derrota imposta aos revolucionários. Os habitantes dos municípios lindouros tinham nas reservas florestais, sua principal riqueza natural.
A primeira estrada de rodagem traçada e construída, ligando os Municípios de Guarapuava a Foz do Iguaçu, passando por Cantagalo, Virmond, Laranjeiras do Sul, Guaraniaçu, teve execução no período de 1917 a 1922, pelo engenheiro civil Francisco Natel de Camargo.
Em 1934.
RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO CANTUQUIRIGUAÇU DO PR.
NÚMEROS DA POPULAÇÃO POR ORDEM DECRESCENTE
01 Pinhão 30.295
02 Quedas do Iguaçu 27.365
03 Laranjeiras do Sul 21.016
04 Rio Bonito do Iguaçu 18.114
05 Guaraniaçu 16.161
06 Candói 12.778
07 Três Barras do Paraná 12.088
08 Catagalo 12.773
09 Novas Laranjeiras 11.598
10 Catanduvas 10.864
11 Goioxim 8.437
12 Marquinho 8.240
13 Reserva do Iguaçu 7.038
14 Foz do Jordão 6.378
15 Ibema 5.927
16 Ampo Bonito 5.163
17 Espigão Alto do Iguaçu 5.078
18 Saudade do Iguaçu 4.646
19 Virmond 3.887
20 Diamante do Sul 3.791
21 Porto Barreiro 3.751
RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA CANTUQUIRIGUAÇU
Relativo as suas respectivas altitudes por ordem
01 Pinhão 1041
02 Porto Barreiro 1041
03 Reserva do iguaçu 1020
04 Goioxim 973
05 Candói 950
06 Guarani Açu 923
07 Ibema 910
08 Cantagalo 840
09 foz do Jordão 840
10 Laranjeiras do Sul 836
11 Marquinho 820
12 Catanduvas 762
13 Rio Bonito 720
14 Virmond 700
15 Rio Bonito do Iguaçu 700
16 Nova Laranjeira 700
17 Saudade do Iguaçu 650
18 Diamante do Sul 620
19 Espigão Alto 618
20 Diamante do Sul 620
21 Três Barras do Paraná 562
RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA CANTUQUIRIGUAÇU
RELATIVO ÀS SUAS ÁRIAS EM Km²
01 Pinhão 2005,6
02 Porto Barreiro 2005,6
03 Candói 1526,3
04 Guaraniaçu 1234,4
05 Nova Laranjeiras 1119,9
06 Reserva do Iguaçu 836,5
07 Quedas do Iguaçu 819,9
08 Rio Bonito do Iguaçu 701,4
09 Goioxim 694,5
10 Marquinho 509,8
11 Três Barras do Paraná 509,1
12 L,do Sul 602,2
13 Cantagalo 593,4
14 Catanduvas 568,9
15 Campo bonito 438,2
16 Espigão Alto do Iguaçu 395,6
17 Diamante do Sul 347,8
18 Foz do Jordão 293,8
19 Virmond 245,1
20 Ibema 156,1
21 Saudade do Iguaçu 151,3
DATAS DE CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
01 LARANJEIRAS DO SUL 21.11.46
02 GUARANIAÇU 14.01.51
03 Pinhão 14,12,52
04 Marquinho 10.01.59
05 Catanduvas 27.05.60
06 Campo Bonito 20.03.64
07 Reserva do Iguaçu 07.06.65
08 Ibema 24.06.66
19 Campo Bonito 31.10.86
10 TRÊS BARRAS DO PARANÁ 13.05.80
11 CATAGALO 12.05.82
12 NOVA LARANJEIRAS 16.05.90
13 CANDÓI 27.08.90
14 RIO BONITO DO IGUAÇU 03.04.90
15 VIRMONDE 17.05.90
16 DIAMANTE DO SUL 12.07.90
17 SAUDADE DO IGUAÇU x 01.01.93
18 GOIOXIM 30.10.95
19 FÓZ DO JORDÃO 26.12.95
20 ESPIGÃO ALTO DO IGUAÇU 18.04.94
21 Porto Barreiro x 13.12.95
RELAÇÃO DOS MUNICÍPIO DA CANTUQUIRIGUAÇU
COM SUAS RESPECTIVAS DATAS DOS PADROEIROS
01 Pinhão x 12.10 – NOSSA SENHORA APARECIDA
02 Q. do Iguaçu x 15.12 – IMACULADA ORAÇÃO DE MAR.
03 Laranjeiras do Sul x 26.07 – SANTA ANA
04 Guaraniaçu x 13.05 – NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
05 T. Barras do Paraná x 12.10 - NOSSA SENHORA DA APARECID
06 Cantagalox 08.12 - NOSSA SENHORA I. C. CONCEIÇ
07 Nova Laranjeiras DO SUL 13.06 – SÃO JOAÕ BATISTA
08 Virmond 26.08 – NO DO MONTE CLARO
09 Catanduvas 20.01 – SÃO SEBASTIÃO
10 Ibema 13.06 - SANTO ANTONIO
11 Campo Bonito 20.01 - SÃO SEBASTIÃO
12 Diamante do Sul 12.10 – NOSSA SENHORA DA APARECID
13 Rio Bonito do Iguaçu- 13.06 – SANTO ANTONIO
14 Saudade Do Iguaçu 19.03 – NOSSA SENHORA DA MÃE
15 Espigão Alto do Iguaçu 18.04 - NOSSA SENHORA DA LUZ
16 Foz do Jordão 19.03 – SÃO JOSÉ
17 Porto Barreiro 08.12 – IMACULADA AUXILIADOURA
18 Rio Bonito do Iguaçu 12.10 – NOSSA S, APARECIDA
19 Goioxim 19.03 – SÃO JOSÉ
20 Resrva do Iguaçu 25.12 – MENINO JESUS
21 Candói marquinho 08.11 - SANTA CLARA
Dados dos municípios que se destacaram
(Altitudes-Extenção territorial – População – Distância da capital. 01
02 PINHÃO ACIMA DO NÍVEL DO MAR 1.041 MTS
03 TRÊS BARRAS DO PARANÁ 562 mas04
05 LARANJEIRAS DO SUL A MAIS ANTIGA 1946
06 ESPIGÃO ALTO DO IGUAÇU 199407
08 PINHÃO A MAIS EXTEÇA TERRITORIAL 2005,6
09 SAUDADE DO IGUAÇU A MENOR 151,310
11 TRES BARRAS DO PARANÁ A MAIS DISTANTE 461
12 PINHÃO – A MAIS PROXIMA DA CAPITAL 32313
14 Criação o Território da Cantuquiriguaçu - 1984 15
16 Prefeito da cidade de Palmital primeiro preseidente
17 João Segura
18 População dos 21 municípios da Cantuquiriguaçu 230.007 habitantes
19 Urbana – 24.727
20 Rural -- 205.280
21 Total -- 230.007
RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS RELATIVO A DISTANCIA DA CAPITAL
Mais alto Catanduvas Mais baixo Goioxim
01 Catanduvas 479
02 Três Barras do Paraná 461
03 Campo Bonito 454
04 Ibema 450
05 Diamante do Sul 434
06 Guaraniaçu 437
07 Quedas do Iguaçu 431
08 Espigão Alto do Iguaçu 420
09 Saudade do Iguaçu 410
10 Rio Bonito do Iguaçu 382
11 Porto Barreiro 405
12 Marquinho 405
13 Nova Laranjeiras 386
14 Foz do Jordão 372
15 Reserva do Iguaçu 369
16 Laranjeiras do Iguaçu 364
17 Virmond 345
18 Candói 340
19 Cantagalo 337
20 Pimhão 323
21 Goioxim 318
GRUPO ESCOLAR TIRADENTE
Escola de Campo Novo [Quedas do Iguaçu] hoje Grupo Escolar Tira Dentes-1965 Paulo Pimentel era governado do Estado do Paraná, ele esta com a mão erguida, Pedro Alzides Giraldi ao seu lado juntamente com vários pioneiros, alguns professores.
Faleceu sábado, 21 de julho de 2007, o ex-prefeito de Quedas do Iguaçu, detentor de quatro mandatos consecutivos: 1969/72 – 77/82 – 89/92 e 97/2000. Pedro Giraldi morreu vítima de enfarto. Ele já enfrentava problemas de saúde, ainda quando prefeito de Quedas do Iguaçu. No último mandato, gestão 1997/2000, Pedro Giraldi sofreu uma isquemia cardíaca e teve que renunciar ao mandato em favor de seu irmão, Idimir Tranqüilo Giraldi. Pedro Giraldi deixa esposa, Selga Strey Giraldi, com quem conviveu há mais de 50 anos, os filhos Eloy, Blanca, Jacqueline e Lúcia, oito netos, uma bisneta, o genro Nilson e a nora Simone. A HISTÓRIA DE PEDRO GIRALDI SE CONFUNDE COM A HISTÓRIA DE QUEDAS DO IGUAÇU. Gaúcho de Gaurama, nascido aos 2 de janeiro de 1931. No dia 18 de julho de 1964, Pedro Giraldi chega a Campo Novo, procedente de Marechal Cândido Rondon, para fixar residência e estabelecer-se como farmacêutico. Em Campo Novo, Pedro Giraldi e sua mulher, Selga são recebidos pelo Sr. Sigismundo Potulski, proprietário do Hotel Iguaçu.
Neste mesmo estabelecimento, situado na Avenida Principal (hoje Avenida Pinheirais), Pedro Giraldi monta uma pequena farmácia. Com trabalho e dedicação, valendo-se do auxílio de sua mulher Selga, Pedro Giraldi vai travando relações com os habitantes do povoado e torna-se pessoa conhecida, principalmente pela atividade de farmacêutico, atenuando ou curando doenças. Somente mais tarde, depois de muita luta, Pedro Giraldi vai se adaptando à vida na região de Campo Novo. A vinda de Pedro Giraldi para Campo Novo foi mais uma demonstração de força por parte daqueles que mais tarde seriam chamados de “emancipacionistas”.
O espírito emancipacionista dos pioneiros foi coroado de êxito com a promulgação da Lei 5.668, de 18 de outubro de 1967, que elevou Campo Novo à categoria de município, sendo o mesmo instalado em 15 de dezembro de 1968. E o movimento cumpriu seus objetivos, propiciando a criação do município de Campo Novo e, por conseqüência, o desenvolvimento e a sediação de identidade regional.
A partir daí, são convocadas eleições para a Prefeitura e Câmara de Vereadores. Intensa campanha é desencadeada no município entre os candidatos a prefeito Pedro Giraldi e Carlos Dalavecquia. A vitória esmagadora dos candidatos da Arena 1 – Pedro Giraldi e João Sobczak dão início a um governo que consegue impor ao mais novo município do Paraná, prestigio e liderança.
Em sua primeira gestão como prefeito, 69/73, Pedro Giraldi realizou uma das mais profícuas administrações. Em seus quatro anos como prefeito, Pedro Giraldi construiu a Praça São Pedro, inaugurada em 5 de novembro de 1972, construiu o primeiro hospital, fundou o Sindicato Rural de Campo Novo e dotou o município de toda a infra-estrutura necessária, nos setores de saúde pública, educação e obras.
Em janeiro de 1977, Pedro Giraldi assume a Prefeitura pela segunda vez. Seu governo, tal qual o anterior, foi palco de notáveis realizações, destacando Quedas do Iguaçu como um dos municípios brasileiros que obteve o maior índice de crescimento nos últimos cinco anos. Foram construídos 20 mini postos de saúde no interior, 60 escolas em alvenaria e restauração de prédios já existentes. Outra grande conquista no setor educacional na época foi a implantação do curso de 2º grau.
Em janeiro de 1989, Pedro Giraldi é eleito prefeito de Quedas do Iguaçu pela terceira vez. Inúmeras obras marcaram sua terceira gestão, destacando-se a construção de 60 centros comunitários no interior e nos bairros da cidade; execução de obras de infra-estrutura urbana, aquisição do odontomóvel, pavimentação asfáltica, aquisição da casa da saúde de Curitiba, para hospedar os pacientes que precisam de tratamento especializado na capital do Estado, além de outras obras marcantes.
Fato inédito na política do Paraná: Pedro Giraldi é eleito prefeito pela 4ª vez consecutiva. Ainda assim teve que se submeter a duas eleições, porque a de 3 de outubro foi anulada parcialmente, por decisão da Justiça Eleitoral, mas a vitória na segunda eleição foi esmagadora. Triplicou o número de votos.
No seu último mandato, Pedro Giraldi conseguiu junto ao Governo do Estado, o asfaltamento da Rodovia PR 484, ligando Quedas do Iguaçu a Boa Vista da Aparecida, com conexão para Cascavel, encurtando a distância em cerca de 40 quilômetros. A instalação da Uni - quedas, através da Fundação Assis Gurgacz de Cascavel; construção de uma casa na praia, balneário Caravelas, através do programa Pro Lazer, para uso da população. A nuclearização do ensino, a melhoria da frota escolar, além de inúmeras outras obras de grande alcance social, como o pré-vestibular gratuito, o transporte coletivo urbano gratuito, o natal da família, além de outras realizações que vão ficar nos anais da história de Quedas do Iguaçu. Ao finalizar sua última gestão, quando passou o comando da Prefeitura ao seu irmão Idimir Giraldi, PEDRO GIRALDI destacou com suas palavras: “espero que este trabalho dignificante tenha continuidade, pois o pouco que realização hoje é para o amanhã dos nossos filhos e para que a nova geração do município cresça e fique mais perto do seu grande futuro”.
(matéria extraída do jornal expoente do Iguaçu)
QUEDAS DO IGUAÇU DENTRO DA HISTÓRIA DO PARANÁ
Histórico - toda a grande região compreendida entre os rios Paraná, Iguaçu e Ivaí, até os limites dos campos gerais, no terceiro planalto paranaense, por muitos anos constituiu-se no território de Guarapuava. Numerosas bandeiras e expedições demandaram ao lugar com o intuito de descobrir e povoar este sertão, o que não foi conquista de uma só geração.
Uma das referencias históricas do lugar foi à criação da colônia Militar Marechal Mallet, no ano de 1888, servindo de ponto intermediário de ligação entre Guarapuava e Foz do Iguaçu, constituindo-se num marco avançado da civilização na faixa de fronteira, em pleno sertão paranaense.
Mais tarde a influencia da frente colonizadora de famílias vindas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina deu certo incremento à colonização.
Por volta de 1937, quando a região era conhecida por Alto - Itaipu, com território pertencente ao município de Guarapuava, tinha inicio uma pequena povoação denominada “Jagoda” que em polonês significa fruta. Esse lugar ficou conhecido como “o povoado dos polonêses” em função das inúmeras famílias descendentes de eslavos que ali se estabeleceram. Dentre os poloneses destacavam-se Loniski, Mariano Hamerski, A formação ÉTNICA de nosso povo é predominantemente polonê, sendo que os italianos e os alemães apareceram também em número bastante expressivo.
Alguns Pioneiros que mais se destacaram:
José Caxanoski, João Cazanoski, Maria Cazanoski, Branislava Cazanoski, Ladislau Shimeil, Vera Sokolovski, Família Sokolovski, Eugenfuz Faremczik, Antonio Pasnievski, Engenio Jarenczuk, Antonio Sokolovski, José Orleski, Estanislau Kuakoski, Francisco Rosentalski, Mariano Sheika, José Piasecki, Ladislau Welffer, João Golon, Alexandre Merlack, João Pech, Nicolau Loiko, Luciano Zezi, Pedro Stosmoski, Mariano Merski, José Piasecki, Alexandre Czarneski
Famílias: Prasniewski, Rosentalski, Kalinowski, Rochinski, Potulski, Kulesza, Pilaski, Jacuboski, Czarneski, Loninski, Kochinirski, Bonfim,
Laranjeiras do Sul Guarapuava
ASSIM COMEÇOU A HISTÓRIA DE QUEDAS DO IGUAÇU EM 1889
A história de nossa terra e de nossa gente de Quedas do Iguaçu,foi marcada e escrita por ilustres personalidades, muitas delas reconhecidas, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, através dos livros de história lidos e pesquisados não só pelos amantes da leitura, mas também pelos estudantes do nosso planeta, como destaque fala de um personagem histórico, herdeiro da coroa pela dinastia da Casa de Bragança, que assumiu o trono em 1840, antes mesmo de completar a maioridade exigida pela Constituição.
D. Pedro II marcou a transformação na história do Brasil, tais como: A Guerra do Paraguai e a Abolição da Escravidão.
D. Pedro II era visto como um homem das letras e das artes, protegendo vários escritores e artista .
O Imperador D. Pedro II, também teve a sua participação na história de Quedas do Iguaçu, quando em 1889 pelo Decreto de Concessão 10.432 de 09 de novembro de 1889, consolida pelo Decreto 305 de Abril de 1890 do Governo Provisório da República, assim concedeu as terras do imóvel Rio das Cobras à Companhia de Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande. Assim sendo as terras do imóvel Rio das Cobras foram adquiridas pela Companhia Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande.
As formas: Através de um título de revalidação de concessão, expedido em 19 de junho de 1913 sobre o nº 13 pelo então Presidente do Estado do Paraná Dr. Carlos Cavalcante de Albuquerque.
Em 1935 esta Companhia Estrada de Ferro vendeu este imóvel para a Companhia Colonizadora e Mercantil Paranaense S.A. cuja qual deu início à Colonização Polonesa.
Consoante com a escritura pública de compra e venda dos direitos sobre diferença de área, lavrada nas notas do 2° tabelião da cidade de São Paulo aos 25 dias de março de 1944, à folha I ° do livro 728 devidamente transcrito no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Guarapuava - PR. Sob o n° 1.742 à folha 35 do livro 3-A em 06 de Maio de 1944. O total da área era exatamente de 63.004 hectares do imóvel Rio das Cobras (medição original).
A área demarcada compõe-se de matas virgens em que se encontra bem distribuída às zonas em pinhais e em terras existentes para a cultura de cereais, madeira de lei que existia em abundância, encontrava-se também vários trechos de taquaruçu. Antes ainda da C.C.P.I. - Companhia de Celulose e Papel do Iguaçu, estas terras pertenciam a Companhia Agrícola e Indústria Iguaçu S.A., sua antecessora.
Só em 03 de novembro de 1972 foi dissolvida a C.C.P.I. Passando para Giacomet- Indústria e Comércio de Produtos Agropecuários Ltda.
Só para lembrar, depois de várias alterações, tais como:
Maisonave-Giacomet Indústria de Madeiras S.A., Giacomet-Marodin Indústria de Madeiras S.A. e hoje Araupel S.A. que é proprietária destas terras e das indústrias que estão em pleno desenvolvimento com uma nova diretoria e um novo modo de administrar.
Quedas do Iguaçu nasceu graças aos nossos antepassados que principiaram a nossa história dando vida e um futuro promissor à nossa terra e à nossa gente.
DECRETO DE 16 DE JANEIRO DE 1997.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
no uso das atribuições que lhe conferem os arts. 84, inciso IV, e 184 da Constituição, e nos termos dos arts. 18 e 20 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, 2º da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e 2º da Lei Complementar nº 76, de 6 de julho de 1993, DECRETA:
Art. 1º Fica declarado de interesse social, para fins de reforma agrária, nos termos dos artigos. 18, letras a, b, c e d, e 20, inciso VI, da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, e 2º da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, o imóvel rural conhecido por “Fazenda Pinhal Ralo/Rio Bonito”, com área de 16.852,1600 ha (dezesseis mil, oitocentos e cinqüenta e dois hectares e dezesseis ares), situado nos Municípios de Nova Laranjeiras e Rio Bonito do Iguaçu, objeto do Registro nº R-1-20.894, fls. 260, Livro 2-2-CN, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná.
Art. 2º Excluem-se dos efeitos deste Decreto os semoventes, as máquinas e os implementos agrícolas, bem como as benfeitorias existentes no imóvel referido no artigo anterior e pertencentes aos que serão beneficiados com a sua destinação.
Art. 3º O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA fica autorizado a promover, a desapropriação do imóvel rural, de que trata este Decreto, na forma prevista na Lei Complementar nº 76, de 6 de julho de 1993, e a manter a área de Reserva Legal, preferencialmente em gleba única, de forma a conciliar o assentamento com a preservação do meio ambiente. Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 16 de janeiro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Marcos Correia Lins
HISTÓRIA DO MUNICIPIO (QUEDAS DO IGUAÇU)
Em 1930/32, o Estado do Paraná decidiu formar o primeiro núcleo de colonização e povoamento da imensa floresta de pinheirais e outras árvores, muito delas madeiras nobres que povoavam, as margens do Rio Iguaçu, a colonizadora firmou convênio com uma comitiva governamental do governo da Polônia, este convênio tinha como propósito de povoar esta região fértil por imigrantes poloneses.
Para que este projeto tivesse êxito foi organizada uma companhia que foi registrada com o nome de Companhia Mercantil Paranaense S/A, por sua vez foi lhe incumbida a responsabilidade de realizar este fabuloso e importante projeto tendo como sede na Capital em Curitiba no Paraná.
O nome desta Colônia era “Jagoda” que em polonês significa “fruto”, nome escolhido pelos poloneses. A escolha deste nome significava a esperança dos imigrantes de que a semente lançada germinasse e desses frutos, o que felizmente aconteceu, pois já se esperava este resultado, pois tinha tudo para prosperar.
A colônia era chamada “Jagoda”, mas o nome oficial era Campo/Novo, devido à derrubada de pinheiros e o local da praça o único lugar limpo e sem mato, ou seja, o aeroporto. Pois na época fazia parte do Distrito de Laranjeiras do Sul, e o município a que pertencíamos era a cidade de Guarapuava.
Tão logo adquiria a propriedade, a Colonizadora Polonesa iniciou a divulgação em todo o Brasil sobre a colonização das terras cobertas de madeiras da região de Campo Novo, e em pouquíssimo tempo foi aparecendo os primeiros colonizadores oriundos do Rio Grande do Sul a maioria dos gaúchos imigrantes poloneses.
A Colonizadora iniciou as construções de barracões para os imigrantes, e logo em seguida foi dado o início às aberturas das primeiras levas de colonos.
Aos poucos foi se atualizando e ao passar dos tempos, os novos moradores tentavam se acomodar nas terras prometidas. Os colonos tinham que enfrentar vários obstáculos, um deles era enfrentar a vasta fauna de animais selvagens que dificultava o início das primeiras plantações. Os colonos pagaram alguns contos de Réis para os camaradas consumirem com a madeira para tornar possível o plantio.
José O’Bara foi o primeiro a chegar ficando responsável pela “Granja Jagoda”, até a vinda de Jorge Lucki, este último, possuidor de um caráter muito humano, foi para os novos habitantes de colonizadora um verdadeiro ser humano, e por tantas boas informações que eu tive do Sr. Lucki, eu dei o nome de Luckinei a um dos meus filhos. A chegada e instalação do primeiro Feitor Gerente no local da Companhia Colonizadora na Colônia Jagoda ocorreu na sede do casarão do Campo Novo que se expandiu nesse local, hoje considerada a área mais central da cidade de Quedas do Iguaçu.
A madeira aos poucos foi cedendo lugar aos campos e picadas. As primeiras colheitas foram surgindo por volta de 1940 e a colonizadora polonesa era responsável pelo comércio das culturas compradas pelos colonos e vendidas em Laranjeiras do Sul e Guarapuava.
A colonizadora optou pela construção de casas estilo chalé, e surgiu a primeira serraria em 1938 movida à água. Em meados de 1946, Emílio de Morais comprou da Companhia Polonesa as terras Jagoda.
Dia 15/12/2007 nosso município completou 39 anos de Emancipação Político Administrativo. Ao contemplarmos o passado e refletirmos sobre ele, sabemos que essa História começou a ser escrita muito antes no mínimo há uns 120 anos atrás.
Os pioneiros foram os desbravadores e, com certeza o início de tudo. Com o passar do tempo foram vindo em busca de um futuro promissor, pessoas com especializações técnicas em áreas como: saúde, industrializações das madeiras e prestações de serviços em geral. Em decorrência de suas funções sociais essas pessoas se projetaram em nossa sociedade e conquistaram lideranças naturalmente.
A história Político Administrativo que começou a ser escrita neste lugar inicialmente chamada Companhia São Paulo - Rio Grande, depois Campo Novo e finalmente Quedas do Iguaçu.
Nesta época também surgiu a Fazenda Pinhal Ralo dos sucessores da Baronesa de Limeira e de propriedade da Companhia Colonizadora Mercantil do Paraná S/A.
Francisca de Paula Souza e Mello, a Baronesa de Limeira esposa de Vicente de Souza Queirós Barão de Limeira, era filho do Brigadeiro Luiz Antonio de Souza, Em 14 de Maio de 1894 Através do ato 1410 foi denominado em São Paulo uma rua que leva o nome da Baronesa de Limeira.
Havia na Colônia Jagoda após a compra pela Companhia: farmácia, granja, armazém, matadouro, serraria e escola. Ao todo já formavam um grupo de 80 (oitenta) famílias em meio àquelas matas e o silêncio das terras, surgiu algo muito importante: uma “bandinha” para alegrar os colonizadores e com ela dançava poloneses e gaúchos.
Os primeiros colonizadores que ali habitavam deixaram sinais de povoação onde hoje se ergue a Praça São Pedro, local que surgiu do acampamento dos desbravadores Miguel Martins da Luz e Antonio Gonçalves.
O CASARÃO DA JAGODA CONSTRUIDA EM 1943
O casarão da Jagoda construída em 1943, Hoje se encontra a Praça Pedro Alzides Giraldi
IMÓVEL PINHAL RALO
1. A gleba foi havida pela COMPANHIA DE ESTRDA DE FERRO SÃO PAULO-RIO GRANDE do ESTADO DO PARANÁ, através do titulo de revalidação de concessão, expedido em 19.06.1913, sob nº13, pelo então presidente do estado do Paraná, Dr.CARLOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE (doc. 1), transcrito nos cartórios de registros de imóveis da comarca de Guarapuava (PR..), 1º oficio, sob nº 14.128, ás fls. 220 do livro 3-H, em 08.02.38 (doc. 2), e da comarca de Foz do Iguaçu, sob o nº 1.258, às fls. 120/1 do livro 3-A, em 19.06.44 (doc. 3).
2. A CONPANHIA DE ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO – RIO GRANDE, a seu turno, vendeu dita área á CONPANHIA COLONIZADORA E MERCANTIL PARANAENSE S.A. por força de Escrituras Pública de Compra e Venda, lavrada nas notas de 1º Tabelião de Curitiba (PR), às fls. 145 v. do livro 258, aos 22.11.1935 (doc. 4),levada á transcrição, respectivamente, nos Cartórios de Registro de Imóveis de Guarapuava (PR), em 03.12.35, sob o nº 12.551, às fls. 195 do livro 3-G (doc. 5), e no Cartório de registro de imóveis de Foz do Iguaçu (PR), aos 19.06.44 sob nº1.259, às fls. 121 do livro 3-A (doc.6).
3. A COMPANHIA COLONIZADORA E MERCANTIL PARANAENSE S.A. vendeu as terras, por sua vez, aos Srs. JOSÉ ERMINIO DE MORAIS e PAULO PEREIRA IGNACIO, consoante Escritura Pública de Compra e Venda de Direitos sob diferença de área, lavrada nas notas do 2º Tabelião da cidade de São Paulo, aos 25.03.44, às fls. do livro 728 (doc. 7), devidamente transcrita no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Guarapuava (PR) sob o nº 1.742, às fls. 35 do livro 3-A, em 06.05.44 (doc. 8), e no.Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Foz do Iguaçu (PR). Sob o nº 1.260, às fls.121/2 do livro 3-A, em 19.06.44 (doc. 9), venda essa com a devida autorização sob nº 1.711 da Comissão Especial da Faixa de Fronteira (CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA) (doc. 7, p.7 docs.8 e9).
4. Ainda a COMPANHIA COLONIZADORA E MERCANTIL PARANAENSE S.A vendeu os lotes remanescentes da mesma área, aos mesmos compradores JOSÉ ERMINIO DE MORAIS e PAULO PEREIRA IGNACIO, conforme Escritura Pública de Compra e Venda lavrada aos 16.11.44, às fls. 104 v., do livro nº 67, nas Notas do 4º Tabelionato da Capital do Estado do Paraná (doc. 10), escritura essa retificada e ratificada pela Escritura Pública de re-ratificação lavrado aos 12.01.45, às fls. 3 /4 do livro nº 70, nas mesmas Notas do 4º Tabelionato de Curitiba (doc. 11), escrituras essas que foram devidamente transcritas no Cartório de Registros de Imóveis da Comarca de Guarapuava (PR), sob nº 2.355, à fls. 169 do livro 3-A, em 23.01.45 (doc. 12), por se referirem a áreas pertencentes apenas aquela circunscrição imobiliária.
5. Por meio da Escritura Pública de Constituição de Sociedade Anônima e Transferência de Imóveis lavrada aos 12.11.45, às fls. 28 v. do livro nº 891, nas notas do 11º Tabelião da Capital do Estado de São Paulo, Dr. Octavio Uchoa da Veiga (doc. 13), retifica e ratifica pela Escritura Pública lavrada nas mesmas notas aos 19.02.46, às fls. 98 v. do livro nº 887 9 doc. (14), o imóvel foi transmitido pelos Srs. JOSÉ ERMINIO DE MORAIS E PAULO PEREIRA IGNACIO e suas respectivas esposas, à titulo de incorporação de capital, à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de Imóveis de Foz do Iguaçu sob nº 4.426, às fls. 129 do livro 3-E, em 25.10.57 (doc. 15), e sob o nº 43, às fls. 19 do livro nº 3, em 16.09.46, no Cartório de Registro de Imóveis de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, então Capital do Território Federal do Iguaçu (doc.16). 6. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 28.04.65, publicada no Diário Oficial do Estado sob nº 101, em 07.07.65, às fls. 15 e 17, e arquivada na MM. Junta Comercial do Estado sob o nº 63.870(doc. 17), a COMPANHIA AGRICOLA,, E INDUSTRIAL IGUAÇU S. A. alterou a sua denominação social para CONPANHIA DE CELULOSE E PAPEL DO IGUAÇU, tendo sido a alteração devidamente averbada às margens das transcrições imobiliárias nº s 4.426 e 43, supra referidas, dos Cartórios de Registros de Imóveis das Comarcas de Foz do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná.
7. Por Escritura Pública de Dissolução e Extinção de Sociedade Comercial lavrada aos 03.11.72, nas notas do 2º Tabelionato da Comarca de Curitiba, Capital do Estado do Paraná, às fls.134 do livro nº 757, devidamente arquivada na Junta Comercial do Estado do Paraná sob nº 133.362, por despacho em sessão de 09.11.72, (doc. 18). E por cujo ato foi igualmente transmitido todo o seu patrimônio, ativo e passivo, a titulo de sucessão universal, sem solução de continuidade, para a sua única acionista, a firma GIACOMET – INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA. Inclusive o imóvel referenciado, o que foi, juntamente com outros, objetivo de novas transcrições imobiliárias junto aos Cartórios de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná. Sob o nº 19.379, às fls. 129 e seguintes do livro 3-Z, em 23.11,72, (doc. 19), e da Comarca de Cascavel, Estado do Paraná, sob o nº 34.813, fls. 40 do livro 3-BF, em 01.06.73 (doc. 20).
8. Por meio de ata, lavrada em 29.01.73, pela quais os sócios da GIACAMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA deliberam transformar seu tipo jurídico em sociedade anônima sob a denominação de GIACOMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS S.A. devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob o nº 336.924, em 14.02.73 (doc. 21), tendo sido a alteração devidamente averbada às margens da transcrição imobiliária nº 19.379, livro 3-Z, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 25.04.73.
9. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 17.09.73, a GIACOMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS S.A. alteraram sua denominação social para MAISONAVE – GIACOMET INDÚSTRIA DE MADEIRAS S.A. conforme ata devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob nº 360.904, em 20, 11,73(doc. 22), tendo sido a alteração devidamente averbada às margens da transcrição imobiliária nº 19.379, livro 3-Z, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 29.01.74.
10. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 25.08.75, a MAISONAVE GIACOMET INDÚSTRIA DE MADEIRAS S.A. alterou sua denominação social para GIACOMET MARODIN INDÚSTRIA DE MADEIRAS S.A., conforme ata devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob nº 420010, em 16.09.75 (doc. 23), tendo sido a alteração devidamente averbada às margens da transcrição imobiliária nº 19.379, livro 3-Z, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 27.11.75.
11. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 05.02.97, a GIACOMET – MARADIN INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS S.A. alteraram sua denominação social para ARAUPEL S.A. conforme Ata devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob nº 97/1590792, em 18.03.97 e na MM. Junta Comercial do Estado do Paraná sob nº 970676263, em 08.04.97 (doc. 24), tendo sido a alteração devidamente averbada asa margens das matriculas supra caracterizadas, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná.
12 Cadeia Sucessória das matriculas atuais do Imóvel Rio das Cobras, a partir Escritura Pública de Dissolução e Extinção de Sociedade Comercial,(doc. nº 18), transcrita junto ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 19.379, às fls. 129 e seguintes do livro 3-Z, em 23.11.72, (doc. 19).
a)Matricula atual nº 546,livro 2-RG, de29.06.1987, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel Rio das cobras, com área de 307,10 hectares (doc. 25), matricula anterior nº 13.854, livro 2-2 BG, de 11.07.1985, do CRI da Comarca de Laranjeiras do sul, PR.(doc. 26), Registro nº 19.379, livro 3-Z, supra caracterizado.
b)Matricula atual nº 547, livro 2-G, de 29.06.1987, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras, com área original, nesta matricula, de 9.060,00 hectares e área remanescentes de 4.506,6153 hectares (doc. 27), Matricula anterior nº16.030, livro 2-2BO, de 24.06.1987, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul, PR. (doc28).unificação da matricula nº 2.323,Livro 2-1-G, de 05.12.1977 do CRI da Comarca de Laranjeira do sul,Pr.(doc. 29), Registro nº 19.379,livro 3-Z, supra caracterizado, registro nº 19.379,Livro 3-Z.
c)Matricula atual nº 5.448, Livro 2-RG, de 01.02.1996, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras- PROJETO Nº 8/9, com área de 4.526,00 hectares (doc. 30), Matricula anteriores: matricula nº 547 e matricula nº 16.030, supra caracterizadas; Registro nº 19.379, livro 3-Z, supra caracterizado.
d) Matricula atual nº 5.423, Livro 2-RG, de 14.12.1995, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras-SETOR MARGARETE, com área de 14.906,93 hectares (doc. 31), Matricula anteriores: matricula nº 548, Livro 2-RG, de 20.06.1987, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, (doc. 32), matricula nº 16.029, Livro 2-1-NB, de 24.06.1987, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul, Pr.(doc34), matricula nº 2.293, Livro 2-1-G, de 24.11.1977, .(doc35), registro R-1-4.723, 2-1-S, de 04.09.1979 (doc.38), todos do CRI da Comarca de Laranjeiras do sul, PR Registro nº 19.379, Livro 3-Z, supra caracterizado; registro nº 19.379, Livro 3-Z.
e) Matricula atual nº 6.503, Livro 2-RG, de 13.01.1999, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras - SETOR MANUFATURADO, com área de 165,00 hectares (doc. 39), Matricula anteriores: matricula nº 548, matricula nº 16.029,unificação das matriculas e registros seguintes: matricula nº 5.919, matricula nº 4.808, matricula nº 11.135, matricula nº 2.293, registro R-1-4.723, ao registro nº 19.379, supra caracterizado; registro nº 19.379, Livro 3-Z.
f) Matricula atual nº 6.504, Livro 2-RG, de 13.01.1999, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras - SETOR RIO CAMPO NOVO, com área de 1.480,00 hectares (doc. 40), Matricula anteriores: matricula nº 548, matricula nº 16.029,unificação das matriculas e registros seguintes: matricula nº 5.919, matricula nº 4.808, matricula nº 11.135, matricula nº 2.293, registro R-1-4.723, ao Registro nº 19.379, supra caracterizado; registro nº 19.379, Livro 3-Z.
g) Matricula atual nº 6.505, Livro 2-RG, de 13.01.1999, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras - SETOR CORREGO DO ENGANO, com área de 1.415,00 hectares (doc. 41), Matricula anteriores: matricula nº 548, matricula nº 16.029,unificação das matriculas e registros seguintes: matricula nº 5.919, matricula nº 4.808, matricula nº 11.135, matricula nº 2.293, registro R-1-4.723, ao Registro nº 19.379, supra caracterizado; registro nº 19.379, Livro 3-Z.
h) Matricula atual nº 6.506, Livro 2-RG, de 13.01.1999, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras - SETOR N.A.R.I., com área de 4.233,40 hectares (doc. 42), Matricula anteriores: matricula nº 548, matricula nº 16.029,unificação das matriculas e registros seguintes: matricula nº 5.919, matricula nº 4.808, matricula nº 11.135, matricula nº 2.293, registro R-1-4.723, ao Registro nº 19.379, supra caracterizado; registro nº 19.379, Livro 3-Z.
13. Cadeia sucessória da matricula atual nº 2.726, Livro 2-RG, de 18.05.1990, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural com área original. Nesta matricula, de 205,03 hectares e área remanescentes de 190, 126 hectares, do imóvel Rio das cobras, localizado na Vila Residencial da Usina Hidrelétrica Salto Osório (doc. 43), matriculas anteriores, Matricula nº 2.725, Livro 2 - RG, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, pr. (doc. 44), Matricula nº 8.845 Livro 2-1-AJ, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, unificação dos e registros nº 17.644, 17.69, 17.752 e 17.753, livro3-U, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul,pr.(doc.45),transcrição nº 43, fls.19 a 21 do livro nº 3, de 16.09.1946, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, (doc.16).
SITUAÇÃO POSSESSÓRIA:
A posse do referido imóvel vem desde 1913, quando a concessionária COMPANHIA DE ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO – RIO GRANDE obteve a revalidação de sua concessão pelo titulo de proprietária plena, expedido pelo Estado do Paraná, este calçado em todos os elementos necessários à perfeita identificação e delimitação de seu perímetro; por sua vez a COMPANHIA DE ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO – RIO GRANDE, no ano de 1935, vendeu dita área à COMPANHIA COLONIZADORA E MERCANTIL PARANAENSE S.A. que, no ano de 1944, com a devida, autorização sob nº 1.711 da comissão Especial da faixa de fronteira (CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA) vendeu as terras ao Srs.JOSE HERMINIO DE MORAIS e PAULO PERREIRA IGNACIO; sendo tal posse mantida incólume até o presente, por todos os seus sucessores, conforme supra caracterizado.
EXTENSÃO SUPEERFICIAL
No que tange à extensão, cumpre esclarecer que;
1.A COMPANHIA DE ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO – RIO GRANDE quando obteve a revalidação de sua concessão pelo titulo de propriedade plena, expedido pelo estado do Paraná, este compreendia a área de 630.040,000m² (seiscentos e trinta milhões e quarenta mil metros quadrados), ou seja, 63.004,00 hectares(seiscentos e três mil e quatro hectares), conforme medição iniciada em 20.11.1911 e concluída em 26.05.1912, procedia pelo eng. civil FRANCISCO GUTIERREZ BELTÃO, comissário de terras,do 3º comissário de terras estado do Paraná,copia dos elementos processuais da medição, Planta e Memorial Descritivo (doc.17), esta vendeu para a COMPANHIA COLONIZADORAE MERCANTIL PARANAENSE, a área supra caracterizada(doc.18),que por sua vez procedeu a re-medição do imóvel eo levantamento de suas linhas limítrofes, tendo apurado uma diferença a menor de 3.627,66 hectares ficando área em 59.376,34 hectares ( ), iniciando uma colonização, vendeu lotes urbanos e rurais totalizando a área de 6.694,96hectares, remanescendo a área de 52.681,38 hectares ( ), que foi vendida para JOSÉ ERMINIO DE MORAIS E PAULO PEREIRA INACIO( ), que somando-se a área de 921.350 m², ou seja, 92,135 hectares, adquiridos por estes da mesma COMPANHIACOLONIZADORA E MERCANTIL PARANAENSE (doc.12), totalizam 52.773,515 hectares; a área correta é de 52.773,415 hectares, imóvel que foi transmitido pelos Srs. JOSE ERMINIO DE MORAIS E PAULO PEREIRA IGNACIO e suas respectivas esposas, a titulo de incorporação de capital à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU(doc.13 p.8,), objeto de circunscrição nº 3, do CRI de Laranjeiras do Sul Pr.(doc.16), por sua vez a COMPANHIA AGRICOLA EINDÚSTRIAL DO IGUAÇU,e sua sucessora COMPANHIA DE CELULOSE E PAPEL DO IGUAÇU, venderam também alguns lotes, num total de 20.608126 m² ou seja, 2.060,8126 hectares cuja relação dos lotes vendidos se encontram à margens da transcrição nº 43,supra caracterizada, remanescendo, portanto, da área original de 52.773,415 hectares, um saldo de 50.712 ,602 Hectares, havida pela GIACOMET – INDÙSTRIA E COMERCIO DE
PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA.,
conforme Escritura Pública de dissolução e Extinção de Sociedade Comercial, em sessão de 09.11.72 (doc. 18.p,9), e Registro nº 19.379, Livro 3-Z.
2. Em relação a recente medição da área remanescentes, realizada pela empresa Schiaffino & Wo - consultoria e Serviço LTDA. – Geo Topo, com elaboração de peças georreferenciadas, na realidade, não há diferença entre a “área remanescente registrada” e a “área remanescente medida”, pelo menos por duas razões:
a)Estava parcialmente incorreta a re-medição do Imóvel rio das Cobras, procedida em 1944 pela Cia. Colonizadora e Mercantil Paranaense, conforme consta(doc7 p.18), pois alinha limítrofe marcada pelo Rio Iguaçu, foi levantada somente em parte, podendo seguramente configurar a diferença de área a menor 3.627,66 hectares. Prevalecendo, portanto como a mais correta, mesmo que elaborada sem os recursos tecnológicos atuais, a medição executada em 1911/1912, pelo engenheiro Civil FRANCISCO GUTIERES BELTRÃO, Comissário de Terras, do 3º comissariado de Terras do Estado do Paraná, conforme cópia dos elementos processuais da medição, Planta e memorial descritivo (doc. ).
Face à dimensão do imóvel, aplica-se o dispositivo no parágrafo Único do Artigo 1136 do código civil Brasileiro, eis que a diferença não excede a 1/20(um vinte avos) da extensão total enunciada no titulo original. Da área original, foram efetuadas as baixas, mediante medição de cada uma delas, deduzindo-se documentalmente desta, até se chegar à área atual remanescentes.
Plantação de cana de açúcar.
Os terrenos perto do Rio Iguaçu são bons para cultivar vegetal repicais, como a cana de açúcar, abacaxi bananas a árvores cítricas, embora elas estejam na parte mais alta da colônia. Para conhecer a região, assim chamada de cana de açúcar, dediquei alguns dias a uma expedição para este fim, andando a cavalo. O caminho é de 24 Km. Os primeiros 10 Km. Passam pelas moradias dos colonos e matos de pinheiros Em seguida começa se estreitar em difícil picada. Apesar do abate do matagal feito por dois caboclos que íam na minha frente. Picada passava sucessivo pelo mato de pinheiros, de samambaias, extremamente pitoresca, mas provando que a qualidade da terra seria inferior. No final a picada entrava no mato branco, forrado de brecha (termo utilizado para mata virgem bem fechada) de taquara, taquaruçú, putinga e criciúma, junca dificultando a passagem. A cada Instante precisava parar e fazer corte, abrindo corredor na tensa brecha de junca. O mais desagradável era a brecha de junca do taquaruçú, que tem encurvados espinhos que rasga o vestuário, deixando o esfarrapado. No entanto essas brechas provam à fertilidade destes terrenos. Certa distância do Rio Iguaçu, a administração da Colônia plantou como experiência um pouco de cana de açúcar, bananeira e abacaxi. As bananeiras de abacaxis se apresentam e a cana de açúcar um pouco desfigurada. Provavelmente a causa disso é que a cana foi comida pelos numerosos viados que passam por ali. A esperiência deveria ser repetida no lugar mais aberto, mas perto do rio protegido diante da variedade dos animais silvestres. Nesta região o clima é ma is quente do que nos terrenos da parte superior da Colônia. A geada pelos invernos atuados pelos vapores do rio. Bem perto do campo de cana de açúcar passa o Rio Iguaçu. Quanto ao ponto de vista turístico, ele tem bastante encanto e do ponto de vista econômico sua importância é pequena, pois as cachoeiras e cascatas dificultam o aproveitamento como linha de transporte. Visitei cachoeiras de 15 m, Salto Osório, encontra se no Rio Iguaçu alguns Km. dos terrenos de cana de açúcar. Pode ser que no futuro sua enorme força será aproveitada aos fins técnicos da Colônia. Cachoeira Salto Osório.
A permanência junto ao rio é bastante desagradável por causa das mosquinhas fervilhas que aparecem em miríades. Durante o dia, os borrachudos incomodam. Em conseqüência da derrubada de matos a quantidade de mosquinhas diminuiu perto da sede da Colônia. Os colonos do Rio Grande não se importam com elas, os recém vindos da Europa é que ficam apavorados da quantidade de moscas das cachoeira do Salto Osório.
IMÓVEL PINHAL RALO
CADEIA DOMINAL SUCESSÓRIA
RESUMO EVOLUTIVO DA EXTENÇÃO SUPERFICIAL DO IMÓVEL PINHAL RALO
A PARTIR DA ÁREA ORIGINAL ATÉ A ÁREA REMANESCENTE REGISTRADA
AREA ORIGINAL BAIXAS REMANESC.
IMÓVEL PINHAL RALO (TITULOS ORIGINAIS) 49.881,9700 ha
- Venda p/Eletrosul/ alagam. 1973 baixa R. 19379 (-) 373, 38053 ha
- Desmembram. (fls.13R. 19379) p/M.1.234 em 1976 (-) 49.508,58947 ha 49.508,5894 ha
Saldo do R. 19.379(deduz. Venda e desmemb.) (=) 0,00000 ha
- Doação p/Eletrosul R.2-1. 234 em 1976 (-) 57, 7890 ha
- Doação p/Pref.Mun. L.Sul R. 10.1.234 em 1985 (-) 4, 8400 ha
- Permuta c/Eletrosul R.25-1. 234 em 1991 (-) 965, 0000 ha
- Doação p/Eletrosul R.29-1. 234 em 1993 (-) 736, 1761 ha
- Desmemb. Av.32-1. 234 p/M.20.472 em 1996 (-) 13.420,0000 ha 13.420,0000 ha
- Desapropriação INCRA AV.6-20. 472 EM 1998 (_) 9.400,0000 ha
Saldo da M.20.472 Desmemb. p/M.21.967 em 1999 (=) 4.02,0000 ha
- venda p/Giacomar/dísapr. INCRA Av. 33- 1234/97 (-) 16.852,1600 ha
- Desmemb. Av. 56-1. 234 p/M.22.555 em 2000 (-) 6,631,000 ha 6, 631,0000 ha
- Desmemb. Av. 56-1. 234 p/M.22.556 em 2000 (-) 4.074,000 ha 4.074,0000 ha
- Desmemb. Av. 56-1. 234 p/M.22.557 em 2000 (-) 4.027,0000 ha 4.027,0000 ha
- Desmemb. Av. 56-1. 234 p/M.22.558 em 2000 (-) 2.740,6243 ha 2.740,6243 ha
Saldo da Matricula nº 1.234 (=) 0, 0000 ha
TOTAL REMANECENTE IMÓVEL PINHAL RALO 21.492,6243 ha
HISTÓRICO de pinhal ralo
1. A FASENDA PINHAL RALO foi primitivamente havida por posse mansa e pacifica de Maximiano e Ponciana nogueira. Que fizeram o registro de acordo com o decreto de 1854. Seus herdeiros e sucessores transferiram diretamente e indiretamente os seus direitos ao Dr. Luis Vicente de Souza Queiroz conforme consta no processo de legitimação de posse acima referido. Por sua morte, os seus direitos passaram a sua mãe, dona FRANCISCA PAULA DE SOUZA QUEIROZ, BARONESA DE LIMEIRA, e por morte desta, aos seus herdeiros e sucessores diretos, os quais representam onze quinhões condôminos. Tratando-se de posse sujeita à legitimação, os herdeiros e sucessores da BARONEZA DE LIMEIRA, promoveu o respectivo processo, o qual foi aprovado pelo PRESIDENTE DO ESTADO DO PARANÁ, CARLOS CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE, aos 14 de agosto de 1913, sendo expedido os respectivos títulos, um sobre a área legitimável de 6.000 hectares e outro, por compra, sobre o excesso de área de 43.881 hectares e 97 ares (doc.1 e 2), títulos transcrito no Cartório de Registro geral de imóveis da Comarca de Guarapuava Estado do Paraná, aos 26.10.43, respectivamente sob os nº1.325 e 1.326,às fls.251 do livro nº3, em nome dos HERDEIROS DA BARONESA DE LIMEIRA (doc.3 e 4).
A enumeração dos herdeiros foi promovida através de AVERBAÇÃO procedida às margens das transcrições imobiliária nº 1.325 e 1326 supra aludido (doc. 5), ficando esclarecido que os 11 quinhões pertenciam a:
QUINHÃONº1: GENEBRA DE AGUIAR BARROS;
QUINHÃO Nº 2: FRANCISCA MIQUELIA DE SOUZA QUEIROZ, casada com o Dr. FRANCISCO ANTONIO DE SOUZA QUEIROZ.
QUINHÃO Nº 3: Dr. VICENTE CARLOS DE FRANÇA CARVALHO;
QUINHÃO Nº 4: CONSELHIERO CARLOS LEONCIO DA CARVALHO;
QUINHÃO Nº 5: DR. PAULO SOUZA DE QUEIROZ;
QUINHÃO Nº 6: D. ALICE QUEIROZ DE BARROS, casada com o Dr. CARLOS PAES DE BARROS;
QUINHÃO Nº 7: CAROLINA DE SOUZA QUEIROZ DE MORAES, casada com DR. DOMINGOS CORREA DE MORAIS;
QUINHÃO Nº 8 – de PAULINA DE SOUZA QUEIROZ.
QUINHÃO Nº 9: SEBASTIANA DE SOUZA QUEIROZ, casada com PEDRO EGIDIO DE QUEIROZ LACERDA;
QUINHÃO Nº10: TEOBALDO DE SOUZA QUEIROZ;
QUINHÃO Nº 11: JOSÉ VICENTE DE SOUZA QUEIROZ;
2. O condomínio existente foi extinto pela aquisição de todos os quinhões pela firma COMPANHIA AGRICOLA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, que houve tais partes diretamente ou dos herdeiros ou sucessores daqueles primitivos proprietários, através dos seguintes títulos:
QUINHÃO Nº1- de GENEBRA DE AGUIAR BARROS.
Histórico:
Os direitos hereditários correspondentes à totalidade do quinhão foram adquiridos pela COMPANHIA AGRÍCOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU dos seus herdeiros ou sucessores, da seguinte forma:
a)os direitos hereditários de D. FRANCICA BARROS DA VEIGA,viúva do Dr. Evaristo Pereira da Veiga, como herdeira universal de Genebra Aguiar Barros, foram havidos pelos Srs.DR. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, através de escritura pública lavradas Notas do 2º Tabelião da comarca da Capital do Estado de São Paulo, em 21.0744,livro 738,fls.2(doc.11), estes, por sua vez, transferiram os mesmos direitos à COMPANHIA AGRÍCOLA E INDÚSTRIAL IGUAÇU,por força das escrituras públicas de constituição de Sociedade Anônima e de Adiantamento e retificação, a titulo de incorporação de capital, lavradas nas notas do 11º Tabelionato da comarca da Capital do Estado de São Paulo, respectivamente em 12.11.45, livro 891,fls.28 v., e 19.02.46, livro 887,fls.93 v.(doc. 14 e 15).
b) a COMPANHIA AGRÍCOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU adquiriu os direitos hereditários dos seguintes herdeiros e sucessores do Dr. Evaristo Ferreira da Veiga; de Dr. Marcio Pereira Munhoz e sua mulher, Heloísa da Veiga Munhoz; Dr. Artur Souza da Veiga e sua mulher, Maria de Lurdes Fonseca da Veiga; Dr. Carlos de Moraes Barros e sua mulher, Maria Alice Munhoz de Moraes barros; Dr. Alberto de Sá Moreira e sua mulher Maria Helena Munhoz de Sá Moreira, Eduardo da Veiga Munhoz e sua mulher Maria do Carmo Cintra Munhoz, através de escritura Pública lavrada nas notas do 2º Tabelião da cidade de São Paulo. Às fls.64 do livro 763, em 05.05.47(doc.)
C) a COMPANHIA AGRÍCOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU adquiriu os direitos hereditários do Sr.Marcio Munhoz Filho, na qualidade de herdeiro do Sr, Evaristo Ferreira da Veiga, conforme escritura lavrada no mesmo 2º Tabelionato supra citado, às fls. 48 do livro 773, em 28.05.47. (doc.)d)a COMPANHIA AGRÍCOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, houve dos direitos hereditários que pertenciam a Álvaro e Rute da Veiga, como sucessores de Evaristo Ferreira da Veiga, através de ARREMATAÇÃO em hasta pública realizada aos 10.12.47, que se processou nos autos de inventario do referido Evaristo Ferreira da Veiga, pelo juiz da 5ª Vara da Família e das Sucessões da Capital do Estado de São Paulo(doc. 6 fls.9).
Titulo de domínio:
Tendo a COMPANHIA AGRÍCOLA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU obtida, por essa forma, tornar-se cessionária da totalidade do quinhão do condômino GENEBRA DE AGUIAR BARROS, constituído de 1/11 do total da Fazenda Pinhal Ralo. o domínio correspondente lhe foi adjudicado conforme Carta de Adjudicação extraída dos autos de inventario do Dr. EVARISTO FERREIRA DA VEIGA, processo perante o juiz da 5ª Vara da Família e das sucessões da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, (doc. 6), cuja adjudicação foi homologada por sentença, em 09.09.1948, (doc.fls.27), pelo juiz de direito Dr. Rafael F. Feraz de Sampaio, cuja sentença transitou em julgado, e cuja carta foi devidamente transcrita no Cartório de Registro de Imóvel da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.424, às fls. do livro 3-b, aos 03.04.52 (doc7),
QINHÃO Nº 2- de FRANCISCA MIQUELINA DE SOUZA QUEIROZ, casada com o Dr. Francisco Antonio de Souza Queiroz.
Histórico:
Os direitos hereditários correspondentes à totalidade do quinhão foram adquiridos pela COMPANHIA AGRÍCOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU dos seus herdeiros e sucessores, da seguinte forma:
a)Através de escritura pública lavrada nas Notas 2º Tabelionato da cidade de São Paulo, em 17.07.47, livro nº 764,fls. 66v., de José Maria Largacha e sua mulher Francisca Colona Largacha; Álvaro Novaes Largacha, Eunice Novaes Largacha, Guiomar Novaes Largacha, Durval Novaes D’Ávila Rebouças e sua mulher, Judite Ferreira D’Ávila Rebouças, Aécio Junqueira Rebouças e sua mulher, Maria Leal Rebouças, Alcina Rebouças Ribeiro, Artur D’Ávila Rebouças (doc.8 fls.33).
b) Através de escritura pública lavrada nas mesmas Notas e datas, livro 780, fls.12v., de Antonia Freire de Souza Queiroz, Francisco Augusto de Souza Queiroz, Regina de Souza Queiroz, Dr. Alfredo Egydio de Souza Aranha e sua mulher, Deice de Souza Aranha, Olavo Egydio de Souza Aranha Filho, Antonio Francisco de Souza Aranha, Alfredo Egydio de Souza Aranha, Francisca de Aranha Setúbal, Vicentina de Aranha Setúbal, que também assina Maria Vicentina Setúbal, Olavo de Aranha Setúbal e sua mulher, Matilde de Azevedo Setúbal, Arícia Ferraz(doc.8 fls.37). Titulo de domínio:
Carta de adjudicação extraída dos autos de inventario do Dr.Francisco Antonio de Souza Queiroz, passada em favor da COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, processada perante o juiz da 5ª Vara e Cartório do 5º Oficio da Família e dos Sucessores da Comarca da Capital do Estado de São Paulo,(doc.8), a qual foi homologada por sentença de 28.06.48,(doc. fls.49v.), pelo MM.Juiz de Direito Dr. Rafael F. Sampaio, Cuja sentença transitou em julgado, e cuja carta foi devidamente transcrita no Cartório de Registro de Imóveis de Laranjeiras do Sul,Estado do Paraná, sob o nº 1.425, fls.155 do livro 3-B, aos 04.04.52 (doc.)
QUINHÃO Nº 3 – de VICENTE CARLOS DE FRANÇA CARVALHO
Histórico:
os direitos hereditários correspondentes à totalidades do quinhão foram adquirida pelo Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, que por sua vez os cederam à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, pela seguinte forma;
a)por escritura pública lavradas nas Notas do 2º Tabelião da Capital do Estado de São Paulo,22.07.44,livros de notas nº 738, fls. 5, os herdeiros do Dr. Vicente Carlos de França Carvalho, Dr. JOSE CARLOS DE FRANÇA CARVALHO e sua mulher, NOEMIA MACHADO DE FRANÇA CARVALHO, MARIA EUGENIA DE FRANÇA CARVALHO AZEVEDO CASTRO; ANTONIETA FERREIRA DE CASTRO, transmitiram seus direitos hereditários ao Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO (doc.10 fls.15),
b) por escritura pública lavradas nas Notas em 10.05.46, Livro de notas nº 761, fls.6, os herdeiros VICENTE CARLOS DE FRANÇA CARVALHO FILHO e sua mulher MARIA JÚLIA DE OLIVEIRA FRANÇA CARVALHO, transferiram os seus direitos hereditários ao Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, (doc.).
c) por escritura pública lavradas nas mesmas Notas em 31.07.46, Livro 766 fls.37 em 15.07.47, livro 779, fls.15, o Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e sua mulher, HELENA PEREIRA DE MORAES, e PAULO PEREIRA IGNACIO e a sua mulher, IRENE PEREIRA IGNACIO, transferiram à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, respectivamente os direitos hereditários havidos pelas escrituras de 10.05.46 e 22.07.44 (doc.10 fls.44v.e fls.51); Titulo de domínio:
Carta de adjudicação passada em favor da COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, extraída dos outros de inventario do Dr. VICENTE CARLOS DE FRANÇA CARVALHO, processado perante o Juiz da 10º Vara Cível e Comercio da Capital do Estado de São Paulo, (doc.10), que foi homologado por sentença de 11.10.47, pelo MM. Juiz de Direito Dr. Francisco de Souza Nogueira, (fls.55), cuja sentença passou em julgado, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.411, às fls.142 do livro 3-B, em 26.03.52 (doc.44). QUINHÃ Nº 4- do CONSELHIERO CARLOS LEONCIO DA CARVALHO e QUINHÃO Nº 9: SEBASTIANA DE SOUZA QUEIROZ Titulo de domínio:
a)pela escritura pública de compra e venda lavradas nas Notas do 2º Tabelião da Capital do Estado de São Paulo, Dr Antenor Liberato de Macedo, às fls.1 do livro n] 738, em 19.07.44 (doc. ), os Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, adquiriram os quinhões de Sebastiana de Souza Queiroz, e da herança do conselheiro Carlos Leôncio de Carvalho, representada pelo Dr. José Joaquim Cardoso de Mello Junior, conforma escritura de acordo e mandato em causa própria lavradas nas Notas do 1º Tabelião da Capital do Estado de São Paulo, em 09.12.1919, e autorização do juízo da Provedoria da Capital Federal por Alvará expedido em 12 de novembro do mesmo ano, constituídos portanto de 2/11 do total da fazenda, correspondente a 3.748 alqueires ou 9.070 hectares. Dita escritura foi devidamente transcrita no Cartório de Registro de Imóveis da cidade ,Município e Território Federal IGUASSÚ, hoje Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 06.06.46, sob o nº 18, às fls.8v. Do livro 3 (doc.13). b)Pela escritura Pública de Constituição de Sociedade Anônima e transferência de imóveis lavrada aos 12.11.45, às fls.28v. do livro nº891, nas notas do 11º Tabelião da Capital do Estado de são Paulo, Dr. Otavio Uchoa de Veiga,(doc.11), retificada e ratificada pela escritura pública lavrada nas mesmas Notas aos 19.02.46, às fls.98v.do livro nº 887 (doc.15), o imóvel foi transferido pelos Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, e suas respectivas esposas à titulo de incorporação de capital, à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de imóveis de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob nº 43, às fls.19 do livro 3, em 16.09.46(doc ).
QUINHÃO Nº 5: DR. PAULO SOUZA DE QUEIROZ;
Histórico: Ao direitos hereditários correspondente à parte do quinhão foram adquiridos pelos Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, que por sua vez os cederam à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, adquirido esta, ainda diretamente, os direitos hereditários restantes, permitindo-lhe se titular de todos os direitos relativos ao quinhão. Os documentos de aquisição foram os seguintes:
a)Escritura pública lavradas nas notas do 2º Tabelião da Comarca da Capital do Estado de São Paulo em 09.09.45, livro d notas nº 701,fls.98, os Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, adquiriram os direitos de Genaro Pilar do Amaral e sua mulher Silvia de Souza Queiroz Pilar do Amaral; Adelaide Eugenia de Souza Queiroz e Lucila de Souza Queiroz,(doc.).
b)Por escritura pública lavrada a nas mesmas notas e na mesma data, às fls.98,do livro 701, os Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, adquiriram os direitos de Alberto de oliveira Coutinho e sua mulher, Valentina de Souza Queiroz Coutinho(doc.}
c)Por escritura pública lavrada a nas mesmas notas, em 09.09.46 às fls.77 do livro 705, ao mesmos adquirentes houveram os direitos hereditários de Oscar de Andrada Coelho e sua mulher, Haide Simões de Andrada Coelho;Octavio de Andrada Coelho e sua mulher Zaíra Carneiro Coelho, Renato de Andrada Coelho e sua mulher, Lucia Amaral de Andrada coelho ; Edgar de Andrada Coelho; Luiz Carlo Galvão Coelho; Carlos Eduardo Galvão Coelho; Paulo Galvão Coelho e Ruy Galvão Coelho (doc.19). d) Por escritura pública lavrada a nas mesmas notas, em 20.01.44 às fls.86 do livro 706, os mesmos adquirentes houveram os direitos hereditários Sergio Galvão de Andrada Coelho(doc.).
e) Por escritura pública lavrada a nas mesmas notas, em 10.02.44 às fls.3 do livro 724, os mesmos adquirentes houveram os direitos hereditários de Mariana Procópio de carvalho e Wanda de Andrada e Silva (doc.21),
f) Por escritura pública lavrada a nas mesmas notas, em 29.02.44 às fls.46 do livro 717, os mesmos adquirentes houveram os direitos hereditários de Durval de Andrada e silva; Mario Bueno Azambuja e sua mulher, Maria de Lurdes de Andrade Azambuja; Gilberto de Andrada e Silva e sua mulher Olga de Andrada e Silva (doc.220.
g) De acordo com as escrituras publicas de constituição e Sociedade Anônima e retificação e ratificação, lavradas nas notas do 11º Tabelião da mesma comarca, respctivamnete em 12.11.45 e 19.02.46, os casais JOSE ERMINIO DE MORAES e sua mulher, HELENA PEREIRA DE MORAES, e PAULO PEREIRA IGNACIO e a sua mulher, IRENE PEREIRA IGNACIO, a titulo de incorporação de capital social cederam todos os direitos acima mencionado à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, (doc.14 e 15);
h)Por Escritura lavradas no 2º Tabelião da mesma comarca em 23.07.46, ás fls.27v.do livro 758, a COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU adquiriu ainda os direitos hereditários do Dr. Raul de Andrade e silva e sua esposa, Eleonora dos Santos de Andrade Silva; Mario de Andrade e Silva e sua mulher Gleide de Andrada e silva.(doc.23).
i) finalmente, por escritura lavrada no mesmo tabelião, em 03.03.47, às fls.96 v. do livro 766, a COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU adquiriu os direitos hereditários de Dr. Silvio Alves de lima e sua mulher, Dora Andrada Alves de lima, completando assim todos os direitos hereditários atinentes ao quinhão referido (doc.21).
Titulo de domínio:
Carta de adjudicação passada em favor da COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU extraída dos autos de inventario do Dr. Paulo de Souza Queiroz e sua mulher, Narcisa Andrada de Souza Queiroz, processada pelo juiz de, 1º vara da família e das sucessões e cartório do 1º oficio da comarca da capital do Estado de são Paulo, (doc.25) adjudicação homologada em 19 de setembro de 1947 pelo MM. Juiz de direito Dr. WASHINTON DE BARROS MONTEIRO. (DOC). Cuja sentença transitou em julgado, titulo esse devidamente transcrito no cartório de registro de imóveis da comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob nº 1.415, às fls. 146 do livro 3-B, em 28.03.52 (doc.20).
QUINHÃO Nº 6: D. ALICE QUEIROZ DE BARROS, casada com o DR. CARLOS PAES DE BARROS;
Histórico:
Com o falecimento de Alice Queiroz de Barros e do Dr. Carlos Paes de Barros, foram os seus inventario processado pelos cartórios de 6º e do 2º ofícios da família e das sucessões da comarca de São Paulo, partilhadas as suas menções no imóvel “PINHAL RALO” em partes iguais entre os seus três filhos, tocando a cada um a área ideal de 1.511,5747 hectares, vindo toda o ser adquiridas pela COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, da seguinte forma:
6-1- O quinhão de CARLOS PAES DE BARROS JUNIOR:
a)por Escritura Pública lavrada nas notas do 2º Tabelião da comarca da Capital do Estado de São Paulo, em 21.07.44,às fls.2v.do livro 738, o Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO
Adquiriram a metade da menção de Adelina Lopes de Paes Barros, bem como os direitos hereditários de Rubens Paes de Barros e sua mulher Yolanda Alves Paes de Barros; Célia Barros Ferreira da Silva e seu Marido Miguel Ferreira da Silva Neto; Alice Barros Sampaio Viana e seu Marido Octavio Sampaio Viana; Andreza Paes de Barros do Amaral e seu marido Jose Alves do Amaral; e Dr. Caio Sergio Paes de Barros. (doc27, fls11 e 17).
b)De acordo com as escrituras Públicas de Constituição de Sociedade Anônima e de Retificação e Ratificação, lavradas nas notas do 11º Tabelião da mesma Comarca, respectivamente em 12.11.45, e 19.02.46, os casais JOSE ERMINIO DE MORAES e sua mulher, HELENA PEREIRA DE MORAES, e PAULO PEREIRA IGNACIO e a sua mulher, IRENE PEREIRA IGNACIO, a titulo de incorporação de capital social, Transferiram todos os direitos acima mencionados à, COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU (doc.44 e 44. e doc. 27 fls.19).
c)Por escrituras pública lavradas nas Notas do 2º Tabelião da Comarca de São Paulo, em 24.04.46, às fls.95 do livro 745, dona Adelina Lopes de Barros transmitiu ao Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO a outra metade da menção dos seus direitos sobre o imóvel (doc.27 fls.35v.).
d)Por escritura pública lavrada nas mesmas notas, em 31.07.46, às fls.37 do livro 766,os cessionários JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO e suas respectivas esposas, transferem ditos direitos à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU (doc. ). Titulo de domínio referente ao 1º Quinhão:
Carta de adjudicação passada em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, extraída dos autos de inventários do Dr. Carlos Paes de Barros Junior, processado perante o Juiz da 3ª Vara e Cartório do3º Oficio Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo (doc.] homologado por sentença de 31.12.46, do MM. Juiz Dr. Lúcio Queiroz de Moraes, (doc.) cuja sentença transitou em julgado, correspondente e uma parte ideal com 1.511 há 57ª.e 47 cá. ou 624,607 alqueires, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.414, às fls.145, do livro 3-B, em 28.03.52(doc. ).
6-B- Quinhão de ALICE DE BARROS DE SOUZA ARANHA:
a)As partes ideais havidas nos inventários dos seus pais, Alice Queiroz de Barros e Carlos Paes de Barros, foram devidamente levados à transcrição no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, tomando os nº.411 e 414, às fls.211 e 214/5,respectivamente, do livro 3, (doc29 e 30).
Titulo de domínio- 377,89 hectares.
Escritura Pública de compra e venda lavrada aos 07.05.51, nas notas do 2º Tabelião da cidade de São Paulo, lavrada às fls.97 do livro 819, em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, (doc.nº32). Devidamente transcrita no Cartório de Registro de Imóvel da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº1360 às fls.114 do livro 3-B, em 05.03.52 (doc. 32);
b) Por escrituras públicas lavradas nas Notas do 2º Tabelião da cidade São Paulo, em 29.12.49, ‘s fls.63 do livro nº804. D. Alice Barros de Souza Aranha, como herdeira universal dos bens do inventario de Jose Egydio de Sousa Aranha, cedeu os seus Direitos sobre uma área ideal de 1.133 h, 68 a. e 11 cá.ou 468,4 alqueires, a COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, (doc. ).
Titulo de domínio -1.133 há. 68ª. e 11 cá.
Carta de Adjudicação passada em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, extraída dos autos de inventario do Saª Jose Egydio de Souza aranha, processados pelo Juiz da 3ª Vara e Cartório do, 3º Oficio da Vara da Família e das sucessões da Comarca da capital do Estado de São Paulo, (doc.33), a qual foi homologada por sentença de 30.10.51 pelo MM. Juiz de Direito Dr. L. CINTRA DO PRADO. (doc.) cuja sentença transitou em julgado, titulo esse devidamente transcritos no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do sul, Estado do Paraná, sob nº 1.426, às fls.157 do livro 3-B, em 04.04.52 (doc34).
6-C- Quinhão- de EDITH PAES DE BARROS
a)as parte ideais havidas nos inventários dos pais, Alice Queiroz de Barros e Carlos Paes de Barros, foram devidamente levados à transcrição no cartório de Registro de imóveis da comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, tomando os nº s.412 e 413, respectivamente fls.212 e 213 do livro nº 3(doc35 e 36).Titulo de domínio - 755, 7874 hectares.
Escritura publica de compra e vendas lavradas aos 29.12.49, nas notas do 2º tabelião da cidade de são Paulo, às fls. 62 do livro 804, em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU (doc37).devidamente transcrita no Cartório de Registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.359, às fls.112 do livro 3-B, em 05.03.52 (doc.)
Estando a outra parte ideal do imóvel clausulada de inalienabilidade, por disposição testamentária, desejou sua proprietária substituir dito imóvel por apólices do Estado de são Paulo, unificadas onde ficariam sub-rogados os ônus da cláusula de inabilidade, razão pela qual foi requerida a venda em hasta publica do imóvel. Titulo de domínio - 755, 7874 hectares.
Carta de arrematação passada em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, extraída dos autos de inventario de D. Alice Paes de Barros, cujo feito se processou perante o juízo de 5ª Vara e Cartório do 6º Oficio da Vara da Família e das Sucessões da Capital do Estado de São Paulo. Sendo que a praça respectiva realizou-se no dia 04.11.49, (doc.48), titulo esse devidamente transcrito no Cartório de registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.427, às fls.158 do livro 3-B, em 04.04.52 (doc.40).
QUINHÃO Nº 7: CAROLINA DE SOUZA QUEIROZ DE MORAES, casada com DR. DOMINGOS CORREA DE MORAIS;
Os direitos hereditários correspondentes à parte do quinhão foram adquiridos pelos Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, que por sua vez cederam à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, vindo esta, ainda, a adquirir diretamente os demais direitos restantes, permitindo-lhe tornar-se titular dos direitos relativos à integridade do quinhão. Os documentos de aquisição foram os seguintes:
a) Escrituras públicas lavradas nas Notas do 2º Tabelião da cidade São Paulo, em 21.07.44, às fls.2 v do livro738 o Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO adquiriram os direito de CAROLINA DE SOUZA QUEIROZ DE MORAES, Dr. Adhemar Queiroz de Moraes e sua mulher Odalina Tapajoz de Moraes; Dr. domingos Queiroz de Moraes e sua mulher Silvia Toledo de Moraes; (doc.44 fls.25v.).
b) De acordo com as escrituras Publicas de Constituição e Sociedade Anônima e Retificação e Ratificação, lavradas nas Notas do 11º Tabelião da mesma Comarca, respectivamente em 12.11.45 e 19.02.46, os casais JOSE ERMINIO DE MORAES e sua mulher, HELENA PEREIRA DE MORAES, e PAULO PEREIRA IGNACIO e a sua mulher, IRENE PEREIRA IGNACIO, a titulo de integralização de capital social, cederam todos os direitos acima mencionado à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, (doc.) Por escrituras pública lavradas nas Notas do 2º Tabelião da cidade São Paulo, em 12.12.45, ‘as fls.56 do livro nº747.o Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, adquiriram os direitos de Gizela de Moraes Natividade, Osvaldo Moraes Natividade,Nestor Henrique Moraes Natividade e sua mulher Maria Tereza Moraes Natividade, Adélia Moraes Natividade.Norma Moraes Natividade, Edith Moraes Natividade, e Adalberto Moraes Natividade.(doc.)
Por Escritura Pública lavrada nas Notas, do mesmo Tabelião acima, em 31.07.46, às fls.37 do livro 766º Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO e suas respectivas esposas, transferiram os direitos a cima à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU (doc.)
e) Por escritura pública lavrada nas mesmas notas, em 31.07.46, às fls.38 do livro 766 à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU,adquiriu os direitos hereditários de Raul de Moraes Natividade(doc. fls.70,)
Por escritura pública lavrada nas mesmas notas, em 23.12.46, às fls.71 v. do livro 761 à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, adquiriu o restante dos direitos hereditários de Dr. Adhemar Queiroz de Moraes e sua mulher, Odalina Tapajoz de Moraes; Domingos Queiroz de Moraes e sua mulher Silvia Toledo de Moraes, e Gizela de Morais Natividade. (doc. 47 fls, 75).
Por escritura pública das mesmas notas, em 28.05.47, às fls.47 do livro 733, à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, adquiriu os direitos hereditários de Vera Cristina de Moraes Natividade, completando assim todos os direitos atinentes ao quinhão referido (doc fls.81,)
Titulo de domínio:
Carta de adjudicação passada em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, extraída dos autos de inventários do Dr. Domingos Correa Moraes, Processado pelo Juiz da 4ª comarca Vara da Família e das Sucessões da Capital do Estado de São Paulo, (doc. ), homologado por sentença de 24.01. 68, pelo MM. Juiz de Direito Dr. Octavio Guilherme Lacorte, Cuja sentença transitou em julgado, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.423, às fls.152 do livro nº 3-B em 03.04.52(doc.)
QUINHÃO Nº 8 – de PAULINA DE SOUZA QUEIROZ.
a)Por morte do titular, o seu quinhão se transferiu através de inventario processado perante o Juízo da 2ª Vara da família e das Sucessões da Capital do Estado de São Paulo, a SOCIEDADE FEMENINA DE PUERICULTURA GOTTAS DE LEITE E CRECHES “CRECHES BARONEZA DE LIMEIRA” sendo o titulo respectivo devidamente transcrito no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Guarapuava Estado do Paraná.2º Oficio, sob o nº 2.111, as fls.118 do livro 3-A(doc. )
b) Por escrituras pública lavradas nas Notas do 2º Tabelião da Capital do estado de São Paulo, em 15.12.44, ‘as fls.27 do livro nº733, (doc.44).os Srs. Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, adquiriram, por compra, da sociedade Feminina de Puericultura Gotas de Leite e Creches”Creches Baronesa de Limeira”a parte ideal do imóvel denominado “Pinhal Ralo”, correspondente á área de 1.874 alqueires, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná , sob o nº 19,às fls.10 do livro 3, em 06.06.46(doc.45).
c) Pelas escrituras Públicas de Constituição de Sociedade Anônima e transferência de imóveis lavrada aos 12.11.45, às fls.28 v. do livro nº891, nas notas do 11º Tabelião da Capital do Estado de são Paulo, Dr. Otavio Uchoa de Veiga, retificada e ratificada pela escritura pública lavrada nas mesmas Notas aos 19.02.46, às fls.98 v.do livro nº 997, o imóvel foi transferido pelos Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, e suas respectivas esposas a titulo de incorporação de capital, à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob nº 43, às fls.19 do livro 3, em 16.09.46(doc.)
QUINHÃO Nº10- de TEOBALDO DE SOUZA QUEIROZ;
Titulo de dominial:
O espolio de Theobaldo Souza Queiroz, cujo inventario se processou perante a 5ª Vara e Cartório do 5º Oficio da Família e das sucessões da Capital do Estado de São Paulo, representado pelo seu inventariante e devidamente autorizado por alvará judicial, vendeu seu quinhão, correspondente a 1.873,8 alqueires a COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, consoante escritura pública de venda e compra lavrada aos 21.07.47, nas notas do 2º tabelião da Comarca de São Paulo, as fls.68 do livro nº764, (doc46), devidamente transcritas no Cartório de Registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, então município, Comarca e Território Federal do Iguaçu, sob o n] 247, às fls.131 do livro nº3, em 10.10.47(doc47),
QUINHÃO Nº 11: JOSÉ VICENTE DE SOUZA QUEIROZ
Histórico:
Por escrituras pública de Cessão de direitos lavradas nas Notas do 2º Tabelião da Capital do Estado de São Paulo, ‘as fls.2v. Do livro nº 738, em 21.10.44, a D.Margarida Cardoso de Souza Queiroz, na qualidade de viúva meeira e herdeira universal dos bens de Jose Vicente de suza Queiroz, transmitiram os direitos alusivos ao Quinhão (1/11) do imóvel Pinhal Ralo aos Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, (doc48 fls. 9 v.) De acordo com as escrituras Publicas de Constituição e Sociedade Anônima e Retificação e Ratificação, lavradas nas Notas do 11º Tabelião da mesma Comarca, de são Paulo respectivamente em 12.11.45 e 19.02.46, os Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, e suas respectivas esposas a titulo de integralização de capital, cederam todos os direitos acima mencionado à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, (doc.14 e 15 e 18 fls.19);
Titulo de domínio Carta de adjudicação passada em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, extraída dos autos de inventários do Dr. Jose Vicente de Souza Queiroz, Processado pelo Juiz da 3ª Vara da Família e das Sucessões e cartório do 8º Oficio da comarca da capital do Estado de São Paulo, (doc.48 ),adjudicação homologado por sentença de 02.01.47, pelo MM. Juiz de Direito Dr. Edgard de Moura Bitencurt, (doc.48 fls.44), Cuja sentença passou em julgado, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.410, às fls.141 do livro nº 3-B em 26.03.52(doc.49).
3. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 28.04.65, publicada no diário oficial do Estado sob nº 101, em 07.07.65, às fls.15 a 17, e arquivada na MM. Junta Comercial do Estado sob o nº 63.870 a COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL IGUAÇU alterou a sua denominação social para CONPANHIA DE CELULOSE E PAPEL DO IGUAÇU, tendo sido a alteração devidamente averbada às margens das transcrições imobiliárias supra referidas, no Cartórios de Registros de Imóveis de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná.doc.
4. Por Escritura Pública de Dissolução e Extinção de Sociedade Comercial lavrada aos 03.11.72, nas notas do 2º Tabelionato da Comarca da Capital do Estado do Paraná, às fls.134 do livro nº 757, devidamente arquivada na Junta Comercial do Estado do Paraná. Sob. nº 133.362, por despacho em sessão de 09.11.72, (doc. 54), e por cujo ato foi igualmente transmitido todo o seu patrimônio, ativo e passivo, a titulo de sucessão universal, sem solução de continuidade, para a sua única acionista, a firma GIACOMET – INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA. inclusive o imóvel referenciado, o que foi, juntamente com outros, objetivo de novas transcrições imobiliárias junto aos Cartórios de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 19.379, às fls. 129 e seguintes do livro 3-Z, em 23.11,72, (doc. 59).
5. Por meio de ata, lavrada em 29.01.73, pela quais os sócios da GIACAMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA deliberam transformar seu tipo jurídico em sociedade anônima sob a denominação de GIACOMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS S.A. devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob o nº 336.924, em 14.02.73 (doc. 53), tendo sido a alteração devidamente averbada às margens da transcrição imobiliária nº 19.379, livro 3-Z, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 25.04.73.
6. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 17.09.73, a GIACOMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS S.A. alteraram sua denominação social para MAISONAVE – GIACOMET INDÚSTRIA DE MADEIRAS S.A. conforme ata devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob nº 360.904, em 20, 11,73(doc. 22), tendo sido a alteração devidamente averbada às margens da transcrição imobiliária nº 19.379, livro 3-Z, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 29.01.74.
7. .Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 25.08.75, a MAISONAVE GIACOMET INDÚSTRIA DE MADEIRAS S.A. alterou sua denominação social para GIACOMET MARODIN INDÚSTRIA DE MADEIRAS S.A., conforme ata devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob nº 420010, em 16.09.75 (doc. 55), tendo sido a alteração devidamente averbada às margens da transcrição imobiliária nº 19.379, livro 3-Z, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 27.11.75.
8. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 05.02.97, a GIACOMET – MARADIN INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS S.A. alteraram sua denominação social para ARAUPEL S.A., conforme Ata devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob nº 97/1590792, em 18.03.97 e na MM. Junta Comercial do Estado do Paraná sob nº 970676263, em 08.04.97 (doc. 56), tendo sido a alteração devidamente averbada asa margens das matriculas supra caracterizadas, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná. Cadeia Sucessória das matriculas atuais do Imóvel Pinhal ralo, a partir Escritura Pública de Dissolução e Extinção de Sociedade Comercial, (doc. nº 51), transcrita junto ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 19.379, às fls. 129 e seguintes do livro 3-Z, em 23.11.72, (doc. 52). Matricula atual nº 21.967,livro 2-1-CS, de17.06.1999, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul , Estado do Paraná, do imóvel rural parte do imóvel Pinhal ralo setor Jabuticabal município de rio bonito do Iguaçu Pr., com área de 4.120,00 hectares (doc. 25), matriculas anteriores:matriculas nº 20.472, livro 2-2 CL, de 21.03.1996, do CRI da Comarca de Laranjeiras do sul, PR,matriculas nº 1.234, livro 2-2-D, de 20.1261976,do CRI da comarca de laranjeiras do sul, Pr. (doc.59), Registro nº 19.379, livro 3-Z supra caracterizado.
b) Matricula atual nº 22.555, livro 2-1-CZ, de 15.09.2000, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul , Estado do Paraná, do imóvel rural parte do imóvel Pinhal ralo - setor Despedida, município de Nova laranjeiras Pr., com área de 6.631,00 hectares (doc. 60), matricula anterior: nº 1.234,, livro 2-2 D, Z supra caracterizado Registro nº 19.379, livro 3-Z supra caracterizado.
c) Matricula atual nº 22.556, livro 2-2-DG, de 18.09.2000, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul. Estado do Paraná, do imóvel rural parte do imóvel Pinhal Ralo - setor Lambari, município de Rio bonito do Iguaçu e Nova laranjeiras, PR. Com área de 4.074,00 hectares (doc. 60), matricula anterior: nº 1.234,, livro 2-2 D,Z supra caracterizado Registro nº 19.379, livro 3-Z supra caracterizado.
d) Matricula atual nº 22.557, livro 2-1-CZ, de 18.09.2000, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, do imóvel rural parte do imóvel Pinhal Ralo - setor Trigal, município de Nova laranjeiras Rio Bonito do Iguaçu pr., com área de 4.027,00 hectares (doc. 60), matricula anterior: nº 1.234,, livro 2-2 D, Z supra caracterizado; Registro nº 19.379, livro 3-Z supra caracterizado. Matricula atual nº 22.558, livro 2-2-DG, de 18.09.2000, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, do imóvel rural parte do imóvel Pinhal Ralo - Setor Rio Charqueado, município de Rio Bonito do Iguaçu pr. Com área de 2.740,00 hectares (doc.), matricula anterior: nº 1.234,, livro 2-2 D, Z supra caracterizado; Registro nº 19.379, livro 3-Z supra caracterizado. SITUAÇÃO POSSESÓRIA:
A situação possessória da área é mansa e pacifica desde tempos imemoriais, quando ali MAXIMINIANO E PONCIANA NOGUEIRA, consoante e completa documentação dominial demonstra, tendo sido mantida incólume, reconhecida e respeitada por todos os seus sucessores, ate os dias de hoje.
Deve se notar, que quase totalidade das divisas da área original, são todas por acidente geográficos (rios ), Rio Iguaçu, Rio das Cobras, Rio Xagu e Arroio troca pernas, facilitando sobre modo a sua perfeita identificação.
Do imóvel Pinhal Ralo, foram desapropriadas duas áreas: a primeira de 16.852,16 hectares, pelo decreto de 13 de agosto de 1998, ambos editados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. EXTENÇÃO SUPERFICIAL:
No que tange à extensão superficial, cumpre esclarecer que:
1.Os herdeiros e sucessores da BARONEZA DE LIMEIRA promoveram o processo de legitimação de posse, o qual foi aprovado em 1913, pelo presidente do estado do Paraná CARLOS CALCALCANTE DE ALBUQUERQUE, sendo expedido os respectivos títulos, um sobre a área legitimável de 6.000 hectares(doc.).e outro, por compra sobre o excesso de are de 43.881 hectares e 97 ares (doc2)totalizando a área original de 49,881,97 hectares; que foi adquirida por JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, e/ou pela COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL IGUAÇU, objeto da circuncisão n] 43 livro nº3, do CRI de Laranjeiras do Sul (doc.16,fls.1v); por sua vês a CONPANHIA DE CELULOSE E PAPEL DO IGUAÇU sucessora da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL IGUAÇU, vendeu na área total de 49.88197, hectares para a GIACOMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA.,conforme Escrituras publicas de dissolução e extinção de Sociedade comercial, em sessão de 09.11.72, (doc.51 p.11.)
2. Em relação à recente medição da área remanescente, realizada pela empresa schiaffino & wo-consuloria e serviço LTDA. – Geo. topo, com elaboração de peças georefêrencias, não se considera diferença entre “área remanescente registrada” e a “área remanescente medida” pelo seguinte motivo:
a)Face a dimensão do imóvel aplica-se o disposto no Parágrafo Único do Artigo 1136 do Código Civil Brasileiro, eis que a diferença não excede e 1/20(um vinte avos) da extensão total enunciada nos títulos originais;
b) também em relação á definição da área total original, de 49.881,97 hectares, as divisas são claras e distintas, em quase toda a sua totalidade por acidente geográfico (rios) quais seja, Rio Iguaçu, Rio das Cobras, Rio Xagu e Arroio Troca Pernas, facilitando sobremodo a sua perfeita identificação, não restando duvidas em relação aos limites do imóvel Pinhal Ralo.
Da área original, foram efetuadas as baixas, mediante medição de cada uma delas, deduzindo-se documentalmente desta, até chegar a área remanescente. Creche Baronesa de Limeira comemora 100 anos
No dia 15 de Fevereiro de 2005 a Creche Baronesa de Limeira completou 100 anos. Fundada por Paulina de Souza Queiroz, filha da Baronesa de Limeira, a Creche é acompanhada pelo serviço religioso da Paróquia/Santuário São Judas Tadeu desde 1940.
Para comemorar o centenário, foi celebrada uma missa presidida pelo Bispo Auxiliar da Região Ipiranga, Dom José Maria Pinheiro e teve a participação das mais de 400 crianças da Creche, além de voluntários, diretores e a primeira-dama do Estado, Maria Lúcia Alckmin.
Após a celebração, Maria Lúcia Alckmin parabenizou e agradeceu a todos que colaboraram e se dedicaram à Creche Baronesa de Limeira nos últimos 100 anos, ressaltando que estas crianças é que dirigirão o Brasil futuramente. “Educar e cuidar destas crianças é construir um futuro melhor, já que elas são a nossa futuras”, disse Maria Lúcia.
Após seu discurso, Maria Lúcia Alckmin descerrou a placa comemorativa, acompanhada pelo atual Presidente da Creche, Luis Eduardo de Moraes Giorgio e sua mãe Dna. Heloísa de Moraes Giorgi, sobrinha-neta da Baronesa de Limeira. Dna. Heloísa foi a Presidente da Creche por quase 60 anos.
O centenário da Creche foi comemorado com dois bolos: o das crianças, que foi cortado pela funcionária mais antiga da Creche, Ana Margarida Pinto, de 75 anos de idade e 50 anos de funcionária, junto à criança mais nova, Alice Ferreira da Silva, de 2 anos e 8 meses, com 15 dias de Creche. O segundo bolo, na sala dos adultos, foi cortado por Dna. Heloísa Giorgio e as trigêmeas que foram criadas na Creche: Maria de Lourdes, Ana Maria e Maria Antonieta Daniel, de 52 anos. Participaram também do evento algumas ex-alunas, como a Sra. Nery Valente, de 85 anos, que tocou piano aos convidados, Claudete Hamn Morais, Maria José Barros Araújo, Maria Aparecida Vilela e Paulite Fogasa.
A Creche Baronesa de Limeira tem a assistência de duas religiosas da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, fundada por Madre Paulina: a Irmã Maria dos Anjos Bezerra e a Irmã Maria Alcântara, que trabalha na Creche desde 1966 e ajuda no Ministério da distribuição Eucarística da Paróquia/Santuário São Judas Tadeu.
Baronesa de Limeira, o seu nome completo: Maria Angélica Queiroz de Barros, proprietária de grandes quantidades de terras na região de Quedas do Iguaçu em meados de 1918.
Rua Maria PaulacomEsta rua foi aberta pela Baronesa de Limeira D. Francisca de
Paula Souza e Mello) em terrenos de sua propriedade e foi entregue ao trânsito público no dia 14 de maio de 1894 através do Ato nº 10 que, também oficializou a denominação de “Rua Maria Paula” Esta rua é uma homenagem à D. Maria Paula Machado, avó da baronesa de Limeira. Casada com Antonio de Barros Penteado, D. Maria Paula teve, entre outros filhos, a Sra. Maria de Barros Leite. Esta, por sua vez, foi casada com Francisco de Paula Sousa e Mello, pais de D. Francisca de Paula Souza e Mello, a baronesa de Limeira. O marido da baronesa (Vicente de Souza Queirós - Barão de Limeira), era filho do Brigadeiro Luís Antonio de Souza ( Av. Brigadeiro Luís Antonio) e de D. Genebra de Barros Leite, esta também homenageada na “Rua Genebra”.
Fonte: dic. Histórico Através da pesquisa documental realizada junto aos Cartórios de Registro de Imóveis da Capital, foi levantada a filiação do imóvel sede do Centro de Estudos Jurídicos da Procuradoria Geral do Município, a qual remonta ao ano de 1907, quando Dona Paulina de Souza Queiroz o adquiriu mediante título de formal de partilha extraído dos autos do Espólio da Baronesa de Limeira. Posteriormente, João Filiola, foi seu proprietário.
Conforme historiado por Laís de Barros Monteiro:
“Quase ao término do século XIX, aos 16/05/1894, a Baronesa de Limeira abriu a Rua Brigadeiro Luís Antonio nos terrenos de sua propriedade, bem como várias ruas adjacentes. Era uma enorme propriedade que se manteve íntegra até os anos trinta, na propriedade de Paulina de Souza Queiroz,
que a legou ao Estado. Para homenageá-la foi traçado em terras que foram suas o Viaduto Dona Paulina”.O centenário sobrado da Avenida Brigadeiro Luís Antonio ergue-se, portanto, em sítio histórico, da melhor tradição paulistana, vez que construído na grande chácara pertencente a D. Paulina de Souza Queiroz “onde fora cultivado café”.
A propriedade de Dona Paulina de Souza Queiroz, descendente de Vicente de Souza Queiroz, Vereador à Câmara Municipal de São Paulo, o “Barão de Limeira”, casado com Dona Francisca de Paula Souza, “Baronesa de Limeira”, fazia parte da grande extensão de terras conhecida por “Chácara do Barão de Limeira”, que juntamente com outras áreas pertencentes às tradicionais famílias paulistanas, deram origem aos atuais bairros do centro e adjacências.
COMPANHIA DE ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO RIO GRANDE - 1887
A ferrovia do contestado tem mais de um século de história. O resumo histórico da Estrada de ferro São Paulo Rio Grande, no vale do Rio do Peixe, tem marcos revelantes, que assim podem ser pontuados:
1° Em 1887, o engenheiro João Texeira Soares projetou o traçado da estrada de ferro com 1.403 Km de extensão, entre Itararé {São Paulo} e Santa Maria [RS], para ligar as provícias de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul pelo interior,Possibilitando a ligação da então capital Federal [Rio de Janeiro] às regiões fronteriças do Brasil com Argentina e o Uruguai.
2º Em Santa Catarina, a ferrovia atravessava o meio-Oeste, na sua parte mais estreita, entre o Rio Iguaçu [ao Norte] e Uruguai ao [Sul], marginando o Rio do Peixe em ¾ da sua extensão, assim cortando o território conhecido como “Contestado”, na época objeto da Questão de limites Paraná-Santa Catarina. 3° A 9 de Novembro de 1889, seis dias antes da Programação da R epública, o Imperador D. Pedro 11 fez a concessão desta estrada-de-ferro a texeira Soares, ato que foi ratificado a 7 de abril de 1890 pelo Marechal Deodoro da Fonseca, chefe do Governo Provisório da República.
4° Para levantar o capital necessário à construção, junto a investidores europeus, em 1890 Texeira Soares criou a Companhia Chemins de Fer Sud Oest Brasilienses. Já em 1891, a concessão do trecho Itararé Rio Uruguai foi transferido para a companhia União Industrial dos Estados do Brasil. A seguir , em 1884, esta concessão passou a outra empresa, a companhia Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande. O trecho do Rio Uruguai a Santa Maria permaneceu com a companhia Chimins de Fer, o qual em 1896 foi privatizado pelo Estado do Rio Grande do Sul.
5° Somente em 1895 foram aprovados os estudos definitivos e completos da ferrovia entreguem a Cia. São Paulo-Rio Grande [EFSPRG], num total de 941,88 quilômetros de extensão, entre Itararé [SP] e o Rio Uruguai. A construção começou no sentido norte-sul em 1897, e o trecho de 264 km entre Itararé e o Rio Iguaçu [em Porto União], Foi concluído em 1905. 6° Em 1907 teve início a construção dos primeiros 50 km, do trecho no Território Contestado, de Porto União em direção ao Sul, suspensa em 1908. Pela demora, neste ano, a Cia. São Paulo-Rio Grande recebeu ultimato do governo federal para concluir toda a extensão até o Rio Uruguai, em dois anos, sob pena de perda da concessão.
7° Em 1908, o empregador norte-americano Percival Fargunhar assumiu a concessão, integrando a Companhia Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande à holding Brazil Railway. Esta mesma holding havia criado a Southern Brazil Lumber & Colonization Company em três Barras, para a exploração da madeira na floresta da Aurocária na região.
8° A empresa contratou o engenheiro Achiles Stenghel para a ousada empreitada, e este chamou mais 4.000 homens assim tendo sido recrutado um total de 8.000 trabalhadores em todo o pai, inclusíve, no exterior, que foram distribuídos ao longo dos 372 quilômetros do traçado. 9° O primeiro trecho, em 110 km entre Porto União e Taquaral \liso, passando pelas estações de São João [Matos Costa] e de São Roque [Calmon], foi inaugurado em 3 de abril de 1909 pelo Presidente da República, Afonso Augusto Moreira Penna, no local onde foi construída a Estação Presidente Penna [existe até hoje]
10º A 1° de maio de 1910, foram inauguradas as estações de Rio Caçador, de Riu das Antas, de Rio das Pedras [Videiras]e de Pinheiro Preto. Em 1° de Setembro deste ano, inauguraran-se as estações de Rio Bonito[Tangará], Barra de São Bento[Luzerna] e de Erval [Erval do Oeste e Joaçaba]. A 20 de Outubro. Foi aberta a estação de Rio Capinzal {Capinzal e Ouro} e no dia 29 do mesmo mês as estações do Rio do Peix[Piratuba e Pira], Volta grande do Rio Uruguai. No Outro lado do Rio, as estações de Marcelino Ramos Foram inauguradas a 29 de Outubro. 11. Concluída a ponte provisória [de madeira] sobre o Rio Uruguai, a Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, foi solenemente inaugurada dia 17 de dezembro de 1910. Mas, a ponte foi levada pela enchente de maio de 1911 e a nova, metálica, somente ficou pronta em 1912[a mesma que existe até hoje], possibilitando então, finalmente, o tráfico de trens entre os quatro estados do Sul. 12. A epopéia liderada por achiles Stenghel em Santa Catarina resultou na construção de 15,5quilômetros de trilhos por mês, ou seja, 516,6 metros por dia, utilizando 8.000 mil trabalhadores, os quais, na enexistência de maquinaria, usaram as mãos, pés, picaretas, enxadas, dinamites e carrinhos-de-mão para erguer a sinuosa linha no Vale do Rio do Peixe, ao custo de 30 mil contos de réis ou, seja, pouco mais de três milhões de libras esterlinas, um valor três vezes superior ao inicialmente previst[de11.160] contos de réis para o trecho.
13. Como para construção a União garantiu a companhia uma subvenção de 30 contos de réis por quilômetros construídos e mais o pagamento de juros de 6% ao ano sobre o total investido, a empresa alongou o máximo a linha, por curvas desnecessárias, assim economizando[e lucrando]em obras de artes,aterro, pontes, viadutos e túneis não construídos.” Por isso, diz-se que a estrada foi” construída por metro”.
14. Nas proximidades do único túnel construído no trecho, [100 metros], na época em Pinheiro Preto, em outubro de 1909 aconteceu o primeiro assalto a um trem-pagador no Brasil, quando o bando de Zeca Vacariano matou os guardas e roubou trezentos contos de réis. 15. A Cia. EFSPRG construiu uma subsidiária, a Brazil Development & Colonization Company, para promover o loteamento e colonização das terras marginais aos trilhos com imigrantes europeus, iniciando ainda em 1910 pelas estações do Rio do Peixe [Piratuba] e de Rio das Antas. Os planos foram interrompidos em 1914, por causa da 1° Grande Guerra Mundial, na Europa, e pela deflagração da Guerra do Contestado, aqui.
16. De acordo com os termos da concessão, a empresa ganhou do governo um total de 15.894Km2 de terras, que deveria vender a título de colonização. Pelo trecho catarinense no Contestado, a EFEPRG recebeu 6.696Km2 de terras, equivalente a 276,694 alqueires.
17. Depois da guerra do Contestado e depois da assinatura do Acordo de Limites entre Paraná e Santa Catarina, em 1917 fora retomados os planose de colonização, desta vez, por intermédio de empresas colonizadouras [gaúchas] particulares,,que compraram da Cia. EFSPRG grandes árias e as dividiram em colônias.
18. as terras, nas grande maioria, fora ofertadas a colonos italianos,alemães e poloneses das colônias Velhas do Rio Grande do Sul, já descendentes dos imigrantes pioneiros. Estes ingressos realizaram fluxo migratório, em levas que se estenderam até por volta de 1940.
19. Nas sedes destas colônias, apartir das estações ferroviárias, nasceram as vilas de São João [Matos Costa] , Calmon, Rio Caçador e Canteiro, Rio das Antas, Perdizes e Vitória [Videira], Pinheiro Preto, Rio Bonito[Tangará], Bom Retiro[Lucena], Erval do Oeste, Barra Fria [lacerdópulis], Rio Capinzal[Capinzal] e Ouro, Rio do Peixe[Piratuba] e Ipira, hoje importante cidade do \meio-Oeste
20. Durante anos e anos, a ferrovia foi o único meio de comunicação e transporte que ligava o Vale do Rio do Peixe ao restante do Brasil. Alem dos passageiros, ela transportava as riquezas aqui produzidas [madeiras e alimentos] e abastecia as comunidades com as mercadorias compradas nos grandes centros do país. Pela região, diariamente transitavam diversas linhas de trens o direto e o misto-inclisíve internacionais, ligando Bueno Aires ao Rio de Janeiro. As composições trafegavam à média de 20-30 km horas.
21. Domingo pela corrupção, todo o complexo da Brazil Railway havia entrado em concordata em 1917. Já em 1940, transcorrido os 40 anos do prazo da concessão dada em 1890, juntamente com todos os bens do Sindicato Falquear, o governo federal, encampou esta, estrada-de-ferro. Revertendo-a para a autarquia, Rede de Viação, Paraná-Santa Catarina, [RVPSC], a qual, em 1957, somada a outras autarquias, veio a construir a, Rede Ferroviária Federal S/A, [RFFSA], com, 100% das ações pertencentes à União.
22. A Partir de 1960, aos poucos as velhas locomotivas a vapor, carinhosamente chamadas pelo povo de “ Maria-Fumaça” foram sendo substituídas por máquinas a diesel. Com abertura de estradas rodoviárias, perdendo a competividade de fretes, também a partir de então começou a cair o movimento de trens na ferrovia do Contestado, a ponto de já nos anos 70 ser paralisado totalmente o transporte de passageiro. Sem faturamento, a ferrovia do Contestado entrou em processo de deterioração.
23. Em 1996, a malha ferroviária vinculada á Superintendência Regional [Paraná e Santa Catarina] da Rede Ferroviária Federal S/A foi privatizada, passando para empresa Ferrovia Sul Atlântico S/A, com sede em Curitiba, com a promessa de Revitalização.
24. Em 1998, a Ferrovia Sul Atlântico S/A foi transformada em América Latina Logística S/A-ALL, empresa que, desinteresando-se economicamente pela exploração do trecho, suspendeu o tráfico de trens e desativou totalmente a Linha Sul.
25. No ano de 2002, a Linha Sul, entre os rios Iguaçu e Uruguai revelou-se totalmente abandonada pela empresa ALL.
A PRIMITIVA ESTAÇÃO RIO CAÇADOR
Ao Longo do trecho da ferrovia entre o rio Iguaçu e Uruguai, a então.
COMPANHIA DE ESTRADA DE FERRO SAÕ PAULO RIO GRANDE. Construiu diversas “estações de” parada de trem.
As primeiras estações, todas de construção em madeira, obedeciam a uma planta-padrão, e eram classificadas, neste trecho, como de3º e 2º categoria. Este modelo, como a da ESTAÇÃO DE RIO CAÇADOR, era o de 2° categoria, pois alem da comodidade para os passageiros, possuía ambientes separado para cargas, e servia também de residência do Agente designado.Em dois pavimentos, com a estrutura toda em madeira de pinho e imbuia,sustentava-se em plataforma de pedras retangulares [basalto].
Entre 1908 e 1910, a cada 25 km de linha Sul, no trecho de 372 Km. Entre os rios Iguaçu e Uruguai, a Companhia Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande construiu estações de paradas de trens, que também serviram, mais tarde, com o escritório da Brazil Devel Quedas Originam-se do latim arcaico “caeda”, que, tomba, que cai. (AGC, ABHF opment, & Colonization Com, outra subsidiária da Brazil Railway Company, para levar adiante os planos de colonização das terras marginais aos trilhos. Aqui, em 1934, a primeira estação de Rio Caçador, destruída por incêndio nos anos 40, que inspirou a construção do prédio-sede do Museu do Contestado.
A PRIMEIRA ESCOLA MUNICIPAL DE QUEDAS DO IGUAÇU -1968
1ª Escola Instalada onde hoje funciona o Pavilhão da Igreja Matriz.
Esta foto foi tirada o dia das mães, homenagem proporcionada pelos alunos da escola.
Os professores eram: João Sobczak, Ilda Badoti, Vitório Potulski, Lucio Domanski, Carlos Belinski, Valério, Piasceski, Longuines Siejka, Nair Sokolovski, e professor Nogueira.
Primeiro Nascimento: Ermelino Soares correia nasceu às 16 horas do dia 17 de agosto de 1918, na localidade de Boa Vista de São Roque, hoje pertencente ao município de Espigão Alto do Iguaçu. Filho de Eugênio Soares Correia e Maria Rosa da Luz.
Primeiro casamento: O primeiro casamento registrado em Campo Novo foi de Augusto Borowiez e Leocádia Wysoczewski. Ela nascida no distrito de Barro, município de Erechim, Rio Grande do Sul, no dia 17 de junho de 1919. Filha de João e Maria Wysoczewski, naturais de Porto Alegre, RS. Ele, nascido no município catarinense de Concórdia, no dia 20 de outubro de 1916. Filho do casal Ludovico e Maria Borowicz, ambos de nacionalidade polonesa.
Primeiro caminhão: pertencia à Colonizadora Polonesa. O conhecido por “Pé-de-Bode”, era usado no transporte de produtos agrícolas produzidos na colônia. Primeira serraria: a primeira serraria na colônia Jagoda foi construída pela Companhia Polonesa em agosto de 1938. Era movida por energia hidráulica e serrava uma média de doze tábuas por dia.
Primeiro alambique: aparelho de destilação para fabricação de cachaça, pertencia a Nicolau Loiko. De lata, foi construído no final da década de 30. Primeiro moinho: foi construído pelo polonês Antonio Prasniewski, em janeiro de 1938. Transformava o milho em fubá sem ser fermentado, além de quirera. Tinha 108 metros quadrados
Construção do primeiro moinho
Primeira Prefeitura Municipal de Campo Novo, onde temos o prédio do Lamir Casagrande. (foto ao lado)Primeira estrada: foi aberta pela colonizadora em 1938, ligava a Colônia Jagoda com o povoamento de Laranjeiras do Sul, distrito de Guarapuava. Foi aberto por 50 peões contratados pela Companhia Mercantil do Paraná S/A. Em 1940, um dos diretores da Colonizadora chefiando um grupo de trabalhadores abriu caminho a golpes de foice e enxada, alcançando as margens do Rio Iguaçu.
Primeiro Armazém particular: pertencente ao senhor Francisco Rosentalski, construído em 1940. Hoje é numerosa a família Rosentalski em Quedas do Iguaçu.
Primeiros estabelecimentos comerciais: foram construídos pela Companhia Colonizadora. Em 1940, já funcionava na colônia Jagoda uma farmácia, onde eram vendidos remédios e um grande depósito de cereais. Além de dois armazéns.
Primeira serraria particular: foi construída em 1948. Pelo pioneiro José Traczinski.
(Praça Pedro Alzide Giraldi)
Primeira sociedade desportiva: foi fundada no dia 25 de maio de 1962, com a denominação de Iguaçu Futebol Clube, sendo seus fundadores: Lauzino Silveira Goularth. Arlindo Círico Bronisiau Círico e Alexandre Merlak. NÁ PRÓXIMA FÓTO CONSTA O RESTANTES DOS ATLÉTAS.
Primeira Lei Orçamentária: a primeira lei orçamentária do Município de Campo Novo para o exercício financeiro de 1969/70. Estimando a receita e fixando a despesa em Ncr$ 370.060.00 (trezentos e setenta mil e sessenta cruzeiros novos), foi aprovada no dia 20 de dezembro de 1968. Conforme ofício nº. 1/68 do então Prefeito Municipal, Pedro Alzides Giraldi.
Primeira agência bancária: O Banco do Estado do Paraná S/A foi o primeiro a estabelecer agência em Campo Novo. Foi oficialmente instalado no dia 15 de outubro de 1976 e gerenciado pelo bancário Leonir Antonio Felini. Inicialmente, a agência ocupou um prédio alugado, de propriedade do Doutor Auri Antônio Sanson, onde hoje está o Correio.
Matéria extraída do livro Uma história em Quedas do Iguaçu, Leoni Terezinha Luzitani, Autora
Co-Autora: Sonia Aparecida de Aguiar Barreto.
PIONEIROS ENTRE OS INDIOS
Diversos escritos dão conta de que os primeiros contatos com os habitantes da terra foram pacíficos, ao ponto de trocarem presentes como escreveu Pedro Femandêz, integrante da comitiva de Dom Álvares Nunes Cabeza de Vaca que aqui passou em 1541. No entanto, a ocupação das terras teve lances dramáticos, pois os Índios sentiram que estavam perdendo o que consideravam seu, e, até certo ponto estavam certos. Anteriormente, vítimas dos bandeirantes paulistas que os caçaram para o trabalho escravo e, encurralados cada vez mais pelos povoadores que viriam alguns anos depois, se tornaram inimigos temíveis. Em que pese a superioridade numérica, ficavam em inferioridade diante dos povoadores bem armados. Para eles, valia a astúcia, suas armas rudimentares, mas precisas, e o profundo conhecimento das florestas e dos campos que habitavam. Não nos cabe apenas vê-los como assassinos sanguinários, embora tenham atacado fazendas e viajantes com ferocidade, mas como alguém que foi submetido a um choque cultural muito grande, pela invasão de seus territórios. Não pode ser mantido omito de que os nossos índios assistiriam o povoamento desta região de forma passiva. Dentro de suas possibilidades, foram inimigos duros que lutaram bravamente pela terra, pela segurança e pela liberdade que lhes eram tomadas de uma só vez.
Ester Hery, enfermeira e missionária, filha do pastor Walter Hery, vive na Reserva Indígena Rio das Cobras no município de Nova Laranjeiras que abrange parte dos municípios de Espigão Alto do Iguaçu e de Quedas do Iguaçu. O pastor Walter, que é da Alemanha, chegou à reserva em 1965 e envolve na sua atividade assistencial e missionária, praticamente toda a família.
As informações que conseguimos com Ester Hery sobre os Kaingang e Guarani que habitam a reserva, atualmente em número superior a 2 mil índios, são interessantes. Por muitos anos os Guaranis foram escravos dos Kaingang e havia uma inimizade muito grande entre eles, problema hoje plenamente superado.
Quando os Kaingang dão nome indígena a um homem ou mulher de outra raça, que não a sua, o fazem como demonstração de que aquela pessoa é aceita na tribo como igual, ou como índio. Assim, o pastor Walter é chamado pelos índios de Fár (pele ou casca), sua esposa Isedore é Kitóg (sem tradução), dos filhos do casal, Martin é Ka’egso (arara vermelha), Ester é Vénsóg (gema de ovo), Lídia é Ragtánh e Andrea é Nevág, estes dois últimos sem tradução para o português. Numa reserva indígena não existem homônimos, tanto que quando nasce uma criança, não compete aos pais escolherem o seu nome, mas a um conselho de índios mais velhos, formado para esta incumbência, pois conhecem todos na aldeia, evitando homônimos. Na reserva Rio das Cobras, eles plantam as lavouras de subsistência, principalmente de milho (gãr) e feijão (rãgró), criando também pequenos animais. Fazem bastante artesanato de taquara (vãn) e vão seguidamente às cidades ou vilas vizinhas que chamam de sénjã, que quer dizer local de compras.
Houve tempos em que todos os índios da região tàbricavam uma beberagem alcoólica que denominavam de goiofá ou kiki. Colocavam milho para fermentar, em grandes cochos escavados em troncos de palmeiras, produzindo goiofá. No inverno acrescentava mel, o que tornava a bebida mais quente e forte, com o nome de kiki. Só a consumiam durante as festas, inclusive em funerais (festas dos mortos) e todos tinham acesso ao kiki, inclusive mulheres e crianças.
Antes da povoação, de Laranjeiras do Sul, a erva-mate não teve influência econômica na nossa região que ficava afastada do Extremo-Oeste, donde, o produto seguia para os países da bacia do rio da Prata, e do primeiro planalto, donde era transportado para Curitiba e para o litoral a fim de ser expol1ado. Nossos índios já conheciam os efeitos benéficos da bebida e chamavam a erva-mate de congoy. Eles a utilizavam com água fria, no verão e quente, no inverno. O costume foi levado para as reduções jesuíticas, pois os índios acreditavam no poder da congoy contra o cansaço e como digestivo. Para os religiosos catequizadores, a erva-mate possuía efeito afrodisíaco, motivo que os levou a chamá-la por algum tempo de “erva do diabo”.
Na extensa região do Guairá, a bebida foi oferecida pelos índios aos conquistadores espanhóis a partir do ano de 1554, na época, conhecida como “erva do Paraguai” e “chá do Paraguai”.
Desde a criação da ouvidoria de Paranaguá (1852/1853) o mate do Paraná conhecido como erva de Paranaguá, devido ao porto de onde saía para a exportação, foi o responsável pela união de personalidades das classes de mais alto nível do nosso Estado. Culminando com a fundação da Associação Comercial do Paraná, cujo primeiro presidente foi Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Cerro Azul, um dos grandes empresários inovadores no setor ervateiro. No início, a erva-mate era tratada com reservas pelos jesuítas que acabaram se transformando nos maiores divulgadores do mate no Brasil, melhorando as formas de preparo e promovendo o seu cultivo. Com a destruição das reduções jesuíticas no Paraná pelos bandeirantes paulistas, e com a fuga dos índios liderados pelo padre Ruiz de Montoya ao Rio Grande do Sul, o uso da erva-mate, como bebida, foi introduzido naquele estado. Podemos avaliar a importância da erva-mate no Estado do Paraná, desde o período provincial, pelos nossos principais símbolos. No dístico oficial e na nossa bandeira, observa-se a estilização de dois ramos de produtos típicos paranaenses: o ramo à esquerda simboliza a erva-mate (ilex paraguariensis), e o ramo à direita, representa o pinheiro (araucária angustifolia). Até o início da Primeira Guerra Mundial o mate manteve-se como esteio econômico do Paraná, sendo DEPOIS DE superado pela madeira que assumiu a condição de principal produto do Estado.
No ano de 1820, o botânico francês Auguste de Saint-Hilaire, após observar muitos pés de erva ¬mate nas proximidades de Curitiba, a denominou como “folha de ouro”. O ilustre botânico em visita aos campos de Guarapuava, estando no alto da serra da Esperança, comentou com os companheiros que o ar enchia os pulmões de uma forma limpa e gostosa. Do alto da serra, observava a imensidão, a perder de vista, com aquela impressão, que temos, de que o céu se encontra com a terra.
Os índios desta região também consumiam e consomem a erva-mate, tanto que é digno registrarmos que nos anos de 1957 e 1958, funcionários do extinto SPI - Serviço de Proteção ao índio ao realizarem trabalho para o IBRA -instituto Brasileiro de Reforma Agrária - entre eles, João Magno Moreira, na época atual diretor da Câmara Municipal de Laranjeiras do Sul, costumavam tomar chimarrão no posto indígena. João anotou que a erva-mate, após ser colhida, era sapecada,
fogo ao ponto de facilitar a sua trituração com as próprias mãos ou com o pilão. Já se usava a cuia de porongo (pétor em kaingang) e um canudo de taquara que servia como bomba, cuja ponta introduzida na cuia que era posto um gomo prio e pouco acima, eram feitas quatro perfurações e, nestas, introduzidos finos filetes da própria taquara, o que evitava que o pó da erva-mate fosse absorvido com a água. Deduzimos, então, que o uso da erva-mate como bebida, teve origem com os índios do Paraná que o disseminaram por todo o Sul. Na nossa região, o produto teve importância econômica a partir da povoação de Laranjeiras do Sul, quando passou a ser transportado no lombo de animais para outras cidades, e até para os portos fluviais do rio Paraná e os marítimos de Paranaguá e Antonina, com a finalidade de ser exportado. Começaram a surgir os chamados “barbaquás”, que eram indústrias rústicas de beneficiamento, nde chegavam os grandes feixes de erva-mate que os pioneiros chamavam de raído.
Cinco milhões de índios estavam no Brasil antes do descobrimento
Antonio Carlos Olivieri*
Da Página 3 - Pedagogia & Comunicação
Ao chegarem ao Brasil, os portugueses encontraram um território povoado. Seus habitantes, porém, desconheciam a escrita e não deixaram documentos sobre o próprio passado. O conhecimento que temos sobre os índios brasileiros do século 16 baseia-se principalmente em relatos e descrições dos viajantes europeus que aqui estiveram na época. Particularmente, os livros do alemão Hans Staden e do francês Jean de Lery, que conviveram com os índios por volta de 1.50.
Os dois apresentam detalhadamente o modo de vida indígena, relacionando aspectos que vão dos mais triviais, como as vestes e adornos, aos mais complexos, como as crenças religiosas. Sobre as épocas anteriores à chegada dos portugueses, os estudos históricos contam com a contribuição da antropologia e da arqueologia, que permitiram traçar um panorama abrangente, apesar da existência de lacunas. O povoamento da América do Sul teve início por volta de 20.000 a.C., segundo a maioria dos pesquisadores. Existem indícios de seres humanos no Brasil datados de 16.000 a.C., de 14.200 a.C. e de 12.770 a.C., encontrados nas escavações arqueológicas de Lagoa Santa (MG), Rio Claro (SP) e Ibicuí (RS). A dispersão da espécie por todo o território nacional aconteceu em cerca de 9000 a.C., quando o número de homens aumentou muito. Tupis e guaranis
Ao longo desse processo, teria ocorrido a diferenciação lingüística e social que deu origem aos troncos indígenas. Macro-Jê e Macro-Tupi. Deste último, entre os séculos 8 e 9, originaram-se as nações Tupi e Guarani. São as que mais se destacam nos últimos 500 anos da História do Brasil, justamente porque tiveram um contato mais próximo com o homem branco.
Na chegada de Pedro Álvares Cabral, em 1500, estima-se que os índios brasileiros fossem entre um e cinco milhões. Os tupis ocupavam a região costeira que se estende do Ceará a Cananéia (SP). Os guaranis espalhavam-se pelo litoral Sul do país e a zona do interior, na bacia dos rios Paraná e Paraguai. Em outras regiões, encontravam-se outras tribos, genericamente chamados de tapuias, palavra tupi que designa os índios que falam outra língua.
Apesar da divisão geográfica, as sociedades tupis e guaranis eram bastante semelhantes entre si, nos aspectos lingüísticos e culturais. Os grupos se formavam e se mantinham unidos principalmente pelos laços de parentesco, que também articulavam o relacionamento desses mesmos grupos entre si. Agrupamentos menores, as aldeias ligavam-se através do parentesco com unidades maiores, as tribos.
Modo de vida dos índios
Os índios sobreviviam da caça, da pesca, do extrativismo e da agricultura. Nem esta última, porém, servia para ligá-los permanentemente a um único território. Fixavam-se nos vales de rios navegáveis, onde existissem terras férteis. Permaneciam num lugar por cerca de quatro anos. Depois de esgotados os recursos naturais do local, migravam para outra região, num regime semi - dentário.
Suas tabas (aldeias) abrigavam entre 600 e 700 habitantes. Levando em conta as possibilidades de abastecimento e as condições de segurança da área, um conselho de chefes determinava o local onde eram erguidas. As aldeias eram formadas por ocas (cabanas), habitações coletivas que apresentavam formas e dimensões variadas. Em geral, as ocas eram retangulares, com o comprimento variando entre 40 m e 160 m e a largura entre 10 m e 16 m. Abrigavam entre 85 e 140 moradores. Suas paredes eram de madeira trançada com cipó e recobertas com sapé desde a cobertura. As várias aldeias se ligavam entre si através de trilhas, que uniam também o litoral ao interior. Algumas eram muito extensas como a do Peabiru, que unia a região da atual Assunção, no Paraguai, com o planalto de Piratininga, onde se situa a cidade de São Paulo. Descobrimentos arqueológicos confirmam contatos entre os tupis-guaranis e os incas do Peru: objetos de cobre dos Andes foram desenterrados em escavações, no Rio Grande do Sul e no Estado de São Paulo. Alimentação: mandioca, peixe e mariscos
A alimentação dos índios do Brasil se compunha basicamente de farinha de mandioca, peixe, mariscos e carne. Conheciam-se os temperos e a fermentação de bebidas alcoólicas. Com as fibras nativas dos campos e florestas, fabricavam-se cordas, cestos, peneiras, esteiras, redes, abanos de fogo; moldavam-se em barro diversos tipos de potes, vasos e urnas funerárias, pois enterravam seus mortos .
Na taba, vigorava a divisão sexual do trabalho. Aos homens cabiam as tarefas de esforço intenso, como o preparo da terra para o cultivo, a construção das ocas e a caça. Além destas, havia a atividade que consideravam mais gloriosas a guerra. As mulheres, além do trabalho natural de dar a luz e cuidar das crianças, semeavam, colhiam, modelavam, teciam, faziam bebidas e cozinhavam .
Os casamentos serviam para estabelecer alianças entre aldeias e reforçar os laços de parentesco. A importância da família se contava pelo número de seus homens. As grandes famílias tinham um líder e as aldeias tinham um chefe, o morubixaba. Em torno dele, reunia-se um conselho da taba, formado pelos líderes e o pajé ou xamã, que desempenhava um papel mágico e religioso. As crenças religiosas dos índios possuíam papel ativo na vida da tribo. Praticavam-se diversos rituais mágico-sagrados, relacionados ao plantio, à caça, à guerra, ao casamento, ao luto e à antropofagia. Antropofagia (canibalismo) e vida após a morte
Basicamente, os tupi-guaranis acreditavam em duas entidades supremas - Monan e Maíra - identificados com a origem do universo. Ao lado das divindades criadoras, figurava também uma entidade - Tupã - associada à destruição do mundo, que os índios consideravam inevitável no futuro, além de ter ocorrido em passado remoto. Acreditavam também na vida após a morte, quando o espírito do morto iniciava uma viagem para o Guajupiá, um paraíso onde se encontraria com seus ancestrais e viveria eternamente. A prática da antropofagia talvez estivesse especialmente ligada a essa viagem sobrenatural, sendo uma espécie de ritual preparatório para ela, segundo alguns estudiosos .
Para outros, o ritual antropofágico servia para reverenciar os espíritos dos antepassados e vingar os membros da aldeia mortos em combate. Após as batalhas contra tribos inimigas, a antropofagia tinha caráter apoteótico, mobilizando todos os membros da aldeia numa sucessão de danças e encenações que terminavam com a matança de prisioneiros e o devoramento de seus corpos.
Na organização política de uma aldeia, destacava-se a figura do chefe, o morubixaba, mas este só exercia efetivamente o poder em tempos de guerra. Ainda assim não podia impor a sua vontade, devendo convencer um conselho da aldeia, por meio de discursos. A guerra era uma atividade epidêmica. Acontecia por razões materiais, como conquistar terras privilegiadas; morais e sentimentais, como a vingança da morte de parentes ou amigos por grupos adversários; ou ainda, religiosas, vinculadas à antropofagia. Povos guerreiros
O caráter beligerante das sociedades indígenas brasileiras desmentem a versão da história segundo a qual os índios se limitaram a assistir à ocupação da terra pelos europeus, sofrendo os efeitos da colonização passivamente. Ao contrário, nos limites das suas possibilidades resistiram à ocupação territorial, lutando bravamente por sua segurança e liberdade. Entretanto, o contato inicial entre índios e brancos não chegou a ser predominantemente conflituoso. Como os europeus estivessem em pequeno número, podiam ser incorporados à vida social do índio, sem afetar a unidade e a autonomia das sociedades tribais.
Isso favoreceu o intercâmbio comercial pacífico, as trocas de produtos entre os brancos e os índios, principalmente enquanto os interesses dos europeus se limitaram ao extrativismo do pau-brasil. Em geral, nas três primeiras décadas de colonização, os brancos se incorporavam às aldeias, totalmente sujeitos à vontade dos nativos. Mesmo em suas feitorias, os europeus dependiam de articular alianças com os indígenas, para garantir a alimentação e segurança .
Posteriormente, quando o processo de colonização promoveu a substituição do extrativismo pela agricultura como principal atividade econômica, o padrão de convivência entre os dois grupos raciais sofreu uma profunda alteração: o índio passou a ser encarado pelo branco como um obstáculo à posse da terra e uma fonte de mão-de-obra barata. A necessidade de terras e de trabalhadores para a lavoura levaram os portugueses a promover a expulsão dos índios de seu território, assim como a sua escravização. Assim, a nova sociedade que se erguia no Brasil impunha ao índio uma posição subordinada e dependente.
Confederação dos tamoios
Contra essa ordem, a reação indígena assumiu muitas vezes caráter violento, como a guerra dos Tamoios, que se estendeu por três anos, a partir de 1560. Incentivados por invasores franceses estabelecidos na Baía da Guanabara, vários grupos desses índios uniram-se numa confederação para enfrentar os portugueses, ao longo do litoral entre os atuais estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A atuação dos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta resultou num acordo de paz, realizado em Iperoígue, uma aldeia situada onde hoje se localizam os municípios paulistas de São Sebastião e Ubatuba.
Outra possibilidade de reação indígena ao avanço português era a submissão, assumida sob a condição de “aliados” ou escravos. Essa forma de convivência “pacífica” foi obtida particularmente graças ao trabalho dos padres missionários que, promovendo a cristianização dos índios, combatiam sua cultura e tradições religiosas, além de redistribuí-los territorialmente, em geral de acordo com os interesses dos colonizadores. Índios sobreviventes
Finalmente, para preservar a unidade e a integridade de seu modo de vida, os índios optaram também pela migração para as áreas interioranas, cujo acesso difícil tornava o contato com o branco improvável ou impossibilitava a este exercer seu domínio. Essa alternativa, porém, teve um preço alto para as tribos indígenas, forçando-as a adaptar-se a regiões mais pobres ou inóspitas. Ainda assim, em relação ao enfrentamento ou à submissão, o isolamento foi o que permitiu parcialmente aos índios preservarem sua herança biológica, social e cultural. Dos cinco milhões de índios da época do descobrimento, existem atualmente cerca de 460 mil, segundo a Funai - Fundação Nacional do Índio. Veja também
O povo Kaigang: História e cultura Os Kaigang da região de Rio da
Cobras 9 de julho de 2006. O contato dos Kaingang com a sociedade envolvente teve início no final do século XVIII e efetivou-se em meados do século XIX, quando os primeiros chefes políticos tradicionais (Põ’í ou Rekakê) aceitaram aliar-se aos conquistadores brancos (Fóg), transformando-se em capitães. Esses capitães foram fundamentais na pacificação de dezenas de grupos arredios que foram vencidos entre 1840 e 1930. Entre os desdobramentos dessa história, destacam-se o processo de expropriação e acirramento de conflitos, não apenas com os invasores de seus territórios, mas intragrupos kaingang, uma vez que o faccionalismo característico dos grupos jê foi potencializado pelo contato. Os Kaingang vivem em mais de 30 Terras Indígenas que representam uma pequena parcela de seus territórios tradicionais. Por estarem distribuídas em quatro estados, a situação das comunidades apresenta as mais variadas condições. Em todos os casos, contudo, sua estrutura social e princípios cosmológicos continuamvigorando, sempre atualizados pelas diferentes conjunturas pelasquaisvêmpassando.
Segundo o lingüista Aryon Dall’Igna Rodrigues, a língua kaingang pertence à família jê do tronco macro-jê. A lingüista e missionária do SIL (Summer Institute of Linguistics) Ursula Wiesemann classificou a língua dos Kaingang atuais em cinco dialetos: (1) de São Paulo (SP), entre os rios Tietê e Paranapanema; (2) do Paraná (PR), entre os rios Paranapanema e Iguaçu; (3) Dialeto Central ©, entre os rios Iguaçu e Uruguai, Estado de Santa Catarina; (4) Dialeto Sudoeste (SO), ao sul do rio Uruguai e a oeste do rio Passo Fundo, Estado do Rio Grande do Sul; e (5) o Dialeto Sudeste (SE), ao sul do rio Uruguai e leste do rio Passo Fundo. Os dialetos diferenciam-se em várias partes de sua estrutura sendo as diferenças mais evidentes as fonológicas.
Os Kaingang vivem hoje em mais de 30 Terras Indígenas distribuídas nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Estima-se hoje uma população kaingang de 25.875 pessoas vivendo em 32 Terras Indígenas (Funasa, 2003). No entanto, verifica-se a presença de famílias vivendo nas zonas urbanas e rurais próximas às TIs. Na grande Porto Alegre-RS surgiram três grupos kaingang que passaram a viver na cidade e um já conseguiu local para construir a aldeia. São grupos formados por uma família extensa inteira ou parte da que permaneceu na TI de origem. Na zona rural a presença kaingang se dá por unidades familiares ou individualmente, que, pela impossibilidade (econômica ou política) de viverem nas TIs, passaram a viver como trabalhadores não qualificados em fazendas e sítios das regiões próximas às aldeias. Se computadas todas essas famílias, o contingente populacional kaingang poderá chegar a 30 mil.
É importante registrar que os censos realizados até o presente são bastante precários porque as famílias kaingang mudam-se freqüentemente de aldeia e de TI pelas mais variadas razões e essa dinamicidade dificulta a sua visibilidade. O crescimento vegetativo é considerado bastante alto e, mesmo com elevado índice de mortalidade infantil, quando os censos são divulgados, estes já se encontramdefasados. O centro da vida ritual entre os Kaingang é ocupado pelo ritual de culto aos mortos. Efetivamente, entre estes índios as etapas do ciclo de vida ou são objeto de rituais circunscritos ao ambiente doméstico (caso da nominação) ou não apresentam qualquer forma de ritualização (caso dos casamentos). Ao contrário, o culto aos mortos destaca-se não apenas pela importância atribuída pelos Kaingang, mas também, por seu caráter comunitário e intercomunitário.
As primeiras referências ao ritual do Kikikoi devemos a Curt Nimuendajú (1913) e a Herbert Baldus (1937), porém os registros sobre as beberagens que acompanhavam os funerais, nos quais era consumida a bebida Aquiqui remontam às primeiras décadas do século XIX.
O Kiki, ou o ritual do Kikikoi (comer o Kiki), como é conhecido o culto aos mortos kaingang, já foi descrito como o centro da vida religiosa destes índios. Não obstante este ritual seja hoje em dia realizado apenas por um pequeno grupo na Terra Indígena Xapecó (SC), todos os Kaingang associam o Kiki à ‘tradição’ indígena, ao ‘sistema dos antigos’. Os registros históricos permitem-nos afirmar que, no passado, este ritual era realizado em diversas regiões.
Mesmo no contexto atual da Terra Indígena Xapecó, onde o Kiki foi realizado pela última vez no ano de 2000, a realização deste ritual possibilita a identificação da articulação desta experiência ritual com crenças e práticas relacionadas à cosmologia dualista kaingang. O ritual consiste, fundamentalmente, na performance de dois grupos formados por indivíduos pertencentes a cada uma das metades clânicas, Kamé e Kairu. A condução da vida social kaingang, vimos, opera uma constante fusão das duas metades. Durante o Kiki, no entanto, as metades atuam separadamente, formando grupos de ‘consangüíneos classificatórios ou mitológicos’. Como nos mitos, o relacionamento entre os grupos que atuam no ritual é marcado pela complementaridade e assimetria entre as metades Kamé e Kairu.
A realização do ritual do Kikikoi depende da solicitação dos parentes de alguém que veio a falecer no ano anterior ou nos anos anteriores. É necessário que haja mortos das duas metades. O processo ritual é marcado pela reunião dos rezadores em três fogos acesos, em dias diferentes, no terreno do organizador - local conhecido como ‘praça da dança’ ou ‘praça dos fogos’. A data do primeiro fogo geralmente ocorre dois meses antes da realização do terceiro e último fogo. Os Kaingang afirmam que o ritual deve ocorrer entre os meses de janeiro e junho. O primeiro fogo (são acesos dois fogos, um para cada metade) antecede o corte (a derrubada) do pinheiro (Araucaria augustifolia), o qual servirá de konkéi (cocho), vasilha onde é colocada a bebida que recebe o nome do ritual - ‘kiki’ (cerca de 70 litros de mel e 250 litros de água). O segundo fogo (são quatro fogos, dois de cada metade) ocorre na noite seguinte e antecede o início da preparação do konkéi.
O terceiro fogo, etapa mais importante do ritual, articula um maior número de pessoas e eventos. Cerca de dois meses após a colocação da bebida no konkéi, seis fogos são acesos - três dos Kamé e três dos Kairu - paralelos ao konkéi. Os rezadores permanecem durante a noite ao redor dos fogos, acompanhados por outros integrantes das respectivas metades, entoando cantos e rezas. Durante esta etapa, determinadas mulheres, as péin, realizam as pinturas faciais (com tintas obtidas pela mistura de carvão e água), cuja finalidade é a proteção dos participantes contra os espíritos dos mortos de sua metade. São estas mulheres que estão preparadas para entrar em contato com os objetos dos mortos, sem correr os riscos daí advindos. Os rezadores de uma metade dirigem suas rezas para os mortos da metade oposta. Eles rezam, cantam e tocam instrumentos de sopro (confeccionados com taquaras – turu) e chocalhos (confeccionados com cabaças e grãos de milhos – xik-xi). Ao amanhecer os grupos se deslocam da praça de dança para o cemitério, onde novamente são realizadas rezas para os mortos nas suas sepulturas. Quando retornam para a praça de dança os grupos se fundem em danças ao redor dos fogos. O ritual é concluído com o consumo da bebida, do Kiki. O Kikikoi pode ser definido como um esforço da sociedade em ratificar o poder do mundo dos vivos sobre os perigos associados com a proximidade dos mortos. Nestes esforços os Kaingang articulam temas como a complementaridade das metades, a nominação, a integração entre comunidades distintas, o controle sobre o território e a interação mitológico-histórica com a natureza. O grande esforço demandado para a realização deste ritual, associado à necessidade formal de integrar diferentes comunidades, fez com que ele fosse, no passado, realizado em apenas algumas terras indígenas. Mesmo hoje em dia, a realização do ritual do Kiki na TI Xapecó depende da participação de convidados (rezadores e dançarinos)queresidemnaTIPalmas.
A partir da década de 1940, com a intensificação da presença do Serviço de Proteção aos Índios no interior das TIs kaingang, o ritual do Kiki foi gradativamente abandonado. As pressões “civilizatórias” condenavam, ao mesmo tempo, as beberagens que marcavam as etapas festivas do ritual e a articulação intercomunitária necessária à realização do Kiki. A mais forte, ou melhor, a mais visível expressão da religiosidade kaingang foi fortemente combatida. Igualmente combatidos foram os xamãs kaingang, muitos tiveram suas casas queimadas e foram obrigados a abandonar suas terras ainda na década de quarenta e cinqüenta. Os xamãs, a quem os Kaingang chamam de Kuiã, demonstram, como no Kikkikoi, um profundo conhecimento e uma perigosa (aos olhos “civilizadores”) capacidade de manipulação da relação entre Natureza, Cultura e Sobrenatureza.
Os kuiã (xamãs), efetivamente, não se ocupam apenas da cura, mas também do conhecimento, da capacidade de “ver e saber o que é que” (como diz um Kaingang da TI Rio da Várzea/RS). Segundo o estudioso do xamanismo kaingang Robert Crépeau (1997), o poder do kuiã é adquirido através dos ‘companheiros’ ou guias animais. Para iniciar a relação como ‘companheiro animal’ o aspirante a kuiã deverá ir ao “mato virgem”, cortar folhas de palmeira e confeccionar recipientes onde colocará água para atrair o ‘companheiro’. Alguns dias mais tarde o iniciante deverá retornar à mata virgem e saberá qual animal bebeu a água preparada. Se ele próprio beber e se banhar com esta água ele passará a ter o animal como ‘companheiro’ e guia. O poder do kuiã depende do tipo de ‘companheiro animal’ que ele possui. Os mais fortes, que tem o mig (gato do mato; tigre) como guia, poderão trazer à vida pessoas cujos espíritos foram seduzidos pelos mortos, viajando para o Numbé (lugar intermediário entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos). Além do poder de cura, os kuiã desenvolvem a capacidade de ver o que irá acontecer com aqueles que vivem no grupo. No caso de uma luta entre grupos rivais – explicou um velho Kaingang responsável pela organização atual do ritual do Kiki – os kuiã sabem quando os adversários estão preparando um ataque. Caso o grupo a ser atacado também tenha um kuiã, este saberá que um ataque está sendo preparado, “eles conversam só entre eles, como telefone”. Com seus guias ou ‘companheiros’ animais, os kuiã ocupam, portanto, uma posição estratégica na organização da vida social e política das comunidades kaingang. O respeito dos kuiã para com seus guias animais é muito particular. Mesmo sendo os Kaingang caçadores tradicionais, os kuiã não podem caçar estes animais. Embora a atuação dos kuiã não esteja restrita ao domínio da cura, esta é uma de suas principais atribuições. São também os ‘companheiros’ animais que ensinam aos kuiã o tratamento com os ‘remédios do mato’. Este conhecimento não está limitado à atuação do kuiã; muitos conhecem os ‘remédios do mato’. Há, com efeito, inúmeras categorias de conhecedores de remédios do mato, tais como: curadores, remedieiras e parteiras de acordo com algumas pesquisas realizadas (Oliveira, 1996; Haverroth, 1997). Conforme afirmou um velho kuiã da terra indígena de Palmas(PR), tudo o que existe na natureza é remédio. A condição fundamental para que as plantas sejam consideradas ‘remédio do mato’ é estar no mato-virgem – os ‘remédios do mato’ não podem ser cultivados, estar no mato é condição para que a planta mantenha sua força, e o remédio produzido,suaeficácia. O xamanismo kaingang, portanto, é uma expressão da relação estreita que estes índios concebem entre sociedade, natureza e sobrenatureza. O xamã é um mediador que atua nas relações entre os domínios do sobrenatural e do natural, tendo sua reputação construída, especialmente, em virtude de suas habilidades de cura e capacidaddeveresaberoconhecimento. Povos que tradicionalmente viviam da caça, coleta e agricultura, os Kaingang de hoje sobrevivem das roças administradas pela FUNAI, das roças familiares, da venda de artesanato e da prestação de serviços para produtores rurais. Tendo perdido a maior parte de seus antigos territórios, os Kaingang ainda viram suas florestas serem devastadas pelas serrarias implantadas nas terras kaingang e as melhores terras serem arrendadas para fazendeiros brancos pelos próprios órgãos indigenistas. Mais recentemente, várias comunidades kaingang e de outras etnias foram atingidas direta ou indiretamente por barragens que afetaram ainda mais as suas condições de vida. Confinados em minúsculas parcelas de terra, o constante reuso do solo e a perda da cobertura vegetal transformaram as TIs em espaços degradados ambientalmente cuja produtividade não atende as necessidades materiais das famílias. Somando-se tudo isso à ineficácia das políticas indigenistas, o quadro atual nas TIs é de grande precariedade em todos os setores da vida, e manifestam-se em: subnutrição, doenças infecto-contagiosas, alcoolismo, alto índice de mortalidade infantil e doenças de pele. Apesar dessas condições, verifica-se uma disposição em superá-las através de diversas lutas: pela reconquista de parte das terras perdidas, por uma educação escolar e políticas de saúde que respeitem suas especificidades Parte superior do formulário
Nas primeiras décadas do século XVII, o atual território paranaense desperta grande interesse de portugueses e brasileiros que descobrem ouro a ser explorado em algumas áreas da região. Há também a intensificação do povoamento indígena pelos bandeirantes paulistas. Até então, colonos e jesuítas espanhóis são os principais povoadores de Paranaguá, no litoral, e Curitiba, no planalto, as duas vilas mais importantes.
No século XVIII, a consolidação e a expansão das atividades mineradoras, em Minas Gerais relegam o Paraná a uma posição secundária, e subordinada a capitania de São Paulo, mantém sua economia limitada a agropecuária de subsistência.
Em 1.853 a província paranaense torna-se independente, e no final do século, a economia foi impulsionada pela extração da erva-mate, exploração da madeira e lavouras de café. Embora a nossa região tenha sido atravessada em 1521 por Aleixo Garcia e comitiva, vinte anos depois, pela comitiva de Alvaro Nuñes Cabeza de Vaca, pelas missões oficiais de colonização e de catequese dos índios, não se tem informação de que alguém tenha se estabelecido nessa época nos chamados campos de Nerinhê. Se os campos de Guarapuava foram terra de degredo de criminosos por quatro décadas, a nossa região era o destino dos degredados que cometiam. novos crimes.
O Brasil, embora independente de Portugal desde 1822, vivia sob o império de Dom Pedro 11, e nós, no Paraná, como integrantes da província de São Paulo. O Paraná foi 3ª e 5ª Comarca, e desde julho de 1852 já era Comarca de São Paulo até a sua emancipação, como província, em 1853. A partir deste instante, tornam-se muito importantes os documentos do Arquivo Histórico do Município, os escritos deixados, entre outros, por Alcindo Natel de Camargo, Xenofonte de Freitas Lopes e os depoimentos colhidos junto aos descendentes de pioneiros. Alcindo, nascido em Laranjeiras do Sul no ano de 1905, foi prefeito em três gestões, desempenhou outros relevantes cargos e chegou a assumir uma cadeira de deputado na Assembléia Legislativa do Estado do Paraná.
Alvina Kapazi, bisneta do pioneiro destas terras, é filha de João Samuel Nogueira e neta de Manoel Nogueira Maciel e de Maria da Conceição Malherbi. Muito lúcida, sempre se empolgou em nos fornecer informações, salientando que transmitia o que ouviu de sua avó, Maria da Conceição, nas longas conversas que entabulavam seguidamente. Quando Maria da Conceição faleceu, Alvinajá era casada com William Kapazi, conhecido como Úlio, descendente de libaneses, e que acabou sendo um dos primeiros padeiros de Laranjeiras do Sul. Úlio também integrou um dos primeiros conjuntos musicais desta terra, “Irmãos Kapazi”. Pela narrativa dos fatos acontecidos, da avó para a neta já adulta, e pela riqueza de detalhes, muito do que escrevemos é fruto de nossas longas entrevistas com Alvina, cuja casa dos seus pais localizava-se em certa época, onde hoje está a Praça da República, e, ela mocinha, costumava lavar roupas no pequeno córrego que tem a sua nascente na Chácara dos Padres (propriedade da Diocese) e boa parte do seu curso, paralelo à rua Coronel Guilherme de Paula, hoje, através de galerias. Quanto a Alcindo Natel de Camargo, destacamos um prefácio do seu histórico, documento de valor inestimável, para que pudéssemos aceitar a empreitada de escrever este livro, Muitos outros, seja com o fornecimento de documentos, ou entrevistas, serão citados ao longo deste trabalho. Alcindo, filho dos pioneiros, capitão Antônio Joaquim de Camargo e Augusta Natel de Camargo, assim se expressa: “Esta com una paranaense. da qual poucos têm conhecimento de sua tradição histórica. possui neste seu filho. alguém que ouviu de seus pais o relato do que foi a vida de Laranjeiras do Sul. desde os tempos idos de seu desbravamento Ouviu. viu e indica momentos inesquecíveis da era em que seus progenitores abriram na beira da estrada. a primeira casa comercial de Laranjeiras. Com modéstia e simplicidade. procurara passar para o papel. tudo aquilo que recordara e deve ser contado a partir dos primeiros tempos até os nossos dias. É um preito de saudade que não deixará no esquecimento a terra bendita que foi o seu berço de seus filhos e netos .
Aos bravos batalhadores do sertão, aventureiros audazes heróis quase desconhecidos da geração de agora, a “homenagem póstuma do autor”
Corria o ano de 1848. José Nogueira do Amaral, casado com Maria Felicidade, vivia em São Paulo onde possuía um emprego no governo imperial, mas também se dedicava a lavoura.
Havia certa desavença por motivos de divisas de terras com alguns vizinhos de sua propriedade e, num certo feriado, não tendo compromisso no emprego, decidiu visitar as plantações. Na passagem de uma porteira, duas pessoas lhe armaram uma tocaia com o intuito de matá-lo. Seus desafetos já haviam matado alguns cães de sua propriedade. Houve luta, e José Nogueira do Amaral acabou por dar cabo dos dois oponentes.
Consta que o mesmo se apresentou às autoridades, sendo condenado à pena capital pela forca. Contava aos seus filhos e estes, a seus descendentes a história de que, como ele era benquisto pelas autoridades, a pena de morte acabou por ser comutada e transformada em degredo José na condição de condenado à morte, vislumbrava uma oportunidade de escapar com vida, tudo dependendo da sua sorte.
Por determinação do governo provincial de São Paulo, organizou-se uma escolta comandada pelo alferes José Toledo, que traria deportado para o sertão bravio, um homem que deveria pagar a sua pena, quem sabe com a própria vida. Além do alferes Toledo, a escolta era composta por mais três soldados.
Ao contrário de outros, que eram degredados nas imediações de Guarapuava, José foi abandonado em região ainda mais inóspita, se considerarmos os escritos do padre Chagas “terra dos índios Dorins rudes e bárbaros”, e a citação da professora Gracita Gruber Marcondes, em seu livro - Guarapuava: História de Luta e Trabalho - Unicentro, de que, dos degredados nos campos de Nerinhê, “sabe-se que apenas um sobreviveu”. O alferes José Toledo, como era de praxe, deixou ao condenado uma pedra de sal (uma arroba), um facão, alguns víveres e uma pistola pedreira. Esta pistola foi certamente uma gentileza do alferes Toledo, pois não se costumava deixar armas de fogo com os condenados. A longa viagem da escolta e do condenado, desde São Paulo até a nossa região, fez nascer alguma amizade entre estes homens, e quem sabe, um misto de admiração e de piedade por aquele que seria abandonado em terras tão selvagens e cheias de perigos, principalmente pela presença das hordas de índios. Cabe aqui uma explicação sobre a “pistola pedreira”. Na falta de chumbo, o que sempre acontecia, pequenas pedras roliças encontradas nos leitos dos rios, serviam como projéteis. Talvez o disparo de uma pistola pedreira não tivesse eficiência em grandes distâncias, mas quando o alvo estava próximo produzia um grande estrago. O condenado vagou por longos dias pelas matas, procurando não deixar qualquer pista. e principalmente não ser visto pelos índios que se deslocavam de um lugar para outro. Com tempo sabia se esgueirar nos locais mais inacessíveis, espreitar, por horas, sobre a copa de uma árvore mudando constantemente de local. Um episódio que o mesmo narrou aos seus descendentes dá conta de
que em certa oportunidade, estava ele junto a um grande tronco de árvore, quando viu um índio em desabalada carreira sendo perseguido por um tigre, que o alcançou e o matou. Diversos relatos de pioneiros dão conta da existência de onças nesta região, que eram chamadas de tigreEm outra ocasião, José tomava água em um riacho quando foi atacado de surpresa por vários índios. Lutou bravamente e conseguiu vencê-los. Cobertos de lama e enfurecidos, os índios acabaram por se atingir uns aos outros, a golpes de bordunas. Com o passar do tempo, José não tinha mais víveres, e as suas roupas estavam imprestáveis. Passou a usar as peles dos animais que abatia, pois precisava se proteger do frio e dos insetos. Se os índios estavam acostumados a enfrentar os rigores do clima com a própria pele curtida ou com uma espécie de poncho tecido com fibras de urtiga gigante (urtigão) maceradas aferventadas, José não estava.
Um dia aconteceu o que não poderia ser evitado por muito tempo. Donos de sentidos aguçados, e já desconfiando da presença de um estranho nas matas, o degredado foi localizado e feito prisioneiro. Quis a sorte que, entre os captores estivessem alguns índios que entendiam um pouco da língua portuguesa, herança das muitas missões oficiais que exploravam a região, inclusive nos contatos mantidos com o padre Chagas que efetuou um trabalho de catequese a partir de 1810 e nos anos seguintes.
Pela segunda vez, em curto espaço de tempo, José salvou-se da morte certa, pois os índios não perdoavam qualquer invasor, já tinham trucidado comitivas, e o prisioneiro era apenas um homem. Ele
se fez entender que nutria grande ódio aos civilizados pelo degredo que lhe fora imposto, e com isso ganhou a simpatia dos seus captores que até aquele momento tinham repelido qualquer um que não fosse da sua raça, pois queriam manter o domínio da terra e da liberdade que tanto prezavam. Conhecedores do seu arrojo e bravura e julgando-o útil a tribo, os índios decidiram não só mantê-lo vivo, como conservá-lo entre eles. Passou a ser quase um ídolo na tribo e esta situação perdurou por um espaço de aproximadamente quatro anos.
Meus agradecimentos ao grande escritor João Olivir Camargo pelos trechos retirados de sua obra “RAÍZES DE NOSSA HISTÓRIA”.
DEPORIMENTO DE UM GRANDE PIONEIRO –(José Potulski e família)
Estou falando do Senhor José Potulski e da sua esposa Rosa Rozentalskin agora Rosa Potulski.
Ambos vieram do estado do Rio Grande do Sul, com apenas 16 anos de idade, solteiros em mudanças diferentes, se conheceram em Campo Novo e logo então se uniram pelo matrimônio.
Senhora Rosa filha do saudoso Julho Orloski e o senhor José filho de João Potulski tabém já falecido. Atualmente o Senhor José conta com 85 (oitente e cinco) anos e a senhora Rosa com 84 (oitenta e quatro) anos. O casal tiveram 4 quatro) filhos, que são Augusto, Onofre, Edmundo e o Geraldo, todos natural de Quedas do Iguaçu.
A senhora Rosa acompanhada com seus pais, partiram da cidade de Carlos Gomes, nos anos de 1939, e o senhor José veio da cidade de Lajeado Valeriano na época ambos os locais pertenciam para o município de Erechim Rio Grande do Sul. O senhor José Potulski tambem chegou a Quedas do Iguaçu em meados de 1939. Foi 10 (DEZ) dias MUDANÇA trasportada por um CAMINHÃO, A viageM era muito perigosa os ataques de bandoleiros, jagunços féras e outros impencílios tornava as viagens muito perigosa, as matas virgens que cobriam o sólo paranaense na época formavam túnes nas estradas construída a arados e picaretas. Havia tambem os foragidos da justiça que se embleavam nas matas e atacavam os viajantes tirando os bens quando não assacinavam para não deichar pistas. O senhor José assim como dona Rosa tiveram mais sorte eles vieram de caminhão de propiedade do Sr. Bene Benuto que já estava acostumado a transportar mudanças para o Oeste e Sudoeste do Paraná, a muito tempo, sabia os carreiros Menos perigosos, mas não tinha maneira de desviar os grandes rios tais como: Rio Uruguai, Rio do Peixe, Rio Japecó, Rio Chopim e Rio Iguaçu, cuaze todos não tinham pontes a travecia éra mesmo por água ou balças. A vinda das famílias Potulsi e Orloski para o Paraná mais precisamente para Campo Novo, foi pelos comentários de que aqui em Quedas do Iguaçu, as terras eram muito bôas e se adequeriam com facilidade e o preço eram muito baratas. Só assim encorajavam as famÍlias a se arriscar em uma grande aventura. precisava ter muita coragem e determinaçaõ e espírito aventureiro, pois os perigos eraM muito grandeS de serem assacinados violentados pelo caminho. queM viveu sabe contar de Francisco Beltrão em meados de 1957, o terror que aconteceu com as famÍlias que ali chagaram, jagunços que a tempo viam aterrorizando as famÍiliasa do Paraná e outros estados como foi o caso do Contestado em 1916. Herois eram os que conseguia chegar ÀS terras prometidas de Jagoda lugar onde as famílias polonesas habitavam em maior número vindo de todos os lados do Rio Grande do Sul Santa Catarina e outros lugares, outros vieram direto da Polônia, famÍlias inteiras como narro em outros trechos deste livro.
Sr, José e Sra. Rosa nos contou com alegria quando comentava da recepção que tiveram das pessôas que já moravam a mais tempo na região, os imigrantes poloneses construiram um grande casarão para hospedar os recem chegados como mostra a figura abaicho. Neste casarão eles ficaraM 3 semanas até se colocarem em suas terras que muitas vezes as famílias só compravam terras quando CHEGAVAM em Jagoda, viajavam com o dinheiro escondido nas mudanças precaviDos dos assaltantes. A SAra. Rosa relatou para nÓs as dificulades que tinham para adquerir o suStento e utencílios para a sus sobrevivência, tinham que se deslocar até Laranjeiras do Sul, era 3 dias de caminhão de propiedade do Sr. Francisco Rozentalsi, tinam como ponto de descansso Pinhal Ralo onde morava uma faília amida deles que dava hospedagem. A madeira para construir as suas casa era serrada na única serraria de propiedade de Francisco Rozentalski nas margens do Rio Campo Novo proximo a chacara de propiedade do Sr. Mariano Cheika. O Munho do SEnhor Antonio Plasnievski onde trocavA-se as semetes por alimentos como farinha de milho e trigo. Quando eles chegaram A Campo Novo o munho já estava funcionando. Assim como o soque de erva da grande família Luzitani, muito queridos por todos, por serem muito humanos e prestativos.As fótos abaicho retrataM a escola no terreno da Igreja Católica, em dias de entrega de boletins aos alunos, e o casal José e Rosa se devertindo no Salão dos idosos Nossa Senhora da
Aparecida na presidencia a Sra, Nina grande presidente.
HENRIQUE GOLOM UM PIONEIRO DE DESTAQUE
O pioneiro Henrique Golon chegou a Campo novo lá pelos anos de 1947, ele é natural de São João do Triunfo região de Curitiba, mais precisamente São Mateus, a sua esposa também era do mesmo lugar, mas vieram em tempos diferentes e foram morar em lugares bem diferentes. O senhor Henrique Golom não demorou muito para arrumar trabalho. o senhor Henrique ainda muito jovem começou a trabalhar na firma Compânia de celulose Iguaçu Ltda. Que trabalhou por 25(vinte e cinco) anos. O senhor Henrique tem muitas histórias para contar, ele resumiu tudo em poucas palavras, nos contou que quando ele começou a comprar terras e lotes em Campo Novo muitas pessoas o chamaram de louco, isso aqui é um fundo de saco, estamos cercados pelo Rio Iguaçu, não tem futuro aqui, mas o sr, Henrique olhava lá no alto, alguma coisa dizia para ele que aqui ele ia prosperar, só que era preciso trabalha e muito e foi o que ele fez, o dia para ele era curto trabalhava até de noite, enquanto alguns tomava chimarrão ele estava no trabalho, nunca desperdiçõu nada, cuidou de seus bens, de sua saúde e principalmente de sua família, e conservava os grandes amigos como por exemplo. o velho pioneiro muito amigo Lauzinho Goularth, e finalizou dizendo o trabalho só valoriza o homem, foi com outras palavras, mas o sentido foi o mesmo. O Sr. Henrique ao se despedir me disse, fui tão louco que apliquei tudo o que ganhava em terras nunca desperdicei nada e hoje estou desfrutando, ou melhor, colhendo os frutos da árvore que eu mesmo plantei e tive o máximo de cuidado para que os frutos não atrapalhassem os outros. e sim contribuir para o bem de todos, o chão pode ser dobrado cheio de pedras, mas se quer tudo se da um jeito basta ter criatividade.
Pioneiro Izidoro Stepanhak
No século XVII, já sabemos que a região era habitada apenas pelos índios dos quais temos descontentes até os dias atuais. Calcula-se o total de indígenas que atualmente vivem no ex-distrito e atual município de Espigão Alto do Iguaçu em aproximadamente 2.000 pessoas.
Sendo assim, em meados da década de 40, muitas pessoas, na maioria agricultores oriundos do Rio Grande do Sul, vieram aqui se instalar em busca da riqueza de nossas terras. Riqueza que os fazia sonhar com prosperidade.
A promessa de terras boas para se assentar às pessoas, mais a propaganda aliada a necessidade de que a colonizadora tinha de desenvolver a agricultura na região acabaram gerando uma expectativa que muitas vezes não se confirmava. E as frustrações só aumentaram com a Segunda Guerra Mundial, contribuindo assim para o desânimo que se abateu sobre os colonos.
E talvez devido a estas decepções, alguns colonos ignoravam a Companhia e se embrenhavam mato adentro em direção às terras devolutas ou mesmo de propriedade do governo. Futuramente estas terras foram sendo regularizadas na base de acordos.
O Governo de Moisés Lupião foi o que mais se empenhou nessa regularização.
E Quedas do Iguaçu é hoje uma terra sem sombra de qualquer conflito, embora esteja numa região bastante próxima de fronteiras com outros países, como o Paraguai, por exemplo, de onde vieram muitas famílias em 1982 para se assentarem no distrito e hoje município de Espigão Alto do Iguaçu.
Estas famílias vieram para cá quando da inundação de suas terras por ocasião da construção da usina de Itaipu, sendo prontamente recebidas e incorporadas em nosso meio.
E se, em tempos mais remotos existiam problemas entre brasileiros, colonos, índios e paraguaios, hoje os conflitos estão esquecidos e vencidos reinando em clima de inabalável paz entre os nossos povos. Se formos vários povos, que formam um só povo, e se somos criaturas filiais de um mesmo Deus, somos então irmãos e por isso devemos sempre viver como vivemos: em paz!
Os Irmãos Gonçalves
O nosso concidadão aqui entrevistado, Miguel Beira Gonçalves, nasceu no dia 29 de setembro de 1930, sendo filho do casal João Gonçalves da Costa e Lindaura Beira, ambos naturais de Laranjeiras do Sul, sendo atualmente casado com a senhora Josefa Gonçalves, com quem teve seis filhos.
Miguel Beira Gonçalves veio com sua família da qual faziam parte além de seus pais, mais 4 irmãos. E além destes outras pessoas somando um total de dez, todas oriundas de Laranjeiras do Sul no ano de 1932, sendo que dos dez que não eram aparentados com Miguel dois ficaram na localidade de Buriti, três na de Boa Vista e o restante vindo para a cidade de Quedas do Iguaçu que naquela época era conhecida como Campo Novo.
Os pais de Miguel estabeleceram sua família junto às margens do Rio Campo Novo, onde hoje se encontra instalada a empresa do Tomé.
Quando a família se estabeleceu a área era tão intocada que chegava a impossibilitar a visualização do céu devido a enorme quantidade de pinheiros e sua enormidade de tamanho, e se isto parece poético hoje, naquele tempo era mais uma dificuldade já que a quantidade de árvores inviabilizava o cultivo do solo, que era a finalidade da vinda da família. O pai de Miguel chegou a queimar 200 alqueires de pinheiro para poder
iniciar o cultivo agrícola. Naquele tempo as pessoas pagavam para que fossem retiradas as madeiras de seu terreno e ainda doavam a mesma para a pessoa que fazia o trabalho de retirada. Bem diferente do que acontece hoje em dia.
As construções aproveitavam a riqueza em madeira, sendo que era necessário que se fizesse a retirada das árvores a serem serradas, arrastando¬ as com juntas de burros até a primeira serraria que aqui se instalou nas margens do Rio Campo Novo e da C.C.P.I.; cujo gerente no período era o senhor Pedro Marques, sendo que posteriormente era ainda preciso refazer o caminho agora com a madeira serrada e pronta para se construir transportado pelo cminhão de propiedade do Sr. Francisco Rozentalski. Na foto ao lado o caminhão do Sr. Francisco Rezentalki e a primeira serraria.
A época a que nos reportamos encontra o senhor Miguel com a idade de 25 anos, buscando se estabelecer e prosperar numa cidade que tinha somente três casas construídas: o moinho do senhor Antonio Plasnieski, a casa de um senhor do qual o entrevistado somente consegue lembrar o primeiro nome Edmundo, e o casarão da Jagoda, empresa que se ocupou da colonização da área e que detinha a propriedade do único automóvel de toda a região, um jipe de quatro portas.
Foi nesse período que se iniciou a construção da estrada que ligaria Campo Novo a Laranjeiras do Sul, sendo que a construção se deu de forma braçal utilizando-se machados, foices, facões, pás e picaretas. Além de todas as armas de fogo que se tinha porque era preciso se defender dos animais selvagens e de alguns índios que eram conhecidos como os índios do beiço furado e que desciam do Mato Grosso para aterrorizar a vida dos colonos.
Além destas dificuldades, ainda tínhamos aquela gerada pela enormidade da quantia de árvores que precisavam ser derrubadas para viabilizar a construção, um dos motivos que fez com que a empreitada levada a cabo pelo feitor Jango Cristo e Mexia, durasse cinco anos. Durante estes cinco anos, embora não existam números, sabe-se que foram mortas muitas onças sendo que sua carne foi aproveitada na alimentação dos próprios trabalhadores e o couro vendido a tropeiros que aqui passavam vindos de Ponta Grossa, vendo esta que no geral era feita na base de trocas por armas e munições.
Os colonos destes tempos eram geralmente de origem italiana e alemã, sendo que viviam esparramados pelo terreno de ninguém, ficando assim à mercê dos índios do beiço furado, que eram ferozes, invadindo as propriedades e matando as famílias de moradores. Isso foi um grande problema sendo que não era nada raro se encontrar uma situação de crime envolvendo índios e colonos.
Também nesse período identificamos a presença dos padres jesuítas que vieram para catequizar os índios e segundo dizem algumas lendas, encontrar e enterrar ouro, mas o que mais interessa é o fato de que eles nos ajudaram muito no desbravamento do terreno, entrando nas regi]oes que hoje conhecemos como a localidade de Mato Queimado. Eles foram despontar nas margens do Rio Iguaçu, onde hoje se localiza a cidade de Chopim. Sendo que existiam relatos que nos dão conta que muitos desses padres teriam sido assassinados pelos indígenas que buscavam catequizar.
Os índios nesta época ajudaram sem querer projetos, maldosos de pessoas que queriam investir em terrenos aqui, da seguinte maneira: os índios aterrorizavam toda a região, e então as pessoas dos projetos maldosos ofereciam ao dono um pequeno preço, que ele acabava aceitando para poder ir embora, então o investidor ficava com a terra que já tinha sido preparada para o uso e mandava matar os índios contratando para tal os serviços dos chamados jagunços.
O senhor José Beira Gonçalves, irmão de Miguel e hoje o mais antigo morador de nossa cidade. conta-nos inclusive que o seu pai participou na Guerra do Paraguai, pelo que entendi, foi da revolução de 1924, Quedas do Iguaçu na época foi palco desta trágica guerra, que teve fim em nosso vizinho município de Catanduvas, em nossos territórios, onde seu pai teve importante papel no transporte das munições na região de Guaraniaçu, mais propiamente em Catanduvas onde se deram os combates. Nos lombos de 12 burros ele carregou individualmente até 120 quilos de balas que eram apanhadas na cidade de Laranjeiras do Sul, que naquela época se chamava Iguaçu.
Como todos sabem o Brasil e seus aliados venceram a referida guerra, ou a Polícia Militar do Paraná deram fim das revoltas Tenentistas que começou em São Paulo e foi terminar em Catanduvas no Paraná. Mas o que poucos sabem é que ela esteve tão próxima de nossa região, e mais ainda, que se podem encontrar relatos de pessoas em que seus familiares viram bem de perto a família Barreto residia no local onde teve o desfecho da batalha.
Da época da guerra ainda surgem histórias interessantes como a de um desertor paraguaio chamado Pedro que teria vivido escondido em nossas matas. Posteriormente desaparecido sem deixar pistas de para onde partira, ou ainda a do capitão que comandava os paraguaios e que foi sepultado na propriedade dos Bonotto, que fica onde hoje é a cidade de Espigão Alto do Iguaçu, cuja morte tem duas versões: uma que diz que ele foi morto em combate pelos soldados brasileiros ou da Polícia Militar do Paraná, e a outros dizem que ele teria sido morto pelos seus comandados que temiam a sua violência sanguinária.
O senhor Gonçalves nos conta que foi após
a vinda de sua família que as outras começaram a chegar para se estabelecer na região, e nos enumerou por nomes algumas das famílias que ele consegue lembrar que vieram para cá nesta época:
Sokolovicz, Potulski, Scharneski, Kamieski, Merlak, Piasecki, Branco, além de Francisco Gonçalves e Sebastião Gonçalves.
E para encerrar o relato da entrevista gostaria de lembrar aqui a emoção com que o senhor Gonçalves relembra os fatos aqui citados, notadamente quando o entrevistado relata ainda lembrar do cheiro de resina emanado pelo pinheiral, dizendo ainda ser capaz de lembrar do arque respirou aqui em seus primeiros dias, e muito emocionante também a passagem onde ele relatando o fato de que a região era recoberta de pinheiros de maneira que nem se podia enxergar o céu, olha para cima em direção ao céu parecendo poder ver ainda as copas dos pinheiros contra o mesmo céu que viu ele viver e registrar sua história em nosso solo, parecendo que nos seria possível ver no azul do céu refletido em seus olhos, todo aquele esplendor de natureza que ele nos reporta.
LUIZ AUGUSTO DAVIES UM PAI HERÓI
A Imigração
No início do século XIX, em busca de fortuna no rico país tropical, chegavam os primeiros imigrantes ingleses. Com esse espírito aportaram em vários locais da região do Brasil. No decorrer do século XIX, muitos estrangeiros que vinham para as Colônias tentar a sorte e expandir seus negócios, outros vinham por motivos religiosos. O intuito missionário foi também motivo da imigração. Os imigrantes entraram no país como comerciantes nas grandes cidades e os luteranos, como colonos no interior da região sul da Bahia e nas regiões do rio grande do sul. A comunidade inglesa, no período compreendido entre os anos de 1839 e 1850, era composta de negociantes, em torno de 38%. Os negociantes ingleses dedicavam-se ao comércio internacional, as indústrias, ao setor financeiro e a construção e exploração das estradas de ferro desde os meados do século XIX. Além disso, havia uma minoria dedicada a outros ofícios, como caixeiros, relojoeiros, funileiros, lavradores, sapateiros, carpinteiros retratistas, médicos, tecelões, religiosos e engenheiros. Em 1820 chegou ao Brasil o inglês Amaro Luiz Davies, solteiro com 20 anos de idade, casou-se com a jovem Constância. Encantado com o Rio Grande do Sul, ali se estabeleceu, instalando no porto Mauá nas costa do Rio Uruguai, atuando na ária de carpintaria, dedicou-se por muito tempo, transferindo a profissão para o seu filho Luiz Augusto Davies que desde pequeno se interessou pela profissão do pai. O interesse pela carpintaria, trouxe muitos ingleses para o Brasil em especial para o Rio Grande do Sul, os ingleses carpinteiros, tinham muita habilidade no tocante a construções de casas e trabalhos artesanais com madeiras talhando com as suas ferramentas apropriadas construí casas e móveis decorados a formão para ricos fazendeiros. A facilidade de engalhar, madeiras nobres para tais funções eram grande, o que dificultava era a mão de obra. Com a vinda dos ingleses, tudo se tornou fácil. O Sr. Luiz Augusto Davies de saudosa memória, nos contava com bastante propiedade, dos relatando o que escutava de seu pai em rodas de amigos ingleses, brasileiros e castelhanos que moravam próximos ás barrancas do Rio Uruguai. Luiz Augusto Davies, casou com Luiza Medino, com essa união tiveram 10 (dez filhos). Zelinda Constancia Davies, casada com Antonio Monteiro da Silva Celita Rosária Davies, com Levino Kelli Alfredo Leopoldo Davies, Abílio Leopoldo Davies, com Cleci, Adão Leonardo Davies, com Loudes, Tereza Davies, casada com Elmo Keller, Ivo Adolar Davies, com Marisa, José Davies casado com Dra. Leocadia, Tereza Davies, casada com Elmo Keller, Ivo Adolar Davies casado com Marisa, Zeli Davies com Irineu Potulski e Nadir davies com Ivo Keller. Com 8 (oito filhos) então, juntamete com outros amigos a explorar as terras do sudoeste do Paraná. Luiz preocupado com o futuro de seus filhos não tão promissor onde atualmente fixavam residência fez com que ele procurasse outro lugar para se estabelecerem, que oferecesse a sua família novas perspectivas oferecendo um rumo com esperança de um convívio mais salutar. Então esperançoso de se dar bem nas terras do Paraná na época corria notícias em todo o Brasil, que no sudoeste paranaense além da fertilidade das terras, ainda adqueria por preços acessíveis, e mais o incentivo do governo para colonizar esta região. Luiz Augusto Davies, pois se a caminho, Depois de muitos dias viajando, chegaram as fértis terras de Capanema, no distrito de São Valério, posteriormente Alto Faradai e por último Quedas do Iguaçu, onde recentemente faleceu aos seus 83 anos, morreu feliz, porque todos os seus filhos e filhas encontraram um bom caminho, caminho este almejado por ele. Luiz Augusto Davies “sogro deste que vós escreveis”, passou por este mundo deixando a sua marca, trilhou o seu caminho com passos firmes e mãos limpas, é sem dúvida a maior herança que um pai deixa para os seus descendentes, um passado digno de ser contado e gravado em placas e livros. Ao Velho inglês as nossas homenagens, dos filhos netos bisnetos e genros. Muito obrigado por tudo, e que Deus um dia esteja contigo e com
FAMÍLIA ROZENTALSKI E POTULSKI
Tudo começou em meados de 1939, com a vinda de Francisco Rozentalsi, e a família Putulski, O Sr. Izidoro Potulski com apenas 13(treze) anos e a senhora. Verônica com 4 (quatro) anos de idade, não sabia que em Jagoda nos confins de túneis verdejantes de pinheiros e madeiras de diversos tamanhos e qualidades, estavam lhes aguardando para agasalhar pelo matrimônio, essas duas crianças ainda, mas com o tempo foram se tornando adultos e construíram a sua família. De Saudosa memória o Sr. Izidoro, já partiu para outro espaço, mas, a sua querida esposa, companheira de muitas lutas e desafios ainda vive, e se Deusa quiser viverás por muito, tempo, para contar as histórias e os desbrava mento das terras que ela viu nascer e ajudou a construir. Jagoda que representa para nós Quedas do Iguaçu, devemos também a estes pioneiros, quem conheceu o viu falar ou leu as histórias de Jagoda, sabem o que estou falando. A estas pessoas que me refiro neste texto, muito obrigado, em nome da família Quedenses pela contribuição no progresso material e humano de nossa região. O primeiro da foto é o Sr. Pedro Piacheski, o Segundo da foto o Sr. Francisco Rozentalski e o terceiro o Sr. Vídio Cardoso motorista do Sr. Francisco Rozentalski em meados de 1940.
Esta fotografia foi tirada onde hoje é a Avenida Pinherais, a casa que se visualiza acima, era o munho, responsável pela transformação de graus vegetais, tais como arroz, trigo e farinha de milho em boa qualidade de comercialização e consumo próprio. Em meados de 1940, o Sr. Izidoro Potulski ao lado da trilhadeira, e o seu irmão Sigmundo Potulski em cima no comando da máquina, naqueles tempos eram difíceis e nem todos podia adquerir tal ferramenta agrícola, devido o transporte e o preço. Nesta fotografia observamos um pioneiro Miguel Rozentalski montado em uma das mulas, que pucham o forte carroção, transportando no seu interior uma grossa tora com destino a serraria, nas margens do Rio Campo Novo, de propriedade da Companhia Jagoda, cuja indústria era movida à roda de água do mesmo Rio. Os demais componentes do transporte, a Senhora Verônica não soube nos informar quem eram.
A Senhora Verônica Rozentalski Potulski, fez questão de nos contar, de um porco que seu esposo carneou com 309 Kilos, deu 9 latas de banha. Eles moravam onde antigamente era a serraria do Brancalhão. Ela contava esta história, com certo ar de riso, a Senhora Verônica nos detalhou muitos acontecimentos interessantes que ocorria naqueles bons tempos, difíceis de recursos, como tratar a saúde ou um socorro com urgência, o único médico clinicava em Laranjeiras do Sul Dr. Carmozina, de saudosa memória, porem mesmo com essas dificuldades, a natureza nos proporcionava um espetáculo saudável e aconchegante, não foi essas as palavras dela mas assim interpretamos.
Na época o Senhor Francisco Rozentalski pai da senhora Verônica, recém casados, foram morar na Cabeceira do Mato Queimado, em 1956, o mês ela não lembra, sabe porem, que o seu esposo, comprou um caminhão e transportava mercadorias comestíveis, da Jagoda para Laranjeiras do Sul e Guarapuava, de lá trazia produtos que supria as necessidades da população do pequeno lugarejo, que se escondia nas cortinas verdejantes das matas ainda intactas. Na foto ao lado observamos algumas propiedades rurais que existia naqueles tempos, esta propiedade apesar da lucidez da memória da senhora Verônica, não lembra de quem era mesmo ajudada pela sua filha Cecília não foi possível saber de quem eram essas propiedades.
Estas casas a senhora Verônica não tem bem certeza, a sua localização, se foi construída a esquerda ou a direita da Praça Pedro Alzides Giraldi, uma certeza ela tem, que a sua localização era na Praça. Os proprietários das casas ela também não lembra tudo endica que eram de propriedade do farmacêutico Henrique Krigier A primeira famamácia de propiedade do Sr.Henrique Krigi localisava-se próximo ao velho casarão da Jagoda. O núcleo residêncial se estalaou envolta desta grande casa, pois alí as grandes decisões eram resolvido, éra tambem o local que a minguáda população se reunian para encontros, e informações de parentes e amigos, icluindo ta,mbem os momentos de lazer. Praça Pedro Alzides Giraldi tirada em 1940, no alto focalizamos o Grande casarão da Jagoda. Materia: Comunidade da Fé da Igreja Católica.
UM GRANDE PIONEIRO – Albino de lima carneiro
O pioneiro Albino de Lima Carneiro, residente na rua Acácia, 191 na cidade de Queda do Iguaçu, natural da cidade de Pinhão. Quando o Sr. Albino residia nesta cidade de Pinhão, pertencia para a cidade de Guarapuava. Este valente pioneiro chegou a Quedas do Iguaçu pelos anos de 1940. Com apenas oito anos de idade. O Sr. Albino veio na companhia de seus pais.
Fixaram residência em Boa Vista do São Roque. Posteriormente moraram em vários lugares de nosso município.
As famílias Carneiro enfrentaram muitas dificuldades, devido a carecia de recursos que a região enfrentava na época.
Quando estas valorosas famílias Carneiro chegaram a Quedas do Iguaçu, tinham construída somente umas três ou quatro casas. O Sr. Albino acompanhou bem de perto a construção do campo de aviação construída pela companhia Jagoda. O Sr. Albino juntamente com a sua esposa Sebastiana tiveram oito filhos dentre essa conta com o valoroso mecânica conhecido popularmente de Chapéu, não só como bom profissional, mas também bom cidadão e um exemplar chefe de família, que muito orgulham os seus pais, irmãos, e familiares.
A família Carneiro os nossos agradecimento pela sua participação no desenvolvimento de nossa terra e de nossa gente, em nome de Quedas do Iguaçu o nosso muito obrigado.
QUEDAS DO IGUAÇU PERTO DA REVOLUÇÕES DE 32
A revolução de outubro de 1930 deu ao Paraná um interventor nascido na própria terra: o general Mário Alves Monteiro Tourinho (1871-1964). Desde 1912, quando surgiu com força o conceito de “paranismo”, o Estado era administrado exclusivamente por paranaenses. Mas o “paranismo” criou um subproduto: a autofagia.
Com a posse do general Tourinho, o rancor das forças que haviam dominado o Paraná na Primeira República e as ambições dos novos poderosos se concentrou sobre ele. Mesmo assim conseguiu iniciar um trabalho extraordinário em favor do interior de seu Estado natal, entregue pelas autoridades da Velha República e do Estado a interesses estrangeiros e de seus sócios locais comprometidos com o poder vigente.
Tourinho não aceitou negociar com ninguém e por não ter esse “jogo de cintura” político foi fortemente bombardeado pelos interesses contrariados. Mas em Foz do Iguaçu a comunidade da fronteira experimentou uma forte ação do governo, bem contrária da corrupção revelada na Colônia Militar (1889-1912). A ação do Estado havia sido sentida antes apenas pela atuação do coronel Jorge Schimmelpfeng, enviado pelo governo paranaense para estruturar a cidade. Tourinho foi o verdadeiro iniciador da nova Marcha para o Oeste, depois adotada pelo governo federal também para outras regiões do país. Tornou obrigatório o uso da língua portuguesa e da moeda nacional no comércio e nos serviços públicos.
Nacionalizou latifúndios e propôs medidas fortes, tais como criar em Foz do Iguaçu uma Prefeitura Especial por dez anos, com direito a ficar com toda a arrecadação de impostos estaduais e federais. Pretendia, com empréstimo do Banco do Brasil, construir um centro turístico que seria também uma nova cidade. Anulou concessões de terras feitas a companhias colonizadoras do Rio Grande do Sul, o que provocou ressentimentos.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, começava a ser idealizado um processo de redivisão territorial que implicaria a criação de territórios federais a pretexto de melhor defender o território nacional. O general Tourinho se opôs frontalmente ao projeto de retirar uma porção do pequeno Estado do Paraná para criar um território federal.
Foi combatido com energia pelas antigas oligarquias e foi obrigado a renunciar ao governo apenas um ano depois de assumir. O substituto foi Manoel Ribas, que embora nascido no Paraná houvesse feito carreira no Rio Grande do Sul. Com a fidelidade de Manoel Ribas ao Rio de Janeiro, estava aberto o caminho para a criação do Território Federal do Iguaçu.
Mas a medida ainda tardaria alguns anos, sofrendo uma lenta maturação nas esferas militares. O que veio apressar os procedimentos foi o golpe do Estado Novo, que centralizou o poder nas mãos de Vargas.
Até houve a queima da bandeira do Paraná para mostrar que a ditadura tinha um comando central no Rio de Janeiro, então a capital federal, sem admitir contestações.
Assim, a “constituição” de 1937 criou uma faixa de fronteira na qual não valia mais a autoridade estadual. A partir desse momento o governo paranaense não teve mais como atuar na ocupação do extremo-Oeste. Em 1943, quando finalmente se decidiu criar o Território Federal do Iguaçu, mesmo com tanta maturação ele começou desastrado.
O decreto da ditadura determinava que a capital fosse a cidade de “Iguaçu”. Que não existia. A coisa só não foi desmoralizada pela imprensa porque cabeças rolariam se alguém resolvesse dizer que o rei ditatorial estava nu.
Como o decreto de 1943 criando o Território Federal do Iguaçu impunha que sua capital seria a cidade de “Iguaçu”, por aproximação se acreditou que seria uma referência a Foz do Iguaçu. Natural, aliás, pois Foz havia sido a sede da Colônia Militar. Com isso, a comunidade da fronteira já festejava a nova capital, sinalizada, inclusive, pela designação do militar paranaense Luiz Carlos Tourinho para instalar e construir em Foz um batalhão de fronteira.
Mas alguém no Rio de Janeiro não pretendia vir para um lugar considerado o “fim do mundo”. O governador designado para organizar a estrutura do Território Federal, João Garcez do Nascimento, era um elemento de alta confiança do ditador. Foi designado para providenciar a Vargas um relatório sobre as condições do território para em seguida designar o militar que viria efetivamente a promover a ação governamental.
Os 200 burocratas que seriam nomeados não queriam vir morar no Oeste do Paraná. Os meses foram passando e Foz do Iguaçu esperava a instalação da capital. Luiz Carlos Tourinho reclamou de Garcez que instalasse logo a capital em Foz do Iguaçu.
Como opção mais “próxima” à civilização chegou a sugerir Cascavel, mas, conforme relato do major Oscar Ramos Pereira, que trabalhava em obras rodoviárias na região por aquele tempo, outra pressão, que teria vindo do Rio de Janeiro, prevaleceu. Os burocratas cariocas e fluminenses que viriam para gerir a Iguaçu não queriam mesmo vir. Com isso, a ditadura teve que “inventar” uma outra capital.
O major Garcez do Nascimento se viu na condição de determinar a instalação na antiga Colônia Mallet (hoje, Laranjeiras do Sul). No Rio de Janeiro se deu um jeito de mudar o nome do lugar para “Iguaçu”, mas havia outro problema: a localidade sequer fazia parte do atrapalhado Território Federal do Iguaçu. Foi preciso “esticar” os limites do Território, de modo que a recém-criada “Iguaçu” pudesse fazer parte dele. Tudo na base do “jeitinho”.
Mesmo assim, o major Frederico Trotta, escolhido para ser o governador em lugar do paranaense Garcez não vinha. Quando veio, finalmente, em março de 1946, a ditadura Vargas caía e a comunidade paranaense pôde livremente erguer a voz contra a “mutilação” de seu território.
Cascavel não sentiu um só benefício advindo do TFI. Só houve a mudança de nome da Avenida Brasil: metade passou a ser chamar Iguaçu e a outra metade foi batizada (adivinhe com o nome de quem!) Frederico Trotta. Ele ficou no Paraná pouco mais de seis meses e depois foi governar o Território do Guaporé (atual Rondônia).
Quando, na década de 60, o advogado Edi Siliprandi veio para Cascavel iniciar a pregação do Estado do Iguaçu, surpreendeu-se com a relutância da comunidade em digerir a proposta, pois no Sudoeste do Paraná e no Oeste de Santa Catarina a idéia era bem aceita.
De fato, para Cascavel, Guairá e Foz do Iguaçu o Território Federal só trouxe decepção. Com o tempo a frustração do passado se apagou e Cascavel veio a se tornar o principal centro difusor do movimento pró-Iguaçu.
MÊS DE DEZEMBRO DE 1924
Dia 9 A Marcha continua mais para o interior da mata. Nesse dia, atingimos Lajeado Liso de São Roque. Foi aí que o sargento Higino e o cabo Malan foram atacados em uma emboscada preparada pelos rebeldes.
No dia seguinte, conseguimos descobrir o corpo do sargento, enterrado, nos fundos de um paiol, ao lado de um chiqueiro de porcos. Procedemos à exumação e vimos, horrorizados, o corpo mutilado a facão e quase nu.
Á margem do trilho principal abrimos uma sepultura decente e, novamente ajoelhada, fizemos nossas preces. A assinalar mais essa vítima, ficou ali plantada outra cruz tosca feita de cedro.
A noite, recolhido ao silêncio das nossas barracas, dorme, confiantes na vigilância das guardas e sentinelas, atentas à escuridão das picadas.
Repentinamente, rompe de uma das guardas um cerrado tiroteio e, incontinente, o batalhão toma posição para combate. Porém, para nossa tranqüilidade, o alarme durou apenas alguns minutos. Um soldado de sentinela perdida, ouvindo ruídos estranhos nas picadas e não recebendo a senha regulamentar, disparou o fuzil acompanhado por toda a guarda avançada. Mais tarde tudo serenou, o acampamento voltou à calma e nós dormimos novamente, despreocupados.
Dezembro. 10. O Batalhão se deslocou para o lugar denominado Campo Novo Hoje Quedas do Iguaçu, onde deveríamos permanecer por 3 longas semanas. Provavelmente, ficaríamos como guardas vigilantes do franco esquerdo das tropas em operações ao longo do eixo da estrada a caminho a foz do Iguaçu.
Durante esses longos dias de inatividade enervante, passamos matando o tempo nos serviços obrigatórios de patrulha, reconhecimentos, guardas e sentinelas Diárias. A vigilância á tanto mais necessária porque cada estreita passagem das florestas pode trazer-nos uma bala do inimigo, oculto em emboscada.
Os dias chuvosos nos prendiam durante intermináveis horas dentro da pequenina barraca de campanha. Triste e absortos ficávamos sentados ou de cócoras, vendo os fios dáguas escorrerem e ouvindo incessantemente a chuva tamborilar na lona da barraca.
Aproxima-se o Natal. A tristeza nos invade mais profundamente o coração. Desde o oficial ao mais modesto soldado, todos sentem apossar-se de si uma angustiosa saudade dos lares distantes. Revêem, imaginariamente, os dias felizes das festas de Natal, no aconchego carinhoso da esposa, filhos, pais, irmãos...
VÉSPERA DE NATA: Polícia Militar do Estado do Paraná
Dia 24 surgem um novo dia radiante de sole a natureza parece exalar uma alegria festiva. A passarada silvestre anuncia o alvorecer, trinando alegremente.
Os soldados resolvem comemorar esse dia, erguendo o tradicional pinherinho que nos nossos lares alegra o coração meigo das crianças. Assim o fizemos, e mais tarde, o vimos condignamente enfeitados de frutos multicolores, bolachas, caixinhas fazias. A simbolizar a neve, o serviço de saúde nos forneceu o algodão necessário. Depois vimos soldados contemplarem ingenuamente a pitoresca e exótica árvore de Natal, símbolo da nossa homenagem e devoção ao nascimento do menino Jesus, Redentor da humanidade, que se propaga eternamente, ao seu redor não vimos, nem ouvimos o riso inocente e a alegre das crianças.
Erigimos esse altar de fé cristã entre as duas peças de artilharia da coluna. Viam-se em derredor, espalhadas, peças de metralhadouras nossa secção. Tudo isso forma um contraste chocante e inédito para nós.
Quando o crepúsculo vem descendo, cai um aguaceiro inoportuno que quase desfaz por completo o nosso pinherinho.
À noite, sentado nos velhos pinheiros caídos, meditamos entristecidos e contreplamos o céu estrelado, angustiados de saudades. O pinherinho, como que solidário com a nossa dor, parece triste também, e com seus galhos alçados para o firmamento, deixa cair de quando em vez uma gota cristalina de chuva, simbolizando, talvez, lágrimas de piedade que rolam ao chão; lágrimas implorando perdão a Deus por nós. Lágrimas de saudades das mãos, esposas e filhos ausentes.
Ainda nessa noite, uma notícia vinda da frente informa que um grupo de rebeldes depôs as armas.
Dia 27. A coluna se move novamente depois de longos dias em campo Novo Hoje Quedas do Iguaçu, some outra vez na escuridão verde das selvas, rumo ao próximo lugarejo da localidade do Tapui conhecido por Tapui dos índios.
Tapui é apenas uma pequena clareira na mata, com uma única choça indígena. Ao seu derredor armamos nossas barracas de lona cáqui.
É interessante observar a original arquitetura da cabana construída pelos silvícolas. Ramos e galhos habilidosdamente trançados e estocados de barro; como cobertura um compacto entrelaçado de folhas de taquara, impermeabilizados internamente pela ação contínua da fumaça de nó de pinho, dando-lhe um verniz preto e resistente. A cabana, que tem uma única porta, sem janelas, foi escolhida para o armazém de víveres e munição da tropa.
Em todos os trilhos e carreiros da mata, encontramos, infalivelmente, uma sentinela vigilante, ao redor da clareira, nos protege um denso e impenetrável taquaral.
Dia 31. O fim do ano nos encontra ainda na localidade do Tapui. A vida é normal no acampamento. O comandante Sarmento anuncia que, em regozijo á passagem do ano, mandará servir, à meia noite, um café com bolacha à tropa. Isso constitui uma concessão especial, dada se circunstância da extrema exigüidade de víveres dispõe a coluna.
Novas recordações nos açodam à memória novamente, ao lembrarmo-no de que, nas cidades onde moramos, essa hora tem uma especial significação para todos e é anunciada com festivos repiques de sinos, prolongados apitos e foguetes em profusão.
No acampamento, é tudo triste silêncio, ainda porque isso se torna indispenável à nossa propia segurança. O comandante consentiu apenas que acendêssemos uma grande fogueira.
À meia noite, recebemos o café prometido. Os oficiais brindam-se mutuamente, e como por encanto surgem não se sabe de onde, umas misteriosas garrafas que tem a importante faculdade de alegrar o estado-maior da coluna. Aqui e ali, ouvem-se cantos em surdina, declamações, recitativos, e, aos poucos, finaliza-se a comemoração.
De fogueira quase apagada desprendem-se fagulhas que desaparecem entre as altaneiras árvores da floresta. Ao apagar-se, fazem desvanecer em nossos corações as ilusões e vaidades humanas, lembrando a fragilidade dos nossos destinos que, como as fagulhas, podem apagar-se a qualquer momento.
MÊS DE JANEIRO DE 1925 QUEDAS DO IGUAÇU
Dia 1°. O novo ano marcará uma época de amargas recordações para todos nós. Passaríamos um período de sofrimento e dores, deixando em nosso caminho um rastro de sangue e cruzes, a assinalar, da li em diante, a nossa passagem pelo sertão. Marchamos novamente, numa peregrinação interminável. Os machadeiros e foiceiros à frente, rasgando a picada, em quanto os soldados na vanguarda iam reconhecendo e batendo as matas. Com os pés descalços a sangrar nos espinhos de nhapindá e unha de gato, progredindo lentamente. Trepando e agarrando-nos nas encostas da serra quase a pique, vamos escorregando aqui e caindo acolá, sem parar durante todo o dia. Os soldados, confundidos com os cargueiros, parecem modernos bandeirantes ou audazes guerrilheiros, marchando pelas selvas numa longa e interminável fileira. Atravessamos rios, muitas vezes com água pela cintura; galgamos morros e atravessamos terrenos alagados e lamacentos, onde a unidade era sufocante. Suados, maltrapilhos e barbudos, palmilhamos a picada sob o sol inclemente e constantes chuvas. Na foto acima retrata a Tropa da Polícia Militar marchando para a frente na altura da Serra da Esperança. Muitas vezes, sentimos o coração bater desordenadamente de cansaço ao atingir o alto da serra, e ali sentamos para nos refazer e continuar a jornada. Os malditos mosquitos e abelhas nos perseguem num contínuo zumbido, impertinenete, capaz de nos ensurdecer. É indispenável conduzir um ramo na mão para enxotá-los. A mochila, com as correias de couro mal ajustadas, fere os ombros, e até o fuzil é incômodo para se conduzir pelo cipoal da mata.
Dia 3. Acampamos a margem do Arroio Guarani.
O sargento Palmêndio de Camargo, com 2 praças e 2 vaqueanos, ao amanhasser, vão fazer o último e mais perigoso reconhecimento realizado nessa picada e, já noite fechado, regressam trazendo bons resultados.
No dia seguinte, prosseguimos novamente. O acidentado caminho é aberto penosamente a facão e foice. Há quase dois meses que marchamos dias e dias patinhando, sem descanso, para frente. A lama suga o nosso ingente esforço na marcha; as feridas dos arranhões ulceram rapidamente. Muitas vezes, exaustos, olhamos os pesados cargueiros de munição e artilharia, pulando aos galões, subindo com sacrifício as encostas da serra. Quase no alto, despenca com as preciosas cargas, morro abaixo, espalhando tudo na mata ao som dos lamentos e pragas dos soldados, acompanhados das gargalhadas de cachota dos companheiros de luta.
Muitas vezes, as peças de artilharia do tenente Garret foram tiradas a custa de cordas de dentro dos rios, depois de terem feito o trajeto do alto da serra ao rio, no lombo dos pobres muares. Muito deles foram abandonados mais tarde por estarem inúteis.
Dia 4. Chegamos, nesse dia, à margem do rio Medeiros.No dia seguinte, novamente, a nossa coluna está marchando para a etapa final da picada dos Valério e os infatigáveis soldados vão furando decididamente a mata. Estamos próximos novamente da estrada real. Nosso abastecimento de víveres já chegou ao fim. Estamos ha mais de 40 dias distante do ponto de partida da serra União.
Finalmente, chegamos ao lugar denominado Januário, quase ao anoitecer. Uma rês abatida é devorada sem sal pelos soldados famintos. Como sobremesa, comemos algumas espigas de milhos verdes assada.
Dia 6. Dia de Reis. Chegamos ao lugar denominado24. Para nós, esse dia foi na realidade, um dia de reis. Conseguimos atingir novamente a larga estrada de rodagem Guarapuava-Foz do Iguaçu. É um consolo conteplar-se um caminho aberto e cheio de sol, depois de mais de 40 dias internados em escuras e acidentadas picadas. Recordamos agora, sem saudades, os sofrimentos e martírios porque passamos nesses longos dias. Conforta-nos, agora, a convicção de que trilhemos um caminho plano, cheio de ar e de vida. Também nos anima a perspectiva de um abastecimento mais farto e seguro. Vemos soldados soltarem ingenuamente uma exclamação de alegria e satisfação, ao avistarem caminhões e carroças que passam célebre e continuamente, conduzindo víveres, armas e munições para os combatentes de Catanduvas.
Durante quatro dias, ouvimos, ao longe, o ruído ritmado das armas automáticas e o som grave, solene, dos canhões atirando sem cessar.
Dia 10. Ao anoitecer desse dia, montamos um movimento intensivo e anormal de caminhões e carroças que continuadamente passam para a frente de combate, em Catanduvas, onde os rebeldes do general Izidoro Dias Lopes instalaram seus mais importante baluarte defensivo desta memorável campanha.
CATANDUVAS: Correio – 1925 PREDIO ONDE FUNCIONAVA O CORREI EM CATANDUVAS - 1925
Dia 11. Na madrugada desse dia de infausta memória, o nosso Batalhão está novamente formado em coluna de marcha e se acha pronto para enfrentar os rebeldes em luta.Às 5 horas, recebemos o café e iniciamos a marcha. Aos primeiros alvores do dia, a natureza acorda ao trinar alegre da passarada silvestre. O contraste é chocante; enquanto na natureza tudo são alegria e festa, no coração dos homens, só há ódio, tristezas e rancores. Prosseguimos a pé em direção ao surdo crepitar da fuzilaria, na frente de combate. Quase ao meio dia alcançamos a localidade de Roncador, a 2 quilômetros do front. Recebemos uma substancial ração de café e bolachas. A marcha continua mais lenta, porem sem interrupção. Estamos cansados, pó isso o comandante Sarmento manda fazer alto exatamente no centro da estrada, à retaguarda donde está empenhado em combate o 7° Regimento de Infantaria do Rio Grande do Sul. Eram precisamente 12,20 horas e estávamos no quilômetro 230 da estrada que liga Guarapuava a Foz do Iguaçu. A missão do Batalhão foi atacar os rebeldes por uma picada no franco esquerdo. Balas passavam continuadamente em forma, aguardando ordens, quando um gemido acusa um ferido; um projétil em ricochete atinge o soldado Silvio Cordeiro Matoso, quando ainda em forma. O comandante ordenou para se aproximar-se de sua montada e o conduz fora das vista da tropa.
A artilharia estava iniciando uma barragem quando atravessamos a picada telegráfica e nos internamos em uma outra picada. Logo adiante, encontramos uma companhia de guerra do 3° Batalhão da Policia Paulista, que repousava depois do combate do dia anterior; Essa unidade estava estendida ao longo da picada como guarda de franco dos combatentes.
Continuamos marchando, deixando estes numa muda despedida, e alcançamos um tosco paiol de madeira que foi escolhido para hospital de sangue de emergência. Os clientes eram os mesmos homens que ali passavam cheios de vida e de esperança. Muitos voltariam dentro de poucos momentos com os corpos estraçalhados pela metralha. Era, porém, preciso escolher antecipadamente o lugar em que deveriam ser convenientemente atendidos. Muitos, também, iriam ficar ao lado de uma singela cruz, formando um pequeno cemitério a marcar a trajetória do nosso Batalhão. trem saindo de Santo Ângelo levando os soldados da Coluna Prestes ao combate no Paraná.
Ás 20,20horas, alcançamos pequena clareira numa encosta em declível, donde avistamos os revoltosos do lado oposto. O Rio Medeiros corre marulhando, indiferente aos propósitos sanguinários dos homens. Um avião de reconhecimento passa alto, sobranceiramente, indiferente também à cerrada fizilaria dos revoltosos. Espreitamos cautelosamente a despreocupação do inimigo, perfeitamente à vontade do outro lado do rio, inconscientes do perigo. A morte paira no ar sobraçando sua afiada foice, aguardando o momento de entrar em cena.
O Batalhão, cautelosamente, toma posição para o ataque, estendendo-se na encosta do plano inclinado da serra; as metralhadoras pesadas, com as respectivas guarnições, estão apostos. Subtamente, a gargalhadas tétrica das metralhadoras quebra o silêncio e, em consecutivas rajadas, vai ceifando do lado oposto.
Os revoltosos, estonteados, fogem apavorados em toda a direção a procura de abrigos e, logo depois, refeitos, respondem com um vivíssimo fogo. Na mata, já ouvimos os primeiros gritos da raiva e de dor; gemidos acompanhados de roucas blafêmias.
A artilharia de montanha, sob o comando do 1° tenente Ramiro Correia Junior, faz intermitentes disparos contra as posições rebeldes, porém, de início, uma peça é inutilizada.
A noite desce completamente, envolvendo na escuridão os remanescentes do nosso fatigado Batalhão. Recebemos ordens de recuar, molhado, enlameados, silenciosos e tristes, retornamos novamente pelas picadas até o Riachinho que passamos pela manhã. E assim foi morrendo soldados, mas por uma causa justa, manter a ordem e honrar a farda da polícia Militar do Paraná.
A VITÓRIA DA LEI
Está terminada a luta com a completa derrota dos rebeldes. Esses maus brasileiros, vergonhosamente aliados mercenários estrangeiros, não conseguiram a derrocada da terra que os criou e hospedou com carinho.Está de parabéns a Nação brasileira. E não podia ser de outro modo.Uma rebelião que se caracteriza pela traição, pelo saque e pelo mercenarismo dos seus combatentes, não podia vingar nesta terra habitada por gente leal, tão honesta e tão brasileira. Ao iniciarem a luta em São Paulo, só conseguiram com traição, com embustes, com dinheiro e com saques os seus primeiros combatentes.
Não havia ideal nesse agrupamento mesclado. Engrossaram suas fileiras, aliciando adeptos nas baixas camadas dos aventureiros internacionais. Repelidos das fronteiras de Mato Grosso, após aniquilamento dos seus tão decantados batalhões de estrangeiros, vieram para os sertões do Paraná e aí, apoiados na ferocidade de novos mercenários semi-bárbaros, continuaram a fazer correr sangue brasileiro com a insensatez de desvairados. Os fuzilamentos que fizeram dos seus própios companheiros, atestam o desequelíbrio mental da horda mercenária.
Devemo-nos regozijar pela Vitória porque sentimos que, durantes longos meses de lutas e de tentativas de novas rebeldias, a nação inteira conservou-se firme ao lado da constituição, prestigiando o Supremo Magistrado da Pátria na sua ação calma e valorosa de homem superior.
Agora resta castigar os tresloucados para que fique o exemplo para as gerações futuras.
É preciso que os crimes contra a Pátria não fiquem impunes. Congratulo-me com as tropas legais! Abraços de imorredouro reconhecimento aos camaradas da 5° Abraços de imorredouro reconhecimento aos camaradas da 5° Região Militar que souberam cumprir com nobreza e estoicismo o seu dever de patriota.
Uma eterna saudade no túmulo dos heróis que tombaram na defesa da Pátria querida. Durante o período revulucionário, foram promovidos vários oficiais e praças por critérios diversos, de acordo com as leis n° 232e2334, de 3 e 23 de março de 1925, respectivamente. A reportagem de O Estado do Paraná, (edição de 15 de Novembro de 1998), pesquisou e obteve depoimento de moradores da região de Catanduvas e encontrou vestígios de um cemitério localizado em Roncador, que ainda não foi engolido pela mecanização agrícola ou à falta de memória do País.
DIZ A REPORTAGEM EM REFERÊNCIA:
São aproximadamente dezoito quilômetros de estrada de chão cortando lavouras de milho até o cemitério de Roncador, em Catanduvas. O local fica próximo do antigo traçado da rodovia federal, que mais tarde seria batizado de BR-277. O cemitério fica na propriedade do agricultor Isimundo Kovaleski, está tomado pelo mato. As cruzes de metal, apagadas pelo tempo, são as únicas lembranças daquela época. São cruzes de metal e outras de madeiras danificadas pelo tempo, onde estão escritos os nomes dos soldados mortos. Todos eles pertencem a Força Pública (hoje Polícia Militar) e da 7° Região de Infantaria de São Paulo. Segundo depoimento dos moradores da época, os soldados eram enterrados em valas comuns porque muitos não tinham registro. Os nomes indentificados são dos soldados Francisco Vicente, Argemiro Benevides Ramos, Cristalino Alves da Rosa e Laudelino de Sousa Bueno. Já o cemitério de Formiga era destinado aos oficiais das tropas governistas. Dona Gema tem buscado o apoio da Prefeitura para preservar os cemitérios. Muitas cruzes de metal sumiram.
Nas fazendas existem ainda armamentos e munições utilizadas por soldados da revolução de 1924.
Vibrante narrativa dos feitos do lendário, 1° Batalhão de Infantaria da Polícia Militar do Paraná, sob o comando do intrépido capitão Joaquim Antonio de Morais Sarmento, hoje Patrono da PMPR, no combate aos revolucionários de 1924, em defesa da ordem e da legalidade.
O texto contém o impressionante Diário de Campanha do sargento Floriano Napoleão do Brasil Miranda, relatando, sob a ótica do combatente, as agruras da campanha, o ambiente inóspito e insalubre das marchas e trincheiras, e a dramacidade dos combates.
Antecede a narrativa uma interessante retrospectiva altamente resumida dos fatos mais marcantes vividos pela milícia paranaense entre os anos de 1915 e 1924. Alguns anexos complementam a obra, entre eles a biografia de Sarmento que se-encontram no livro escrito por ele: Revolução de 1924 Volumes V. Ao Aguerrido Capitão Renato Marquete comandante do 3ª Companhia da polícia Militar cediada em Quedas do Iguaçu as nossas mais sinceras homenagens. Quedas do Iguaçu se orgulha de ter em nosso meio um comandante digno do cargo que tem, essas homenagens vale também aos seus comandados também se estendem a polícia civil, tão bem representada pelo delegado de polícia de Quedas do Iguaçu Dr.
A HISTÓRIA QUE ME CONTARAM - SEBASTIÃO BARRETO
Pioneiro: Sebastião S. Barreto. Esta fotografia foi feita em 1957 durante o período que prestou serviço militar em Foz do Iguaçu. No estado do Paraná.Um Relato impressionante, narrado pelo pioneiro Sebastião Barreto, residente em Quedas do Iguaçu há 70 anos. Nesta entrevista, o pioneiro Sebastião, contou com detalhes importantes, da revolta de 1924, onde cominou com muitas mortes durante os combates armado das frentes legalistas e revoltosos. Apesar de seus já avançados anos, a sua memória narrou com riqueza de detalhes a triste tragédia presenciada pelos moradores da região de Catanduvas precisamente em Medeiros onde o seu avô tinha propiedades e morava com toda a sua família. Talvez seja a conversa que ele teve com o avô, e com o seu pai senhor João Maria Barreto, na época o pai do Sr. Barreto tinha 9 (nove) anos de idade, ambos conviveram este trágico confronte armado que deflagrou chamas ardentes entre os povos, muito deles nada tinha haver com a situação. O avô do Sebastião Barreto Sr. Antonio Quirino de Sousa, não se cansava de contar para o seu pai e seus netos, as bravuras dos soldados que compunha o pelotão da polícia Militar do Paraná. Em números aproximadamente de 500 homens, contra tacados pelos revoltados sanguinários das colunas, composto por militares e civis, e que também, não faltava à presença de estrangeiros paraguaios no movimento. O Sr. Sebastião com firmeza, detalhava a estratégia que a força militar usou, para atacar os revoltosos pela retaguarda, usando o poste amento da rede de Telégrafo, que saia de regiões distantes, e cortava as matas da região de Laranjeiras do Sul, consequentemente, inclui a nossa região de Quedas do Iguaçu. Seguindo os traços da rede para não se perder no matagal serrado da nossa região foi á maneira mais inteligente dos nossos heróis, surpreender os adversários pela retaguarda. Com os postes da rede telegráfica atravessou o Rio Guarani, seguindo até Catanduvas, onde se encontrava um posto de comunicação telegráfico, com esta estratégia usada pelos militares, deu condições para derrotar os revoltosos. Méritos do Comandante Antonio de Morais Sarmento hoje Patrono da polícia militar do Paraná, e de seus brilhantes combatentes.
Ao entrevistar o Sr. Sebastião Barreto, ele fez questão de dizer, que o seu avô, e todos os filhos dele, encluía também, o pai do Sr. Sebastião e sua mãe, por muitas ocasiões ficavam no meio do fogo cruzado, entre militares e revoltosos. Era bala de metralhadouras, mosquetões e de canhões, que rasgava os céus e roçava as matas de sua propiedade. A Revolta de 1924, muito comentada no Brasil e no mundo, acabou em frente às terras da família Barreto em Catanduvas. Mais precisamente na região de Medeiros. A bandeira da polícia Militar do Estado do Paraná tremulava nas mãos dos soldados, orgulhosos do dever comprido, liberdade para estarem novamente reunidos com os seus familiares, recebendo um abraço agora como heróis, título esse insignificante comparado pelo respeito à Constituição brasileira. Resolvido uma situação de grande repercussão em todo o território Nacional. Comentou ainda o Sr. Sebastião que o seu avô morreu com 104 anos e está sepultado no cemitério que do qual está enterrado alguns dos valentes Herói que defenderam a Pátria das garras dos maus intencionados malfeitores. Por este ato de brasilerismo foi devolvido a tranqüilidade e o respeito á Constituição brasileira e os bons costumes do povo e da corporação Militar.
Catanduvas terá Memorial sobre a Revolução de 1924
O projeto do Memorial da Revolução de 1924 em Catanduvas será prioritário dentro da secretaria de Estado da Cultura. O pedido do governador Roberto Requião foi feito durante a Escola de Governo. O tema compôs a pauta da reunião de ontem de manhã (17), em Curitiba e esteve a cargo da secretária Vera Mussi que destacou que “o Paraná tem história. Uma história bonita que este governo está recuperando e mostrando aos paranaenses”.
Requião lembrou que a idéia da construção do Memorial surgiu no ano passado, durante a cavalgada que realizou em Catanduvas, a convite do deputado estadual Nereu Moura (PMDB), oportunidade em que a comitiva passou por locais percorridos pelos revolucionários, inclusive dois cemitérios. A partir daí, o governo constituiu uma comissão com a presença do Exército, Polícia Militar e Uni oeste para a revitalização da memória destes acontecimentos.
Este projeto é um antigo sonho de Nereu Moura que quer ver recuperada parte da história do nosso país que teve desfecho em Catanduvas, na região Oeste do Paraná. “A Revolução Tenentista é o epicentro da Revolução de 30 que levou Getúlio Vargas à presidência do Brasil”, lembrou ele, ao destacar a importância política deste fato.
O prefeito Aldoir Bernart. Presente na Escola de Governo, agradeceu ao governador Roberto Requião e ao deputado Nereu Moura pelo projeto do Memorial, “uma importante obra que resgata a história que aconteceu nos caminhos do Paraná, especificamente em Catanduvas”. Bernart disse “que além do ganho cultural que é inestimável, o município vai ganhar economicamente com o incremento do turismo”.
Esta mesma idéia é compartilhada por Nereu Moura que acredita que Catanduvas vai passar a fazer parte dos roteiros turísticos ecológicos e históricos do Paraná. “Esta indústria sem chaminés a ser instalada, será responsável por uma nova fase no desenvolvimento econômico do município”, destacou o deputado.
Na próxima reunião da Escola de Governo, dia 24, o tema Revolução Tenentista será novamente abordado pelo professor Aymoré Índio do Brasil Arantes e pelo jornalista e historiador Adelar Paganini. O arquiteto Edinei. Fraga fará a exposição do projeto do Memorial.
A revolução tenentista teve início no dia 05 de julho de 1924 em São Paulo, após ser combatida pelo governo de Arthur Bernardes, os revoltosos retiram-se para o Estado do Mato Grosso e posteriormente tomaram Guaira e Foz do Iguaçu no Paraná. A intenção dos “tenentes” era chegar à capital Paranaense via estrada estratégica que, posteriormente, tornou-se a BR 277, nesse ínterim aguardavam a chegada de Luis Carlos Prestes que vinha do Rio Grande do Sul. Por sua parte o governo Federal organizou o Exército e as polícias estaduais com intuito de combater os revoltosos que se encontravam na localidade de Catanduvas e haviam se apoderado da estação telegráfica local.
Os combates foram intensos duraram seis meses e, em março de 19240, Marechal Candido Rondon à frente de 17 generais e 15 mil soldados fez o ataque final tomando Catanduvas e fazendo 407 cativos. Luis Carlos Prestes chegou atrasado ao Paraná, e não pode ajudar na contenda de Catanduvas, após o revés os revoltosos que, conseguiram escapar do cerco à Catanduvas se organizaram. Em Foz do Iguaçu, e cruzaram o Paraguai, entrando novamente no Estado do Mato Grosso, criando a Coluna Prestes, que ficou conhecida na história como a maior marcha de combate do mundo percorrendo mais de 25000 quilômetros em dois anos, vindo depor armas somente em 1927, na Bolívia.
PARA FINS DE ENRRIQUECIMETO
A primeira estrada de rodagem traçada e construída, ligando as cidades de Foz do Iguaçu a Guarapuava, e datada de 1917, antes da estrada o que existia era um picadão, por onde passavam os carroções. Muito sangue e mortes surgiram nestes picadões, travadas pelas lutas da revolução de 1924 entre Tenentistas e Tropas Revolucionárias Legalistas.
Um dos acontecimentos mais marcantes aconteceu em 1926, quando se defrontaram com as tropas revoltosas liderada pelo implacável Luis Carlos Prestes,nas imediações de Laranjeiras do Sul e Catanduvas, território do município de Guarapuava que na época abrangia uma área de 54.450 quilômetros quadrados, uma quarta parte do território paranaense.
Nesses mesmos picadões passavam os carroções dos primeiros colonizadores. Assim se processou o desbravamento da maior parte da região, e a penetração de pioneiros, criando núcleos que mais tarde se tornariam municípios, a exemplo de Catanduvas, Três Barras, Quedas do Iguaçu e outros lugares.
A primeira estrada de rodagem traçada e construída, ligando as cidades de Foz do Iguaçu a Guarapuava, e datada de 1917, antes da estrada o que existia era um picadão, por onde passavam os carroções. Muito sangue e mortes surgiram nestes picadões, travadas pelas lutas da revolução de 1924 entre Tenentistas e Tropas Revolucionárias Legalistas.
Um dos acontecimentos mais marcantes aconteceu em 1926, quando se defrontaram com as tropas revoltosas liderada pelo implacável Luis Carlos Prestes,nas imediações de Laranjeiras do Sul e Catanduvas, território do município de Guarapuava que na época abrangia uma área de 54.450 quilômetros quadrados, uma quarta parte do território paranaense. Nesses mesmos picadões passavam os carroções dos primeiros colonizadores. Assim se processou o desbravamento da maior parte da região, e a penetração de pioneiros, criando núcleos que mais tarde se tornariam municípios, a exemplo de Catanduvas, Três Barras, Quedas do Iguaçu e outros lugares.
PRIMEIROS JOGOS INDÍGENAS CULTURAIS
Reserva indígena de Rio das Cobras realizou o primeiro jogo indígena cultural na reserva indígena de Rio das Cobras realizada no dia do ìndio que é comemorada no dia 19 de abril, junto com as festividades do aniversário de Nova Laranjeiras que comemora o seu ano de emancipação dia 16 de maio.
A programação da comunidade indígena se foi no dia 15 e 16 de maio, o diferencial é que, neste ano aconteceu os primeiros jogos culturais de Rio das Cobras.
A reserva ind‘gena do Rio das Cobras é a maior reserva indpigena do Paraná, terra que abriga 2.300 ( dois mil e trezentos) índios das atnias Kaingang e Guarani, vivendo em 18 mil hectares. PO cacique da reserva, Ângelo Rufino, fazendo a leitura dentro desta representatividade é que as lide-raças da aldeia tiveram a iniciativa de realizar os jogos culturais.
As modalidades foram: Corrida com tora, lutas corporais, arco e flecha, corrida rústica e cabo de guerra.
Para Eugênio Bittencourt, prefeito municipal, foi um privilégio fazer esta união destas programações, das festividades indígenas e as comemorações de aniversário do município.
“Nós tivemos a honra em fazer esta frsta junto com a comunidade indígena, infelismente eles não estávam conosco e sim a Reserva por decisão das lideranças da aldeia”, Declarou o prefeito. O Cacique da reserva resalta que devido a programação cultural da reserva não foi possível fazer o deslocamento dos indígenas até Nova Laranjeiras>
“Diante da programação que foi elaborada foi melhor comemorar aqui mesmo na Reserva de Rio das Cobras”, descreve o cacique Rufino.
- á 10HS, MISSA SOLENE;
-Á 12hs, churrascada gratuita a todas as comunidades da Reserva cedida pela administração municipal de Nova Laranjeira.
- Às 13hs, continuação dos jogos com os atletas classificados,
- As 22hs baile alusivo as festividades de aniversário do município.
Também dia 16 de maio tiveram presentes nas festividades a jornalista Simone dos Santos, Anelize Camargo, Carolina Wadi e Juliana Norbachs estiveram fazendo entrega de livros reportagens e documentos produzido por um grupo de índias Kaingang, com base de manifestações culturais dos índios Kaingang. Quedas Originam-se do latim arcaico “caeda”, que, tomba que cai. (AGC, ABHF). Da Contração da preposição “de” (posse), com o artigo masculino “o”. Iguaçu Para o dicionarista Antenor Nascentes o termo vem do guarani “ü” (y.água, rio + “wa’su”...Grande, caudaloso: rio grande, rio caudaloso (AN). O escritor Francisco Filipak define o termo como guarani
“Ig” Água, rio + “Iguaçu”. Rio grande ou água grande. Segundo Gonçalves Dias, a grafia correta é Iguaçu, De “y”... Rio + “guaçu”... Grande: rio grande.
Origem Histórica. Por volta de 1937, quando a região era conhecida por Alto Itaipú, teve início uma Pequena povoação denominada “Jagoda” que em polonês significa fruta. Esse lugar ficou conhecido como “O Povoado dos Poloneses”, em função das inúmeras famílias de Descendentes de eslavos que ali se estabeleceram: Loniski, Mariano Hamerski, Francisco Rosenthalski,
HISTÓRIA DE QUEDAS DO IGUAÇU POR MIM CONTADA
Já mencionei anteriormente que falar de Quedas do Iguaçu sem contar a história da grande floresta de pinheiros e outras madeiras de lei, fica um vazio muito grande e que só é preenchido com riqueza dos primeiros proprietários e seus primeiros habitantes e administradores, a história nos confirma através de documentos oficiais nos arquivos públicos do Paraná que o ponto de pal1ida para sermos o que é Quedas do Iguaçu de hoje, foi a companhia São Paulo Rio Grande, e que a cada nova razão social que esta companhia adquiria fazia novas histórias e a cada qual, dentro de sua realidade diversificavam a sua atuação em todos os setores. De conformidade com o que narra um documento do arquivo público do Paraná o comissário de terras notificou o único morador, o Sr. Carlos Stout que residia nas terras vizinhas. Conta este documento que o Sr. Carlos Stout foi notificado para servir de testemunha das marcações das divisas das terras da Companhia São Paulo - Rio Grande, isto aconteceu em 12 de outubro de 1911, ha 90 anos atrás, é o que se encontra nos arquivos do Paraná. Somente em 26 de maio de 1912 foi dado por terminado o trabalho técnico das terras do Rio das Cobras, assinado pelo Comissário de Terras e do engenheiro civil Sr. Francisco Guttierrez Beltrão, famoso engenheiro conhecido nacionalmente pela sua competência profissional o seu nome é muito lembrado pelas, comunidades, a cidade do Sudoeste leva seu nome Francisco Beltrão que fica situado entre Dois Vizinhos e Marmeleiro.
O ponto de partida das marcações das terras Rio das Cobras foi iniciado à direita do Rio Iguaçu, a marca mede 1,40 centímetros com as letras S.P.R.G. (São Paulo Rio Grande), marca gravada a fogo é o que consta nos documentos dos arquivos públicos do Paraná e que de acordo com aprovação desta descriminação de terras concedidas à requerente pelo Decreto Federal 305 de 07 de abril de 1890.
O total da área era exatamente 63.004 hectares de imóvel Rio das Cobras, toda coberta de pinheiros e madeiras nobres e alguns trechos de taquaruçu.
Atenta às exigências de seu mercado consumidor e buscando sempre a excelência de suas relações produtivas com o meio ambiente, seus colaboradores e a comunidade, a Araupel sempre buscou diferenciar seus produtos. Assim em 2007 após três anos de preparações, a Araupel obteve do órgão certificador Imaflora, o Selo Verde específico mais valorizado do setor de produtos florestais - a Certificação Florestal pelo: FSC Trademarck © Forest Stewardship Council A. C. O selo FSC é composto por duas modalidades de Certificação - Bom Manejo Florestal, que dá à nossa matéria-prima o status de Certificada e Cadeia de Custódia, que nos permite processar estas matérias¬ primas em produtos certificados. A Certificação Florestal é hoje reconhecida como o mais rigoroso Selo Verde internacional para produtos florestais e, condição fundamental para a manutenção e possibilidade de ampliação do alcance de produtos florestais no mercado externo. Imagem As Grandes Conquistas Quando alguém se propõe escrever um livro, principalmente de uma região, com um objetivo de contar a história dela e de seus habitantes, o escritor já tem que ter em mente onde colher informações. Os meios são tantos “ mas”, nem sempre esses meios são confiáveis.
O que o escritor tem que se preocupar é de não confundir o leitor principalmente onde quem está lendo é personagem da história.
Quando resolvi escrever a história de Quedas do Iguaçu, eu já tinha em mente onde colher as informações, além do que eu mesmo tinha conhecimentos.
Sabendo eu as histórias ou acontecimentos narrados por uma só pessoa têm que ser avaliada muito bem antes de colocar no papel.
Somente é objeto de credibilidade as narração pessoais ditas por mais de um personagem, havendo coincidências por várias vezes a veracidade é quase 100%, mesmo os documentos com registros em cartórios não podendo considerar total validade sem primeiro fazer um rastreamento profundo no qual temos em mãos.
As histórias que eu escrevi neste livro comentado por pioneiros de nossa região e retirado de documentações profundamente confiáveis, nos fazem refletir que o espírito aventureiro do povo brasileiro é muito grande, é uma característica bem brasileira, Podemos conferir aqui mesmo em Quedas do Iguaçu, o caro leitor já observou que a mais de um século atrás os aventureiros rasgando o chão de trens, de carros, de aviões, de carroças, até mesmo de cascos de cavalos, atravessavam estados e mais estados atrás de suas terras prometidas, meses e meses de viagens, transportando suas famílias e seus pertences, enfrentando animais ferozes e até mesmo os ataques de bandidos e de outros perigos que é característica quando se propõe em fazer uma aventura em lugar ainda não explorado pelo homem, que foi o caso da nossa região.
Quando falamos em aventuras não nos limitamos só nos brasileiros, nossos irmãos poloneses atravessaram mares e mares até chegar no Brasil e conseqüentemente a nossa região, para junto com os Brasileiros construirmos uma nova comunidade.
Hoje somos uma população de aproximadamente 30.095 habitantes de várias raças e cores, mas com um só objetivo de ser prósperos e felizes.
Diante destes conhecimentos nos analisamos que se cada cidadão de Quedas do Iguaçu for escrever um livro de sua história teríamos 30.095 exemplares na biblioteca do país.
Sendo assim, podemos analisar que são tantas as histórias e que com certeza muitas delas emocionantes, que seria impossível contarem todas elas neste livro. Por este motivo eu procurei colher dados de vários pioneiros tentando generalizar os acontecimentos históricos de nossas cidade de Quedas do Iguaçu.
Além das histórias já contadas anteriormente referindo principalmente em acontecimentos mais primitivos, eu agora vou retratar nas escritas acontecimentos mais recentes, que deixaram marcas difíceis de serem apagadas.
Em meados de 1968 a convite do Prefeito Pedra Alzides Giraldi, eu e a Zelinda fomos convidados para tomarmos conta da saúde do povo do antigo Campo Novo. Hoje Quedas do Iguaçu, na época a população era pequena, no perímetro urbano tinha 70 casas, destas, 40 eram da empresa Cia. de Celulose e Papel do Iguaçu, hoje Araupel S/A, esta empresa era comandada pelo senhor Altair Ferreira Branco, popular Tataco, de saudosa memória, e tinha como seu auxiliar o senhor Carlos Martins.
A Cia. de Celulose Iguaçu se dispunha de poucas serrarias, isto porque era proibido as derrubadas de matas. Somente poderiam industrializar ou fazer cortes de madeiras adquiridas fora do mato da Cia. ou aproveitar as árvores que acidentalmente caíssem.
O gerente geral o senhor Altair Ferreira Branco tinha uma grande preocupação e um zelo todo especial com seus funcionários e seus dependentes, o senhor Tataco requisitou juntamente com o Prefeito os meus conhecimentos profissionais na área da saúde, ele queria ter em suas mãos a real situação de saúde e de higiene de seus funcionários.
A partir do dia 27 de outubro de 1971, assinei um documento juntamente com o responsável da área que era o senhor Carlos Martins, como consta documento em anexo à este trabalho, que eu fazia sem remuneração, pois era também de interesse filantrópico prestar estes atendimentos.
A nossa população era pequena, mas contávamos com a população de trabalhadores na construção da usina de Salto Osório.
Neste tempo a Prefeitura de Campo Novo se dispunha só de 7 funcionários. O saudoso Auri Antonio Sanson que na época era o médico chefe do Posto de Saúde, Antonio Monteiro da Silva que era responsável por todo o serviço burocrático e outros atendimentos na área da saúde, exemplo: vacinações, distribuições de remédios. Atendimentos de enfermagem domiciliar e demais atendimentos, eu contava com o trabalho da minha esposa Zelinda que me ajudou gratuitamente por um período de três anos, a prefeitura não tinha recursos para aumentar o seu quadro de funcionários, além destes atendimentos na área da saúde o Prefeito Pedro Giraldi me responsabilizava de fazer alistamento militar e cadastramento de terras para o INCRA, e como isto não bastasse nas horas de folga que sempre era fora das horas normais incluindo os sábados e domingos eu era auxiliar de patrola sendo o patroleiro o próprio prefeito Pedro A. Giraldi, e por falar em patrola eu vou falar como foi conseguida esta patrola.
O Departamento Rodoviário de Curitiba estava dando apoio na conservação das estradas que ligava Campo Novo à BR-277 que na época era de terra, uma das patrolas da DER, quebrou-se. E pelo fato dos trabalhos de manutenções do maquinário ser distantes, uma das patrolas ficou abandonada na beira da estrada por muito tempo. O Sr. Pedro Giraldi prefeito de Campo Novo, vendo a máquina abandonada, resolveu ir até Curitiba e pedir para ser usada a patrola no seu município, pois as ruas e estradas de Campo Novo estavam para serem abertas, mesmo quebrada para o município seria muito útil, pois comprar uma nem em pensamento. Apesar de toda a choradeira do Prefeito não sensibilizou os engenheiros da DERJá que pelos meios legais não deu, eu estava junto com o prefeito confirmo tudo o que aconteceu, resolvemos rebocar a velha patrola e levá-la, foi o que fizemos, levamos a patrola, abrimos todas as ruas e estradas do município e depois de tudo pronto levamos no lugar onde encontramos e tivemos a determinação de avisar a DER do ocorrido, e preveni-los de que se eles não recolhessem a velha patrola que apesar de velha e abandonada para nós fomos muito útil, nós íamos usar novamente. Após alguns dias a patrola foi recolhida. Com certeza hoje ela repousa em seu lugar destinado no ferro velho.
O nosso município era muito pobre em arrecadação, quando a população via o próprio prefeito pilotar a patrola e eu no rabo da patrola abrindo estradas achavam que era exibicionismo, mas era falta de recursos para contratar operadores.
Todos os sete funcionários exerciam várias funções com um salário de miséria, não por falta de consideração do chefe e sim por falta de recursos.
Quero aproveitar esta oportunidade para render uma homenagem a todos estes funcionários que foram verdadeiros heróis:
ILIZEU MIRMAN DE CAMARGO;
VALÉRIO PIASCESCKI;
ANTONIO IVO GIRALDI, hoje já falecido;
Dr. AURI A. SANSON, hoje já falecido;
ERVINO LINS, hoje já falecido;
A todos estes bravos funcionários públicos as nossas homenagens, com espírito patriótico e fidelidade ao povo e ao seu chefe acumulavam trabalhos e esforços com um só intuito de ajudar a construir o seu município e zelar pela sua gente.
Na época, nós não tínhamos luz elétrica, água encanada, televisão, telefone. Aos poucos fomos conseguindo os confortos para nossa cidade, veio a luz elétrica, a televisão e os tributos foram melhorando e a cada novo prefeito eleito ou a cada gestão ficava melhor para administrar, o prefeito tinha recursos para contratar funcionários para melhor atender a população.
Nós em Quedas do Iguaçu sempre fomos bem administrados pelos prefeitos, tivemos bons prefeitos cada um com suas características, eu tive o privilégio de poder trabalhar com todos os prefeitos que Quedas do Iguaçu elegeu, sou o único funcionário público ainda em atividade exercendo-as desde a criação do município até os dias de hoje.
Quero render as minhas homenagens a todos do poder legislativo, executivo e judiciário que até os dias de hoje não se conhece que alguém destes poderes escandalizou a nossa cidade ou estiveram envolvidos com algo imoral.
A CRIAÇÃO DO TERRITÓRIO DO IGUAÇU EM 13 DE SETEMBRO DE 1943
Construções de moradias para os governantes
Em 13 de setembro de 1943 foi criado o território do Iguaçu, em cuja área se incluía a do atual municípiode quedas do 19uaçu, sendo Laranjeiras do Sul escolhida para ser capital da nova unidade federada. No entanto o território Federal do Iguaçu foi Logo extinto, e a região passa a pertencer novamente ao estado do Paraná. No ano de 1946, com a emancipação política de Laranjeiras do sul, o povoado dos poloneses passa a integrar seu município, porém com denominação alterada para Campo novo.
Clevelândia, Foz do Iguaçu, Mangueirinha, no Paraná e o município de Chapecó, em Santa Catarina.
Das barrancas do rio Paraná, o Território Federal do Iguaçu, abrangia toda a extensa região que vai até as margens no rio Uruguai.
O parágrafo 5° do artigo 1° decreto-lei n° 5.812, de 13 de setembro de 1943, definia os limites no território federal do Iguaçu, desta forma: Ao norte, nordeste, leste e sudeste, do rio Ivaí, desde a sua foz no rio Paraná e até a confluência do rio Tapiracui, subindo por este até a foz do Arroio ,Saltinho e por este as suas cabeceiras, daí numa linha reta e seca até as nascentes do rio do Areia, descendo por este até a sua foz no rio Piquiri, subindo por este até a foz do rio Cascudo e subindo por este até as suas nascente e daí por uma linha seca e reta até as até as cabeceiras do rio Guarani, descendo por estes até a confluência com o rio Iguaçu, sobe por este até a foz do rio Butiá, sobe pelo rio butiá até as suas nascentes, de onde segue em linha retas até as cabeceiras do Lajeado Rancho Grande,descendo por este até a sua foz no rio Chopin,descendo até sua foz no rio das Lontras e subindo por este até suas nascentes no morro das Balisas no Divisor de água entre os rios Uruguai e Iguaçu, pelo qual Divisor prossegue até encontrar as nascentes do lajeado Santa Rosa, descendo por este até a sua foz no rio Chapecó, ainda subindo por este ate a foz no Lajeado norte, pelo qual prossegue até, as suas nascentes e daí, até as cabeceiras no Lajeado Tigre, e por este abaixo até a sua foz no rio Chapecozinho, descendo por este até a foz no Lajeado Paulo, subindo pelo Lajeado Paulo,ás suas cabeceiras, daí em linha reta as cabeceiras do Lajeado Torto, por este até a confluência no rio Ressaca, descendo por este até a foz no Irani, e descendo por ate a sua foz no rio Uruguai.
O Território Federal do Iguaçu foi criado em 13de setembro de 1943 a capital foi instalada em Laranjeiras do Sul em 7 de setembro de 1944, extinta em 18 de setembro de 1946, assinado por Getulio Vargas o decreto presidencial de n° 5812 criava o Território Federal do Iguaçu, no dia 13 de 09 de 1946 e foi extinto no dia 18 do mesmo mês de 1946. O território abrangia – Oeste, sudoeste e parte de S. Catarina.
O sonho acabou não tinham lide! Es políticos que pudessem se impor contra a extinção do território e a bancada federal era praticamente favorável ao fim da Unidade Federada.
Para a população de Laranjeiras, a capital, a extinção do território foi uma surpresa e pôs fim as suas esperanças de progresso e de uma vida melhor,
INFORMAÇAO DE APOIO;
Do livro Raízes de Nossa Terra do escritor João Olivir Camargo.
Desmembrado de Laranjeiras do Sul/PR, elevado a categoria de Distrito pela Lei nº 19 de 28/11/1955 e a nível de Município, pela Lei nº 5.668 de 18/10/1967, com a denominação de Campo Novo pela Lei nas 6.126 de 14/07/1970 e, alterado o nome de Campo Novo para Quedas do Iguaçu, instalado em 15/12/1968.
Fato da Comemoração: 15 de dezembro¬ Padroeira Imaculada Coração de Maria (15/08).
A cidade está ligada à malha rodoviária Federal e Estadual através da PR 473, e também da PR 484 que nos liga à BR 277.
DIVISÃO ADMINISTRATIVA:
Quedas do Iguaçu e Espigão Alto do Iguaçu
LIMITES DO MUNICÍPIO: Catanduvas, Cruzeiro do Iguaçu, Guaraniaçu, São João, São Jorge d’Oeste e Três Barras do Paraná, Espigão Alto do Iguaçu.
HISTÓRICO DA CONSTITUIÇÃO DOS PODERES EXECUTIVOS E LEGISLATIVOS DE QUEDAS DO IGUAÇU 1968/1972
PODER EXECUTIVO E LEGISLATIVO DE QUEDAS DO IGUAÇU
Prefeito: Pedro Alzires Giraldi
Vice-Prefeito: João Sobczak
1° Período: Presidente da Câmara: Miguel Czaroski
2° Período: Presidente da Câmara: Orides Padilha
Vereadores:
João Jakoboski
Miguel Czarneski
Orides Padilha
Pedro Blaka
Lauzinho Goularth
Darci Cenci
Carlos Pilaski Aléssio Luzitani
1973/1976
Prefeito: Silvestre Simão Odorcik
Vice-Prefeito: Miguel Czarneski
1° Período Presidente da Câmara: Mariano Siejka
2° Período Presidente da Câmara: Lauzinho Goularth
Vereadores:
Mariano S. Siejka
Anelso Ubialli
Ambrosio Jacuboski
Onofre Kulesza
Boleslau Ossowski
Pedro Ramos
Hipolito Ribeiro
Carlos Pilarski
Lauzinho Goularth
1977/1982
Prefeito: Pedro Alzires Giraldi
Vice-Prefeito: ldimir Tranquilo Giraldi
¬1º Período Presidente da Câmara: Antonio Monteiro da Silva
2° Período Presidente da Câmara: Valderes Francisco Mafioletti
3° Período Presidente da Câmara: Rudi Schaedler
Vereadores:
Armindo Stohr
Boeslau Ossowski
Altamir Canton
Valderes Francisco Mafioletti
Rudi Schaedler
Jeremias Zaleski
Antonio Monteiro da Silva
Valentim Roman
Hilário Piolla
Anito Ferrari
Eduardo Potulski
Vilson Veronese
1983/1988
Prefeito: Rudi Schaedler - PMDB
Vice Prefeito: Nelson Brancalhão - PMDB
1º Período Presidente da Câmara: Valderes Francisco Mafioletti - PMDB
2º Período Carlos Siburski – PMDB
3º Período Valderes Francisco Mafioletti - PMDB
Vereadores
Altair Canton - PMDB
Agenor Veronese - PMDB
Maurilio José dos Santos - PMDB
José Valmor Martins - PDS
Avelino Boaretto Manfredi - PDS
Maximinio Branco Vitrello - PDS
Alceu Schneider Fausto - PDS
1989/1992
Prefeito: Pedro Alzides Giraldi - PTB
Vice Pref. Vitório Revers - PTB
1º Período Presidente da Câmara:
José Valmor Martins - PFL
2º Período: Idimir Tranquilo Giraldi - PTB
Vereadores
Avelino Boareto Manfredi - PFL
Valderez Francisco Mafioletti - PMDB
Alceu Schneider - PFL
Osni Soares da Silva - PTB
1993/1996
Prefeito: Vitório Revers
Vice-Prefeito: João Maria Zgoda
1º Período Presidente da Câmara:
Marco Aurélio Giraldi
2° Período Presidente da Câmara:
Maximino Branco Votorello
Vereadores:
Henio Roberto Damaceno Gustmann
Geraldo Fontanella
Dr. João Ricardo Dalfovo
Maximino Branco Vetorello
Antonio Monteiro da Silva
Marcos A. Giraldi
Osstap Andrei
Dr. Auri Antonio Sanson
Gelmar João Chmiel
Nair Tureta
Ernesto João Cé
Luiz Wilson Comarella
Agenor Bertoncello
1997/2000
Prefeito: Pedro Alzires Giraldi
Vice-Prefeito: Idimir Tranquilo Giraldi
1º Período Presidente da Câmara: Rudi Schaedler
2° Período Presidente da Câmara: Valmor Martins
3° Período Presidente da Câmara: Gelmar Chmiel
Vereadores:
Gelmar João Chmiel
Jordão Viana ¬
Tomaz de Melo
Eradi A. B. Dutra
Leonildo P. Dalbosco
Nair Turetta
Anorosval Colombo
Alberi F. da Luz
Elcio Jaime da Luz oão Ricardo Dalfovo
Rlanca C. Giraldi
Rudi Schaedler
José Valmor Martins
Ernesto João Cé (suplente de Blanca C. Giraldi)
Dinarte Ladorudzki (suplente de João R. Dalfovo)
2001/2004
Prefeito: Vitório Revers
Vice-Prefeito: Gelmar João Chmiel
1º Período Presidente da Câmara:
Eradi A. B. Dutra
Vereadores:
Leonildo Pedrinho Dalbosco (licenciou-se)
Anorosval Colombo
Eradi A. B. Dutra Ambrósio Jakuboski
Elcio Jaime da Luz Alaércio Comarella
João Maria Zgoda
José Valmor Martins
¬Marcílio José da Silva
Sebastião Quadros da Silva
Tadeu Prasnievski
Roni Cezar Chiochetta
Nair Tureta
Valmir José Osowski
2005/2008
Prefeito: Gelmar João Chmiel
Vice-Prefeito: Elcio J. da Luz
1º Período Presidente da Câmara: Anorosval Colombo
2º Período Presidente da Câmara: Osni S. da Silva
Vereadores:
Anorosval Colombo
Dinarte Ladoruski
Ivar A. L. Eleutério
José Tureta
Marcílio da Silva
Maria Fedrigo
Osni S. da Silva
Tomaz G. de Melo
Vanderlei Hartcopf
Gelmar J. Chmiel - PMDB
E1cio J. da Luz - PSL N° 15 - 6944 Votos = 46.88%
Prefeito e Vice Prefeito Vereadores
1° - Osni Soares da Silva N° 14.555 - PTB - 882 Votos
2° - Anorosval Colombo N° 23.688 - PPS - 703 Votos
3° - José Tureta N° 15.678 - PMDB - 657 Votos
4° - Vanderlei Hartcopf - Kuka N° 33.333- PMN - 524 Votos
5° - Tomaz Gonçalves de MeIo N° 40.123 - PSB - 524 Votos
6° - Maria Fedrigo N° 25.123 - PFL - 513 Votos
7° - Dinarte Ladoruski N° 45.678 - PDT - 482 Votos
8° - Ivar Antonio Lins Eleutério N° 12.644 - PDT - 436 Votos
9° - Marcilio da Silva N° 12.644 - PDT - 359 Voto
1º CÂMARA MUNICIPAL MIRIM DE VEREADORES
DE QUEDAS DO IGUAÇU
Vereador Presidente: Fernando Dalbosco – Nicola Gaspareto – Elito Chaves Carpes – Gabriela Mayara Pietrobom Macarini – Tayanara Felski Cogenevski – Ronaldo Cagnine – Ivan Alves Juncoski – Maiara Alberon da Silva – Edineiva Rodrigues – Andressa Moreira.
Os Vereadores foram eleitos neste ano de 2010 e já estão mostrando servisso.
Parabens aos educadores, políticos, pais, alunos e a sociedade em geral pelo apoio que deram na organisação do pleito eleitoral onde foi possível eleger os primeiros Vereadores mirins da cidade de Quedas do Iguaçu.
Parabens aos Colégios, de onde surgiram os primeiros vereadores mirins:
Colégio José de Anchieta – Colégio Padre Sigismundo – Colégio Alto Recreio – Colégio Castro Alves – Colégio Arnaldo Busato – Colégio Alto Alegre, Lajeado Bonito,e Linha Estrela – Colégio Olga Benário Prestes – Colégios Novos Caminhos e Chico Mendes – Colégio Pindorama e Associação de Pais e Mestres e APAI..
Agradecimento a todos os Vereadores de Quedas do Iguaçu, principalmente ao Presidente do Legislativo Municipal José Valmor Martins.
RETROSPECTIVA POLÍTICA 1968 À 2012
Relação dos candidatos à prefeitos e dos vice prefeitos, eleitos desde à criação do município de Quedas do Iguaçu.
O Sr. Pedro Alzides Giraldi, foi o primeiro prefeito de Quedas do Iguaçu, o seu vice foi o professor João Sobczak, tendo como seu adversário o político Sr. João Carlos Dalla Vechia e Boleslau Ossowski.
O Sr. Pedro Alzides Giraldi, foi eleito prefeito municipal de Quedas do Iguaçu em 03/10/68.
Em 1973, o Sr. Pedro Alzides Giraldi prefeito municipal lançou o Sr. Silvestre Simão Odorcick candidato a prefeito e tendo como seu vice o Sr. Miguel Czarneski. A disputa foi com o sistema “sim” e “não”, o Silvestre era candidato único, e se consagrou prefeito de Quedas do Iguaçu em 1972.
Em 1976, o Sr. Pedro Alzides Giraldi volta a disputa à prefeitura de Quedas do Iguaçu, convidou para ser seu vice, o seu irmão Idimir Tranqüilo Giraldi, tendo como seu adversário o Sr. Antonio Kulesza, candidato a prefeito, e tendo como seu vice Leonardo Soares da mesma coligação; se lançou também candidato a prefeito, o Sr. Geraldo Fontanela, tendo como seu vice o Sr. Inácio Pavan, o candidato Pedro Alzides Giraldi venceu as Eleições.
Em 1982 o Sr. Pedro Alzides Giraldi, lançou o seu companheiro Vitório Revers candidato a prefeito, e como vice o seu companheiro Antonio Monteiro da Silva da mesma coligação; candidatou-se também o Sr. Anelso Ubialli, tendo como vice Dr. Remberto Rojas Balderrama; como adversários políticos.
Três candidatos da mesma coligação: o professor Rudi Schaedler e seu vice Nelson Brancalhão; o Sr. Inácio Pavan, candidato a prefeito e seu vice João Stenhauser; Antonio Kuleza e Jandir Veronese como seu vice; o candidato Rudi Schaedler venceu as eleições.
Em 1988 o Sr. Pedro Alzides Giraldi, se lançou novamente o candidato a prefeito, levou como seu vice o seu companheiro Vitório Revers. Tendo como seu adversário o Sr. Miguel Czarnieski candidato a prefeito, e seu vice foi o saudoso Valmir Alexandre. O candidato Pedro Alzides Giraldi venceu novamente as eleições.
Em 1992, o prefeito de Quedas do Iguaçu, Pedro Alzides Giraldi apresentou o seu vice Vitório Revers candidato a prefeito com o seu vice João Maria Zgoda, os seus adversários foram Rudi Schaedler candidato a prefeito com Sr. Miguel Czarnieski, seu vice; o candidato João Aureli Bueno a prefeito e o seu vice Sr. Mario Bartoski; e mais o Sr. Osni Soares da Silva e o vice Mariano Siejka; também se lançaram o Sr. César Graneto como vice o Sr. Telmo Chiapetti. O candidato Vitório Revers venceu as eleições.
Em 1996, Vitório lançou o velino Manfredi candidato a prefeito e José Tureta a seu vice; os seus concorrentes foram o Sr. Pedro Alzides Giraldi candidato a prefeito e seu irmão Idimir Tranqüilo Giraldi a vice; o terceiro candidato foi o Sr. Nene Bueno e o seu vice Mario Bartoski, mais uma vez o Sr. Pedro Alzides Giraldi se elegeu prefeito de Quedas do Iguaçu. Em 2000, o Dr. Benjamim, lançou-se candidato a prefeito com o Sr. Nene Bueno, companheiro de campanha; Vitório Revers lançou-se candidato a prefeito junto com Sr. Gilmar Chmiel seu vice prefeito, a disputa política deu a vitória para o candidato Vitório Revers.
Candidatos a prefeito e Vece-prefeito -2008:
Jacaré p/prefito e Marle Revers a Vice Prefeito.
Gilmar João Chimiel a prefeito e José Tureta a vice-prefeito. Foi eleito O candidatoa prefeito Jacaré e Marlene Vice-prefeito – 2008 á 2012.
Estes foram os candidatos a prefeito e a vice - prefeito eleitos e não eleitos que concorreu uma disputa política até os dias de hoje em Quedas do Iguaçu – 15/12/2009
QUEDAS DO IGUAÇU SE LOCALISA:
LOCALIZAÇÃO:
- Micro-Região do Planalto Central Oeste do Paraná.
- Área: 878,049 Km2
Altitude: 630 metros
- Latitude: 25° “27’20” S
(25 Graus, 27 min., 20 seg. ao Sul)
- Longitude: “52°55” W
(52 Graus, 55 min. ao Oeste/GR)
- Distância da Sede Municipal/Capital Curitiba 447 km
- Laranjeiras do Sul: 75 km
- Guarapuava: 168 km
- Francisco Beltrão: 140 k
1. NORTE - CATANDUVAS
2. NORDESTE - GUARANIAÇU
3. LESTE - ESPIGÃO ALTO DO IGUAÇU
4. SUDE
TE - RIO BONITO DO IGUAÇU
5.SUL - SÃO JOÃO E SULINA
6.SUDOESTE - SÃO JORGE D’OESTE
7.OESTE - CRUZEIRO DO IGUAÇU
8.NORDESTE – TRÊS BARRAS DO PARANÁ
CLIMA
Subtropical úmido - mesotérmico, com verões quentes e geadas poucas freqüentes no inverno, com tendências de concentrações de chuvas nos meses de verão, sem estação de seca definido. A média das temperaturas nós meses mais quentes é superior á 22°C.
VENTOS:
Pe1a posição geográfica, nosso estado normalmente se encontra sob domínio da circulação do Atlântico, representada pelo ciclone tropical marítimo (semi-estacionário) que provoca a formação de ventos do Leste, geralmente fracos. No período quente do ano (verão), a formação de chuvas, espessas e localizadas, podem ser provocadas e momentâneas, que as vezes assumem intensidade capazes de provocar danos. Os ventos dominantes em primeira direção são Nordeste, em segunda direção ventos Norte.
HIDROGRAFIA:
Nosso Município é banhado por três rios principais: Rio Iguaçu, Rio Guarani e Rio das Cobras. O Rio Guarani faz divisa a Oeste com o município de Três Barras do Paraná, a Nordeste com Catanduvas e ao Norte com Guaraniaçu. O Leste o Rio das Cobras faz divisa o Município de Espigão alto do Iguaçu, o Rio Iguaçu é o principal, o qual banha o Município de Quedas do Iguaçu tendo inclusive o primeiro grande aproveitamento, com a Usina Hidrelétrica de Salto Osório (situada a 16 Km de Quedas do Iguaçu); com capacidade de 1.050 mw, sendo não navegáveis.
O Rio Campo Novo que abastece a nossa população com águas tem este nome de Rio Campo Novo, pelo fato dos colonos abrirem campos para cultivarem as suas lavouras, ou seja, fazer plantações para os seus sustentos e comercialização.
RELEVO:
Terreno acidentado, topografia suave e altitude elevada.
Pontos mais altos do Município: Serra do Mico com 785 metros, na região do Mato Queimado.
SOLO:
Mediamente argiloso, com fertilidade média, a conservação se dá apesar em reduzido número de propriedades, sendo feito reflorestamento nas áreas não utilizadas.
ECONOMIA:
A base econômica concentra-se na extração e transformação da madeira, sendo que apresenta também uma agricultura crescente, principalmente na produção de milho, soja, trigo e feijão. E no ramo agropecuário, criam-se bovinos e aves.
SISTEMA GEOGRÁFICO:
DADOS IMPORTANTES DO MUNCICÍPIO
DIVISÃO URBANA:
Vila Plátano 2 Loteamento São Roque
Vila Plátano 1 Loteamento Tarumã
Vila Bom Pastor Loteamento Jacarandá
Bairro Primavera Loteamento Paiano
Bairro Vila John Kennedy Loteamento Floriano
Bairro Luzitani Loteamento Kozac
Bairro Planalto Loteamento Jardim Floresta
Bairro Vila Progresso
Bairro Três Palmeiras
Bairro São José
Bairro Vila Aeroporto
Bairro São Cristóvão
Bairro Alto Recreio
Vila Raio do Sol
Vila Santo Antônio
Vila Dias
Vila Santa Fé
Vila Nova
Vila Rural
S. Luzia
Palmital
Pindorama
Silo
Bacia
Centro
DIVISÃO RURAL:
Fazenda Rio Perdido
Fazenda Manacás¬
Fonte da União
Fazendinha
Barra do Mato Queimado
Águas do Guarani
Nova Itália
Linha São Pedro
Costa do Rio Guarani
Linha Santa Helena
Linha Bandeirante
Lajeado Gaúcho
Linha Sokolowicz
Linha Progresso
Linha Guarani
Linha Piloneto
Linha Rio Lontra
Linha Pimentel
Linha Baiano
Linha Alto da Bela Vista
Linha Mirin
Novo Horizonte
Núcleo Habitacional Pinheirinho
Linha Norte
Linha Iguaçu
Núcleo Agrícola Rio Iguaçu
Fazenda Rio Negro
Linha Formiga
Linha Planalto
Linha Israel
Linha Paraná
Linha Carlota
Linha Estrela
Linha Santa Rosa
Linha Nova
Linha Alta da Serra
Linha Alta do Mato Queimado
Linha Jardim
Linha Jardim Alegre
Linha Alto Alegre
Linha Tapui
Linha São Silvestre
Linha Siejka
Linha Água da Anta
Linha Novo Rumo
Linha dos Gaúchos
Linha Catarinense
Linha Farropilha
Linha Lajeado Bonito
Linha Rio Saudades
Assentamento Salto Osório
MALHA RODOVIÁRIA:
78 km - Poliédricos
100 km - Cascalhamento
47 km - Readequação
150 km - Leito Normal
02 Estradas Estaduais - PR 484 e 473
Tipos de leitos, asfalto e cascalho.
TRANSPORTE:
ÔNIBUS:
07h00 Horas - Laranjeiras do Sul
07h00 Horas - Francisco Beltrão
08h40 Horas - Cascavel
09h50 Horas - Laranjeiras do Sul
11h00 Horas - Francisco Beltrão
12h40 Horas - Francisco Beltrão
12h50 Horas - Cascavel
14h20 Horas - Laranjeiras do Sul
16h10 Horas - Francisco Beltrão
17h20 Horas - Laranjeiras do Sul
19h00 Horas - Cascavel
VIAÇÃO PATO BRANCO:
06:00 Horas - Pato Branco
15:00 Horas - Pato Branco
VIAÇÃO VALE DO IGUAÇU:
23h30 Horas - Curitiba
22h15 Horas - Curitiba à Quedas do Iguaçu.
SISTEMA DE TRANSPORTE RURAL:
06 Ônibus - Vieira & Hoining Ltda.
03 Ônibus - Mário kissel Transportes
02 Ônibus - Estacio Ossowski - Transportes Palmar
04 Ônibus - Dinarte Ladoruski Transportes
01 Ônibus - Grisatur
01 Ônibus - Dijavi
MEIOS DE COMUNICAÇÃO:
001 -Terminal Celular
014 - Telefonias Rurais
770 - Telefonias Urbanas
003 -Radiodifusão
Radio FM Potência
001 -Rádio em Freqüência Modulada FM ¬Fundação Cultural de Quedas do Iguaçu.
001 -Rádio AM - Rádio Internacional Ltda.
001 -Jornal Expoente do Iguaçu (Circulação Quinzenal).
Jornal o Correio
Jornal o Independente
001 -Jornal Campo Livre
001 -Jornal Universo
001 -Folha do Sudoeste (Semanal - Francisco Beltrão).
001 - Agência dos Correios.
MATÉRIAS-PRIMAS EXISTENTES NA REGIÃO:
Madeira, Argila
Horti-Frut - Granjeiros, Pecuária.
Bacia Leiteira
LEVANTAMENTO 2009
POPULAÇÃO MUNICIPAL DE QUEDAS DO IGUAÇU
População Habitantes Aprox.
Rural 2.469
Urbano 7.751
População Aprox. 30.095
Homens 17.000
Mulheres 13.095
Crescimento 9%
Idosos acima de 60 anos 2070
Estudantes 7.875
Eleitores 22.300 – 9,5%
Veículos 9.000
População: 30.180 habitantes (Censo 2010)
Urbana 19.630
Rural 7.735
População Real 27.365
Homens 13.994
Mulheres 13.371
Crescimento 2,45+
Distribuição em faixa etária
01 ano de idade 499
02 anos de idade 505
03 anos de idade 566
De 05 à 10 anos de idade 3371
De 11 à 14 anos de idade 2344
De 15 à 19 anos de idade 2534
De 20 à 59 anos de idade 15493
IDOSOS
De 60 à 64 anos de idade 550
De 65 anos acima 947
DECRETO DE 16 DE JANEIRO DE 1997.
O presidente da República, no uso das atribuições que lhe conferem os arts. 84, inciso IV, e 184 da Constituição, e nos termos dos arts. 18 e 20 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, 2º da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e 2º da Lei Complementar nº 76, de 6 de julho de
1993, DECRETA:
Art. 1º Fica declarado de interesse social, para fins de reforma agrária, nos termos dos arts. 18, letras a, b, c e d, e 20, inciso VI, da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, e 2º da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, o imóvel rural conhecido por “Fazenda Pinhal Ralo/Rio Bonito”, com área de 16.852,1600 ha (dezesseis mil, oitocentos e cinqüenta e dois hectares e dezesseis ares), situado nos Municípios de Nova Laranjeiras e Rio Bonito do Iguaçu, objeto do Registro nº R-1-20.894, fls. 260, Livro 2-2-CN, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná.
Art. 2º Excluem-se dos efeitos deste Decreto os semoventes, as máquinas e os implementos agrícolas, bem como as benfeitorias existentes no imóvel referido no artigo anterior e pertencentes aos que serão beneficiados com a sua destinação.
Art. 3º O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA fica autorizado a promover a desapropriação do imóvel rural de que trata este Decreto, na forma prevista na Lei Complementar nº 76, de 6 de julho de 1993, e a manter a área de Reserva Legal, preferencialmente em gleba única, de forma a conciliar o assentamento com a preservação do meio ambiente.
Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 16 de janeiro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Marcos Correia Lins Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 17.1.1997
AGRICULTURA
Com aproximadamente 2374 propriedades rurais,
alguns produtos agrícolas: Algodão herbáceo, amendoim, arroz, batata inglesa, batata doce, cana de açúcar, cebola, feijão, fumo, mandioca, milho, soja, trigo, frutas legumes e verduras em menor escala.
As atividades econômicas realizadas no município, alem do comercio são a pecuária, a agricultura e a indústria de madeira e, na ultima década, as confecções têxteis.
Com relação a agropecuária, o cultivo de soja e do milho corresponde a produção predominante. Alem destes, a produção de leite que chega aproximadamente 10 milhões de litros por ano, segundo o DERAL (Departamento de Economia Rural). Também se produz gado de corte, aves, suínos e, em menor escala, feijão e trigo.
Em Quedas do Iguaçu, nas pequenas propriedades rurais, em algumas comunidades do interior, ainda predomina o trabalho manual, familiar e de subsistência. Nas médias e grandes propriedades, as atividades agrícolas e a pecuária são realizadas em grande parte por máquinas, com técnicas modernas de manejo e cultivo do solo.
Observa-se que, apesar das dificuldades enfrentadas pelos agricultores, como a desvalorização do produto, o transporte, as condições das estradas, a mão-de-obra, a distância da cidade, a maioria não desanima e continua lutando pela garantia da sobrevivência de sua família.
A indústria madeireira, que no início da colonização era a atividade predominante, devido às próprias condições existentes, ou seja, a grande quantidade de mata nativa para ser explorada, hoje está em declínio.
Atualmente o número de serrarias diminuiu em relação ao início do processo de ocupação, sendo que existem entre serrarias, laminadoras, fábricas de compensado e outros produtos de madeira incluindo a Araupel, aproximadamente 10 empresas no ramo.
O município conta com cinco fábricas de confecções têxteis, que, incluindo as pequenas empresas, empregam diretamente aproximadamente 600 pessoas.
A atividade na área de confecção têxtil só tende a crescer, devido à necessidade e incentivo que vem ocorrendo.
Apesar de todo o crescimento econômico existem desempregados, que acabam saindo de Quedas do Iguaçu para realizar trabalhos temporários no Mato Grosso, Santa Catarina, São Paulo e/ou em grandes centros do Paraná, deixando seus familiares. Muitos, quando adolescentes, abandonam a escola, parando de estudar gerando, assim, mais transtornos para seu futuro. O município conta com 11 escolas municipais de 1ª a 4ª série, sendo 7 na zona urbana 4 escolas na zona rural. Na cidade, existem 6 creches para o atendimento das crianças. Na área social existe a Casa Abrigo e o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), além de outros programas e instituições de assistência às pessoas mais carentes. Existem 4 colégios estaduais que ofertam ensino médio e fundamental e destes o Colégio Estadual Padre Sigismundo oferta curso Profissionalizante. Na área urbana, existem 2 escolas que ofertam apenas o ensino fundamental e 3 escolas na área rural e 1 escola na Vila Residencial Pindorama. Além das escolas públicas estaduais há um Colégio particular Conveniado com o Expoente e uma de Jardim e Pré ¬Escolar, conveniada com o Dom Bosco.
A maior parte da população é descendente de poloneses, vindos da Polônia ou rei migrantes do Rio Grande do Sul que vieram para cá a partir da década de 30. As opções de lazer em Quedas do Iguaçu são poucas: na temporada de verão o Parque Aquático Municipal e os clubes.
Para os jovens, a diversão é reunir-se com os amigos em barzinhos, na praça, ouvindo som ou festas com bandas, DJ, em bailes e em festas nas comunidades do interior. O município de Quedas do Iguaçu possui questões importantes a resolver, principalmente no que se refere à ocupação das terras. No momento, existem acampamentos e assentamentos do MST (Movimento Sem-Terra) nas terras da Empresa Araupel. O conflito pela posse da terra em nossa região vem acontecendo há muito tempo. No passado, década de 50, segundo relato do Sr. João Soares da Silva, um dos pioneiros de Quedas do Iguaçu, a grilagem de terras de pinheiros e outras madeiras era comum em nosso município. Segundo ele, naquela época, devido às dificuldades para regularizar a documentação de posse, muitos colonos perderam suas terras para aqueles que conseguiam um título de terra junto aos órgãos governamentais e vinham para a região tomar posse das terras, expulsando os posseiros.
Atualmente, a situação é diferente, pois o MST (Movimento Sem Terra) que realiza ocupações na região, é um movimento que luta pela Reforma Agrária, ou seja, a distribuição de terra para agricultores e outros que não possuem outras formas de sobrevivência e tem na terra a fonte de
Sobrevivência. Quedas do Iguaçu tem muitos caminhos a traçar, problemas para solucionar, mas nem por isso deixa ser um lugar agradável de se viver, trabalhar e criar raízes. É uma cidade que tem um povo acolhedor, hospitaleiro, trabalhador e participativo, pois ao longo de sua história não faltaram pessoas para encarar as dificuldades, construir, reconstruir, semear e colher os frutos.
Colaboração:
Leoni Terezinha Luzitani
Sonia Aparecida de Aguiar Barreto
Do Livro Uma História em Quedas do Iguaçu
PECUÁRIA
Avicultura, suíno cultura, bicho-da-seda, psicultura, bovino cultura.
034 Granjas de Avicultura 280 Granjas de Suínos.
TURISMO
Parque Aquático Municipal
Vila Residencial Salto Osório Usina Hidrelétrica de Salto Osório Hotel Salto Osório
RELAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO DAS ESCOLAS
MUNICIPAIS
Escolas Urbanas
Colégio Imaculado Coração de Maria Ens. Fund. e Médio
Rua Jacarandá, s/nº - Centro.
Escola Rural Municipal Araucária
Rua Castanheira. s/nº - Bairro Vila Dias
Escola Rural Municipal Arnaldo Busato
Rua Principal, s/nº - Bairro Santa Fé
Escola Municipal Castelo Branco
Ed. Inf. e Ens. F Rua Caquizeiro, 290 - Bairro Luzitani
Escola Municipal Cecília Meireles
Ed. Inf. e Ens. Fund.
Rua dos Angicos, 2181 - Bairro São Cristóvão
Escola Municipal Gralha Azul
Ed. Inf. e Ens. Fund.
Av. das Torres, 200 - Bairro Progresso
Escola Rural Municipal Independência Ed. Inf. e Ens. Fund.
Rua Indaiá, s/nº - Bairro Pindorama.
Escola Municipal Julio, de Castilhos Ed. Inf. e Ens. Fund.
Rua Romeira, 2980 - Bairro Vila Kennedy.
Escola Municipal Primavera Ed. Inf. e Ens. Fund.
Rua Coqueiro, 917 - Bairro Primavera
Escola Municipal Pinheirais Ed. Inf. e Ens. Fund.
Rua Marfim, 1177 – Centro.
Escola Municipal Salto Osório Ed. Inf. e Ens. Fund.
Avenida das Araucárias, s/n° - Salto OsórioEscola Municipal Santos Dumont
Ed. Inf. e Ens. Fund.
Rua das Oliveiras, 250 - Bairro Alto Recreio.
Escolas Rurais
Escola Rural Municipal Jarbas Passarinho
Linha Lajeado Bonito
Escola Rural Municipal Julia Camargo Linha Alto Alegre
Escola Rural Municipal Joaquim Felipe de Oliveira
Assentamento Rio Perdido
Escola Rural Municipal Quintino Bocaiúva Linha Estrela
Número de escolas municipais: 15
Total de alunos do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série: 2.794
RELAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS DAS ESCOLAS ESTADUAIS
Colégio Estadual Alto Recreio Ensino Fundamental e Médio
Rua Acácia, esquina com Pitangueira, 735 Bairro Alto Recreio.
Colégio Estadual Castro Alves
Ensino Fundamental e Médio
Av. das Araucárias, s/n° - Salto Osório
Colégio Estadual Padre Sigismundo Ens. Fund. Médio e Profissional
Rua Marfim, 1177 – Centro.
Escola Estadual Arnaldo Busato
Ens. Fund.
Av das Torres, 200 - Bairro Progresso.
Escola Estadual Lajeado Bonito
Ens. Fund.
Lajeado Bonito
Escola Estadual Linha Alto Alegre
Ens. Fund.
Linha Alto Alegre
Escola Estadual Linha Estrela
Ens. Fund.
Linha Estrela
Escola Estadual Núcleo Residencial Pindorama
Ens. Fund.
Rua Índia, s/n° - Bairro Pindorama.
Escola Estadual Vila Kennedy
Ens. Fund.
Rua Romeira, 2949 - Bairro Jonh Kennedy.
Escola Estadual José de Anchieta
Ens. Fund.
Rua Juazeiro, 150 I – Centro.
Número de Escolas Estaduais de Ensino Fundamental - 11
Total de alunos do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série: 2.659
Número de Escolas Estaduais de Ensino Médio - 03
Total de alunos do Ensino Médio: 1.828
SUPLETIVO
CEEBJA - Quedas do Iguaçu
Rua Ipê, 3505 – Centro.
Total de alunos que freqüentam o Supletivo:
1ª a 4ª Série: 3.623
5ª a 8ª Série: 2.559
Ensino Médio (Supletivo):
Média de formandos anual: 200
INSTITUIÇÕES E ESTABELECIMENTOS SOCIAS
Eventos Folclóricos:
Grupo Polonês: “Jagoda”;
Grupo Gauchesco:
CTG Pealando a Saudade
Grupo de Escoteiros Tarumã
Rotary
A.S.R. - Associação de Senhoras de Rotarianos (Casa da Amizade).
Interact
Rotaract
Sociedade União Clubes de Quedas do Iguaçu
Clube das Flores de Salto Osório
Clube Ouro Verde - Espigão Alto
Sociedade Esportiva Giacomar
08 Ginásios de Esportes com coberturas
40 Canchas Esportivas
06 Estádios de Futebol
04 Clubes dos Idosos
Associação Filhos de Maria
APAE: Associação dos Pais e Mestre dos Excepcionais
AABB: Associação Atlética Banco do Brasil.
ACIQI: Associação Comercial e Industrial de Quedas do Iguaçu.
ASSEATA: Associação dos Engenheiros Agrônomos e Técnicos Agrícolas.
Associação dos Caminhoneiros.
A BANDEIRA
A Bandeira do município de Quedas do Iguaçu foi desenhada no dia 03 de Janeiro de 1972, neste dia o Sr. Pedro Alzides Giraldi Prefeito, do município, convocou uma comissão de pessoas composta pelos Senhores (as) Antonio Monteiro da Silva, Zelinda Monteiro da Silva, Valério Piascescki, Antonio Ivo Giraldi, Elizeu Mirman de Camargo, e o Sr. Ervino Lins. Em uma das salas da prefeitura, foi feito um trabalho desenhando o Brasão da Bandeira do município.
Neste mesmo dia foi, escolhido o formato do Brasão da Bandeira do município.
A bandeira do município de Quedas do Iguaçu, mede 1,20m de comprimento por 0,90m de altura. Ela tem um losango pintado de azul celeste, a bandeira do município foi escolhida a mais bonita do Estado do Paraná pela Liga da Defesa Nacional-LDN.
O Brasão do município de Quedas do Iguaçu apresenta um escudo de fundo branco, contendo uma estrela que representa o Único Distrito Administrativo de Espigão Alto, atualmente Espigão Alto tornou-se município.
Mapa do Estado do Paraná a direita
Bandeira do município de Quedas do Iguaçu – Pr.
O Pinheiro que representa as matas, uma queda d’água simbolizando o nome “Quedas do Iguaçu” e o sol que representa a natureza, acima do escudo há
uma curva, nas laterais, o brasão do município, possui
Dois pés de trigo de cada lado, a semente da sorte e da fé, no laço abaixo do escudo aparece a data de criação do município, 18/10/67.
O Prefeito Pedro Alzides Giraldi encaminhou o projeto da bandeira para a Câmara Municipal e foi aprovado pelos vereadores.
HINO MUNICIPAL DE QUEDAS DO IGUAÇU
Letra e música de Sebastião Lima
COMPOSIÇÃO POÉTICA
Sua morta verdejante altaneira No mais lindo planalto que há
Se tornaram a primeira entre as primeiras
A proteger o solo do meu Paraná
Salto Osório jóia rara sem igual
É de Quedas do Iguaçu monumento natural Seus pinheiros sentinelas indormidas Trazem ar puro e mais saúde à nossas vidas
ESTRIBILHO
És celeiro a brotar riquezas mil Neste recanto feliz no meu Brasil
Minha Quedas do Iguaçu meu bem querer Sou teu filho e por ti quero viver
Iguaçu caudaloso a irrigar
Esta terra de paz e esplendor
Assegura um futuro singular
A este povo que trabalha com amor Esta clareira altissonante aqui aberta Na marcha rumo à civilização
Por pioneiros em cívica oferta
Será eterna em nosso coração
OS POLONESES NO BRASIL
O estado do Paraná é o estado com maiores influências da cultura polonesa no Brasil. Muitos descendentes falam o idioma polonês como língua materna. Curitiba é a segunda cidade fora da Polônia com o maior número de habitantes de origem polaca, superada apenas por Chicago, nos Estados Unidos [2][3]. É a única cidade brasileira a possuir grafia em idioma polonês:
Kurytyba.[4] A música e a culinária polonesas são marcas profundas da região.
Jagoda Quedas do Iguaçu
Nossa Terra Nossa Gente
Na foto acima vemos o casal o Sr. Paulo Szura e a sua esposa Eugenia
levando a sua carroça pesada por uma junta de bois.
Na entrevista feita com a Sra. Vera Sokolowczki, já falecida, nos informou que o Sr. Paulo e sua esposa Eugenia trouxeram a sua mudança com esta carroça do Rio Grande do Sul, em meados de 1941, foram vários meses de viagem. Na foto podemos observar nos fundos uma mata com alguns pinheiros que no lugar da mata hoje existe o bairro Luzitani.
Foi a primeira mudança a chegar nas terras de Jagoda por este meio de transporte. Que lhes custaram meses de viagem.
FOTOS DE PRÉDIOS ANTIGOS
Foto tirada em 13/06/42 – 1ª moradia do Sr. Antonio Szuzan, o cavaleiro, na Linha Norte.
Tirada em meados de 1947. Aglomerados de colonos se postaram em frente o casarão para serem,
Tirada em meados de 1940. Aglomerados de colonos se postaram em frente ao casarão para ser fotografados pois a foto era para ser enviada para o presidente da Polônia, o general e pai dessa moça que tinha o nome de Jagoda, nome este que foi dado ao lugar que a colonizadora polonesa estava administrando que posteriormente passou a se chamar Campo Novo e atualmente Quedas do Iguaçu.
O casarão era o local onde os colonos recebiam assistência, pois havia nas suas dependências, farmácia vendas de alimentações e outros recursos para a necessidade dos moradores. Neste casarão de reuniões os administradores saiam dali com grandes idéias e decisões para melhor desenvolver a colonizadora polonesa.
Hoje no local não existe o casarão, foi construído o palanque oficial na administração do Prefeito Vitório Revers, no mesmo local havia um campo de aterrizagem de aviõe da empresa.
Na foto acima tirada em 1947, registrou a derrubada de pinheiros para fazer o plantio, a madeira na época não tinha valor.
Foto tirada em 1947. Hoje Bairro Sto. Antônio final da rua Palmeira direção da PR 473.
Igrejas
Na foto acima tirada em 1949, casa do pioneiro Vitório Sokolowivcz uns dos primeiros habitantes de Jagoda.
Igreja Assembléia de Deus construída em 1968.
Hoje no local está construída uma bela casa de Deus,
Rua Marfim com a Acácia
Igreja Imaculada Coração de Maria
construída em maio de 1949
Antiga Igreja Matriz
Bem ao estilo Europeu vemos no alto a primeira Igreja na região das terras de Jagoda no mesmo lugar que hoje está á nova e atual Igreja, segundo conta o Sr. Eugenfuz, na frente da Igreja uma multidão ou “melhor” quase toda a população de Jagoda, 99%, dos poloneses e muito deles ainda vivem até hoje.
Esta Igreja foi construída em maio de 1949 pelas mãos dos heróis poloneses e de outras pouquíssimas raças que se misturavam na árdua missão, porém sagrada, pois era o templo sagrado para se reunirem com Deus. pedir proteção para serem prósperos na jornada de colonizar esta imensa floresta Jagoda, pois era o sonho de tantas pessoas em prosperar para dar sustento à sua família.
Capela já existente na chegada do Padre Sigismundo. Linha Tapui, Padre D D. Sigismundo
Atual Igreja Matriz construída em 1972l
Linha Tapui. Padre Sigismundo;1959
Síntese da Biografia do Pe. Segismundo Gdaniec
Pároco da Paróquia “Imaculado Coração de Maria” de Quedas do Iguaçu Monsenhor Sigismundo Gdaniec, nasceu aos 17 de novembro de 1912 no vilarejo de Jaroszewy, Câmara de Koscierzyna, estado de Gdansk (Danzig) Polônia. Filho de Clemente e Maria Gdaniec, tendo mais dez irmãos. O primeiro grau, durando 05 anos, cursou na localidade onde nasceu. O segundo grau com duração de 08 anos em Bydgoszcz (Bromberg). Prestando o exame final em 06 de maio de 1932. Curso superior: 03 anos de Filosofia, realizou no Seminário Diocesano
de Plock: 1º ano de Teologia no Seminário Arquidiocesano de Poznan: 02 anos no Seminário Diocesano em Pelplin e um ano no Instituto Filosófico
Teológico em Sankt Pólten, na Áustria. Foi ordenado sacerdote aos 08 de Junho de 1941 em Sankt Pólten, pelo Bispo Michael Meme; como sacerdote peliencente à Diocese de Chelmo (Culm), cuja sede episcopal era em Pelplin.
Devido a proibição das autoridades nazistas de Gdánsk (Danzig) não conseguiu exercer o ministério sacerdotal em sua diocese Chelmo (Culm). Permaneceu durante um ano e oito meses ajudando o seu tio Pe. Jan Glowiski, pároco em Laziska Srednie, diocese de Katowice, Alta Silésia, Polônia.
Desde o dia 02 de fevereiro de 1943 até o fim de março de 1945, serviu incorporado forçosamente ao Exército Alemão como padioleiro, esteve na Grécia, Iugoslávia e Itália. Nesse período fora proibido de exercer seu ministério sacerdotal, mas como recebeu a jurisdição do Bispo Castrasse do Exército Alemão e com licença de seus superiores imediatos celebrava ocasionalmente a Santa Missa, confessava, administrava a Unção dos Enfermos e encomendava corpos dos falecidos.
No começo de abril de 1945 ao chegar com o Exército Alemão à cidade de Trento, se refugiou no convento dos frades Franciscanos. E se apresentou ao Decano do 2° Corpo Polonês em San Pietro, perto de Imola (Itália) e foi por ele (o Decano) nomeado capelão dos acampamentos (reféns de guerra) organizados pelos aliados em Ronco perto de Forli, Polio Riccione e Trani, para atender os poloneses dos campos de concentração e dos trabalhos forçados na Alemanha. Após um ano é meio foi transferido para a Inglaterra para ser desmobilizado do Exército. No período de 20 de novembro de 1946 a 22 de junho de 1948 foi capelão dos ex-combatentes poloneses, com suas respectivas famílias em Merion Camp e Withybush, Camp Near Haverfordwest (Pembrokeshire) e Adderley Hall Camp Near Market Drayton (Salop-Shropehi) Inglaterra. Da Inglaterra emigrou para Argentina exercendo a função de vigário paroquial de Canadá Gomes diocese de Rosário, no período de 03 de setembro de 1948 à 03 de janeiro de 1949, a partir desta data exerceu a mesma função na paróquia de San José em Rosário até 03 de julho de 1954. No dia 04 de agosto de 1954 chegou visitar a futura paróquia de Campo Novo, atual Quedas do Iguaçu que tinha 3 a 4 mil habitantes.
Dia 20 de agosto de 1954 retomou para Rosário - Argentina. Em outubro do mesmo ano veio definitivamente para Quedas do Iguaçu, já nomeado Pároco.
No dia 06 de março de 1979 João Paulo II nomeou o Pe. Sigismundo como Monsenhor em reconhecimento pelos trabalhos realizados na Igreja Universal, especialmente em Quedas do Iguaçu. Batalhou junto com os posseiros para legalização das terras e hoje cada um tem a sua escritura.
Lutou pelo progresso e desenvolvimento do lugarejo, tornando-o distrito e com o crescimento e avanço da população de distrito passou a ser município e Comarca de Quedas do Iguaçu. O Monsenhor é considerado o pioneiro fundador de Quedas do Iguaçu. Em 1955 ampliou a primeira matriz e com o passar do tempo, surgiu necessidade de construir em 1964 outra maior de madeira. Em 1975 demoliu a casa paroquial de madeira e construiu nova de alvenaria,
benzida no dia 17 de agosto do mesmo ano pelo Dom. Frederico Helmel. Em 1981 foi construída a atual Igreja matriz com a ajuda do Pe. Bruno (Bronislau) Chmiel.
Com o aumento da população que de 3 a 4 mil habitantes, hoje sendo estimada de 30 mil, houve a necessidade de formar novas comunidades. Foram construídas 17 capelas de alvenaria e 11 de madeira. Além destas tem mais 32 comunidades (escolas) com a mesma pastoral das capelas.
O Monsenhor preocupou-se construir a igreja material, mas também animou, incentivou, organizando a igreja viva com os movimentos: Coroinhas, Catequistas, Liturgia, Ministros da Eucaristia, do Batismo, da Esperança e Palavra; Pastoral da Juventude, Vocacional, Capelinhas, Apostolado da Oração, Conferência dos Vicentinos, Cursilho, Renovação Carismática, Círculos Bíblicos, Dízimo, Cursos para Noivos. No momento estão sendo implantadas: Pastoral da Criança, Pastoral Operária e Legião de Maria.
Para auxiliar os trabalhos pastorais, o Monsenhor em março de 1970 trouxe as irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria. Depois de concluir minhas obrigações com a Diocese de Rosário, a qual me sentia ligado. os planos de Deus me trouxeram definitivamente para este lugar onde fui nomeado o 1º Pároco, no dia 1º de outubro de 1954 e com a graça de Deus apesar de ter enfrentado as maiores dificuldades, em todos os sentidos, e para o qual dedico todas as minhas forças e todo o meu ser, por amor Aquele a quem consagrei a minha existência”! Monsenhor Segismundo GnaniecCasas antigas
A foto está retratando duas casas, o primeiro hospital - Cristo Rei, de propriedade do Dr. Remberto Rojas Balderrama e de e de Pedro Stormoski em 1967 e, a próxima casa a construção do Colégio das Irmãs.
Esta foto foi tirada em 1967 em um desfile do dia 7 de Setembro com alunos de 1ª a 4ª séries, que destilavam junto com os professores e autoridades, tendo como guia um militar. Soldado Correia
A foto abaixo foi tirada no mesmo ângulo após 36 anos.
. AVINIDA PINHERAIS
Vista parcial da Avenida Pinheirais em 1968, á direita temos o prédio da família Czarneski, após temos a propriedade da família Potulski, Kulesza, Sobczak, Jacuboski e no alto a segunda Igreja de Campo Novo (hoje Quedas do Iguaçu).
Na foto abaixo vemos mais uma parcial da Avenida Pinheirais, em 16/12/71.
Desfile de 7 de Setembro de 1974.
Iguaçu Futebol Clube da Cia. Agrícola e Industrial do
Iguaçu Campo Novo. Da esquerda para a
Direita: Brau1io Correia; Darci Nascimento; Carlos Belinski; Lauzinho Goulalth; Altair F. Branco (Tataco); Darci Censi; Henrique Golon; da esquerda para a direita agachados: Sebastião; José R. de Oliveira (Zé do Pinho); Lúcio Machado; Pedro A. Giraldi,e Dias.
Primeira Prefeitura de Quedas do Iguaçu, onde hoje temos o prédio do Lamir Casagrande na frente do Bando do Brasil, foto tirada em 1968.
Vista parcial da cidade de Campo Novo - 1972, mostrando a Praça Pedro Alzides Giraldi, os quais podemos observar muitas casas que hoje não existem mais, lá no alto a segunda Igreja Sagrado Coração de Maria, construída em 1964, que deu lugar para a tão bela Igreja com estilo moderno, o qual foi construída em 1981, um sonho que se realizou para o Monsenhor Sigismundo Gdaniec, que antes de morrer queria integrar para os irmãos de Quedas do Iguaçu o templo moderno. O Monsenhor iniciou a evangelização em Campo Novo em 04 de agosto de 1954 na época tinha 3000 habitantes. Logo abaixo vista parcial da Praça São Pedro 2002.
Prédios públicos Prédio da Antiga Prefeitura Municipal de Campo Novo, 1970.
Hoje no local está construído a Sede da Câmara de Vereadores de Quedas do Iguaçu, próximo da Nova Prefeitura Municipal, construída na gestão do Prefeito Vitória Revers E da presidência da câmara municipal de vereadores, Erandi A.B. Dutra popular Carnerinho; O novo Paço municipal, construído em 1994 na gestão do Prefeito Vitório Revers. E considerada a mais bela prefeitura da região. Esta obra teve a participação do Prefeito Rudi Schaedler.
ESPORTE
O primeiro time de futebol de salão (era a Seleção da Época). Da esquerda para direita temos em pé Sidinei Monteiro, Sérgio Babinski, Irineu Simão Potulksi, Milton Rupp o técnico, agachados Antonio Monteiro, Eduardo Potulski e Luiz Carlos. Esta foto foi tirada na Praça São Pedro em 1972.
Vista parcial de Quedas do Iguaçu em 1997, com aproximadamente 7751 casas e no perímetro rural 2469 casas.
JULIANO COSTA BICAMPEÃO BRASILEIRO DE JIU JITSU.
Título conquistado no Rio de Janeiro nos dias 16 e17 de maio de 2009.
Mais uma vez Quedas do Iguaçu esteve na ponta do pódio, através do grande atleta Juliano Costa, Parabéns Juliano por ter nos dado esta alegria.
ÁRIA DE LAZER A NOSSA PRAINHA
Vista parcial do Parque Aquático Municipal, o “cartão de visita” de Quedas do Iguaçu, construído na gestão de Vitório Revers, em 1995.
Todos que visitaram o Parque ficam abismados de tanta beleza, é um recanto onde Deus preparou os recursos naturais para oferecer aos visitantes.
Temos também a Hidrelétrica de Salto Osório, o qual foi solenemente inaugurado na República de Ernesto Geisel em 19/03/76.
Usina de Salto Osório Antes da construção
está situada no curso principal do rio Iguaçu, em nosso município, à 385 km a Oeste de Curitiba e a 45 Km da Usina Hidrelétrica de Salto Santiago.
A obra foi conduzi da em duas etapas. Na primeira, concluída em 1976, foram executadas todas as obras civis e a implantação de quatro unidades
Crupo flcrórico polones
geradoras. O desvio do leito original do rio deu-se em julho/70 e o fechamento das comportas para enchimento do reservatório, em 75. A Segunda etapa, que compreendeu a instalação das unidades geradoras de 5 e 6, foi concluída em meados de 1981.
CLUBE JAGODA
Nesta foto temos o Grupo Dançarino Jagoda, o qual já se apresentou em vários lugares, inclusive no
Teatro Guaira em Curitiba. Fundado em 19 de julho de 1985, sendo o primeiro presidente Mariano Siejka e o atual o Sr. Floriano Perszel.
Membros do Grupo Folclórico Polonês Jagoda:
Jair Fontanella Wiera Sokolowicz Marian Siejka
Denominação do elenco da foto:
Mulheres - Começando da mulher subindo a
escada:
1ª. - Luci Terezinha Potulski
2ª. - Danuta Siejka
3ª. - Clara Siejka
4ª. - Marines P. Siejka
5ª. - Valdete Kuffel da Silva 6ª. - Fabíola
7ª. - Denise Josiane Siejka
8ª. - Marli Tania Casagrande
Homens - Começando de baixo para cima:
1° - “Sem chapéu” - Jeferson Kuffner
2°. - Flavio Cesar Siejka
3°. - Eglison Kuffner
4°. - Paulo Sérgio Spacki - Logo atrás da Clara
5°. - Paulo Sérgio Vicensi -Logo atrás do 1 ° Paulo
6°. - Hipolito Siejka
7º. - Walter K. da Silva 8°. - Edson Krawczyk
Este grupo tem 99% dos membros de origem polonesa. Sede do Grupo é uma das mais bonitas.
Todos os prefeitos de Quedas do Iguaçu na medida do possível deram sua contribuição para sua construção que é merecida, o qual faz Quedas lembrar o pioneirismo heróico dos poloneses, que bravamente souberam impunhar a bandeira, que continua a ser erguida nas mãos de seus habitantes.
Obrigado, pela parte que me toca a todos os poloneses e a outras raças, que de uma forma ou outra proporcionaram tanta alegria de ter como caserna o chão e o céu de Quedas do Iguaçu, para morarmos e criarmos nossos filhos.
Esta obra foi construída na gestão da Sra. Apolônia Faremczik, presidente do Grupo Folclórico Polonês Jagoda.
O atual presidente é Floriano Perzel - 2002
PARA FINS DE ENRRIQUECIMENTO
D. Pedro II tornou-se Imperador do Brasil aos 15 anos, sendo seu titular José Bonifácio de Andrade e Silva.
D. Pedro II foi Imperador do Brasil durante 50 anos, casou-se em 30 de maio de 1843 com Teresa Cristina Maria de Barbosa.
D. Pedro II durante o seu reinado, o Brasil teve uma fase de grande progresso, registrando-se importantes acontecimentos sociais, como a supressão do tráfico de escravos e a abolição da escravatura, e foram estendidas as primeiras linhas telegráficas e construídas as primeiras linhas ferroviárias.
Coube ao Brasil a inauguração da primeira estrada de ferro da América do sul.
O seu maior conflito foi a Guerra do Paraguai. Finalmente em 15 de novembro de 1889 foi proclamada a República, 389 anos após o descobrimento do Brasil, pelo navegante Pedro Álvares Cabral.
Pedro Álvares Cabral nasceu no ano de 1467 e morreu em 1520, a sua morte aconteceu 20 anos após ter descoberto o Brasil.
Pedro Álvares Cabral tinha 27 anos de idade quando descobriu o Brasil.
Segundo o mapa geopolítico do Paraná distribuído pelo Jornal Gazeta do Povo encartado na sua edição de 14 de julho, a região CENTRO-OESTE, da qual fazia parte Quedas do Iguaçu, foi extendida e substituída pela região CENTRO-SUL PARANAENSE, que começa em Pitanga, abrange os municípios de Mato Rico, Laranjal, Palmital, Santa Maria do Oeste, Boaventura de São Roque, Marquinho, NOVA LARANJEIRAS, LARANJEIRAS DO SUL, Cantagalo, Goioxim, Campina do Simão, Turvo, Virmond, ESPIGAO ALTO DO IGUAÇU, QUEDAS DO IGUAÇU, Rio Bonito do Iguaçu, Porto Barreiro, Candói, GUARAPUA V A, Foz do Jordão, Pinhão, Inácio Martins, Reserva do Iguaçu, Mangueirinha, Honório Serpa, Coronel Domingos Soares e Clevelândia, e termina onde o município de PALMAS faz divisa com o Estado de Santa Catarina.
A região tem 29 municípios, 533.317 Km2 e 324.571 habitantes. Os municípios com maior número de habitantes, são Guarapuava (154.990), Pitanga. (35.841), Palmas (34.783), Laranjeiras do Sul (29.958), Pinhão (28.350), Quedas do Iguaçu (27.365) e Clevelândia (18.296). O menor é Virmond, com apenas 3.941 habitantes. A população de Espigão Alto do Iguaçu é de 5.387 pessoas.
Fonte: Secretária Municipal de Saúde.
Obs.: 1.497 idosos acima de 60 anos.
Sendo a média de membros nas famílias carentes de 05 à 06 pessoas.
A média de nascidos vivos no nosso Município é de 85%, e a média de óbitos é de 15% (consideração geral).
A população formada é de origem polonesa.
N° de Eleitores: 18.353
SISTEMA ECONÔMICO:
INDÚSTRIAS:
01 Braspelc - Indústria Brasileira de Papel e Celulose Ltda.
01 Indústria Madeireira - Araupel- S.A.
01 Indústria e Comércio de Bolsas em Geral
05 Confecções de Jeans
10 Indústrias e Comércio de Madeiras em Geral
07 Indústrias de Móveis em Geral
02 Indústrias de Calçados
02 Ervateiras
01 Indústria e Comécio de Alimentos
01 Indústria e Comércio de Cadeiras de Palha
02 Fábrica de Bolas
01 Fábrica de Carrocerias
10 Fábricas de Embutidos
01Fábrica de Sucos
01Fábrica de Arranjos
01Fábrica de Grampos de Roupa
01Indústria e Comércio de Reciclagem Ltda.
01Ballplast Indústria e Comércio de Reciclagem de Plástico.
Apesar de várias homenagens que prestei neste livro, quero dar maior destaque aos heróis e bravos da antiga C.C.P.I. - Companhia de Celulose e Papel Iguaçu - que posteriormente, foi comprada pelo Grupo Giacomet-Marodin, graças a estes novos proprietários surgiu uma nova época. a época da valorização. do aproveitamento e do progresso, não só no campo de empregos, mas na participação dos novos proprietários - Pedro Giacomet e todos os seus acessores na área social, contribuindo para que as coisas acontecessem em nosso município pois na época, os recursos eram escassos, os tributos municipais eram poucos, e a nova empresa sempre estava à frente de todos os acontecimentos sociais e econômicos, colaborando com as autoridades municipais à administração do município.
Aos grandes heróis:
Antonio Bueno da Silva Antonio Lima dos Santos Vitor Ilginbergue
Lauzinho Goularth
Sebastião Soares da Silva
Prof. João Sobzak
Eli Pedroso
Narci Shons
Juvenil Ribeiro
Antonio Ribeiro
Luiz Ribeiro
Zé do Pinho
Manoel Bueno da Silva Davi Bueno
Alceu Lima dos Santos (ainda trabalha) Dirceu Lima dos Santos
Pedro Marques da Silva
Altair Ferreira Branco
Verlei do Vale Monteiro
Rogério Bautz, que substituiu o Sr. Carlos Martins, braço direito do Tataco. E muitos outros que por falta de espaço não foi possível constar, era a equipe de bravos trabalhadores, alguns deles, os que trabalhavam em áreas pesadas eram avaliados pela força física e pela maior produção, muitas vezes iam para o trabalho machucados, doentes, pois na época não havia ou se havia ninguém sabia, dos cuidados e prevenções contra acidentes no trabalho, os funcionários freqüentemente estavam expostos ao perigo das serras e dos estilhaços provocados pelas
ferramentas, e máquinas totalmente expostos ao perigo. Heróis trabalhadores que apesar de sua resistência e preparo físico em algumas vezes voltavam para o trabalho com seu corpo dolorido, pelo esforço que tinham de fazer para desempenhar o seu trabalho, um cabo de besouro calejavam seus ombros por tantas vezes era erguida para fixar e transportar as toras até as serras.
Estes bravos trabalhadores apesar de suas forças físicas, suportavam pesos maiores do que podiam suportar, principalmente quando se deparavam com empilhamentos de madeiras de 3 x 12 polegadas, trabalho este que duravam dias e que nos dias de hoje só é feito com máquinas.
Destes nossos heróis quando admitidos só era exigido a força física e a prática do trabalho, não que hoje os nossos atuais heróis sejam descri minados ou que eu queira dizer... É a evolução dos tempos e que graças a tecnologia se usa mais a força da mente do que a força física dos nossos velhos heróis, proporcionaram uma velhice mais sofrida, pois as seqüelas deixadas no corpo dos nossos trabalhadores são as vezes irreversíveis, sem contar no poder aquisitivo que em tempo outrora tinham que recorrer às ervas medicinais de fundo de quintal, pois o atendimento médico era muito escasso.
As esposas dos trabalhadores quando eram para ter seus filhos recorriam as parteiras para fazer seus partos.
Jandira Pedroso e Maria Bueno da Silva, ambas eram procuradas para estes trabalhos.
Quando alguém necessitava de melhores recursos eram transportados por caminhões de truque a Laranjeiras do Sul, enfrentando estradas ruins e distantes.
A estes nossos heróis trabalhadores os nossos reconhecimentos pois vocês foram e são o nosso orgulho.
Hoje todos nós que vivemos e estamos vivendo em uma época de transformação, podemos avaliar o quanto desenvolveu no que tange a tecnologia e os direitos de cidadão.
A Araupel hoje é o orgulho de nossa gente, como é importante também as demais indústrias, fábricas e demais empresas, pois juntas cada uma dentro de sua realidade tocando o Brasil para frente.
Falar de Quedas do Iguaçu implica necessariamente em falar de nossa maior empresa, a Araupel S.A. que vem, ao longo de nossos anos, contribuindo numa sinergia absoluta com sua região para o desenvolvimento do seu povo.
Contribuição esta, que ultrapassa o desenvolvimento econômico. Vai as raias da totalidade, incentivando os esportes e a cultura no município e região.
Na área social a empresa sempre foi pioneira com relação ao atendimento a seus funcionários. E pioneira não só no âmbito local ou regional, a nível nacional mesmo. Ela foi uma das primeiras a despertar para a função social que a empresa deve ter em seu meio ambiente.
Nestes anos de trabalho e fé no futuro de nossa cidade, a empresa se mesclou às histórias de nosso povo.
Desde o inicio, como uma empresa colonizadora, até os dias de hoje como lima exportadora, a tônica da ação da empresa vem sendo a promoção do desenvolvimento do nosso povo, tarefa onde muito se destacou a família Giacomet, bem mérita e muito bem vista no município, buscando sempre uma maneira de maximizar os benefícios da atuação empresarial séria e consciente numa região.
Esta é história de Quedas do Iguaçu, vinculada à existência da empresa e se confundem ambas as histórias no cotidiano da cidade.
Histórias fantásticas em sua singela maneira de ser, de um povo bravo e desbravador, que desde o início quando a empresa ainda se chamava Companhia Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande, vem se aliando à mesma na busca de que todos os povos deveriam pacificamente empreender o desenvolvimento social.
Histórias fantásticas sim, em lição de vida, de pessoas e empresa buscando a mesma coisa numa interação pacífica e ordeira.
A Araupel orgulha seus funcionários que sente o quanto são importantes para a empresa, na medida em que são beneficiados no atendimento à sua saúde por, exemplo, e mais ainda porque a empresa propicia oportunidades de crescimento profissional, promovendo assim, conseqüentemente, o crescimento pessoal, proporcionando a quem deseja um aperfeiçoamento mediante estudos.
Os benefícios, muitas vezes vão além da disponibilização de horários mais adequados, ao desenvolvimento das tarefas habituais, para se conciliar trabalho e estudos, passam pela disponibilização de ajuda do transporte, e não rara, mesmo ajuda financeira para custear os estudos.
Por todas estas atitudes, a Araupel é nosso motivo de orgulho e nosso principal cartão de visitas, pois graças a ela somos parte do mundo para onde são exportados seus produtos, que com orgulho próprio de quem faz podemos dizer, têm excelência em qualidade. Qualidade não só conferida as seus produtos, mas também à sua atuação, já que muito antes de ser moda o manejo auto sustentável e ecologicamente correto dos recursos, a empresa tinha isto como uma de suas prioridades.
O LEVANTE DOS POSSEIROS DE FRANCISCO BELTÃO
A região, onde hoje se situa o município de Francisco Beltrão, em outros tempos chamavam-se marrecas. Para homenagear o engenheiro civil Francisco Trevizan Beltrão que na qualidade de diretor do departamento no Oeste, foi iniciador do povoamento do atual município.
Francisco Beltrão originou-se em 14/11/1951 de Clevelândia que se emancipou em 28/06/1892 de Palmas que se desmembrou em 1304. 1877 de Guarapuava, que se originou em 1707. De 1852 de Castro, que se emancipou em 24/09/1788 de Curitiba, que em 29/03/1693 se originou de Paranaguá, que foi criado por carta régia em29/07/1648. Teve como seus primeiros habitantes umas populações indígenas que habitavam as extensas matas, os guapuas, cheripas, chavas e caiurucrês estas raças indígenas usufruíram da natureza existente nessa região. Depois vieram os exploradores de erva mate os primeiros exploradores tiveram desabores com tribos indígenas.
Nesta época foi movimentado por conta dos ciclos ervateiro e madeireiro, sendo este último, responsável pelo movimento de legalização das terras, que foi conduzido te tal modo que criou grande instabilidade social na região sudoeste do estado do Paraná.
O povoamento de Francisco Beltrão iniciou-se no ano de 1922, mas somente na década de quarenta foi efetivado.
Em 1944 surgiu a maior imigração de pessoas na região, estimulada por integrantes do departamento de terra do estado, muito incentivou a colonização das terras fazendo intensa propaganda da fertilidade das terras do sudoeste, atraída também pela abundancia e facilidade da aquisição de terras.
No ano que a revolta dos colonos completa 50 anos, nos faz lembrar um pouco da historia de um tempo, em que a briga pelas terras do sudoeste, não somente o poder político, mas o homem de bem, mulheres e até crianças, isto durou até a expulsão das Companhias de terras em 1957.
As pessoas do sudoeste viveram momentos de agonia e de pânico, lamentações das percas trágicas de seus familiares, assassinados barbaramente por sanguinários jagunços.
A Cango (Colônia Agrícola Nacional General Osório) criado pelo presidente Getúlio Vargas em 1943 isto no governo de Eurico Gaspar Dutra (1945-1950). A Cango foi de certa forma esquecida, o presidente Getulio Vargas era a favor da internacionalização do Estado, contrario a vontade do povo.
Conseqüentemente abandona a região, incentivada pelo governador do Paraná Moisés Cupion. A revolta só foi possível, pelo processo de intervenção do estado. Na região do sudoeste, o poder político interferiu muito nos conflitos da região, as facções políticas do P.T.B. e do U.D.N. lideravam os meios ideológicos da população do sudoeste do Paraná.
A função da Cango, foi muito importante no lugar onde a Cango foi estrelada, teve inicio um povoado, a que denominava Santa Rosa; Em 1944 chegaram às primeiras famílias.
Os colonos recebiam tratamento medico, ganhavam ferramentas e sementes, além de todo o material para a construção de suas casas.
A única coisa que a Cango não ofereceu para os milhares de pessoas que conseguiram se fixar na região foi à documentação definitiva das terras, o que geraria problemas futuros.
A Cango foi muito importante na região, até a chegada das companhias de terras vinda de fora.
Na época diversas companhias colonizadoras se embrenharam na imensa mata da região do sudoeste, objetivando medir e demarcar terras a revelia da lei, não respeitando os antigos posseiros das terras, estas empresas se valeram de negociatas políticas para conseguirem a concessão de algumas glebas. Na época os meios de comunicação vinham de uma radio de Pato Branco, radio Colméia, que na voz do brilhante radialista Ivo Tomazzoni, orientava e transmitias aos posseiros. Que não caísse no golpe das companhias.
Nesta época não tinha estradas não tinha energia elétrica e também não tinha telefone, o único meio de comunicação era a radio colméia, os jornais chegavam na região com uma semana de atraso, as noticias era só aquelas que o radialista ivo tomazoni anunciava retransmitindo o que o jornal nacional comunicava, as os rádios eram a válvulas a energia que fazia a rádio funcionar era a bateria.
A região de Francisco Beltrão era a mais afetada, e desejada pelos especuladores da SITRA, a SITRA tornou-se uma empresa com ramificações em diversos municípios do sudoeste, proprietária da extensa área de terras adquirida sem transação imobiliárias no fim do governo de Marechal Eurico Gaspar Dutra. Os colonos tinham informações que a companhia SITRA, umas das colonizadoras tinham adquirido uma área de 500 mil hectares mais de 20 municípios hoje habitado.
A SITRA vendia as terras, mas não fornecia documentos.
Esta empresa provocou também problemas fundiários que via de regras, eram resolvidas a bala. Sucessivas questões de terras envolvendo diversas companhias colonizadoras ocasionaram o levante dos posseiros, em 1957 com tristes desdobramentos.
Mariopolis tornou-se a sede da SITRA e foi beneficiada com algumas concessões.
Um dos sócios da SITRA tinha idéia de instalar no sudoeste do Paraná uma indústria de papel, e celulose, a maior da América Latina, porque existiam na região de Francisco Beltrão, de 8 a 10 milhões de pinheiros em situações de corte. Muitas famílias de colonos tiveram dissabores, sofrimentos, massacres, mortes, torturas, perseguições era um tempo de terra de ninguém. Os colonos sofreram agruras nas mãos de jagunços, por questões de litígio agrários, patrocinados pelas companhias. O levante dos colonos teve como ponto culminante a cidade de Francisco Beltrão no dia 10 de outubro de 1957 data que marcou a expulsão das companhias de terras, até então as pessoas viviam em situação de insegurança, pois o governo reagia contra o povo, muitas vezes de maneira violenta. No dia 26 de junho de 1963 os agricultores reuniram-se novamente em Francisco Beltrão para receber o grupo executivo de terra do sudoeste do Paraná a “GETSOP” e os primeiros títulos de terra transformando enfim, os chamados posseiros em verdadeiros proprietários.
Foi um movimento justo. Dizem que há processos tramitando na justiça até hoje. Uma passagem que deveria ter até hoje, repercussão nacional, pois se trata de um dos três grandes conflitos agrários do país, junto com canudos e o contestado. No período de 31 de março de 1959 o 1º do 13º companhia de infantaria foi instalado em Francisco Beltrão para recrutar combatentes para segurança da população. Um dos motivos do ministério da guerra, instalar esta guarnição militar em Francisco Beltrão, foi primeiro pelos conflitos regionais, segundo por se tratar de faixa de fronteira.
A partir de 2000 a 1ª do 13º companhia de infantaria mudou para 16º escalão de cavalaria mecanizada. No período de 1957 até 1962 verificou-se espetacular destruição da mata de araucária e para regulamentar a situação, foi criada a GETSOP Grupo executivo de terra pra o sudoeste, através do decreto nº. 51.431 do dia 19 de março de 1962 com o objetivo específico de titular as terras da região do sudoeste do Paraná.
Graças a esta providencia, a região de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná poderá festejar seus aniversários com paz e prosperidade.
Com a revolta dos posseiros de Francisco Beltrão em 1957, os jagunços guilheros de terras expulsos pelos colonos e pelas autoridades militares e civis, se embrenharam nas matas, para não serem mortos pelos legitimos proprietários de terras.
Estes sanguinários guilheiros alguns deles atravessaram o Rio Iguaçu, e se acamparam nas terras de Campo Novo hoje Quedas do Iguaçu.
Tão logo instalados colocaram o seu instito assasino em prática.
Entre os anos de 196 até 1967 muitos ataques e mortes aconteceram na região, os colonos principalmente de Mirim, Flor da Serra, Fazendinha, Tapui, forão os locais que mais aconteceram ataques aos colonos pelos jagunços.
Os pioneiros mais atingidos de Quedas do Iguaçu vivenciaram estes acontecimentos trágicos.
O pioneiro senhor Stanislau Vieczdrek com 66 anos de idade me relatou com sinal de tristeza o abuso dos jagunços com ele e com os seus vizinhos.
Mas os nossos colonos foram mais valentes, defenderam as suas terras, mandando os sanguinários jagunços para outro espaço.
PATRONO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ JOAQUIM ANTONIO DE MORAIS SARMENTO
A região de Quedas do Iguaçu, em meados de 1924 em plena revolta, acolheu os mais nobres militares da Polícia Militar do Estado do Paraná.
O fantástico militar e escritor João Alves da Rosa Filho comandante de forças militares nos anos de 1924, diz.
Os anos se sucedem uns após os outros e, à medida que passa, o tempo apagam de nossas lembranças muitos feitos valiosos que, arrastados pela voragem impiedosa do esquecimento, vão sucumbir no abismo do passado. Contudo, quis a nossa vida de caserna que nos acostumássemos ao eterno culto da história da polícia militar do Paraná a fim, de mais fácil podermos transmitir, as gerações futuras o incentivo de tudo aquilo que a corporação produziu de, belo e grandioso, desde os mais modestos exemplos de renúncia e obnegação, até ao extremo sacrifício que as circunstâncias de seu labor, por vezes, exigem. A polícia militar do estado do Paraná teve uma participação importante na região de Quedas do Iguaçu, o heroísmo destes valentes militares nos proporcionáro esta terra, rica e próspera, bem longe dos fora da Lei. Alguns acontecimentos que, marcou, a presença destes heróis em nossa região em 1924 em plena revolução.
BELARMINO
Um batalhão da polícia militar estava concentrado na Serra da União, a margem esquerda e a direita da rodovia Guarapuava – Foz do Iguaçu. Nesse local, estava localizada uma estação telefônica de campanha, exatamente na embocadura da antiga picada feita por Juca Tigre, na revolta de 1894.
Havíamos regressado do passo do Borman, retaguarda da Serra dos Medeiros, onde combatemos na madrugada do dia 15 de Novembro. Os rebeldes recuaram e intrincheiraram-se em um lugar denominado Belarmino, à margem da mesma estrada, a fim de interceptar a progressão das forças legais.
Uma companhia da polícia recebeu ordem de tomar parte no ataque ao reduto revolucionário. A primeira companhia segue sob o comando do tenente Garrett, mais tarde substituído por outro tenente por circunstâncias várias e, finalmente, pelo 1° Sgt Benedito Evangelista dos Santos, promovido dias depois por ter substituído os comandos primitivos.
A parte de combate desse dia diz em resumo o seguinte:
A companhia, nas proximidades das posições inimigas, inicia lentamente a progressão pela picada telegráfica por volta das 7 horas da manhã acompanhado a barragem da artilharia do 4° R.A.M. A 500 metros, entrou em contato com os rebeldes fortemente abrigados na mata; as vanguardas trocaram os primeiros tiros,e durante mais de 6 horas da tarde, os fuzis e metralhadouras matracaram sem cessar, ceifando preciosas vidas, não só dos nossos como da força do exército.
É determinada finalmente a ordem de retirada e, assim, recuam os legais conduzidos os seus mortos e feridos. Trilhando silenciosamente a picada, voltam eles convictos de que mantiveram intactas as gloriosas tradições da corporação. Em nunca encosta de um pequeno cerro, à margem do rio Borman, em um singelo cemitério, plantamos a primeira cruz para indicar o lugar onde ficaria para sempre assinalado, o lugar onde repousará o nosso caro amigo cabo Felix Alves da Conceição.
Nesse combate, outros camaradas derramaram o seu sangue para conservar impoluta a honra e a dignidade de nosso batalhão. As ambulâncias passaram, nesse dia, conduzindo o cabo Palmiro Gomes de Oliveira, e os soldados Arnaldo Rodrigues, Aníbal Maurício Domingues e Antonio Lopes, os quais foram incontinentes para o hospital de Sangue de Emergência, de onde, mais tarde, seriam transferidos para o hospital de Sangue da Coluna, na cidade de Guarapuava.
A atestar a violência da luta, o lugar denominado Belarmino ficou assinalado por uma extensa roçada causada pela violência do fogo dos beligerantes.
Nesse combate, faleceu também, bravamente, o tenente Alípio Dias, que comandava uma secção de metralhadoras no mesmo setor; esse oficial pertencia ao Exército.
PICADAS DOS VALÉRIOS
Ao descrever esta jornada em um capítulo especial, o faço em homenagem ao estoicismo, coragem o obnegação dos nossos soldados. Só quem conheceu a densas floresta do Alto Paraná, pode avaliar o que significa conduzir uma força com mais de 400 homens, através de picadas.
Essa pequena coluna, sob o comando do capitão Sarmento, estava assim constituída: 3 companhias de infantaria e uma secção de metralhadouras pesadas do nosso batalhão, um secção de artilharia de montanha (1° Grupo) sob comando do 1° tenente Ramiro Correia Junior e um pelotão de cavalaria patriótico vaqueanos tropeiros – e uma tropa de muares (cargueiros).
O estreito trilho por que marchamos agora, quase abandonados, há trinta anos passados serviu aos revolucionários de 1894, que atravessaram o sertão sob o comando do célebre caudilho Juca Tigre, conforme nos informam os mais velhos moradores das redondezas.
Dia 23, nesse dia, vemos os primeiros elementos da coluna sumirem-se pela estrada da picada, marchando em fila indiana: fechavam a marcha os muares que conduziam cargueiros de víveres e munição.
No dia seguinte, interna-se pelo túnel verde da mata o restante da coluna. Fica na margem da estrada apenas o posto de abastecimento e respectivo armazém.
Seguimos a pé e progredimos lentamente. Experimentamos, a princípio, uma sensação desagradável que a vegetação nos transmite. Sentímo-nos como que sufocados \á sombra do estreito trilho, sem sol. Sentimos, também, nas primeiras horas de marchas uma estranha nostalgia e profunda tristeza ante o silêncio da selva incomensurável que nos rodeia.
Já não vemos mais os caminhos nem as carroças coloniais do nosso comboio. A fila interminável de homens e cargueiros continuam a marcha, conduzindo mais víveres, munição e artilharia.
Dia 24. Na tarde desse dia, acampamos ao longo da picada, em um lugar que os vaqueiros informaram ser a encruzilhada do tigre.
Ao anoitecer, as patrulhas de vigilância aprisionaram um índio este nos informo que, que no dia anterior, uma patrulha de reconhecimento do nosso batalhão foi surpreendida por um grupo de rebeldes, composto quase que exclusivamente de paraguaios mercenários, integrados na força revolucionários. Na emboscada, foi assassinado o sargento Pedro Higino dos Santos.
Na tarde do dia seguinte, foi procurado pelo tenente Francisco Ferreira de Souza (mais tarde assassinado em Curitiba, que determinou fosse organizada uma escolta a fim de conduzir o prisioneiro para ser interrogado pelo mesmo oficial). Esse silvícola foi, pouco adiante, abatido a tiro pela escolta; erroneamente supunha-se que o mesmo pretendia fugir.
Infelizmente, assisti a essa lamentável tragédia, tendo sido, como inferior de dia no acampamento, designado para acompanhar a escolta e o fiz até a hora do desenlace. De regresso ao acampamento, relatei a ocorrência ao comandante Sarmento, e ainda sob forte impressão. Fui encarregado de proceder ao sepultamento da infeliz vítima. Retornando ao local, encontramos o mestiço estendido no solo com o crânio esfacelado pelas balas.
Aberta a cova na encosta de um terreno acidentado e pedregoso, ali sepultamos o pobre homem, à cabeceira da sepultura, plantamos uma cruz improvisada com galhos e ligada com cipó. O tenente Joaquim Taborda Ribas nos havia dado uma vela, que acendemos. Quem vislumbrasse, ao anoitecer, três homens ajoelhados na mata, ao pé de uma humilde sepultura, fazendo, em profundo recolhimento, uma prece, sentiria no coração o desejo de comungar conosco dessa piedosa profissão da fé cristã.
Não seria esta a primeira nem a última cruz que deveriamos semear nas sombrias veredas do Alto Paraná.
Nessa noite, foi-nos impossível conciliar o sono. Parecia-nos ouvir constantemente o eco dos gritos lancinantes de dor da inocente vítima dessa trágica luta fratricida.
Dia 28 Marchamos, novamente, com destino a Boa Vista do São Roque, hoje destrito da cidade de Espigão Alto que não distatemente se mancipou desligando do município mãe de Quedas do Iguaçu, onde deveríamos permanecer por mais de uma semana vigiando o possível ataque dos revoltosos a esta região. Alguns revoltosos aprisionados são enviados escoltados para a região de Guarapuava.
A vida no acampamento permanece normal por muitos dias, a não serem as dificuldades do abastecimento de gêneros alimetícios em conseguência das prolongadas chuvas dos últimos dias, que impediam a passagem dos cargueiros nos riachos transbordantes e caminhos alagados.
Dia 9 A Marcha continua mais para o interior da mata. Nesse dia, atingimos Lajeado Liso de São Roque. Foi aí que o sargento Higino e o cabo Malan foram atacados em uma emboscada preparada pelos rebeldes.
No dia seguinte, conseguimos descobrir o corpo do sargento, enterrado, nos fundos de um paiol, ao lado de um chiqueiro de porcos. Procedemos à exumação e vimos, horrorizados, o corpo mutilado a facão e quase nu.
Á margem do trilho principal abrimos uma sepultura decente e, novamente ajoelhada, fizemos nossas preces. A assinalar mais essa vítima, ficou ali plantada outra cruz tosca feita de cedro.
A noite, recolhido ao silêncio das nossas barracas, dorme, confiantes na vigilância das guardas e sentinelas, atentas à escuridão das picadas.
Repentinamente, rompe de uma das guardas um cerrado tiroteio e, incontinente, o batalhão toma posição para combate. Porém, para nossa tranqüilidade, o alarme durou apenas alguns minutos. Um soldado de sentinela perdida, ouvindo ruídos estranhos nas picadas e não recebendo a senha regulamentar, disparou o fuzil acompanhado por toda a guarda avançada. Mais tarde tudo serenou, o acampamento voltou à calma e nós dormimos novamente, despreocupados.
Dezembro. 10. O Batalhão se deslocou para o lugar denominado Campo Novo Hoje Quedas do Iguaçu, onde deveríamos permanecer por 3 longas semanas. Provavelmente, ficaríamos como guardas vigilantes do franco esquerdo das tropas em operações ao longo do eixo da estrada a caminho a foz do Iguaçu.
Durante esses longos dias de inatividade enervante, passamos matando o tempo nos serviços obrigatórios de patrulha, reconhecimentos, guardas e sentinelas Diárias. A vigilância á tanto mais necessária porque cada estreita passagem das florestas pode trazer-nos uma bala do inimigo, oculto em emboscada.
Os dias chuvosos nos prendiam durante intermináveis horas dentro da pequenina barraca de campanha. Triste e absortos ficávamos sentados ou de cócoras, vendo os fios dáguas escorrerem e ouvindo incessantemente a chuva tamborilar na lona da barraca.
Aproxima-se o Natal. A tristeza nos invade mais profundamente o coração. Desde o oficial ao mais modesto soldado, todos sentem apossar-se de si uma angustiosa saudade dos lares distantes. Revêem, imaginariamente, os dias felizes das festas de Natal, no aconchego carinhoso da esposa, filhos, pais, irmãos... VÉSPERA DE NATA: Polícia Militar do Estado do Paraná
Dia 24 surgem um novo dia radiante de sole a natureza parece exalar uma alegria festiva. A passarada silvestre anuncia o alvorecer, trinando alegremente. Os soldados resolvem comemorar esse dia, erguendo o tradicional pinherinho que nos nossos lares alegra o coração meigo das crianças. Assim o fizemos, e mais tarde, o vimos condignamente enfeitados de frutos multicolores, bolachas, caixinhas fazias. A simbolizar a neve, o serviço de saúde nos forneceu o algodão necessário. Depois vimos soldados contemplarem ingenuamente a pitoresca e exótica árvore de Natal, símbolo da nossa homenagem e devoção ao nascimento do menino Jesus, Redentor da humanidade, que se propaga eternamente, ao seu redor não vimos, nem ouvimos o riso inocente e a alegre das crianças.
Erigimos esse altar de fé cristã entre as duas peças de artilharia da coluna. Viam-se em derredor, espalhadas, peças de metralhadouras nossa secção. Tudo isso forma um contraste chocante e inédito para nós.
Quando o crepúsculo vem descendo, cai um aguaceiro inoportuno que quase desfaz por completo o nosso pinherinho.
À noite, sentado nos velhos pinheiros caídos, meditamos entristecidos e contreplamos o céu estrelado, angustiados de saudades. O pinherinho, como que solidário com a nossa dor, parece triste também, e com seus galhos alçados para o firmamento, deixa cair de quando em vez uma gota cristalina de chuva, simbolizando, talvez, lágrimas de piedade que rolam ao chão; lágrimas implorando perdão a Deus por nós. Lágrimas de saudades das mãos, esposas e filhos ausentes.
Ainda nessa noite, uma notícia vinda da frente informa que um grupo de rebeldes depôs as armas. Dia 27. A coluna se move novamente depois de longos dias em campo Novo Hoje Quedas do Iguaçu, some outra vez na escuridão verde das selvas, rumo ao próximo lugarejo da localidade do Tapui conhecido por Tapui dos índios.
Tapui é apenas uma pequena clareira na mata, com uma única choça indígena. Ao seu derredor armamos nossas barracas de lona cáqui.
É interessante observar a original arquitetura da cabana construída pelos silvícolas. Ramos e galhos habilidosdamente trançados e estocados de barro; como cobertura um compacto entrelaçado de folhas de taquara, impermeabilizados internamente pela ação contínua da fumaça de nó de pinho, dando-lhe um verniz preto e resistente. A cabana, que tem uma única porta, sem janelas, foi escolhida para o armazém de víveres e munição da tropa. Em todos os trilhos e carreiros da mata, encontramos, infalivelmente, uma sentinela vigilante, ao redor da clareira, nos protege um denso e impenetrável taquaral.
Dia 31. O fim do ano nos encontra ainda na localidade do Tapui. A vida é normal no acampamento. O comandante Sarmento anuncia que, em regozijo á passagem do ano, mandará servir, à meia noite, um café com bolacha à tropa. Isso constitui uma concessão especial, dada se circunstância da extrema exigüidade de víveres dispõe a coluna.
Novas recordações nos açodam à memória novamente, ao lembrarmo-no de que, nas cidades onde moramos, essa hora tem uma especial significação para todos e é anunciada com festivos repiques de sinos, prolongados apitos e foguetes em profusão.
No acampamento, é tudo triste silêncio, ainda porque isso se torna indispenável à nossa propia segurança. O comandante consentiu apenas que acendêssemos uma grande fogueira.
À meia noite, recebemos o café prometido. Os oficiais brindam-se mutuamente, e como por encanto surgem não se sabe de onde, umas misteriosas garrafas que tem a importante faculdade de alegrar o estado-maior da coluna. Aqui e ali, ouvem-se cantos em surdina, declamações, recitativos, e, aos poucos, finaliza-se a comemoração.
De fogueira quase apagada desprendem-se fagulhas que desaparecem entre as altaneiras árvores da floresta. Ao apagar-se, fazem desvanecer em nossos corações as ilusões e vaidades humanas, lembrando a fragilidade dos nossos destinos que, como as fagulhas, podem apagar-se a qualquer momento.
Dia 1°. O novo ano marcará uma época de amargas recordações para todos nós. Passaríamos um período de sofrimento e dores, deixando em nosso caminho um rastro de sangue e cruzes, a assinalar, da li em diante, a nossa passagem pelo sertão.
Marchamos novamente, numa peregrinação interminável. Os machadeiros e foiceiros à frente, rasgando a picada, em quanto os soldados na vanguarda iam reconhecendo e batendo as matas. Com os pés descalços a sangrar nos espinhos de nhapindá e unha de gato, progredindo lentamente. Trepando e agarrando-nos nas encostas da serra quase a pique, vamos escorregando aqui e caindo acolá, sem parar durante todo o dia.
Os soldados, confundidos com os cargueiros, parecem modernos bandeirantes ou audazes guerrilheiros, marchando pelas selvas numa longa e interminável fileira. Atravessamos rios, muitas vezes com água pela cintura; galgamos morros e atravessamos terrenos alagados e lamacentos, onde a unidade era sufocante. Suados, maltrapilhos e barbudos, palmilhamos a picada sob o sol inclemente e constantes chuvas.
Na foto acima retrata a Tropa da Polícia Militar marchando para a frente na altura da Serra da Esperança.
Muitas vezes, sentimos o coração bater desordenadamente de cansaço ao atingir o alto da serra, e ali sentamos para nos refazer e continuar a jornada. Os malditos mosquitos e abelhas nos perseguem num contínuo zumbido, impertinenete, capaz de nos ensurdecer. É indispenável conduzir um ramo na mão para enxotá-los. A mochila, com as correias de couro mal ajustadas, fere os ombros, e até o fuzil é incômodo para se conduzir pelo cipoal da mata.
Dia 3. Acampamos a margem do Arroio Guarani.
O sargento Palmêndio de Camargo, com 2 praças e 2 vaqueanos, ao amanhasser, vão fazer o último e mais perigoso reconhecimento realizado nessa picada e, já noite fechado, regressam trazendo bons resultados.
No dia seguinte, prosseguimos novamente. O acidentado caminho é aberto penosamente a facão e foice. Há quase dois meses que marchamos dias e dias patinhando, sem descanso, para frente. A lama suga o nosso ingente esforço na marcha; as feridas dos arranhões ulceram rapidamente. Muitas vezes, exaustos, olhamos os pesados cargueiros de munição e artilharia, pulando aos galões, subindo com sacrifício as encostas da serra. Quase no alto, despenca com as preciosas cargas, morro abaixo, espalhando tudo na mata ao som dos lamentos e pragas dos soldados, acompanhados das gargalhadas de cachota dos companheiros de luta.
Muitas vezes, as peças de artilharia do tenente Garret foram tiradas a custa de cordas de dentro dos rios, depois de terem feito o trajeto do alto da serra ao rio, no lombo dos pobres muares. Muito deles foram abandonados mais tarde por estarem inúteis.
Dia 4. Chegamos, nesse dia, à margem do rio Medeiros.
No dia seguinte, novamente, a nossa coluna está marchando para a etapa final da picada dos Valério e os infatigáveis soldados vão furando decididamente a mata. Estamos próximos novamente da estrada real. Nosso abastecimento de víveres já chegou ao fim. Estamos ha mais de 40 dias distante do ponto de partida da serra União.
Finalmente, chegamos ao lugar denominado Januário, quase ao anoitecer. Uma rês abatida é devorada sem sal pelos soldados famintos. Como sobremesa, comemos algumas espigas de milhos verdes assada.
Dia 6. Dia de Reis. Chegamos ao lugar denominado24. Para nós, esse dia foi na realidade, um dia de reis. Conseguimos atingir novamente a larga estrada de rodagem Guarapuava-Foz do Iguaçu. É um consolo conteplar-se um caminho aberto e cheio de sol, depois de mais de 40 dias internados em escuras e acidentadas picadas. Recordamos agora, sem saudades, os sofrimentos e martírios porque passamos nesses longos dias.
Conforta-nos, agora, a convicção de que trilhemos um caminho plano, cheio de ar e de vida. Também nos anima a perspectiva de um abastecimento mais farto e seguro. Vemos soldados soltarem ingenuamente uma exclamação de alegria e satisfação, ao avistarem caminhões e carroças que passam célebre e continuamente, conduzindo víveres, armas e munições para os combatentes de Catanduvas.
Durante quatro dias, ouvimos, ao longe, o ruído ritmado das armas automáticas e o som grave, solene, dos canhões atirando sem cessar.
Dia 10. Ao anoitecer desse dia, montamos um movimento intensivo e anormal de caminhões e carroças que continuadamente passam para a frente de combate, em Catanduvas, onde os rebeldes do general Izidoro Dias Lopes instalaram seus mais importante baluarte defensivo desta memorável campanha.
CATANDUVAS: Correio - 1925
Dia 11. Na madrugada desse dia de infausta memória, o nosso Batalhão está novamente formado em coluna de marcha e se acha pronto para enfrentar os rebeldes em luta.
Às 5 horas, recebemos o café e iniciamos a marcha. Aos primeiros alvores do dia, a natureza acorda ao trinar alegre da passarada silvestre. O contraste é chocante; enquanto na natureza tudo são alegria e festa, no coração dos homens, só há ódio, tristezas e rancores.
Prosseguimos a pé em direção ao surdo crepitar da fuzilaria, na frente de combate. Quase ao meio dia alcançamos a localidade de Roncador, a 2 quilômetros do front. Recebemos uma substancial ração de café e bolachas. A marcha continua mais lenta, porem sem interrupção. Estamos cansados, pó isso o comandante Sarmento manda fazer alto exatamente no centro da estrada, à retaguarda donde está empenhado em combate o 7° Regimento de Infantaria do Rio Grande do Sul. Eram precisamente 12,20 horas e estávamos no quilômetro 230 da estrada que liga Guarapuava a Foz do Iguaçu. A missão do Batalhão foi atacar os rebeldes por uma picada no franco esquerdo. Balas passavam continuadamente em forma, aguardando ordens, quando um gemido acusa um ferido; um projétil em ricochete atinge o soldado Silvio Cordeiro Matoso, quando ainda em forma. O comandante ordenou para se aproximar-se de sua montada e o conduz fora das vista da tropa.
A artilharia estava iniciando uma barragem quando atravessamos a picada telegráfica e nos internamos em uma outra picada. Logo adiante, encontramos uma companhia de guerra do 3° Batalhão da Policia Paulista, que repousava depois do combate do dia anterior; Essa unidade estava estendida ao longo da picada como guarda de franco dos combatentes.
Continuamos marchando, deixando estes numa muda despedida, e alcançamos um tosco paiol de madeira que foi escolhido para hospital de sangue de emergência. Os clientes eram os mesmos homens que ali passavam cheios de vida e de esperança. Muitos voltariam dentro de poucos momentos com os corpos estraçalhados pela metralha. Era, porém, preciso escolher antecipadamente o lugar em que deveriam ser convenientemente atendidos. Muitos, também, iriam ficar ao lado de uma singela cruz, formando um pequeno cemitério a marcar a trajetória do nosso Batalhão.
m trem saindo de Santo Ângelo levando os soldados da Coluna Prestes ao combate no Paraná.
Ás 20,20horas, alcançamos pequena clareira numa encosta em declível, donde avistamos os revoltosos do lado oposto. O Rio Medeiros corre marulhando, indiferente aos propósitos sanguinários dos homens. Um avião de reconhecimento passa alto, sobranceiramente, indiferente também à cerrada fizilaria dos revoltosos. Espreitamos cautelosamente a despreocupação do inimigo, perfeitamente à vontade do outro lado do rio, inconscientes do perigoA morte paira no ar sobraçando sua afiada foice, aguardando o momento de entrar em cena.
O Batalhão, cautelosamente, toma posição para o ataque, estendendo-se na encosta do plano inclinado da serra; as metralhadoras pesadas, com as respectivas guarnições, estão apostos. Subtamente, a gargalhadas tétrica das metralhadoras quebra o silêncio e, em consecutivas rajadas, vai ceifando do lado oposto.
Os revoltosos, estonteados, fogem apavorados em toda a direção a procura de abrigos e, logo depois, refeitos, respondem com um vivíssimo fogo. Na mata, já ouvimos os primeiros gritos da raiva e de dor; gemidos acompanhados de roucas blafêmias.
A artilharia de montanha, sob o comando do 1° tenente Ramiro Correia Junior, faz intermitentes disparos contra as posições rebeldes, porém, de início, uma peça é inutilizada.
A noite desce completamente, envolvendo na escuridão os remanescentes do nosso fatigado Batalhão. Recebemos ordens de recuar, molhado, enlameados, silenciosos e tristes, retornamos novamente pelas picadas até o Riachinho que passamos pela manhã. E assim foi morrendo soldados, mas por uma causa justa, manter a ordem e honrar a farda da polícia Militar do Paraná.
A FORÇA DA LEI
Está terminada a luta com a completa derrota dos rebeldes. Esses maus brasileiros, vergonhosamente aliados mercenários estrangeiros, não conseguiram a derrocada da terra que os criou e hospedou com carinho.
Está de parabéns a Nação brasileira. E não podia ser de outro modo.
Uma rebelião que se caracteriza pela traição, pelo saque e pelo mercenarismo dos seus combatentes, não podia vingar nesta terra habitada por gente leal, tão honesta e tão brasileira. Ao iniciarem a luta em São Paulo, só conseguiram com traição, com embustes, com dinheiro e com saques os seus primeiros combatentes.
Não havia ideal nesse agrupamento mesclado. Engrossaram suas fileiras, aliciando adeptos nas baixas camadas dos aventureiros internacionais. Repelidos das fronteiras de Mato Grosso, após aniquilamento dos seus tão decantados batalhões de estrangeiros, vieram para os sertões do Paraná e aí, apoiados na ferocidade de novos mercenários semi-bárbaros, continuaram a fazer correr sangue brasileiro com a insensatez de desvairados.
Os fuzilamentos que fizeram dos seus própios companheiros, atestam o desequelíbrio mental da horda mercenária.
Devemo-nos regozijar pela Vitória porque sentimos que, durantes longos meses de lutas e de tentativas de novas rebeldias, a nação inteira conservou-se firme ao lado da constituição, prestigiando o Supremo Magistrado da Pátria na sua ação calma e valorosa de homem superior.
Agora resta castigar os tresloucados para que fique o exemplo para as gerações futuras. É preciso que os crimes contra a Pátria não fiquem impunes. Congratulo-me com as tropas legais! Abraços de imorredouro reconhecimento aos camaradas da 5° Abraços de imorredouro reconhecimento aos camaradas da 5° Região Militar que souberam cumprir com nobreza e estoicismo o seu dever de patriota. Uma eterna saudade no túmulo dos heróis que tombaram na defesa da Pátria querida. Durante o período revulucionário, foram promovidos vários oficiais e praças por critérios diversos, de acordo com as leis n° 232e2334, de 3 e 23 de março de 1925, respectivamente.
A reportagem de O Estado do Paraná, (edição de 15 de Novembro de 1998), pesquisou e obteve depoimento de moradores da região de Catanduvas e encontrou vestígios de um cemitério localizado em Roncador, que ainda não foi engolido pela mecanização agrícola ou à falta de memória do País.
DIZ A REPORTAGEM EM REFERÊNCIA:
São aproximadamente dezoito quilômetros de estrada de chão cortando lavouras de milho até o cemitério de Roncador, em Catanduvas. O local fica próximo do antigo traçado da rodovia federal, que mais tarde seria batizado de BR-277. O cemitério fica na propriedade do agricultor Isimundo Kovaleski, está tomado pelo mato. As cruzes de metal, apagadas pelo tempo, são as únicas lembranças daquela época. São cruzes de metal e outras de madeiras danificadas pelo tempo, onde estão escritos os nomes dos soldados mortos. Todos eles pertencem a Força Pública (hoje Polícia Militar) e da 7° Região de Infantaria de São Paulo. Segundo depoimento dos moradores da época, os soldados eram enterrados em valas comuns porque muitos não tinham registro. Os nomes indentificados são dos soldados Francisco Vicente, Argemiro Benevides Ramos, Cristalino Alves da Rosa e Laudelino de Sousa Bueno. Já o cemitério de Formiga era destinado aos oficiais das tropas governistas. Dona Gema tem buscado o apoio da Prefeitura para preservar os cemitérios. Muitas cruzes de metal sumiram.
Nas fazendas existem ainda armamentos e munições utilizadas por soldados da revolução de 1924.
Vibrante narrativa dos feitos do lendário, 1° Batalhão de Infantaria da Polícia Militar do Paraná, sob o comando do intrépido capitão Joaquim Antonio de Morais Sarmento, hoje Patrono da PMPR, no combate aos revolucionários de 1924, em defesa da ordem e da legalidade.
O texto contém o impressionante Diário de Campanha do sargento Floriano Napoleão do Brasil Miranda, relatando, sob a ótica do combatente, as agruras da campanha, o ambiente inóspito e insalubre das marchas e trincheiras, e a dramacidade dos combates. Antecede a narrativa uma interessante retrospectiva altamente resumida dos fatos mais marcantes vividos pela milícia paranaense entre os anos de 1915 e 1924. Alguns anexos complementam a obra, entre eles a biografia de Sarmento que se-encontram no livro escrito por ele: Revolução de 1924 Volumes V.
Ao Aguerrido Capitão Renato Marquete comandante do 3ª Companhia da polícia Militar cediada em Quedas do Iguaçu as nossas mais sinceras homenagens. Quedas do Iguaçu se orgulha de ter em nosso meio um comandante digno do cargo que tem, essas homenagens vale também aos seus comandados também se estendem a polícia civil, tão bem representada pelo delegado de polícia de Quedas do Iguaçu Dr. Pioneiro: Sebastião S. Barreto. Esta fotografia foi feita em 1957 durante o período que prestou serviço militar em Foz do Iguaçu. No estado do Paraná.Um Relato impressionante, narrado pelo pioneiro Sebastião Barreto, residente em Quedas do Iguaçu há 70 anos. Nesta entrevista, o pioneiro Sebastião, contou com detalhes importantes, da revolta de 1924, onde cominou com muitas mortes durante os combates armado das frentes legalistas e revoltosos. Apesar de seus já avançados anos, a sua memória narrou com riqueza de detalhes a triste tragédia presenciada pelos moradores da região de Catanduvas precisamente em Medeiros onde o seu avô tinha propiedades e morava com toda a sua família. Talvez seja a conversa que ele teve com o avô, e com o seu pai senhor João Maria Barreto, na época o pai do Sr. Barreto tinha 9 (nove) anos de idade, ambos conviveram este trágico confronte armado que deflagrou chamas ardentes entre os povos, muito deles nada tinha haver com a situação. O avô do Sebastião Barreto Sr. Antonio Quirino de Sousa, não se cansava de contar para o seu pai e seus netos, as bravuras dos soldados que compunha o pelotão da polícia Militar do Paraná. Em números aproximadamente de 500 homens, contra tacados pelos revoltados sanguinários das colunas, composto por militares e civis, e que também, não faltava à presença de estrangeiros paraguaios no movimento. O Sr. Sebastião com firmeza, detalhava a estratégia que a força militar usou, para atacar os revoltosos pela retaguarda, usando o poste amento da rede de Telégrafo, que saia de regiões distantes, e cortava as matas da região de Laranjeiras do Sul, consequentemente, inclui a nossa região de Quedas do Iguaçu. Seguindo os traços da rede para não se perder no matagal serrado da nossa região foi á maneira mais inteligente dos nossos heróis, surpreender os adversários pela retaguarda. Com os postes da rede telegráfica atravessou o Rio Guarani, seguindo até Catanduvas, onde se encontrava um posto de comunicação telegráfico, com esta estratégia usada pelos militares, deu condições para derrotar os revoltosos. Méritos do Comandante Antonio de Morais Sarmento hoje Patrono da polícia militar do Paraná, e de seus brilhantes combatentes.
Ao entrevistar o Sr. Sebastião Barreto, ele fez questão de dizer, que o seu avô, e todos os filhos dele, encluía também, o pai do Sr. Sebastião e sua mãe, por muitas ocasiões ficavam no meio do fogo cruzado, entre militares e revoltosos. Era bala de metralhadouras, mosquetões e de canhões, que rasgava os céus e roçava as matas de sua propiedade. A Revolta de 1924, muito comentada no Brasil e no mundo, acabou em frente às terras da família Barreto em Catanduvas. Mais precisamente na região de Medeiros. A bandeira da polícia Militar do Estado do Paraná tremulava nas mãos dos soldados, orgulhosos do dever comprido, liberdade para estarem novamente reunidos com os seus familiares, recebendo um abraço agora como heróis, título esse insignificante comparado pelo respeito à Constituição brasileira. Resolvido uma situação de grande repercussão em todo o território Nacional. Comentou ainda o Sr. Sebastião que o seu avô morreu com 104 anos e está sepultado no cemitério que do qual está enterrado alguns dos valentes Herói que defenderam a Pátria das garras dos maus intencionados malfeitores. Por este ato de brasilerismo foi devolvido a tranqüilidade e o respeito á Constituição brasileira e os bons costumes do povo e da corporação Militar.
O projeto do Memorial da Revolução de 1924 em Catanduvas será prioritário dentro da secretaria de Estado da Cultura. O pedido do governador Roberto Requião foi feito durante a Escola de Governo. O tema compôs a pauta da reunião de ontem de manhã (17), em Curitiba e esteve a cargo da secretária Vera Mussi que destacou que “o Paraná tem história. Uma história bonita que este governo está recuperando e mostrando aos paranaenses”.
Requião lembrou que a idéia da construção do Memorial surgiu no ano passado, durante a cavalgada que realizou em Catanduvas, a convite do deputado estadual Nereu Moura (PMDB), oportunidade em que a comitiva passou por locais percorridos pelos revolucionários, inclusive dois cemitérios. A partir daí, o governo constituiu uma comissão com a presença do Exército, Polícia Militar e Uni oeste para a revitalização da memória destes acontecimentos.
Este projeto é um antigo sonho de Nereu Moura que quer ver recuperada parte da história do nosso país que teve desfecho em Catanduvas, na região Oeste do Paraná. “A Revolução Tenentista é o epicentro da Revolução de 30 que levou Getúlio Vargas à presidência do Brasil”, lembrou ele, ao destacar a importância política deste fato.
O prefeito Aldoir Bernart. Presente na Escola de Governo, agradeceu ao governador Roberto Requião e ao deputado Nereu Moura pelo projeto do Memorial, “uma importante obra que resgata a história que aconteceu nos caminhos do Paraná, especificamente em Catanduvas”. Bernart disse “que além do ganho cultural que é inestimável, o município vai ganhar economicamente com o incremento do turismo”.
Esta mesma idéia é compartilhada por Nereu Moura que acredita que Catanduvas vai passar a fazer parte dos roteiros turísticos ecológicos e históricos do Paraná. “Esta indústria sem chaminés a ser instalada, será responsável por uma nova fase no desenvolvimento econômico do município”, destacou o deputado.
Na próxima reunião da Escola de Governo, dia 24, o tema Revolução Tenentista será novamente abordado pelo professor Aymoré Índio do Brasil Arantes e pelo jornalista e historiador Adelar Paganini. O arquiteto Edinei.Fraga fará a exposição do projeto do Memorial.
A revolução tenentista teve início no dia 05 de julho de 1924 em São Paulo, após ser combatida pelo governo de Arthur Bernardes,os revoltosos retiram-se para o Estado do Mato Grosso e posteriormente tomaram Guaira e Foz do Iguaçu no Paraná. A intenção dos “tenentes” era chegar à capital Paranaense via estrada estratégica que, posteriormente, tornou-se a BR 277, nesse ínterim aguardavam a chegada de Luis Carlos Prestes que vinha do Rio Grande do Sul. Por sua parte o governo Federal organizou o Exército e as polícias estaduais com intuito de combater os revoltosos que se encontravam na localidade de Catanduvas e haviam se apoderado da estação telegráfica local.
Os combates foram intensos duraram seis meses e, em março de 19240, Marechal Candido Rondon à frente de 17 generais e 15 mil soldados fizeram o ataque final tomando Catanduvas e fazendo 407 cativos. Luis Carlos Prestes chegou atrasado ao Paraná, e não pode ajudar na contenda de Catanduvas, após o revés os revoltosos que, conseguiram escapar do cerco à Catanduvas se organizaram. Em Foz do Iguaçu, e cruzaram o Paraguai, entrando novamente no Estado do Mato Grosso, criando a Coluna Prestes, que ficou conhecida na história como a maior marcha de combate do mundo percorrendo mais de 25000 quilômetros em dois anos, vindo depor armas somente em 1927, na Bolívia. A Coluna da Morte
A Coluna da Morte foi um destacamento de revoltosos da Revolução de 1924 ocorrida no Brasil.Comandada pelo tenente João Cabanas da Força Pública de São Paulo, atuou na tomada de Itu - estado de São Paulo e do cerco de Catanduvas, cobrindo a retarguarda da Coluna Miguel Costa, após sua retirada da cidade de São Paulo. Também é um título de um livro de autoria do referido oficial. Veja mais na Wikipédia.org... Parte inferior do formulário Biografia Como 1º Tenente do Regimento de Cavalaria daquela Força, participou ativamente na Revolução de 1924, em São Paulo, comandando a ocupação militar da Estação da Luz, atuando no cerco de Catanduvas e cobrindo a retaguarda da Coluna Miguel Costa até Guaíra. Suas ações à frente da coluna estimularam a imaginação popular e o surgimento de lendas sobre sua pessoa e sobre seus feitos militares. Eram-lhe atribuídos poderes sobre-humanos em combates e fugas espetaculares. Por conta disso, o governo colocou sua cabeça a prêmio por quinhentos contos.
Exilou-se no Uruguai, não seguindo a Coluna. Na Revolução de 1930 volta ao Brasil e se junta as forças que colocaram Getúlio Vargas no poder. Decepcionou-se com os rumos do Governo Vargas e ingressou no Partido Socialista Brasileiro de São Paulo.
Em 1935, foi um dos articuladores da Aliança Nacional Libertadora (ANL). No final dos anos 40 particia da campanha pelo monopólio estatal do petróleoe a criação da Petrobrás.
Apoiou a candidatura presidencial de Getúlio Vargas nas eleições de 1950. Nesse mesmo ano, concorreu a uma vaga na Câmara Federal por São Paulo pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), onde obteve a suplência, somente assumindo o mandato entre abril de 1953 e agosto de 1954. É considerado o primeiro a usar a Guerra Psicológica no Brasil e autor dos livros A coluna da morte e Os Fariseus da Revolução. Miguel Costa Miguel Costa (o 7º da direita para a esquerda) e sua comitiva durante a Revolução de 1930 fotografados por Claro Jansson.
Miguel Alberto Crispim Rodrigo da Costa (Buenos Aires, 3 de dezembro de 1885 — 2 de setembro de 1959) foi um militar e revolucionário brasileiro. Foi o comandante supremo da Coluna Miguel Costa-Prestes.
] Vida Ainda criança, imigrou com a família para o Brasil fixando residência em Piracicaba. Em 07/09/1897, mudaram-se para a cidade de São Paulo, onde aos quinze anos de idade iniciou sua carreira militar na Força Pública chegando em 1922 à patente de major fiscal do Regimento de Cavalaria. Participou ativamente dos movimentos da década de 1920 e década de 1930.
O General Miguel Costa foi convidado pelo general Barbedo para integrar a Revolução de 5 de Julho de 1924 ficando incumbido de sublevar toda a Força Pública, hoje Polícia Militar do Estado de São Paulo e o Regimento de Cavalaria 9 de Julho.[1] O Exército e a Força Pública foram os responsáveis pelo levante. Sozinho, a parte do Exército rebelada não teria forças para combater os legalistas. (parte fiel ao governo) O Exército naquela ocasião não dispunha do aparato bélico da Força Pública. Em contra partida, a Polícia Militar, na função de conter a massa, estava sempre preparada, municiada e treinada. Não fora a união de ambos o levante não teria ocorrido.[2]
O general Isidoro assumiu o comando geral do levante de 5 de Julho. Três dias depois da revolta, o mesmo general emitiu ordens de rendição. Miguel Costa não concordou com essa ordem e assumiu o comando responsabilizando-se por todas as consequências.[3] Uma de suas exigências, caso houvesse rendição, era que todas as promoções na revolta fossem mantidas. Ele assumiu a cidade no dia 8 para 9 de julho de 1924. O governo recrutou tropas de todo o País para conter a revolta armada bombardeando a cidade de São Paulo aleatoriamente provocando a destruição e o genocídio em São Paulo. Os revolucionários, conscientes, retiraram-se da cidade para aceitarem a “pugna em campo aberto”. Em nenhum momento eles saíram por estarem derrotados.
Levaram todas as armas, canhões e munições que puderam carregar e rumaram em direção ao Estado do Paraná. Na cidade de Foz do Iguaçu, combateram os legalistas por seis meses aguardando levante em outros estados. 6oo homens do Rio Grande do Sul apareceram para se somarem aos paulistas. Desarmados, sem munição, roupa, comida, desnutridos, foram ajudados pelos paulistas para juntos, continuarem combatendo.
A iminência do ataque das tropas do governo forçava uma situação. O general Rondom, com seu Exército de 10.000 homens fechava o cerco aos revoltosos dizendo estar com eles no fundo de uma garrafa e com a mão no gargalo.
O comandante supremo, general Isidoro, velho, passou o comando ao Miguel Costa dizendo - “passo então o comando ao Miguel” essa palestra foi assistida por diversos oficiais paulistas e gaúchos, Prestes inclusive [4]Do exílio na Argentina, Isidoro e Assis Brasil subsidiavam a revolução.
O Major Miguel Costa, comissionado General, criou dois destacamentos, o de São Paulo e o do Rio Grande do Sul. Esses destacamentos ficaram sob seu comando. Para não combaterem com a legalidade, a única opção era atravessarem pela República do Paraguai e ressurgirem em Mato Grosso. Quebrando assim o fundo da garrafa de Rondom. Após a travessia que durou cerca de dois meses, na fazenda Cilada, em Mato Grosso, no dia 10 de junho de 1925, O General Miguel Costa reorganizou a tropa. Essa reorganização se fez necessária pelo seguinte motivo: a marcha de um era diferente da marcha do outro. Assim, Miguel Costa criou o Estado Maior nomeando como chefe deste Estado Maior o líder dos revoltosos gauchos, Luiz Carlos Prestes e, como sub chefe, Juarez Távora. Jorge Amado, em seu livro, “O Cavaleiro da Esperança” escreveu que Luiz Carlos Prestes teria sido o idealizador e condutor da Grande Marcha. Essa argumentação é sustentada também por Anita Leocádia Prestes, em seu livro “A Coluna Prestes”. Isso é um grande equívoco. Nenhum deles havia previsto a marcha. A idéia de se levar o movimento ao interior do país, foi o que ocasionou essa marcha militar. Esse percurso de aproximadamente 25.000 quilômetros foi também realizado pela esperança da adesão de outros Estados à revolução. Isso não ocorreu e, durante dois anos, percorreram o solo pátrio. Em momento algum o General Miguel Costa transferiu o comando da Primeira Divisão Revolucionária a Luiz Carlos Prestes como alegaram Jorge Amado e Anita Leocádia. Eles disseram que o General Miguel Costa reconheceu em Luiz Carlos Prestes o gênio do fenômeno de exceção. Isso é uma grosseria e injustiça com o General Miguel Costa que nunca se importou (a não ser pela carta publicada em O Estado de São Paulo a 23 de agosto de 1959) com a designação Coluna Prestes. E Luiz Carlos nunca se importou que seu nome batizasse a Marcha. Esse Exército tem o nome oficial de 1ª Divisão Revolucionária.
O General Miguel Costa sempre, em todas as suas provas, obteve o primeiro lugar. Foi Campeão Sul Americano de tiro e hipismo. Foi aluno do Exército Instrutor Francês que esteve no Brasil para treinamento dos soldados da Força Pública na ocasião da primeira Guerra Mundial. O General Miguel Costa era grande tático e grande estrategista. Espírita, argentino por natureza, mas brasileiro por opção, desquitado, sem pais, oficial de polícia, não representava para a sociedade da época o mito que o povo esperava. Logo, por um acordo de conveniência, resolveram “elevar o nome do Prestes a altura de um verdadeiro líder, que polarizasse toda a chama da revolução. Surgiu então o “CAVALEIRO DA ESPERANÇA” o homem providencial pelo qual o Brasil anciava”[6] e deixaram em evidência o nome de Luiz Carlos Prestes que era do Exército, brasileiro, se encaixando melhor nos paradigmas populares.
O General Miguel Costa nunca foi comunista como alegaram seu opositores. Ao comunismo se converteu seu chefe do Estado Maior, Luiz Carlos Prestes. Miguel Costa era um reformador.
Em 1930, o General Miguel Costa foi convidado por Getúlio Vargas a compor o quadro do Exército Libertador, imediatamente aceitou a missão. Conduziu sozinho 12.000 homens. Com a renúncia dos cafeeiros, os revolucionários assumiram o Brasil e direcionam o País ao rumo da modernidade. Não fora a inteligência aliado ao espírito grandioso e humano de Miguel Costa, teria havido no Brasil, na cidade de Itararé, a maior batalha das Américas. Isso não ocorreu devido ao convite do General Miguel Costa ao General Paes de Andrada, comandante das forças fiéis ao governo. O General Miguel Costa revelou a Paes de Andrada seus planos de combate deixando claro a vitória esmagadora dos revolucionários sobre os legalistas.[7]Ao chegar em São Paulo, Miguel Costa foi aclamado pelo povo como um mito. Pregou a anistia, a liberdade, a justiça e a igualdade.
NAS BARRANCAS DO RIO PARANÁ
“Nos lindes acidentes do Paraná alguns milhares de compatriotas vão selando com o seu sangue o protesto contra a tirania!”
etores da sociedade, provocara uma crise sem precedentes.
Os tenentes sonhavam com um Brasil renovado pelo voto secreto, educação pública, moralidade administrativa, erradicação da miséria. Para isso era necessário libertá-lo dos grilhões da monocultura cafeeira.
Introdução
À 1h15 do dia 5 de julho de 1922, os canhões do Forte Copacabana, no Rio de Janeiro, anunciavam a primeira de uma sucessão de rebeliões que culminariam com a liquidação do domínio exercido pela oligarquia cafeeira sobre a vida nacional.
A submissão aos interesses do imperialismo inglês, e a conseqüente renúncia à industrialização do país, empurraram a oligarquia a um beco sem saída. Sua insistência na valorização artificial do café, à custas do empobrecimento dos demais.
A segunda onda revolucionária teria início em 1924, também na mesma data, 5 de julho. As guarnições do Exército da capital paulista e parte do contingente da Polícia Militar se insurgem. Com o apoio da população civil, assumem o controle da cidade, depois de quatro dias de combates. À frente do levante estão o capitão Joaquim Távora, veterano de 1922; o major Miguel Costa, do Regimento de Cavalaria da Polícia Militar; o coronel João Francisco Pereira de Sousa; o general reformado Isidoro Dias Lopes; e diversos tenentes e ex-alunos da Escola Militar de Realengo, que tiveram seu batismo de fogo na Revolução de 1922.
A 13 de julho levanta-se a guarnição federal de Sergipe, sob o comando do tenente Maynard Gomes. Dez dias depois, subleva-se o 27º Batalhão de Caçadores, sediado em Manaus. Os tenentes Alfredo Augusto Ribeiro Júnior e Magalhães Barata destituem os representantes do clã Rego Monteiro, e instituem um governo revolucionário. Em 26 de agosto é a vez da guarnição de Belém derrubar o governo estadual.
As rebeliões no Nordeste e Norte são dominadas pelo governo central, ainda no mês de agosto. Porém a revolução iniciada em São Paulo se estenderá por um período de quase três anos, marcando profundamente a vida política do país, preparando o advento da terceira e decisiva ofensiva revolucionária, em 1930. Sertões Paulistas
Durante os primeiros dias em que a luta era travada na cidade de São Paulo, os insurretos assumiram o controle de Rio Claro, Jundiaí e Campinas, através do 5º Batalhão de Caçadores e do 2º Grupo de Artilharia de Montanha, unidades respectivamente sediadas na primeira e segunda localidades.
A partir do dia 18 de julho, três destacamentos revolucionários foram lançados sobre os principais eixos ferroviários do estado. Sob o comando do capitão Otávio Guimarães, o primeiro destacamento seguiria pelas ferrovias Paulista e Mogiana, na direção Oeste, com o objetivo de neutralizar as penetrações governamentais vindas de Mato Grosso. O segundo, comandado pelo tenente João Cabanas, tomaria o rumo Norte, através da Mogiana, visando conter infiltrações procedentes do sul de Minas. O outro, chefiado pelo capitão Paulo Francisco Bastos, marcharia na direção Sul, pela Sorocabana, para impedir ou retardar a progressão de forças provindas do Paraná.
Essas providências foram decisivas para evitar o cerco da capital e manter aberto o caminho para a retirada das tropas revolucionárias – opção que, naquele momento, começava a afigurar-se como único meio de salvar São Paulo da destruição provocada pelo criminoso bombardeio levado a cabo pelas forças governistas. Apesar de não produzir baixas significativas entre as forças revolucionárias, o bombardeio, iniciado em 12 de julho, espalhava o pânico e a morte entre a população civil. Em dezesseis dias, mais de 1.800 edificações foram arrasadas, entre as quais uma centena de fábricas e estabelecimentos comerciais.
O destacamento de Otávio Guimarães – tenente do Exército, comissionado na função de capitão – dirigiu-se para a estratégica cidade de Bauru, ponto de convergência de três estradas de ferro, onde havia uma forte oposição disposta a prestar integral apoio aos revolucionários.
O inquérito realizado pela Polícia Militar de São Paulo atesta que a missão foi realizada com êxito. Diz o documento:
“Fazendo de Bauru o centro de suas proezas... mandara ocupar, desde logo, Agudos, Dois Córregos, Jaú e Bocaina, o que foi realizado com felizes incursões pelo civil dr. José Giraldes Filho, comissionado tenente... Determinou o delegado militar de Jaú a ocupação de Mineiros do Tietê e Bica de Pedra... Tomaram a Estrada de Ferro Douradense, cujos empregados, levados pela propaganda revolucionária, aderiram francamente ao levante, passando a obedecer o delegado militar de Jaú”.
A ameaça de infiltração de tropas paranaenses não se efetivou. Poucos dias depois o destacamento do capitão Paulo Francisco Bastos retornava a São Paulo. 3. A Coluna da Morte. O tenente João Cabanas, do Regimento de Cavalaria da Polícia Militar – denominada, na época, Força Pública Paulista – tinha um problema difícil de ser resolvido através dos meios convencionais de combate. À frente de um destacamento composto de 95 homens, sua missão era bloquear o general Martins Pereira, vindo de Minas ocupara Mogi-Mirim, Jaguari e Itapira com 800 soldados que compunham a vanguarda de sua tropa. Dispunha ainda a força invasora de 1.000 homens estacionados em Ribeirão Preto, e 1.200 que haviam atingido as cidades mineiras de Jacutinga e Pouso Alegre. O general tencionava atacar Campinas, fechando o cerco aos revolucionários na capital. que
Dispondo de poucos elementos para desestabilizar e fazer recuar uma tropa cujos efetivos totais chegavam a 3.000 homens, o tenente Cabanas deslocava-se com estudado espalhafato, tendo chegado a se valer de um trem especialmente preparado para parecer armado dos mais mortíferos engenhos militares da época. Na verdade, o veículo era uma réplica cenográfica do trem blindado utilizado semanas antes pelas forças revolucionária no ataque à estação de Vila Matilde, na cidade de São Paulo. No vagão da frente, um imponente e temível canhão de 155 mm. Só observando-o bem de perto se perceberia o logro. Segundo afiança o tenente, o artefato fora fabricado “com a melhor peroba produzida no solo paulista, enegrecida com algumas pinceladas de piche”. Assim, antes mesmo de ser atingido pelos disparos dos comandados de Cabanas em seus desconcertantes ataques, o general Martins Pereira era fustigado pela nascente lenda da Coluna da Morte.
Antecedido pela fama que começara a granjear, o batalhão do tenente Cabanas, em sua marcha para Mogi-Mirim, surpreendeu os ocupantes da cidade com arrasador telegrama endereçado a uma cidade vizinha:
“Seguimos madrugada, mil homens, seis peças de artilharia, vinte metralhadoras. Providêncie, urgente, alojamentos para tropa”.
Incontinenti a Coluna da Morte atacou e dominou as posições mais fracas do inimigo, em Jaguari e Itapira. Foi o suficiente para que o general governista ordenasse a desocupação de Mogi-Mirim, aliviando a pressão sobre Campinas.
Perdendo o respeito pelo adversário, Cabanas decidiu persegui-lo, marchando sobre Ribeirão Preto, onde conseguiu dispersar a força inimiga valendo-se dos mesmos métodos.
Contida a ameaça de infiltração das tropas de Minas, o tenente solicitou autorização para ampliar o raio de ação da Coluna da Morte. Pretendia acossar e dispersar as quatro brigadas formadas pelos próceres do PRP – Partido Republicano Paulista. Concentradas em Itapetininga e Sorocaba, essas forças irregulares, compostas de jagunços e peões capturados a laço, levavam o nome de seus ilustres organizadores: Washington Luís, Fernando Prestes, Júlio Prestes e Ataliba Leonel – respectivamente, o ex-governador, o vice-governador, o futuro governador e um senador estadual.
A autorização não foi concedida. Já a essa altura contando com 200 combatentes, a Coluna da Morte voltou-se então para Espírito Santo do Pinhal, onde o general Martins Pereira procurava reorganizar suas forças. Derrotado mais uma vez, o general abandonou no campo de batalha 1.200 fuzis, 14 caixas de munição de artilharia, duas metralhadoras pesadas e farta munição de infantaria.
O Papel da Imprensa Sob o impacto das investidas de Otávio Guimarães e João Cabanas, as autoridades revolucionárias comandaram também a ocupação de São Carlos, Araraquara, Jaboticabal, Limeira, Araras, Pirassununga e Descalçado. Batida no campo de batalha por modestos tenentes, a oligarquia cafeeira empenhou-se em estigmatizá-los através da imprensa.
Otávio Guimarães era apresentado como um celerado que saqueava, em proveito próprio, os cofres das estações ferroviárias, prefeituras e câmaras municipais. De Miguel Costa diziam que desviava produtos requisitados para suprimento das forças revolucionárias. Sob o título “Busca e apreensão na casa da irmã de um dos chefes dos bandoleiros”, o Correio Paulistano forjava, em 31 de julho, a prova do crime:
“O sr. dr. Edgard Botelho, delegado da 1ª circunscrição da capital... realizou ontem, às 13h, uma busca na casa da rua Tabatingüera, 84-A, residência da irmã do major Miguel Costa, chefe dos elementos sublevados da Força Pública Estadual, o ‘remodelador da moral republicana brasileira‘, onde apreendeu as seguintes mercadorias: 1 caixão de latas de sardinhas, 2 caixões de cebolas, 1 saco de milho, 2 caixões de sabão, 3 sacos de sal... 1 pneumático, 5 réstias de alho, 16 galinhas, 1 peru, 2 leitões, 15 latas de atum, 2 latas de pescada, 4 latas de leite condensado, 1 lata de vaselina... Um verdadeiro armazém!”. Já o tenente Cabono foi contemplado com pérolas do seguinte quilate:
“Na torva galeria dos malfeitores que a revolta engendrou destaca-se, num fundo rubro-negro, ora a rir como jogral num circo, ora a gesticular como epilético em paroxismo trágico, a figura do tenente Cabanas, da Força Pública de São Paulo”...Cabanas surgiu no ambiente lôbrego da revolta como seu mais perfeito símbolo. No cérebro onde se fluidificam vapores de insânia e de delírio perpassam-lhes como relâmpagos visões trágicas e grotescas... Para a execução dos planos sinistros e instantâneos que idealiza todos os meios lhe servem”.A síntese desses juízos foi expressa pelo Correio Paulistano, através do seguinte epíteto: “O famigerado João Cabanas, a alma danada da revolução”. Empenhavam-se os escribas em compor o perfil de um ser maligno, sanguinário ao extremo, que se comprazia em torturar prisioneiros cortando-lhes a língua e arrancando-lhes os olhos a ponta de espada. Em breve estariam circulando histórias de que Cabanas protegia-se das balas cobrindo-se com uma invulnerável capa negra que lhe fora presenteada pelo próprio Satanás. Alheio às maledicências, o tenente ultimava os preparativos para a realização de um plano de invadir o triângulo mineiro e marchar sobre Belo Horizonte, quando foi informado que os revolucionários começavam a retirar-se de São Paulo, devendo a Coluna da Morte tomar o rumo de Campinas, para alcançar o grosso da força revolucionária em deslocamento para Bauru. 5. Reorganização em Bauru. Às 22h do dia 28, as forças revolucionárias iniciaram a retirada estratégica pelo eixo ferroviário São Paulo-Campinas-Bauru. São treze composições ferroviárias, com quatorze a dezesseis vagões, cada uma delas, conduzindo homens e material bélico. Toda a tropa, seis baterias de artilharia com seus acessórios e munição, duzentos cavalos, metralhadoras pesadas, equipamento de infantaria e cavalaria, viaturas, tudo foi embarcado com incrível rapidez, sem dar chance ao inimigo de perceber o que estava acontecendo. Os trens correram com um sincronismo tal que não houve embaraço nas linhas, ao longo de vinte e quatro horas.
Os dias seguintes são dedicados à reorganização da tropa e à definição do plano de campanha para as novas condições de luta.
Os 3.000 homens, originários das unidades do Exército, Polícia Militar e Batalhões Patrióticos – formados por voluntários civis – são organizados em três brigadas, um regimento de cavalaria, um regimento misto de artilharia, escolta do QG e Estado-Maior.
O contingente militar do estado era de pouco mais de 11.000 homens, dos quais 7.538 da Polícia Militar e 3.700 do Exército. Cerca de um terço integravam agora as fileiras revolucionárias. Nos quartéis, pelo menos outro terço simpatizava abertamente com a revolução.
A 1ª Brigada, sob o comando do general Bernardo de Araújo Padilha, é composta pelo 1º e 2º Batalhão de Caçadores, chefiados pelos majores Luís França de Albuquerque e Tolentino de Freiras Marques. Padilha era coronel e comandava o 5º Batalhão de Caçadores, de Rio Claro.
O comandante do 2º Grupo de Artilharia de Montanha, de Jundiaí, tenente-coronel Olinto Mesquita de Vasconcelos, assume, no posto de general, a chefia da 2ª Brigada, integrada pelo 3º e 4º Batalhão de Caçadores, comandados pelos majores Juarez Távora e Nelson de Mello.
A 3ª Brigada, tendo à frente o general Miguel Costa, é composta pelo 5º, 6º e 7º Batalhão de Caçadores, respectivamente comandados pelos majores Coriolano de Almeida, João Cabanas e Arlindo de Oliveira.
O Regimento de Cavalaria tem no comando o general João Francisco. O Regimento Misto de Artilharia segue as ordens do tenente-coronel Newton Estilac Leal. O chefe do Estado-Maior do general Isidoro é o coronel Mendes Teixeira. Todos os oficiais investidos nas novas funções de comando foram promovidos a postos superiores aos que ocupavam quando o levante teve início. 6. Plano de Campanha. O plano de campanha previa o deslocamento da Divisão São Paulo para Porto Tibiriçá, última estação da Sorocabana, situada na margem esquerda do rio Paraná, divisa com o estado de Mato Grosso. Dali, a opção preferencial do general Isidoro, comandante da Divisão, era a de subir o rio e penetrar no Mato Grosso, através de Três Lagoas. A adesão da guarnição de Campo Grande, previamente comprometida com a revolução, propiciaria a ocupação de toda a região que corresponde hoje ao estado do Mato Grosso do Sul.O general João Francisco tinha uma opinião diferente. Acreditava que de Porto Tibiriçá as forças revolucionárias não deveriam subir o rio, mas descê-lo, invadindo os sertões paranaenses e ocupando a faixa que vai de Guaíra a Foz do Iguaçu, zona produtora de sólida situação estratégica. A razão principal da escolha se devia ao fato dessa posição favorecer uma futura junção com as forças revolucionárias do Rio Grande do Sul, em cuja insurreição o general depositava suas maiores certezas e esperanças. Em seu modo de ver, a abertura da nova frente renovaria e ampliaria as forças revolucionárias, criando as condições para que elas retomassem a ofensiva. Sem que isso ocorresse, o movimento, condenado à defensiva, acabaria por definhar.Prevaleceu, no entanto, nesse primeiro momento, a opção por Mato Grosso. Foram então mobilizadas as unidades que deveriam dar cobertura ao deslocamento da coluna. 7. Porto Tibiriçá
Otávio Guimarães dirigiu-se para Araçatuba, com 150 homens. Sua missão era fixar no terreno as forças do general governista Nepomuceno Costa, até que fosse completada a entrada de toda a tropa em Mato Grosso. Para a realização da marcha de Bauru até Porto Tibiriçá, era preciso dar uma volta, recuando para Botucatu, até Rubião Júnior, e depois avançando pelo ramal da Sorocabana que passa por Avaré, Ourinhos, Presidente Prudente e Presidente Epitácio.
O Batalhão Cabanas toma então posição em São Manoel e nos arraiais de Toledo, Redenção e Igualdade – na direção de Dois Córregos. O Batalhão Távora segue para Botucatu. A missão de ambos é impedir que as forças do general Azevedo Costa embaracem a progressão da Divisão.
No dia 31 de julho inicia-se o deslocamento, na seguinte ordem: Brigada Padilha, Brigada Mesquita, Cavalaria do general João Francisco, QG, Brigada Miguel Costa. Às 22h do dia seguinte estava terminado o escoamento de todas as unidades em Rubião Júnior. Às 23h, embarcam na esteira do grosso o Batalhão Távora, seguido pelo Batalhão Cabanas, designado para fazer a retaguarda.
Através da longa travessia os revolucionários são estimulados pelo entusiasmo da população. Avaré, Cerqueira César, Ourinhos, Salto Grande vibram com a sua passagem.
Em 5 de agosto chegam a Assis. São recebidos com festas e missa campal – naquele dia se comemorava um mês de luta revolucionária. Foi realizado um comício e editado o primeiro número do jornal O Libertador, que teria mais quatro edições produzidas naquela cidade.
A 6 de agosto, a vanguarda da Divisão, composta pela Companhia Gwyer, do 1º Batalhão de Caçadores, reforçada por uma seção de metralhadoras, atinge Porto Tibiriçá. Num ataque relâmpago aprisiona os vapores Guaíra, Paraná, Rio Pardo, Brilhante e Conde de Frontim.
Na retaguarda, comandando um batalhão composto de 380 praças, bem armados e municiados, quatro metralhadoras pesadas e uma peça de artilharia, o major Cabanas dinamita pontes e provoca obstruções na via férrea, para retardar a marcha das forças que vêm no encalço da coluna. Em seu relato, ele considera que esse trabalho foi facilitado pela “anarquia nas tropas governistas”. Uma das razões que aponta é a seguinte:
“Na minha estadia em Mandurí, recebia informações detalhadas do que se passava em Avaré. Nesta cidade pararam os comboios que conduziam a vanguarda da perseguição,,, cujos oficiais faziam preceder os respectivos trens de alguns vagões repletos de prostitutas, requisitadas a 100 mil-réis, diários e por cabeça, recrutadas nos bordéis de Sorocaba e Botucatu”.
Vencendo duas escaramuças, em Salto Grande e Indiana, e dois combates de maior vulto, em Santo Anastácio e Cayuã, o Batalhão Cabanas atinge Porto Tibiriçá, no dia 13 de setembro.
Nos 38 dias decorridos entre a chegada da vanguarda da Divisão e de sua retaguarda ao rio Paraná, amarcha dos acontecimentos ditou a alteração dos planos revolucionários. Fracassara a invasão do Mato Grosso. Todas as esperanças voltavam-se para a conquista de Guaíra.
A Conquista de Guairá
O Batalhão Távora fora batido, em 18 de agosto, na margem mato-grossense do rio Paraná, quando tentava ocupar Porto Independência, passo preliminar para a conquista da cidade de Três Lagoas.
Conta o seu comandante que o batalhão fora “reforçado pela Companhia Gwyer e Companhia Azhaury, ambas do 1º Batalhão de Caçadores, e uma seção de artilharia comandada pelo capitão Felinto Muller, somando um efetivo global de 570 homens”.
A tropa era numerosa e experiente. No entanto, sofreu um grave revés, conforme relata o major Távora:
“Deixava o Batalhão, no campo de combate, entre mortos, feridos e prisioneiros, um terço de seu efetivo, aí incluídas as duas seções de metralhadoras pesadas”.
Uma semana depois da trágica investida, começa a descida do rio Paraná. O plano é escoar a Divisão em escalões sucessivos, em direção à Guaíra.
A vanguarda, sob o comando do general João Francisco, é composta pelo 3º e 4º Batalhão de Caçadores, da Brigada Mesquita de Vasconcelos, reforçada por uma seção de artilharia montada e um piquete de cavalaria. O 3º Batalhão de Caçadores, debilitado pelas baixas sofridas em Mato Grosso, fora reorganizado, absorvendo a Companhia Azhaury que antes integrava o 1º Batalhão.
Embarcada em três navios e um pontão, a expedição aprisiona, no dia 26 de agosto, a lancha Iguatemi, da Companhia Mate Laranjeira, que conduzia uma patrulha governista.
Os prisioneiros informam que o capitão Dilermando Cândido de Assis, responsável pela defesa de Guairá, mantinha 200 homens em Porto São José, na margem paranaense do rio, três léguas abaixo da foz do Paranapanema - divisa do estado de São Paulo. Na outra margem, o grileiro Quincas Nogueira dominava Porto São João. Nogueira era um homicida disputado pela Justiça do Rio Grande do Sul, de Rosário – Argentina – e Santa Rosa – Uruguai. Fugira da cadeia de Corrientes, em outubro de 1913, instalando-se nos ervais mato-grossenses. O governo, em seu esforço de guerra, concedera-lhe a patente de tenente-coronel da reserva do Exército.
A força revolucionária dividiu-se para enfrentar a nova ameaça – um destacamento continuaria pela via fluvial, outros seguiriam por terra, para surpreender os elementos governistas entrincheirados nas duas margens do rio Paraná.
A iniciativa valeu a conquista de Porto São João, em 30 de agosto, e Porto São José, no dia seguinte.
Em 14 de setembro, após um confronto com as forças do capitão Dilermando, na ilha do Pacu, os revolucionários conquistam Guaíra. Haviam descido 200 km do rio Paraná, em 20 dias. Percorreriam outros tantos, nas duas semanas seguintes.
Preparando a Frente Sul
A cidade era uma sólida cabeça-de-ponte para a concentração do grosso revolucionário no sudoeste paranaense. O escalão de vanguarda tratou logo de alargá-la, ocupando Porto Mendes, situado 60 km abaixo de Guaíra – nesse mesmo trecho, paralela ao rio corria a estrada de ferro da empresa Mate Laranjeira. No dia 15 de setembro, a Companhia Azhaury ocupou também Porto São Francisco, 20 km ao sul de Porto Mendes.
Acometido de pneumonia dupla, o capitão Azhaury de Sá Brito morreria poucos dias depois. Azhaury era tenente, no 5º Regimento de Infantaria, de Lorena. Enviado para combater a rebelião na capital paulista, levantara sua companhia integrando-a as hostes revolucionárias.
A 26 de setembro, depois de haver ocupado Porto Britânia, o 3º Batalhão de Caçadores chega a Foz do Iguaçu, fazendo o percurso através de picadas que margeiam o rio Paraná. Nessa cidade se realiza, em 5 de outubro, o encontro longamente esperado pelo general João Francisco. Emissários estabeleciam contato com a Divisão, a fim de coordenar os esforços para promoverem um levante de grande envergadura no estado do Rio Grande do Sul.
Para a abertura da nova frente, o general João Francisco acreditava poder contar com diversas unidades do Exército situadas nas fronteiras sul e oeste daquele estado. Além disso, esperava também a adesão dos generais maragatos e seus lendários cavaleiros. Embora agindo cada qual por conta própria, os chamados caudilhos manifestavam especial consideração pelas opiniões do Dr. Assis Brasil, chefe da Aliança Libertadora.
João Francisco nascera e se formara nas lides da fronteira gaúcha. A adaga da qual não se afastava, sempre visível entre o cinturão e a túnica, não deixava dúvida quanto às suas origens. Sobrevivente da Guerra Federalista de 1893, cavalgara com os chefes maragatos.
A delegação que acabara de chegar para a reunião confirmava as suas expectativas. Ao lado do tenente Siqueira Campos, herói do Forte Copacabana, sentavam-se os majores maragatos Alfredo Canabarro e Anacleto Firpo, representando os generais Honório Lemes, Zeca Neto e o Dr. Assis Brasil. A situação, segundo eles, estava madura. A rebelião poderia ser iniciada em menos de um mês. Esperavam apenas a manifestação da Divisão Paulista sobre a oportunidade de deflagrá-la. Chimangos e Maragatos
No final do século 19, uma profunda divisão entre os gaúchos dera origem a sangrentas disputas.
Os chimangos detinham o controle do governo do estado, desde a proclamação da República, com Júlio de Castilhos e, em seguida, Borges de Medeiros.
Nas eleições presidenciais de 1922, o chefe do Partido Republicano Rio-Grandense marchara contra a candidatura oficial, sustentada pela oligarquia paulista. Visando enfraquecê-lo, os maragatos apoiaram o candidato oficial, Artur Bernardes, e lançaram Assis Brasil ao governo do Rio Grande do Sul.
Contestando o resultado das eleições ao governo do estado, iniciaram os maragatos, em janeiro de 1923, uma rebelião armada para derrubar Borges de Medeiros.
O governo federal escusou-se de intervir na contenda, permitindo que ela se aprofundasse. Em seguida, passou a costurar um pacto segundo o qual os partidários de Assis Brasil aceitariam que Borges concluísse o mandato, em troca de não mais poder submeter sua candidatura à reeleição.
O Pacto de Pedras Altas, celebrado em dezembro de 1923, no entanto, não pacificou o Rio Grande.
Acreditando que a oligarquia paulista havia estimulado sua rebelião com o intuito de utilizá-la em benefício próprio, como instrumento para submeter Borges de Medeiros, os maragatos estavam dispostos a voltar suas armas contra ela.
Isidoro desautoriza João Francisco
O general João Francisco não perde tempo. No dia 8 de outubro, os emissários estão de volta. Em sua companhia viaja o major Távora. O general Mesquita, que havia transferido o comando da 2ª Brigada ao tenente-coronel Estilac Leal, assumindo a função de superintendente-geral do Serviço de Transporte, também foi mobilizado para uma operação delicada: a de transportar os recursos financeiros para a aquisição de armas e munições necessárias aos revolucionários gaúchos.
Dias depois as providências tomadas por João Francisco dão origem a um sério desentendimento entre ele e o general Isidoro.
O grosso da Divisão ficara sitiado por vários dias nas ilhas situadas pouco acima de Porto São José, perdendo o contato com a vanguarda. Os combates travados produziram muitas baixas – a principal delas foi a perda completa do 7º Batalhão de Caçadores.
Além de defrontar-se com o inimigo tradicional, os revolucionários eram castigados por um novo adversário ao qual não estavam ainda adaptados, e que assim foi descrito pelo tenente Cabanas:
Dormir alguém em uma ilha, embora respirando a fragrância de flores desconhecidos ou embalado pelo rumorejar das águas é quase um sacrifício; nuvens de mosquitos em formação aérea de combate nos atacam aos grupos... Depois os carrapatos de diversos físicos... Além, a infantaria das formigas, num desfilar incessante, ferrão em riste... as urtigas, a unha de gato, a tiririca, o agulheiro de taquaruçu, o vespeiro que aprece ao quebrar-se um galho, as aranhas monstruosas, a taturana, a manada furiosa de queixadas e caetetus, o bicho do pé que aos milhares irrompem dos excrementos do tapir.
Em razão desses percalços, só em 20 de outubro o general Isidoro consegue chegar a Guairá e Porto Mendes, onde se-encontrou com João Francisco, pela primeira vez, desde que este partira de Porto Tibiriçá.
A discussão foi áspera. João Francisco argumenta que a situação do Rio Grande do Sul exigira uma decisão rápida. Isidoro contesta, considera especialmente absurdo o fato de ele haver utilizado três quartas partes dos recursos financeiros da revolução numa “aventura”.
Isidoro envia depois uma carta a João Francisco informando que vai desautorizar suas iniciativas junto aos revolucionários gaúchos. Ele diz:
Vou agir e deliberar de acordo com o meu modo de ver e vou também entender-me diretamente com os amigos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande, a fim de combinarmos uma ação conjunta.
Antes que João Francisco possa ler a missiva, estoura o levante no Rio Grande do Sul.
Insurreição no Rio Grande do Sul
No dia 29 de outubro, o primeiro manifesto das forças revolucionárias anunciava a eclosão da revolução no estado:
“Hoje... levantam-se todas as tropas do Exército das guarnições de Santo Ângelo, São Luís, São Borja, Itaqui, Uruguaiana, Alegrete, Santana, Dom Pedrito; Jaguarão e Bagé; hoje, irmanados pela mesma causa e pelos mesmos ideais, levantam-se as forças revolucionárias gaúchas de Palmeira, de Nova Wuertemburg, Ijuí, Santo Ângelo, e de toda a fronteira até Pelotas. E hoje entram em nosso estado os chefes revolucionários Honório Lemes e Zeca Neto, tudo de acordo com o grande plano organizado”.
O plano previa o levante simultâneo das unidades do Exército e dos chefes maragatos. O objetivo era formar duas colunas, a do Sul e a do Oeste, que marchariam, respectivamente, sobre Santa Maria e Cruz Alta. Realizadas essas operações, as forças revolucionárias se deslocariam para o Norte, visando a capital da República, batendo de passagem as tropas que pressionavam a Divisão São Paulo, no Iguaçu. A movimentação dentro do Rio Grande do Sul deveria realizar-se com a máxima rapidez, para reduzir ao mínimo o contato com as forças de Borges de Medeiros, a fim de concentrar o esforço revolucionário contra o governo federal e seu sustentáculo, a oligarquia cafeeira.
Nem tudo correu conforme o esperado.
Na zona oeste, o capitão Luís Carlos Prestes e o tenente Mário Portela Fagundes sublevaram o Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo. O tenente João Pedro Gay levantou o 3º Regimento de Cavalaria Independente, de São Luís Gonzaga das Missões. Os tenentes Siqueira Campos e Aníbal Benévolo assumiram o controle de São Borja, levantando o 2º Regimento de Cavalaria Independente. Porém a guarnição de Itaqui, situada entre São Borja e Uruguaiana, não aderiu à revolução. A ofensiva sobre Itaqui, para consolidar o controle sobre o Oeste, desarticulou parte importante das forças revolucionárias de São Borja, custando a vida do tenente Benévolo.
Na fronteira sul, apenas Uruguaiana cerrou fileiras com a revolução. O major Távora e o tenente Edgard Dutra foram os responsáveis pelo levante do 5º Regimento de Cavalaria Independente, que guarnecia a cidade.
Violentos combates, na faixa da fronteira uruguaia, arrastaram-se durante dois meses. As forças revolucionárias, compostas pelos gaúchos dos generais Honório Lemes e Zeca Neto, pelo 5º Regimento de Cavalaria, de Uruguaiana, e uma seção do Regimento de Artilharia a Cavalo, de Alegrete, acabaram se chocando pesadamente contra os corpos provisórios que constituíam a nata da força militar chimanga. Reunindo cerca de 10.000 homens, agrupados em cinco brigadas, essas unidades tinham entre seus principais organizadores Flores da Cunha, Osvaldo Aranha, Paim Filho, Claudino Nunes Pereira e Getúlio Vargas.
As forças que marcharam unidas, a partir do Rio Grande do Sul, seis anos mais tarde, para promover a Revolução de 30, se defrontavam, naquele momento, no campo de batalha.
A Revolta do Encouraçado São Paul A insurreição no Rio Grande do Sul foi um chamamento para que outras ações revolucionárias fossem desencadeadas.
No dia 5 de novembro, o encouraçado São Paulo se revolta seguido pelo contratorpedeiro Goiás. Atacados pelos canhões das fortalezas de Santa Cruz e Copacabana, o Goiás se rende. O São Paulo contra-ataca e silencia as duas fortalezas. Os 600 marinheiros revolucionários comandados pelo tenente Hercolino Cascardo, apoiado por seis tenentes, haviam tido grande dificuldade para dominar o navio, em razão da resistência oferecida por parte da tripulação que navega, agora, devidamente trancafiada: praças e sargentos no paiol, os oficiais em seus respectivos camarotes.
O São Paulo e o Minas Gerais, duas das mais potentes belonaves da época, eram o orgulho da Marinha. Para o povo, constituíam-se num importante símbolo das nossas potencialidades. Por seis dias, o encouraçado rebelado navegou seguido da esquadra capitaneada pelas Minas Gerais. Ambos evitaram o duelo que poderia pô-los a pique. A 11 de novembro o São Paulo fundeou em Montevidéu. Metade dos marinheiros sublevados por Cascardo decidem juntar-se às forças revolucionárias em luta no Rio Grande do Sul.
Poucos dias depois, a 15 de novembro, na residência do major Martins Gouveia de Feijó, rua Cabuçu, número 58, a polícia apreendeu grande número de bombas de 10 e 15 kg fabricadas com dinamite. Foram detidos também o Capitão Costa Leite e o farmacêutico João Ferreira Chaves. A rede revolucionária, na capital da República, era extensa, possuindo bases sólidas no 15º Regimento de Cavalaria, 1º Batalhão de Engenharia, Regimento de Artilharia de Montanha, Companhia de Carros de Assalto e Escola Militar de Realengo.
A 4 de janeiro dezenas de prisões desarticularam, em São Paulo, a execução do plano revolucionário de atacar o edifício da Imigração, transformado em cárcere político. Lá se encontravam presos o general Ximeno de Villeroy e o major Arlindo de Oliveira - genro do general João Francisco e comandante do 7º Batalhão de Caçadores da Brigada Miguel Costa. O plano previa o ataque simultâneo ao Comando Geral da Polícia Militar, Polícia Central, QG do Corpo de Bombeiros, por ex-oficiais de Itu, membros da Polícia Militar e civis.
Até o final de 1926, as tentativas de promover novos levantes em apoio à ação do exército revolucionário não cessaram, lotando as cadeias com milhares de presos políticos, dos quais 1.200 foram enviados para a Colônia Agrícola da Clevelândia, situada no Oiapoque, divisa com a Guiana Francesa. Só 179 saíram de lá com vida.
Nas Trincheiras de Catanduvas
Desde a ocupação de Guairá, o general João Francisco promovia o alargamento da cabeça-de-ponte conquistada não só em direção à Foz de Iguaçu. Logo nos primeiros dias um pelotão de cavalaria era lançado, rumo leste, pela estrada carroçável que liga Porto São Francisco à Catanduva.
O arraial encravado no alto da serra, única via de penetração direta do planalto para o cânion do médio Paraná, estava situado sobre a estratégica rodovia que liga Guarapuava a Foz do Iguaçu.
Progredindo por essa rodovia, em direção à Guarapuava, o pelotão ocupou a localidade de Lopeí, a 90 km da barranca do rio Paraná.
Posteriormente, o 4º Batalhão de Caçadores, comandado pelo major Nelson de Mello, estendeu o domínio sobre a rodovia, atacando as forças governistas em Formigas. Estas recuaram, indo entrincheirar-se na Serra do Medeiros, defronte à localidade de Belarmino.
Em Belarmino foi fixada a 2ª Brigada, com dois batalhões de Infantaria, reforçados pelo regimento de cavalaria e uma seção de artilharia. O posto de comando foi instalado em Isolina, na estrada Iguaçu-Cascavel. Também na mesma carroçável, situada atrás das linhas revolucionárias, duas seções de artilharia, enfermaria, intendência e oficina mecânica reforçavam as unidades sob comando de Estilac Leal. A localidade era conhecida pelo nome de Depósito Central.
Em Foz do Iguaçu instalou-se o QG da Divisão. Em Guaíra, a Brigada Padilha. Entre Porto Mendes, Porto São Francisco e Santa Helena, a Brigada Miguel Costa.
Uma picada que vinha em curva de Guarapuava até Porto Mendes, cruzando o rio Piquiri e deixando Catanduvas à sua esquerda, expunha o flanco revolucionário. A 23 de outubro, o Batalhão Cabanas foi incumbido de guarnecê-lo. O ponto em que a picada cruzava o Piquiri, situado 32 léguas a leste da margem do Paraná, ficava dentro dos ervais do latifundiário argentino Júlio Allica. Em regime de trabalho escravo, cerca de 1.000 mensus - paraguaios contratados como mensalistas - eram ali violentamente explorados. Cabanas libertou-os depois de aplicar uma “surra de espada” no capataz Santa Cruz, cunhado de Allica. O capataz e os jagunços foram expulsos do local. Cerca de 200 trabalhadores incorporaram-se ao 6º Batalhão de Caçadores – esses homens, afeitos ao serviço de abertura de picadas, seriam de grande importância nas futuras ações do batalhão. A partir desse episódio a Companhia Mate Laranjeira, concorrente de Allica na região, redobrou a deferência que passara a dispensar aos revolucionários desde que estes haviam ocupado localidades e portos vitais para a companhia.
A região sob domínio das forças revolucionárias no sudoeste paranaense possuía área equivalente ao território da Suíça. A produção interna e a fronteira com dois países, Paraguai e Argentina, tornava viável as possibilidades de abastecimento.
A única mudança significativa nas posições ocupadas pela Divisão São Paulo foi o recuo da linha avançada, de Belarmino para Catanduvas, no início do mês de janeiro, após combates iniciados em 15 de novembro.
A Guerra de Posição O general Cândido Rondon, comandante da guarnição militar dos estados de Santa Catarina e Paraná, assumira o comando geral dos 12.000 homens das forças governistas mobilizadas para combater os revoltosos.
Nos seus 43 anos de vida militar, o general havia obtido respeito e admiração de seus patrícios pelo trabalho pioneiro que desenvolvera como pacificador de indígenas e desbravador de uma imensa área do território nacional, enquanto cumpria a extenuante missão de estender 2.270 km de linhas telegráficas através da região amazônica.
Em 1922, Rondon havia apoiado Nilo Peçanha contra Bernardes, nas eleições para presidente da República, tendo inclusive chegado a participar das articulações que visavam impedir a posse do segundo por meios insurrecionais, conforme relata o general Flores da Cunha:
“Posso depor quanto à participação ativa dos republicanos rio-grandenses para articular um movimento violento contra o governo da República e o candidato por ele sustentado. Dentre outros recebi em Uruguaiana visitas alternadas dos generais Cândido Rondon, Ximeno de Villeroy e o tenente Adalberto Moreira, recomendados pelo dr. Borges de Medeiros... Dos visitantes era o general Rondon o mais reservado, sem ocultar entretanto a mais formal repulsa aos processos de compressão praticados com flagrante desvirtuamento do regime republicano”.
Assim como Borges de Medeiros, Rondon recuara dessa posição. Os insurretos, porém, mantinham a expectativa de que o general não se deixaria usar pela oligarquia cafeeira a ponto de assumir o comando da ação repressiva. Foi com pesar que eles viram essa esperança se desvanecer.
O plano de Rondon para enfrentá-los era aumentar gradativamente a pressão sobre as linhas revolucionárias, acumulando o maior número possível de homens e armamento, a fim de forçá-los a retroceder, passo a passo, em direção às fronteiras da Argentina e Paraguai, onde pretendia encurralá-los e obrigá-los a escolher entre a rendição e o exílio. Punha em prática a doutrina da guerra de posição, adotada amplamente na 1ª Guerra Mundial. Desde 1920, a Missão Militar Francesa, comandada pelo general Maurice Gamelin, repassava aos militares brasileiros sua comprovada experiência nessa matéria.
Reveses em Alegrete e Itaqui em 29 de outubro, quando estourava a rebelião nos quartéis do Rio Grande, o tenente João Alberto, servindo no 3º Regimento de Artilharia a Cavalo, de Alegrete, estranhou que o comandante de sua unidade, ao invés de dominar a força policial e assumir imediatamente o controle da cidade, tenha ordenado o seu deslocamento, com uma seção do regimento, até a ponte sobre o rio Capivari. O objetivo era guarnecer a posição até a chegada do trem que viria transportando forças do 5º Regimento de Cavalaria Independente de Uruguaiana, mobilizadas pelo major Távora para promover a ocupação de Alegrete.
Chegando às imediações cidade, na madrugada do dia 31, com 300 homens, o tenente João Alberto e o major Távora são surpreendidos pela violenta reação de uma tropa composta de 1.000 homens, comandados pelo dr. Osvaldo Aranha. Vindos de Santa Maria e Quarai, esses integrantes dos corpos provisórios, haviam ocupado Alegrete.
Depois de renhido combate, a força atacante recua, dividida em duas metades que perdem contato entre si. Separadamente, João Alberto e Távora conseguem chegar a Uruguaiana depois de diversas peripécias – o primeiro na noite do dia 31, o segundo dois dias depois.
Mal acabara de repousar, uma ligação telefônica informa ao major Távora que Siqueira Campos e Aníbal Benévolo iam atacar Itaqui, na madrugada do dia 4, e pediam o seu apoio. Acompanhado dos tenentes Edgard Dutra e João Alberto, ele parte para a região, com um destacamento de 200 homens. Porém as duas forças não conseguiram estabelecer contato. Diz ele:
“Como na manhã seguinte nenhum indício do ataque anunciado fosse observado, resolvi retornar a Uruguaiana, onde a situação não me parecia muito segura”. O desencontro foi fatal. Vindo de São Borja, com um esquadrão de 140 homens do 2º Regimento de Cavalaria Independente, Siqueira Campos estava nas proximidades de Itaqui, aguardando reforços para desfechar o ataque. A defesa da cidade, que sediava o 4º Grupo de Artilharia a Cavalo, fora acrescida de 400 provisórios comandados por Osvaldo Aranha, que rapidamente se deslocara de Alegrete e pela segunda vez se interpunha no caminho de seus futuros aliados. De Santiago, marchava outro contingente de provisórios, para imprensar a força atacante entre dois fogos. As unidades do Batalhão Ferroviário, mobilizadas de São Luís em seu socorro, pelo tenente Mário Portela Fagundes, não puderam evitar o desastre.
O tenente Benévolo, que cobria a retaguarda de Siqueira, com 70 combatentes, resiste por três horas ao ataque do adversário, até tombar sem vida. Siqueira e Portela retiram-se para o rio Ibicuí, 30 km ao sul. Na iminência de serem cercados, dispersam a tropa em pequenos grupos que retornam cavalgando para São Borja ou se internam nas matas do rio Uruguai, visando atravessá-lo, para chegar à Argentina. Ao atingir a margem, o grupo de 54 homens que seguia com Siqueira não encontra embarcação disponível. O tenente Mário Portela Fagundes, relata o desfecho do episódio:
Siqueira estava, porém disposto a salvar as suas tropas...E resolveu então praticar um gesto que o deixou altamente dignificado perante os companheiros que já se haviam habituado a admirar-lhe a valentia... tomou um pneumático, amarrou-o ao peito e atirou-se sozinho às águas do Uruguai, frias e revoltas... Após duas horas e meia de natação entre piranhas e jacarés, Siqueira atingiu a margem e trouxe uma chalana que fez várias viagens, até que todos os homens alcançassem a margem portenha” O Leão de Caverá
O general Honório Lemes chegara a Uruguaiana no dia 30 de setembro, pouco antes de o major Távora haver partido para a frustrada missão em Alegrete. Veio acompanhado de 550 cavaleiros gaúchos, agrupados em três corpos. Poucos dias depois, um emissário de Santana do Livramento transmitiu-lhe o pedido de oficiais do 7º Regimento de Cavalaria Independente, ali sediado, para que aproximasse sua tropa da cidade, pois a presença da 2ª Regimento da Brigada Militar, impedia que eles assumissem o controle da localidade, sem o reforço solicitado.
O 5º Regimento de Cavalaria Independente, comandado pelo tenente Ambirre Cavalcanti, comissionado tenente-coronel, foi integrado à tropa chefiada pelo general Honório Lemes. O major Távora tornou-se o chefe de seu Estado-Maior. A coluna iniciou a sua marcha no dia 5, com 1.000 cavaleiros e 2.000 cavalos de remonta.
Na manhã do dia 8, quando se preparava para deixar o acampamento de Guaçu-Boi, 10 léguas a leste de Alegrete, os corpos provisórios, sob o comando de Flores da Cunha, atacaram. A marcha noturna realizada pelo general Honório por atalhos desconhecidos, para encobrir a posição da coluna, fora detectada pela força atacante. Colhidas de surpresa, as tropas não conseguem organizar-se para o confronto.
Conta o tenente João Alberto:
“O chão estava coberto de objetos diversos que caíam das carroças viradas. Instrumentos de música, bombos, sanfonas, cornetas, misturavam-se a lanças barracas e panelas... Honório galopava de um lado para o outro, no meio das balas, gritando: ‘estende linha, estende linha’ “.
A derrota foi dura. Restaram da antiga coluna menos de 200 homens. A maioria havia se dispersado para evitar o massacre, inclusive o tenente João Alberto, que retorna com um grupo para Uruguaiana e atravessa a fronteira argentina.
Mas Honório Lemes dá uma prova de porque merecera o título de Leão de Caverá. Penetrando naquela região, se reabastece e recompõe o seu exército, em menos de uma semana.
No dia 15, a coluna, com 800 homens, já está em marcha para a Estação de Remonta do Exército, em Saíça. Depois de dominar a guarnição, o general Honório armou uma emboscada contra o reforço de 300 provisórios que se deslocara de Rosário para o posto de remonta.
No dia 18, a coluna chega a Cacequi e destrói a estação telegráfica local. Honório Lemes manobrava para atrair em sua perseguição o 2º Regimento de Cavalaria da Brigada Militar, estacionado em Santana do Livramento. O coronel Januário Correia aceita o desafio. As duas colunas manobram, cada qual procurando despistar e envolver a oponente.
No dia 22, o general Honório envia o major Távora a Santana do Livramento, com a missão de alertar o 7º Regimento de Cavalaria de que atacaria a cidade no dia 24. Mas, no último momento, decide emboscar o coronel Januário, no desfiladeiro da Conceição. Na manhã de 23 de novembro, travou-se ali um sangrento combate, do qual saíra ferido o coronel Januário Correia, perdendo Honório seus dois melhores comandantes de corpo – os coronéis Catinho Pinto e Teodoro de Meneses.
Desfalcado de seus efetivos, o general maragato, rumando para Caçapava e depois para Camaquã, reuniu suas forças às do general Zeca Neto. Após muitas correrias, marchas e contramarchas destituídas de objetividade estratégica, sem munição e acossados pelos provisórios, emigram ambos, com os remanescentes de suas forças, para o Uruguai.
Protetor de Chimango Isolado em Santana do Livramento, o major Távora decide atravessar a rua que separa aquela cidade de Rivera, sua vizinha no Uruguai. Considerando esgotado seu papel na Frente Sul, o major prepara-se para retornar ao oeste paranaense. Antes, porém, faz uma visita à octogenária mãe de seu comandante de Brigada, durante a descida do Rio Paraná, o general João Francisco.
Ao apresentar-se, conta ele, foi “brindado com a seguinte declaração”:
- Já conheço a sua fama de protetor dos chimangos.
Perguntei-lhe meio perplexo porque me atribuía tal fama.
- Porque o senhor acha que os chimangos podem degolar os soldados maragatos, mas nossos maragatos não podem degolar os chimangos...
O major Távora lembrou-se então que após a emboscada contra os provisórios em Saicã, percorrendo o campo de batalha, ele verificara, com tristeza, que alguns adversários vencidos haviam sido degolados pelos vencedores. Protestara junto ao general Honório e dissera que não se sentiria à vontade como chefe do Estado-Maior de sua coluna se ele não fixasse uma proibição terminante àquele tipo de prática. Evidentemente, sua reprovação era extensiva aos atos de mesmo teor praticados pelas tropas adversárias, como o perpetrado em Los Galpones, ali nas proximidades de Rivera, quando sete marinheiros do encouraçado São Paulo, entre os quais um sobrinho do dr. Assis Brasil, haviam sido degolados ainda em território uruguaio. O desfecho de seu relato porém mostra que a velhinha era dura na queda:
“Meu esclarecimento não pareceu demover a senhora Pereira de Sousa de seus pontos de vista, pois treplicou-me, sem pestanejar:
- Aí é que está o seu engano. O senhor pode fazer chegar o seu pito aos nossos soldados, por intermédio do general Honório. Mas não pode fazer o mesmo aos chimangos por intermédio de sinhô Cunha e outros de seus comandantes de degolas.
Achei mais prudente calar-me para pôr termo ao incidente”.
A Guerra de Movimento as derrotas em Itaqui e na fronteira uruguaia levaram as forças revolucionárias a concentrar-se na região de São Luís Gonzaga das Missões, distante 150 km da estrada de ferro mais próxima. Acampadas ali, duas unidades do Exército e centenas de gaúchos aguardavam a chegada dos remanescentes dos destacamentos que, abaixo do rio Ibicuí, haviam cometido a imprudência de reeditar aquilo que se pretendia evitar: as velhas peleas entre chimangos e maragatos.
João Alberto retornara da Argentina por São Borja. Permanecera fora do país apenas o tempo necessário para embarcar num trem e descer na cidade fronteiriça de São Tomé. De São Borja parte para São Luís, com 200 combatentes, originários do 2º Regimento de Cavalaria Independente, que iriam constituir-se no núcleo do 2º Destacamento, a força que estaria sob seu comando, na marcha da Divisão Rio Grande para o Paraná.
Poucos dias depois chegava Siqueira Campos. O grande desafio, segundo relata João Alberto, era “transformar os insucesso e malogros de grupos desordenados em organização militar disciplinada, eficiente...”. A maior dificuldade era convencer os coronéis, majores e capitães maragatos a se enquadrarem numa estrutura militar única, combatendo de acordo com um plano estratégico geral, dentro do qual cada unidade tinha o seu papel determinado a cumprir.
Aos poucos os jovens tenentes foram superando os obstáculos, ajudados por figuras como o major Nestor Veríssimo, que aceitou o encargo de subcomandante do 2º Destacamento.
Outro dos gaúchos que mais contribuíram para o êxito dessa empreitada foi o coronel Luís Carreteiro, do qual João Alberto apresenta um significativo retrato: Era aproximadamente da minha altura (1,80), mas cheio de corpo. Bigode e barba. Cabelos abundantes e grisalhos. Tez escura, denotando mestiçagem... Trajava espetacularmente. Prendia as suas amplas bombachas de pano riscado um cinto largo, cheio de medalhas e enfeites de prata, que lhe caíam sobre as botas pretas, novas e altas, de sanfona. Esporas de prata com correntes e grandes rosetas tilintastes anunciadoras de seus movimentos. Ainda seguros ao cinto, dois revólveres calibre 38 e uma quantidade de balas. Circundava-lhe o pescoço um grande lenço vermelho... Do chapéu de abas largas, também novo, cinza escuro, pendia-lhe uma fita vermelha, onde se podia ler a frase: ‘não dou nem pido ventaje’”. Toda a tropa foi distribuída em três destacamentos sob comando do coronel Luís Carlos Prestes, com o tenente Siqueira Campos na chefia do Estado-Maior. Prestes recebera a promoção das mãos do general João Francisco, no início do mês de novembro, em São Borja. Foi o último ato do general, antes de seguir para o exílio.
O 1º Destacamento da Divisão Rio Grande foi confiado ao tenente Mário Portela Fagundes, o 2º Destacamento a João Alberto. O comando do 3º Destacamento coube ao tenente João Pedro Gay. Eram 2.000 homens. O bastante para refutar a afirmação de Isidoro na carta que provocara o afastamento do general João Francisco da Divisão São Paulo:
“Não creio nos três ou quatro mil homens que o senhor ficou de nos mandar para voltarmos pelo Paraná a São Paulo”.
Renovaram-se as esperanças. A estratégia adotada seria a da guerra de movimento, enunciada por Prestes em carta ao general Isidoro com as seguintes palavras:
“Com a minha coluna armada e municiada, sem exagero julgo não ser otimismo afirmar que conseguirei marchar para o Norte, dentro de pouco tempo atravessar o Paraná e São Paulo, dirigindo-me ao Rio de Janeiro, talvez por Minas Gerais. Se a Divisão São Paulo igualmente movimentar-se, em vez de aceitar a guerra de trincheiras, e se marchar conosco em ligação estratégica, e talvez, em algumas circunstâncias, mesmo tática, impossível será ao governo obstar a nossa marcha”.
Siqueira Campos, João Alberto e Prestes eram revolucionários desde o levante que abalara a capital da Republica em 1922. Siqueira comandara a lendária marcha dos 18 do Forte. Exilado na Argentina, logo estabelecera contato com os quartéis da fronteira gaúcha. João Alberto fora preso em razão do malogro do levante da Vila Militar, onde servia na 2ª Bateria do 1º Regimento de Artilharia Montada. Passara cinco meses na prisão, antes de ser transferido para Alegrete. Prestes contraíra tifo, às vésperas do 5 de julho, ficando impossibilitado de promover a sublevação do 1º Batalhão Ferroviário. Desta feita, porém, tomara todo o cuidado para que a saúde não lhe pregasse outra peça.
Marcha para o Norte na véspera do Natal, a coluna se pôs em marcha. Depois de organizada, aguardara ainda algumas semanas, em São Luís, pelas armas que viriam através da Argentina - enviadas pela Divisão São Paulo. Metade da tropa estava bem armada, outra metade não.
Constatada a impossibilidade da remessa dos armamentos, os revolucionários decidem atacar Tupanciretã – 100 km a leste de São Luís. O 7º Regimento de Infantaria de a Brigada Militar recém chegado à cidade repele o ataque. A 27 de dezembro, evitando uma manobra de envolvimento realizada por sete colunas governistas, a Divisão Rio Grande toma a ponte sobre o rio Ijuí e embrenha-se na zona da mata, marchando por antigas picadas abertas pelos colonos alemães. Ultrapassando a região agreste, retornam ao campo aberto. No dia 3 de janeiro são alcançados pelas forças perseguidoras de Claudino Nunes Pereira, no Boqueirão de Ramada. O combate é feroz. As baixas nas fileiras revolucionárias são de 50 mortos e 100 feridos. Mas o adversário bate em retirada para Palmeiras. No dia 4, os revolucionários alcançam as matas marginais ao rio Uruguai, pelas quais prosseguem em direção à Santa Catarina. Prestes assinala que:
“As matas dos rios Uruguai e Iguaçu são talvez as mais densas do Brasil, não se podendo marchar a não ser através de picadas abertas a facão... Era difícil fazer com que os homens andassem pela mata mais de três ou quatro quilômetros por dia”. As condições da marcha são penosas, particularmente para os gaúchos acostumados a desmontar apenas para comer churrasco e beber chimarrão ao redor do fogo. A carne de panela tomou o lugar do churrasco. A cavalhada foi se enfraquecendo com a falta de pasto, e o terreno úmido embaraçavam a caminhada. Com seus ponchos transformados pela chuva constante em verdadeiras “cangalhas”, os gaúchos patinam e atolam na lama suas botas sanfonadas. Trazem o cavalo pelas rédeas e se obrigados a desfazer-se dele carregam a sela nas costas.
Sofrendo na própria carne as conseqüências desse tipo de marcha, o pernambucano João Alberto revelou que em certos momentos de maior dificuldade, chegara mesmo “a concordar com o preconceito gaúcho contra a infantaria”. Em seguida, afirma:
“Marchar a pé não requer valentia, Mas tenacidade, estoicismo, dureza de fibra. São outras qualidades de caráter”.
No final de janeiro, a vanguarda da Divisão, composta pelo 2º Destacamento, atravessa o rio Uruguai e chega a Porto Feliz, em Santa Catarina. A travessia do grosso é lenta, feita em dezenas de canoas e leva vários dias. A medida que as tropas vão chegando, providenciam abastecimento e descansam. Tinham ainda um longo caminho pela frente: Mais de 30 léguas, pela densa mataria, até atingirem o estradão que serve de divisa entre os estados do Paraná e Santa Catarina e de ligação entre as cidades de Barracão e Palmas.
Deserção do Tenente Gay A dureza da marcha produziu uma diferenciação entre os participantes. Temperou o ânimo da maioria. Mas abateu o de considerável número de combatentes. Ao longo de três semanas, desde que abandonaram o campo aberto, após o combate no Boqueirão de Ramada, diversas deserções aconteceram. Na Colônia Militar do Alto Uruguai, pouco antes da transposição do rio, mais de 200 gaúchos solicitaram permissão - e receberam - para abandonarem a tropa e passarem à Argentina.
Mais grave porém foi a atitude do tenente João Pedro Gay, até aquele momento comandante do 3º Destacamento da Divisão Rio Grande.
No dia 3 de fevereiro ele foi preso, a fim de ser submetido a um Conselho de Guerra. Dias antes de sua prisão, Prestes havia convocado uma reunião com os oficiais em função de denúncias que circularam sobre os maus propósitos do tenente. Ele foi advertido de que poderia ir embora, esse era um direito que, naquele momento, estava facultado a todo e qualquer combatente. Não poderia, no entanto, levar o armamento e a munição, por serem indispensáveis àqueles que optaram por prosseguir na luta. A reação do tenente foi chorar, dizendo estar sendo vítima de uma infâmia.
Mais tarde, interrogados por Prestes os soldados confirmaram que Gay, valendo-se da posição de comandante do Destacamento, estava procurando organizar uma deserção em massa.
A decisão do Conselho de Guerra foi a condenação do oficial à morte, por fuzilamento. A sentença não foi executada. Dois dias antes da data marcada, o tenente Gay fugiu. Prestes contou à sua filha, Anita Leocádia, que anos depois tomara conhecimento de que João Alberto se apiedara daquela alma e facilitara a sua fuga. Mas não há outros testemunhos que referendem a exatidão da assertiva.
O comando do 3º Destacamento foi assumido pelo tenente Siqueira Campos.
Ataque a Formigas no dia 6 de janeiro, o major Cabanas participa de uma reunião com os oficiais que respondem pela defesa de Catanduvas. O front havia sido recuado de Belarmino para aquela localidade. Embora a posição fosse mais segura, seus 600 defensores estavam sob pressão das tropas do coronel Álvaro Mariante, compostas de 2.200 homens. A conferência avalia a conveniência de um ataque a Formigas, atrás das linhas das forças sitiantes. O plano previa também uma incursão simultânea, a partir de Formigas e de Catanduvas, sobre as linhas do coronel Mariante, com o intuito de desorganizá-las. Como o general Rondon passava grande parte do tempo no acampamento de Formigas, acompanhando de perto a evolução da situação na frente de batalha, a possibilidade de capturá-lo dava novo alento às forças revolucionárias.
A única possibilidade de execução dessas ousada ofensiva estava na exploração do elemento surpresa. Seria, portanto, indispensável a abertura de uma picada de 30 km, na mata, partindo do rancho de Sapucaí nas proximidades de Santa Cruz, até o acampamento inimigo..
Cabanas iniciaram a marcha no dia 11, com duas companhias do seu batalhão, a terceira seguiria dois dias depois. Eram ao todo 280 homens. O restante do 6º Batalhão de Caçadores continuaria a guarnecer a antiga posição, no rio Piquiri. No dia 18, haviam rasgado 25 km de mata e construído quatro pontes, uma das quais com 16 metros, sobre o rio Ano Novo. O ataque ocorreu na madrugada do dia 21. Surpreendida, a guarnição não pode fazer valer o peso de sua superioridade numérica.
O comandante geral das forças governistas, porém, não foi encontrado. Conta o major Cabanas:
“O primeiro prisioneiro que fiz deu-me a informação que o general Rondon, devido ao desconcerto de sua limusine, retardou a chegada a Formigas onde já deveria estar”.
Embora espetacular, a investida não surtiu o efeito desejado. Nas imediações do acampamento, o comando governista já havia concentrado forças de efetivo muito superior ao esperado pelos revolucionários.. Em pouco tempo, 600 homens do 2º Batalhão de Caçadores e 1.200 do coronel Varella convergem sobre ele. Durante toda a tarde, Cabanas resistiu ao assédio. À noite conseguiu escoar suas forças para a mata. Nem o general Rondon fora aprisionado, nem pode Cabanas atacar as linhas do coronel Mariante. E encontrou muitas dificuldades para retornar a Santa Cruz, o que só ocorreu em 1º de fevereiro.
Conversações de Paz
O deputado Batista Luzardo chegou a Foz do Iguaçu em 13 de fevereiro. Veio acompanhado de um capitão do Exército que trazia carta do general Eurico de Andrade Neves, comandante da 3ª Região Militar, sediada no Rio Grande do Sul. A carta propunha a abertura de conversações de paz, na cidade argentina de Posadas, onde já se encontrava o deputado João Simplício de Carvalho.
Luzardo e Simplício representavam o Rio Grande na Câmara Federal. Mas seguiam orientações políticas distintas. O deputado Luzardo fora, até recentemente, um dos principais coronéis da força militar que combatia sob a bandeira do general Honório Lemes.
Em Posadas, para onde se desloca o general Isidoro, a conferência se estende nas preliminares sem chegar a um acordo.
Ainda que as conversações não tenham chegado a estabelecer um cessar-fogo, na prática ele vai se impondo no front de Catanduvas. No dia 24 de fevereiro, os 300 metros que separam as trincheiras inimigas são atravessados por soldados desarmados, de ambos os lados, dando início a uma grande confraternização que se prolonga por mais de quatorze horas. Não é sem dificuldade que os oficiais revolucionários e os governistas trazem seus comandados de volta às posições originais.
No dia 6 de março recomeçam as negociações, em Passo de los Libres. Simplício apresenta a proposta que recebera diretamente do presidente da República.
Pelas condições estabelecidas, os insurretos deveriam entregar todo o armamento em seu poder. O governo se comprometia a “deixar cair no esquecimento esse período de sacrifício e de luto”, empenhando-se para que o Congresso Nacional formulasse uma lei de anistia. Enquanto ela não fosse aprovada, os rebeldes deveriam entregar-se nas cidades indicadas pelo governo. O acordo de paz deveria ser assinado na cidade de Uruguaiana.
Os revolucionários consideraram inconsistentes as garantias oferecidas pelo governo. Firma em documento a posição de que não baixariam as armas enquanto não fosse revogada a Lei de Imprensa e adotados o voto secreto e o ensino público obrigatório.
Os negociadores solicitam tempo para novas consultas. Porém não voltariam mais a reunir-se formalmente. Operação Clevelândia
A 7 de março a Divisão Rio Grande chega a Barracão, no estado do Paraná, fazendo junção com as forças do coronel Fidêncio de Mello. Estabelecido como fazendeiro na região, o coronel era amigo do general João Francisco. Comandando uma força de 78 homens, havia providenciado a abertura de uma picada de Santo Antônio, em Santa Catarina, até a vila paranaense de Benjamin Constant, situada do outro lado do rio Iguaçu, de modo a permitir a ligação das duas divisões.
Barracão fica na antiga região do Contestado. De lá, até Foz do Iguaçu, onde estava instalado o Estado-Maior da Divisão São Paulo, a distância era de 90 km. Uma picada entre as duas localidades, aberta na mata por uma turma do Batalhão Cabanas, dirigida pelo tenente Gastão Maitre Pinheiro, estava em fase final de conclusão.
Mas a última coisa que passava pela cabeça de Prestes era atravessar o Iguaçu, conduzindo suas tropas ao interior do cerco montado pelo general Rondon à Divisão São Paulo.
Os destacamentos de Siqueira Campos e João Alberto foram lançados sobre Clevelândia e Palmas, na direção Leste, buscando uma junção com os 170 homens das forças paulistas que, dois dias antes da chegada da Divisão Rio Grande à região,haviam dispersado e perseguido o contingente governista que guarnecia Santo Antônio, Barracão e Campoerê. O objetivo da manobra era prosseguir até a Colônia Mallet e golpear a retaguarda de Rondon, de modo a forçar a abertura de uma brecha que permitisse o escoamento da Divisão São Paulo. Conta o tenente João Alberto:
“Durante” cinco ou seis dias, Siqueira e eu... marchamos juntos. Ao fim da semana, quando já nos aproximávamos do campo de Clevelândia,,, escalamos nossa tropa e coube-me a vanguarda. No mesmo dia, o 2º Destacamento chocou-se com uma coluna inimiga que... marchava em sentido oposto ao nosso. “Daí por diante foi um continuar de pequenos combates...”
Impossibilitados de cumprir a missão, Siqueira e João Alberto tratavam agora de retardar a progressão da tropa governista em direção a Barracão, fazendo uma “guerra de emboscadas” ao longo de “180 quilômetros”.
Frustrada a tentativa de efetuar a junção com o grosso da Divisão São Paulo fora do cerco estratégico, a Divisão Rio Grande prepara-se para iniciar a marcha para o Norte em direção ao rio Iguaçu. Siqueira e João Alberto são avisados para evitar o contato com o inimigo e rumar também para o Norte.
Em Barracão a situação é delicada. Convergem sobre o 1º Destacamento duas fortes colunas governistas. A primeira vem seguindo os revolucionários, através da mata, desde Porto Feliz. Na luta para retardá-la, ainda em Santa Catarina, tombara em combate, no dia 27 de janeiro, seu comandante, o tenente Mario Portela Fagundes. A outra, vinda do leste, é a que acabara de fazer abortar o ataque à retaguarda de Rondon.
Prestes aguarda até o último instante. Ao anoitecer do dia 24 de março, simula um avanço do 1º Destacamento, sobre a coluna que vinha do Sul, obrigando-a a fixar-se à espera do ataque, na localidade denominada Maria Preta. Em seguida retira-se, sem permitir que a manobra seja detectada. Na escuridão da noite, as duas colunas governistas acabaram por se chocar, passando a trocar tiros entre si. Só na madrugada puderam verificar que o fogo amigo provocara 200 baixas.
Três dias depois, visando anteciparem-se à junção das duas divisões revolucionárias, as forças governistas desencadeiam uma violenta ofensiva contra a cidadela de Catanduvas.
A cada 20 segundos uma granada de artilharia explode nas trincheiras revolucionárias. Os combatentes que as defendem são assediados por 4.000 soldados comandados por 17 generais.
O major Cabano assim descreveu os últimos dias de Catanduvas:
“A artilharia inimiga rompeu vivíssimo fogo, contra nossas posições, ao mesmo tempo em que a infantaria caía com violenta carga de baionetas em todas as trincheiras e destacamentos isolados. Ao primeiro embate foi tomada, na ala direita, nossa posição denominada Cajati... no dia seguinte, o inimigo enveredou pelas matas, abrindo picadas contornou as trincheiras da ala (esquerda) e foi sátira a 2.500 metros, na retaguarda... interceptando completamente nossa ligação entre Catanduvas, minha coluna em Floresta e o posto de comando do general Costa... A noite avançava; os nossos soldados detonavam seus últimos cartuchos e a situação era gravíssima... Assim reuniu-se a oficialidade em conferência e tomaram a única solução viável no caso: a entrega da praça, devendo pôr-se imediatamente a salvo como pudessem o coronel Estilac Leal e o capitão Felinto Müller... Ao amanhecer de 30, o inimigo sabendo não existir mais um cartucho, dá o sinal de carga de infantaria, e na nossa trincheira principal, da frente, agita-se tristemente uma bandeira branca”.
A notícia do desastre colheu João Alberto em plena transposição do rio Iguaçu. Prestes, que já completara a travessia, movimenta o 1º Destacamento em marcha forçada para proteger o cruzamento da estrada Catanduvas-Cascavel- Benjamin-Iguaçu pelos destacamentos de Siqueira Campos e João Alberto. As tropas governistas, no entanto, não progrediram pela estrada, estacionando na posição conquistada. Sobre a rodovia foi então organizada uma nova frente de cobertura às forças revolucionárias que se concentrou em Santa Helena, porto fluvial sobre o rio Paraná, entre Porto Mendes e Foz do Iguaçu.
Logo após a travessia do rio Iguaçu, ainda em Benjamin Constant, no dia 3 de abril, o coronel Prestes e o general Miguel Costa mantiveram um encontro, no qual firmaram o compromisso de prosseguirem na luta, levando as tropas das duas divisões a movimentarem-se continuamente através do território nacional, até reunirem as forças necessárias à derrubada do governo. Para isso, seria necessário romperem imediatamente o cerco, passando ao estado do Mato Grosso.
O Encontro das Divisões.
No dia 12 de abril, em Foz do Iguaçu, realiza-se o encontro decisivo entre diversos oficiais da Divisão São Paulo e o comandante da Divisão Rio Grande. A reunião contou com a presença do marechal Isidoro, que retornara da Argentina dois dias depois da queda de Catanduvas. O comando das forças paulistas que fora transferido ao general Padilha, na ocasião em que Isidoro recebera a promoção, estava agora sob a responsabilidade do general Miguel Costa.
Miguel Costa e Prestes sustentaram a posição do deslocamento imediato para o Mato Grosso. Mas a tarefa não era simples. Guaíra, posição revolucionária mais avançada ao norte e porta de acesso àquele estado, fora evacuada. A ordem, da qual Miguel Costa só tomou conhecimento após a execução, partira do marechal, que considerara inútil manter a cidade, depois da rendição de Catanduvas e de sufocados os levantes das guarnições mato-grossenses de Campo Grande e Ponta-Porã. As rebeliões do 17º Batalhão de Caçadores e do 11º Regimento de Cavalaria tinham sido deflagrados em 27 de março, dia do início da ofensiva governamental sobre Catanduvas.
A síntese das decisões é relatada por Juarez Távora nos seguintes termos:
“1. Considerar frustradas as tentativas de pacificação começadas, por iniciativa dos chefes do governista, em 16 de fevereiro”.
2. Prosseguir as operações de guerra de acordo com as diretrizes baixadas pelo general Miguel Costa.
3.” Grupar numa divisão, sob o comando do general Miguel Costa, os remanescentes das forças paulistas, sob comando do tenente-coronel Juarez Távora, e os elementos chegados do Rio Grande do Sul, sob o comando do coronel Luís Carlos Prestes”.
O tenente-coronel Cabano acrescenta:
“... sendo o plano da nova campanha de grande movimentação, acordaram os oficiais superiores, atendendo à idade e ao abatimento físico do marechal Isidoro, do general Padilha e bem assim ao delicado estado de saúde do coronel Estilac Leal, pedir aos três que ficassem no estrangeiro até que fosse possível retornarem ao exercício revolucionário”.
Estilac havia sofrido um ferimento, por estilhaço de granada, no pescoço.
Concentradas em Santa Helena, as forças revolucionárias escoaram suas tropas por uma picada de 30 km, passando por Porto Artaza até Porto Mendes, correndo a 5 km da margem do Paraná para evitar os cânions dos rios São Francisco Falso e São Francisco. A abertura dessa picada havia sido ordenada pelo general Miguel Costa ainda na primeira semana do mês de abril.
Constatada a impossibilidade da retomada de Guairá, ao norte, Miguel Costa e Prestes decidiram atingir o Mato Grosso, passando através do território paraguaio. Para que a travessia do rio Paraná não fosse embaraçada pelas forças governistas que se aproximavam perigosamente de Porto Artazas, através da carroçável que partia de Lopeí, a leste, as forças revolucionárias desferiram um contra-ataque que as fez recuar 10 km.
O Comandante Paraguaio
João Alberto foi encarregado de apresentar ao comandante da guarnição paraguaia de Puerto Adela uma carta na quais os revolucionários expunham as suas razões:
“Por circunstâncias excepcionais e inapeláveis entramos armados no território de vossa Pátria”. Não nos move, neste passo extremo a que nos impelem as vicissitudes de uma luta leal, porém intransigente, pela salvação das liberdades brasileiras, nenhuma idéia de violência contra nossos irmãos da República do Paraguai.
Datado de 26 de abril, o documento levava as assinaturas do general Miguel Costa; coronel Luís Carlos Prestes; tenentes-coronéis João Alberto, Juarez Távora, Cordeiro de Farias, João Cabanas; majores Coriolano de Almeida, Paulo Kruger da Cunha Cruz, Virgílio Ribeiro dos Santos; capitães Djalma Dutra, Ricardo Holl, Ary Salgado Freire, Lourenço Moreira Lima e Emídio Costa Miranda. Deixaram de assiná-lo, o tenente-coronel Siqueira Campos e outros oficiais que se achavam empenhados em ações de cobertura do grosso revolucionário.
O comandante da guarnição paraguaia, porém, não era homem de muita conversa, conforme relata o próprio portador da carta:
“Os motores” fracos do Assis Brasil demoraram muito para vencer os 400 metros que nos separavam da margem oposta. Isso bastou para que o capitão paraguaio, comandante da tropa (50 homens) que vigiava e defendia a fronteira da república vizinha, pressentindo nossas intenções de invadir seu território, tomasse posição para repelir o nosso desembarque.
Eu não tinha nenhuma alternativa... desembarquei com o Nestor e uns poucos homens. O resto da tropa ficou detido a bordo... Confabulamos a igual distância de nossas tropas. Ele exigia que eu depusesse armas ou regressasse para o Brasil... Por duas vezes ele abandonou as negociações e voltou para junto de seus homens, dizendo que iria reagir... Pensei então em entrar em luta corporal com o capitão paraguaio a fim de evitar que ele me fuzilasse.
Afinal o capitão acedeu ao pleito revolucionário. Mas só depois de João Alberto assinar um documento no qual reconhecia que a anuência do comandante se devia à inferioridade numérica em que ele se encontrava frente às tropas brasileiras.
A travessia foi realizada em dois vapores: o Assis Brasil, recondicionado, meses antes, pelos revolucionários, em Porto Mendes, e o Bell, requisitado por eles em Puerto Adela. O deslocamento de toda a Divisão - 700 homens da Brigada São Paulo, 800 da Brigada Rio Grande, 600 animais de carga, sela e tração, todo o material bélico, inclusive uma bateria de artilharia - levou setenta e duas horas.
No dia 30 de abril, depois de marcharem 125 km, em território paraguaio, penetravam no estado de Mato Grosso pelos campos de Amambaí.
Epílogo Iniciava assim, sob o comando do general Miguel Costa, a terceira fase da Revolução de 1924: a Grande Marcha de 25 mil quilômetros, através de dez estados brasileiros, ao longo de quase dois anos.
As forças revolucionárias não conseguiram reunir o apoio necessário para derrotar a oligarquia cafeeira. Esta, porém, também não teve força para impor-lhes uma derrota estratégica.
Em 1927, candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas, realiza a proeza de unificar chimangos e maragatos. Aí começa a gestação da nova onda revolucionária, que, em meados de 1929, se materializaria no amplo leque de forças que se aglutinou em torno de sua candidatura à presidência da República. Nele estariam reunidos os revolucionários de 22 e 24 e alguns de seus mais duros oponentes, no passado.
Isolada, a oligarquia paulista não hesita em apelar mais uma vez para a fraude eleitoral. A resposta será a Revolução de 3 de outubro de 1930.
REVOLUÇÃO FEDERALISTA
Em fevereiro de 1893 irrompeu, no Rio Grande do Sul, o levante federalista á sua frente dois simpatizantes do Regime Imperial: Gaspar da Silveira Martins e Silva Tavares. Junto com eles um caudilho à Bento Gonçalves, voz grossa, esporas e poncho. Gumercindo Saraiva. Atrás de Gumercindo, dezenas e dezenas de caudilhos menores.
A caudilhada estava descontente com a república. Não exatamente com o regime, mas com seu representante lá, Julio de Castilho e seus copinchas, os “pica-paus”. Era uma disputa entre grandes estancieiros. Antiga e espalhafatosa, que vinha desabar agora contra Floriano Peixoto. Na verdade a revolução de 1893 foi motivada pelo extremado presidencialismo de Julio de Castilho, em favor do parlamentarismo (republicano ou mesmo monárquico) defendido por Silveira Martins.
Com apoio da Marinha, a revolta toma proporções em nível nacional, sendo que no Paraná, contava com vários simpatizantes, embora o governo local fosse Florianista e tencionava impedir o avanço das tropas de Gumercindo que já havia tomado, Santa Catarina (onde os federalistas encontravam apoio do lado do governo), onde se instalou a sede de um governo provisório.
Em janeiro de 1894, o território paranaense foi invadido pelas tropas revolucionárias federalistas vindas do Rio Grande do Sul, em três frentes distintas; Paranaguá, Tijucas e Lapa, quase que simultaneamente.
Paranaguá foi tomada pelos revolucionários no dia 15 de janeiro de 1894 que eram comandados pelo almirante Custódio de Melo, segundo Romário Martins, “A defesas de Paranaguá apenas contava com seis canhões de campanha e 400 homens sem adestramento militar: Contingente do Batalhão Patriótico 23 de novembro e da Guarda Nacional local. Afora essa gente, apenas meia dúzia de artilheiros do exército”. Nem mesmo o efetivo do general Pegam Junior (a quem cabia a defesa da cidade), foi suficiente para deter a determinação de Custódio de Melo, que em 20 de janeiro entrava em Curitiba totalmente abandonada tanto pelas tropas quanto pelo governador do Estado, Vicente Machado.
Tijuca do sul sofreu o primeiro ataque no dia 11 de janeiro de1894, tendo os federalistas no comando Gumercindo Saraiva, um dos principais líderes do movimento.
Os combates foram diários e estenderan-se até o dia 19 de janeiro, sendo as tropas legalistas pelo coronel Honorário Adriano Pimentel (veterano de guerra do Paraguai), que defendeu a guarnição heroicamente, infligindo pesadas baixas aos federalistas. Destes fratricidas combates resultaram 17 mortos, 41 feridos e 750 capitulados. Dentre os quais um coronel, 12 capitães, 16 tenentes, 27 alferes e dois médicos militares.A Lapa foi tomada e sitiada a partir do dia 15 de janeiro de 1894. O comando militar da Lapa estava em mãos do general Gomes Carneiro desde o dia 26 de novembro do ano anterior. O primeiro combate deu-se no dia 17 de janeiro, ocasião em que á cavalaria federalista circuncidou a cidade, impedindo qualquer tipo de acesso ao lugar além do que, cortou as comunicações telegráficas. Com o sítio efetivo, iniciam-se permanentes combates, com muitas baixas, que só findou com a morte do próprio comandante da guarnição, Gomes Carneiro. A capitulação da Lapa ocorreu no dia 11 de fevereiro com todas as honras de guerra.
Em 20 Janeiros de 1894, quando se instalaram numa Curitiba abandonada, os chefes federalistas criaram com João de Meneses Dória um Governo Revolucionário Provisório. Posteriormente foi formada uma comissão, integrada por homens ligados ao comércio, sendo presidida por Ildefonso Pereira Correia - o Barão de Serro Azul. Posteriormente foi criada nova comissão e seus integrantes foram encarregados de levantar empréstimos de guerra ordenados pelos revolucionários.
Diante do sucesso da empreitada Gumercindo Saraiva pôs-se em marcha em direção a São Paulo, via Itararé, mas tiveram que retroceder dispersando-se as tropas em direção aos campos de Palmas. O motivo da manobra foi o avanço de numerosa tropa legalista, bem como a dissensões entre os chefes revolucionários.
A legalidade volta ao poder, com Vicente Machado novamente em Curitiba, apesar de condenado pela opinião publica. Inicia-se então o período de caça aos vencidos, do degolamento revolucionário ao fuzilamento legalista. Ildefonso Pereira Correia – O Barão do Serro Azul é fuzilado no quilometro 65, por suspeição de ajuda aos revolucionários, igual sorte teve Francisco Braga em Curitiba e José Antonio Colona e Pedro Nolasco em Paranaguá.
A QUESTÃO LIMÍTROFE ENTRE PARANÁ E SANTA CATARINA
Ao ser criada a província do Paraná em 1853, o governo provincial herdou um antigo litígio fronteiriço da Província de são Paulo com a de Santa Catarina, nas proximidades dos Campos de Palmas. Na verdade a disputas pelo direito de área contestada vem desde o século XVIII.
No período imperial a questão sempre foi discutida, no entanto, nunca resolvida. Santa Catarina reivindicava a áreas compreendidas entre o rio Negro, Iguaçu e Uruguai, indo até a fronteira com a Argentina. Por sua vez o Paraná herdou de São Paulo as mesmas fronteiras meridionais, fazendo fronteira com o Rio Grande do Sul através do rio Uruguai. O Paraná detinha o “uti possidetis”com a povoações de União da Vitória, Palmas e Timbó e Santa Catarina expunha suas razões baseadas na carta Régia de 1749.
Com a questão de limites pendentes, novas frentes migratórias se lançavam nos ervais nativos e nos campos da região contestada, surgindo povoações que não era reconhecidas nem paranaenses e nem catarinense, pelo menos oficialmente.
Em 1895 o Brasil resolve por arbítrio do presidente americano Cleveland, a questão internacional da região de palmas, em detrimento da Argentina, que também reivindicava para si grande parte desta porção territorial meridional.
Rio Iguaçu em 1907, nas proximidades de porto União da Vitória, que nesta época se constituía em um só município. Posteriormente com demarcação da chamada “Linha Wenceslau”, esta cidade foi dividida em duas, de lado paranaense ficou União da vitória e do catarinense Porto União (acervo Casa da memória, Curitiba)
Esta imensa área era habitada exclusivamente por paranaense, isto de certa forma tranqüilizada as autoridades do estado, que achava absurda pretensa reivindicação Argentina sobre a zona.
Por duas vezes grupos armados invadiram terras paranaenses, em defesa de interesse do estado de Santa Catarina. A primeira foi em 1905, por Demetrio Ramos à frente de 600 homens e a segunda foi em 1909, quando 500 homens liderados por Aleixo Gonçalves de Lima, provocaram a desordem e a ira paranaense.
A questão ganhou os tapetes da justiça federal, que apesar de todos os argumentos serem favoráveis ao Paraná, o veredicto final foi a favor de Santa Catarina por decisão do supremo federal em 1904. O estado do Paraná ainda tentaria o embargo através de ações, nos anos de 1909 e 1910, todas infrutífera. Segundo o historiador Ruy Cristovam wachowicz “um dos ministros do supremo teve, em conversa particular, a seguinte frase: o Paraná tem todo o direito na questão, mas o estado de Santa Catarina é um estado menor, por isso votei contra a sua terra”.
Em 20 de outubro de 1916, sob a mediação do presidente da republica Wenceslau Braz foi conduzido a um acordo entre as partes, partilhando-se a região contestada. Da área contestada inicial de 48 mil quilômetros quadrados, o Paraná ficou com 20 mil e Santa Catarina com 28 mil. Nesta época era governo do Paraná Affonso Alves de Camargo, que ao assinar o acordo que pôs fim ao litígio, foi duramente criticado. No entanto, não era diretamente o responsável pelo ocorrido, simplesmente herdara a causa de seus antecessores.
A decisão favorecendo Santa Catarina causou um reboliço nas autoridades da região contestada. Os lideres políticos temiam o abandono pela administração catarinense. E se no bojo das especulações surgiu à idéia de criar um estado federado independente, já que nasceu com nome e bandeira. Estado das Missões. Formou-se então uma Junta Governativa Provisória e foi escolhida a capital do novo estado, União da Vitória.
O deputado José Cleto da Silva chegou apresentar na assembléia Legislativa do estado um projeto que criava o Estado das Missões, cujas divisas eram: Ao norte o rio Negro e a leste os contrafortes da Serra do mar, à oeste os rios Peperi Guaçu e Santo Antonio e ao sul o rio Uruguai.
O estado das Missões não passou de um sonho, pois ao perceberem que o sudoeste paranaense não passaria a jurisdição catarinense, os principais líderes políticos da margem direita do rio Iguaçu aquietaram-se restando os remanescentes do fracassado movimento do exílio nos pampas argentinos.
Monge João Maria de AGOSTINHO
Este terceiro “monge” aproveitou-se da tensão político social, existente no Contestado Paranaense. Na verdade Miguel Lucena. Aliciou ao seu redor os descontentes, os injustiçados, os perseguidos, os desajustados, os desamparados, os bandidos e os facínoras e deu-lhes instrução militar, armando-os com espadas, facões, pica-paus e garruchas. Denominou-se irmão do falecido primeiro Monge. Usava as qualidades de persuasão do primeiro e realizava milagres e rezas, em comum com os caboclos. Criou os chamados quadros santos que eram redutos de resistência. Ao mesmo tempo, compôs uma guarda pessoal, de 24 sertanejos, a quem chamou de doze pares de França, por influência de um livro que lera. Morreu num combate com o comandante João Gualberto, nos campos do Irani (hoje território de Santa Catarina).
Apesar de serem três, o povo, através de suas lendas e folclore, uniu-os em um único, popularmente conhecido como São João Maria, que era considerado, na época, o “monge dos excluídos”. Os dois estão historicamente unidos de tal forma, que muitas vezes se torna difícil separar os feitos e a vida de cada um. Os três tinham em comum o fato de terem vivido em épocas de grandes mudanças sociais, em que a assistência médica e o conhecimento tinham pouca penetração no interior do país, em que o aconselhamento embasado na religião, a cura através de ervas e águas, e os milagres eram os únicos recursos acessíveis a uma população carente e pouco assistida. A população humilde encontrava neles apoio e soluções para enfrentar a penúria e a desesperança.
Ainda que seja improvável que tratava-se de mesma pessoa, devido à questão temporal e geográfica, no caso particular do estado do Rio Grande do Sul existe a tese que de sobreviventes fugitivos, e em especial, seus descendentes, foram divulgando e adequando suas crenças e reivindicações. Assim, encontramos o monge João Maria, do movimento do Monges do Pinheirinho (cidade de Encantado), com as mesmas características (do qual inclusive existe registro fotográfico) 35 anos depois e com o mesmo nome, na luta dos Monges Barbudos (Soledade, RS). Ele seria um discípulo de Jacobina Mentz Maurer, dos Muckers, cujos descendentes teriam se localizado no município de Estrela. Historiadores mostram no mapa do Rio Grande do Sul a região dos três acontecimentos, unindo um caminho provável que teriam percorrido os Muckers sobreviventes para influir nos acontecimentos do interior de Encantado (1902) e Soledade (1935-1938). João Maria D’Agostini O primeiro deles, o monge João Maria d’Agostinho, era imigrante italiano, e residiu um tempo em Sorocaba (SP), mudando-se em seguida para o Rio Grande do Sul, onde viveu entre os anos de 1844 e 1848, nas cidades de Candelária, no morro do Botucaraí, e Santa Maria, no Campestre. Introduziu nessa região o culto a Santo Antão, que é considerado o “pai de todos os monges”, cuja festa continua até os dias atuais, comemorada em 17 de janeiro. A região do Campestre passou a ser chamada, desde então, de Campestre de Santo Antão. Sua prisão foi decretada em 1848, pelo General Francisco José d’Andréa (Barão de Caçapava), mediante o temor de levantes e concentrações populares que começavam a ser comuns naquela região, e o monge foi proibido de voltar ao Rio Grande do Sul. Refugiou-se na Ilha do Arvoredo (SC), depois na Lapa (PR), na serra do Monge, e em Lages (SC), desaparecendo em seguida, misteriosamente. Os historiadores defendem que o monge João Maria morreu em Sorocaba, em 1870. João Maria de Jesus. O segundo monge, João Maria de Jesus, surgiu também misteriosamente, no Paraná e Santa Catarina, tendo vivido entre os anos de 1886 e 1908, havendo, na ocasião, uma identificação com o primeiro, de quem utilizava os mesmos métodos, com curas através de ervas, conselhos e águas de fontes. Acredita-se que seu verdadeiro nome seria Atanás Marcaf. Em 1897, diria: “Eu nasci no mar, criei-me em Buenos Aires, e faz onze anos que tive um sonho, percebendo nele claramente que devia caminhar pelo mundo durante quatorze anos, sem comer carne nas quartas-feiras, sextas-feiras e sábados, e sem pousar na casa de ninguem. Vi-o claramente[1]”. Há controvérsias sobre seu desaparecimento, segundo alguns historiadores por volta de 1900, e segundo outros por volta de 1907 ou 1908. A semelhança entre os dois primeiros monges é tão grande, que o povo os considerava um só. Num dos retratos da época, considerado como sendo do santo, há a legenda “João Maria de Jesus, profeta com 188 anos[2]” José Maria. O terceiro monge, José Maria, surgiu em 1911, em Campos Novos (SC), e foi, segundo alguns historiadores, um ex-militar. Segundo um laudo da polícia de Vila de Palmas, no Paraná, seu verdadeiro nome era Miguel Lucena de Boaventura, e era um soldado desertor condenado por estupro. Dizia ser irmão do primeiro monge e adotou o nome de João Maria de Santo Agostinho. Utilizava, também, os mesmos métodos de cura dos primeiros, com ervas e água, mas, ao contrário do isolamento de seus antecessores, organizava agrupamentos, fundando os “Quadros Santos”, acampamentos com vida própria, e os “Pares de França”, uma guarda especial formada por 24 homens que o acompanhavam. A região onde atuava era palco de disputas por limites e, sob a alegação de que o monge queria a volta da monarquia, foi pedida a intervenção do Governo Estadual de Santa Catarina, o que foi entendido como uma afronta pelo Governo do Paraná, que enviou uma força militar para a região. A força militar chefiada pelo coronel João Gualberto Gomes de Sá invadiu o “Quadro Santo” de Irani (SC), e morreram no combate tanto o monge João Maria quanto o coronel, o que determinou o fim do ciclo dos monges e a eclosão franca da Guerra do Contestado. Lendas. Há muitas histórias sobre a origem do monge, todas de tradição popular. Uma delas refere que sua cidade de origem teria sido Belém, na Galiléia, e que abandonara a religião para se casar com uma moura e para combater o exército expedicionário francês. Sendo feito prisioneiro, após a morte de sua esposa fugiu e teve a visão do apóstolo Paulo, que o mandou peregrinar durante 14 anos (ou 40 anos, em outra versão) pelo mundo, retornando assim ao cristianismo.
Outra lenda refere que o monge teria sido um criminoso, que teria seduzido uma religiosa, a qual falecera na viagem para a América, e sua penitência seria vagar solitário pelos sertões.
Outra lenda defende que o monge era um apátrida, nascido no mar, de pais franceses, tendo sido criado no Uruguai.
Contam-se lendas, também, de que podia estar em dois lugares diferentes, podia estar orando em sua gruta e ao lado de um doente que invocava por ele; que podia ficar invisível aos seus perseguidores; que podia atravessar a pé sobre as águas dos rios; que suas cruzes cresciam 40 dias após o monge tê-las levantado; que o monge era imune aos índios e feras; que fazia surgir nascentes nos lugares onde dormia.
As curas são constantes em suas lendas. Teria feito muitas curas com infusões de uma planta chamada vassourinha e com rezas. Há uma lenda de que João Maria teria debelado uma epidemia de varíola na cidade de Mafra, na ocasião ainda um bairro pertencente ao município de Rio Negro, afastando a doença com rezas e com 19 cruzes plantadas como Via Sacra pela cidade. O monge João Maria teria chegado em Mafra em 1851 e encontrara a população sob o sofrimento da Guerra dos Farrapos e da epidemia de varíola. Recomendou que 19 cruzes (alguns historiadores defendem que seriam 14 cruzes) fossem erguidas entre a Capela Curada e a Balsa - Ponte Metálica. As tropas vindas do sul foram derrubando essas cruzes e, a única que sobrou foi a da Praça Hercílio Luz, cuja fixação foi em 30 de Junho de 1851 e representa a fé do catolicismo rústico do homem simples da região. Ainda hoje existe essa cruz na praça de Mafra, conhecida popularmente como a “Cruz de São João Maria”, e que, segundo a lenda, não pode ser retirada, com o risco de causar a enchente do rio Negro, o qual separa as cidades vizinhas de Rio Negro e Mafra.
Há lendas de que o monge teria feito, também, diversas previsões, inclusive sobre os futuros trens e aviões: “Linhas de burros pretos, de ferro, carregarão o pessoal” e “gafanhotos de asas de ferro, e estes seriam os mais perigosos porque deitariam as cidades por terra”.
Há também diversas lendas sobre seu desaparecimento. Conta uma delas que ele terminou sua missão no morro do Taió (SC), outra que morreu de velhice em Araraquara (SP), ou que foi encontrado agonizante próximo aos trilhos da estrada de ferro perto de Ponta Grossa.
A crença mais difundida é, no entanto, que não teria morrido. Após jejuar por 48 horas no morro do Taió, o monge teria sido levado por dois anjos para o céu. Em outra hipótese, seu corpo teria se envolvido em luz tão forte que o fez desaparecer, deixando o povoamento do planalto serrano foi diferente da do litoral catarinense na sua composição de recursos humanos. As escarpas serranas, densamente cobertas pela Mata Atlântica, junto com os povos indígenas, representavam sérios obstáculos para o povoamento da região.
A ocupação se deu de através do comércio de gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo já no século XVIII, fazendo surgir os primeiros locais de pouso. A Revolução Farroupilha e Federalista também contribuíram para o aumento de contigente humano, que buscavam fugir dessas situações beligerantes.
UM GRANDE PIONEIRO SEBASTIÃO S. BARRETO
Pioneiro: Sebastião S. Barreto. Esta fotografia foi feita em 1957 durante o período que prestou serviço militar em Foz do Iguaçu. No estado do Paraná.Um Relato impressionante, narrado pelo pioneiro Sebastião Barreto, residente em Quedas do Iguaçu há 70 anos. Nesta entrevista, o pioneiro Sebastião, contou com detalhes importantes, da revolta de 1924, onde cominou com muitas mortes durante os combates armado das frentes legalistas e revoltosos. Apesar de seus já avançados anos, a sua memória narrou com riqueza de detalhes a triste tragédia presenciada pelos moradores da região de Catanduvas precisamente em Medeiros onde o seu avô tinha propiedades e morava com toda a sua família. Talvez seja a conversa que ele teve com o avô, e com o seu pai senhor João Maria Barreto, na época o pai do Sr. Barreto tinha 9 (nove) anos de idade, ambos conviveram este trágico confronte armado que deflagrou chamas ardentes entre os povos, muito deles nada tinha haver com a situação. O avô do Sebastião Barreto Sr. Antonio Quirino de Sousa, não se cansava de contar para o seu pai e seus netos, as bravuras dos soldados que compunha o pelotão da polícia Militar do Paraná. Em números aproximadamente de 500 homens, contra tacados pelos revoltados sanguinários das colunas, composto por militares e civis, e que também, não faltava à presença de estrangeiros paraguaios no movimento. O Sr. Sebastião com firmeza, detalhava a estratégia que a força militar usou, para atacar os revoltosos pela retaguarda, usando o poste amento da rede de Telégrafo, que saia de regiões distantes, e cortava as matas da região de Laranjeiras do Sul, consequentemente, inclui a nossa região de Quedas do Iguaçu. Seguindo os traços da rede para não se perder no matagal serrado da nossa região foi á maneira mais inteligente dos nossos heróis, surpreender os adversários pela retaguarda. Com os postes da rede telegráfica atravessou o Rio Guarani, seguindo até Catanduvas, onde se encontrava um posto de comunicação telegráfico, com esta estratégia usada pelos militares, deu condições para derrotar os revoltosos. Méritos do Comandante Antonio de Morais Sarmento hoje Patrono da polícia militar do Paraná, e de seus brilhantes combatentes.
Ao entrevistar o Sr. Sebastião Barreto, ele fez questão de dizer, que o seu avô, e todos os filhos dele, encluía também, o pai do Sr. Sebastião e sua mãe, por muitas ocasiões ficavam no meio do fogo cruzado, entre militares e revoltosos. Era bala de metralhadouras, mosquetões e de canhões, que rasgava os céus e roçava as matas de sua propiedade. A Revolta de 1924, muito comentada no Brasil e no mundo, acabou em frente às terras da família Barreto em Catanduvas. Mais precisamente na região de Medeiros. A bandeira da polícia Militar do Estado do Paraná tremulava nas mãos dos soldados, orgulhosos do dever comprido, liberdade para estarem novamente reunidos com os seus familiares, recebendo um abraço agora como heróis, título esse insignificante comparado pelo respeito à Constituição brasileira. Resolvido uma situação de grande repercussão em todo o território Nacional. Comentou ainda o Sr. Sebastião que o seu avô morreu com 104 anos e está sepultado no cemitério que do qual está enterrado alguns dos valentes Herói que defenderam a Pátria das garras dos maus intencionados malfeitores. Por este ato de brasilerismo foi devolvido a tranqüilidade e o respeito á Constituição brasileira e os bons costumes do povo e da corporação Militar.
Catanduvas terá Memorial sobre a Revolução de 1924
O projeto do Memorial da Revolução de 1924 em Catanduvas será prioritário dentro da secretaria de Estado da Cultura. O pedido do governador Roberto Requião foi feito durante a Escola de Governo. O tema compôs a pauta da reunião de ontem de manhã (17), em Curitiba e esteve a cargo da secretária Vera Mussi que destacou que “o Paraná tem história. Uma história bonita que este governo está recuperando e mostrando aos paranaenses”.
Requião lembrou que a idéia da construção do Memorial surgiu no ano passado, durante a cavalgada que realizou em Catanduvas, a convite do deputado estadual Nereu Moura (PMDB), oportunidade em que a comitiva passou por locais percorridos pelos revolucionários, inclusive dois cemitérios. A partir daí, o governo constituiu uma comissão com a presença do Exército, Polícia Militar e Uni oeste para a revitalização da memória destes acontecimentos.
Este projeto é um antigo sonho de Nereu Moura que quer ver recuperada parte da história do nosso país que teve desfecho em Catanduvas, na região Oeste do Paraná. “A Revolução Tenentista é o epicentro da Revolução de 30 que levou Getúlio Vargas à presidência do Brasil”, lembrou ele, ao destacar a importância política deste fato.
O prefeito Aldoir Bernart. Presente na Escola de Governo, agradeceu ao governador Roberto Requião e ao deputado Nereu Moura pelo projeto do Memorial, “uma importante obra que resgata a história que aconteceu nos caminhos do Paraná, especificamente em Catanduvas”. Bernart disse “que além do ganho cultural que é inestimável, o município vai ganhar economicamente com o incremento do turismo”.
Esta mesma idéia é compartilhada por Nereu Moura que acredita que Catanduvas vai passar a fazer parte dos roteiros turísticos ecológicos e históricos do Paraná. “Esta indústria sem chaminés a ser instalada, será responsável por uma nova fase no desenvolvimento econômico do município”, destacou o deputado.
Na próxima reunião da Escola de Governo, dia 24, o tema Revolução Tenentista será novamente abordado pelo professor Aymoré Índio do Brasil Arantes e pelo jornalista e historiador Adelar Paganini. O arquiteto Edinei. Fraga fará a exposição do projeto do Memorial.
A revolução tenentista teve início no dia 05 de julho de 1924 em São Paulo, após ser combatida pelo governo de Arthur Bernardes, os revoltosos retiram-se para o Estado do Mato Grosso e posteriormente tomaram Guaira e Foz do Iguaçu no Paraná. A intenção dos “tenentes” era chegar à capital Paranaense via estrada estratégica que, posteriormente, tornou-se a BR 277, nesse ínterim aguardavam a chegada de Luis Carlos Prestes que vinha do Rio Grande do Sul. Por sua parte o governo Federal organizou o Exército e as polícias estaduais com intuito de combater os revoltosos que se encontravam na localidade de Catanduvas e haviam se apoderado da estação telegráfica local.
Os combates foram intensos duraram seis meses e, em março de 19240, Marechal Candido Rondon à frente de 17 generais e 15 mil soldados fez o ataque final tomando Catanduvas e fazendo 407 cativos. Luis Carlos Prestes chegou atrasado ao Paraná, e não pode ajudar na contenda de Catanduvas, após o revés os revoltosos que, conseguiram escapar do cerco à Catanduvas se organizaram. Em Foz do Iguaçu, e cruzaram o Paraguai, entrando novamente no Estado do Mato Grosso, criando a Coluna Prestes, que ficou conhecida na história como a maior marcha de combate do mundo percorrendo mais de 25000 quilômetros em dois anos, vindo depor armas somente em 1927, na Bolívia.
JOSÉ MARIA O CHARLATÃO O PROFÉTA?
A guerra do contestado por pouco não aconteceu aqui na região de Campo Novo hoje Quedas do Iguaçu. O religioso, pregador e curandeiro José Maria na época percorreu extensas regiões nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nessas caminhadas passou por Laranjeiras do Sul, na qual Quedas do Iguaçu pertencia, o seu costume era estar entre humildes, à reza próxima a olhos d’água constantemente eram usados por ele, os antigos ainda é lembrado como olho d’água São João Maria.
Em 1910, surgiu em Laranjeiras do Sul um homem, seu nome era Miguel Lucena que aproveitando a fama deixada por João Maria assumiu o nome de José Maria.
José Maria dono de um carisma alucinante reuniu os sertanejos e anunciou que averia uma guerra do qual muito pouco escapariam e para se salvar era necessário se esconder no matagal e assim o fizeram, como nada aconteceu, anunciou que viria o fim do mundo, e para salvação de suas almas tinham que atravessar 50 vezes o Rio Iguaçu nadando como pinitência. Este fato aconteceu no dia 22de Outubro de 1910. Muitos como a maioria acreditou. Muitos com famílias carregando seus filhos às vezes nas costas e sobre lombos de cavalos cruzando o Rio Xagu e chegando ao Pinhal Ralo, de onde levavam há dias para chegar ao Rio Iguaçu.
Pinhal Ralo era uma região que a Baronesa de Limeira possuía uma área de 6000 hectares de terras, hoje pertence à Araupel Quedas do Iguaçu.
Os sertanejos acamparam na margem do Rio das Cobras entre Salto Osório e salto Santiago. Aos poucos os sertanejos suspeitaram que o monge fosse um charlatão, os homens se revoltaram e decidiram acabar com ele.
José Maria sentindo o perigo resolveu abandonar o acampamento e fugiu para Santa Catarina.
Após um ano de permanência no sertão, os sertanejos voltaram, nem todos, muitos morreram de fome e picadas de cobras, muitas crianças desnutridas morreram.
Miguel Lucena, que de nominava como José Maria, apareceu em Campos Novos, pregando e anunciado curas. Jose Maria atraiu nessa região, grande número de sertanejos, pois os mesmos estavam sendo escorraçados por jagunços armados da empresa Southern Brasil, com serrarias de grande porte, as maiores da América Latina.
Jose Maria liderava milhares de sertanejos, na região central do contestado
(disputado pelo Paraná e Santa Catarina).
Numa batalha entre jagunços, soldados e fanáticos de Jose Maria constam a historia como Guerra do Contestado.
Guardada as proporções, uma espécie de Guerra dos Canudos em 1897.
Alguns dados desta história foram fornecidos pelo senhor Miguel Beira Gonçalves, morador em Pindorama, atualmente com 80 anos, o seu pai Sr. João Gonçalves da Costa, natural de Laranjeiras do Sul participou da guerra do Paraguai, de 1870 acompanhou de perto a trajetórias do falso religioso José Maria.
A REVOLTA DO CONTESTADO
Foi uma “guerra santa”, Travada entre 1912 e 1916, numa região pretendida pelos estados do Paraná e Santa Catarina e até pela Argentina. Duraram cinco anos e causou a morte de mais de 20 mil pessoas. No auge da rebelião, bandos armados chegaram a dominar uma área de 25 mil quilômetros quadrados no território que era contestado pelo Paraná e Santa Catarina.
O líder dos rebeldes era um monge chamado José Maria, que se dizia enviado por Deus. Pregava, curava, dava conselhos, acabou sendo padrinho de todos os sertanejos criou seu próprio ministério e, aclamado Imperador a Manoel Alves da Assunção Rocha – um velho fazendeiro analfabeto – “reimplantou” a monarquia no Brasil.
Nesta época a idéia separatista aflorava na região, explicita na “Carta aberta à nação” contendo 30 itens que o pretenso imperador emitiu em 05 de agosto de 1914, no reduto de Taquaral de Bom Sucesso. Segundo o historiador Osvaldo Cabral, esta carta foi redigida por Guilherme Gaetner, Comerciante alemão de Taquaruçu, por depoimento do coronel Cid Gonzaga, ex-deputado do estado de Santa Catarina, o que moveu este conflito foi, basicamente a luta pela posse dos ricos ervais da região, e a reação dos colonos contra os benefícios concedidos as companhias estrangeiras concessionárias de terra.
José Maria de Castro Agostinho, ou Miguel Lucena de Boa Ventura, o monge que deu origem a rebelião, Morreu no primeiro combate travado entre militares e jagunços. Porém a fanática campanha estava apenas iniciando. Em setembro de 1914, bandos de jagunços espalhavam o terror entre os camponeses da região dos contestado. Carregavam uma bandeira branca com cruz verde, atacando estações ferroviárias, vilas, povoações e matando quem encontrassem pela frente.
O homem que desencadeou todo este ódio e violência, que deu a si próprio o nome de José Maria Agostinho e dizendo irmão de São João Maria, o monge santo que percorrera há muitos anos aquela região, não passava de um soldado desertor que já cumprido pena por crime de sedução, sendo tirado da prisão pelo deputado e fazendeiro Domingos Soares.
Antes de seguir para a guerra o general setembrino de carvalho (o quarto da direita para a esquerda) posa, ao lado de seu estado maior. Na revolta do contestado o exercito utilizou um efetivo de sete mil homens, metralhadora, canhões, sendo que, pela primeira vez na historia da aviação brasileira foram utilizados aviões de reconhecimento e combate.(fonte:Editora três).
Invocando São João Maria, reuniu o povo e acampou em Taquaruçu, mais tarde perseguido, foi à região de Campos de Palmas. O governo do Paraná sentiu-se ameaçado pela presença de homens armados na região litigiosa, julgando ser uma tentativa catarinense, de ocupar a área. Sob o comando do João Gualberto, o governo paranaense enviou um deslocamento de 400 homens para a região do Irani (então território paranaense) na tentativa de coibir o suposto ato. Seguiu-se então um combate de pesadas baixas, das quais se sobressaíram as de monge José Maria e do coronel Gualberto, cumprindo dessa forma a primeira profecia emitida pelo falso profeta, que morreria para ressuscitar dentro de um ano.
Nesse contexto surge à figura de Teodora, uma das seguidoras de José Maria, que teve uma visão onde o líder esperava apenas a reunião dos “exércitos de São Sebastião” para poder voltar a terra. Diante disso, o avô de Teodora, Eusébio Ferreira dos Santos, reservou para a neta o cargo de comandante dos sertanejos.
Certa vez um destacamento militar catarinense tentou dispersar o grupo de sertanejos rebelados, no que foi repelido por bando de jagunços comandado por um garoto de apenas 11 anos. Numa segunda tentativa, o acampamento foi arrasado, matando mulheres e crianças que não conseguiram fugir. Até então os fanáticos estavam reticentes quanto à luta armada, mas passaram a ofensiva diante da carnificina ocorrida no acampamento.
Este movimento recebeu do povo a denominação de guerra dos pelados, porque no começo das hostilidades, um chefe político de curitibanos (SC), exigia que se repassase as cabeças dos seguidores do monge José Maria. Posteriormente, os homens do governo foram chamados de “peludos” pelos fanáticos religiosos.
Ao final, para dominar os rebeldes foram necessários sete mil homens, metralhadoras e canhão e aviões (utilizado pela primeira vez em operação militar no País). Os sertanejos, sem alimento eram obrigados a comer pinhão e raízes, depois cozer arreios e selas; por fim matavam os que não combatiam para garantir as resistências dos homens em armas. Quanto o principal reduto caiu, em abril de 1916, os fanáticos não podiam oferecer nenhum tipo de resistência; a peste e a fome, muito mais que o exercito, venceram os fanáticos.
A REVOLUÇAO DE 30 E SEUS PRECEDENTES
“Desde a época da Revolução Farroupilha e, depois, na Revolução Federalista, a política do Paraná, oscilava entre as rebeldias do extremo sul e a fidelidade ao poder central. A revolução de 30 seria mais um episódio nesse longo processo pendular” – (Samuel Guimarães da costa).
Registrou-se na década de 30 uma grande agitação políticas, marcadas por rebeliões militares de jovens militares conhecidas como “Revolta Tenentista” A cúpula militar não estava satisfeita com o governo central, mas era contraria com a intervenção das forças armadas na política. Vários fatos geraram insatisfação nos militares, principalmente o julgamento e a punição dos implicados no levante do Forte de Copacabana, que foram acusados de promover um golpe de estado. Agravaram-se as relações entre governo e militares.
Em junho de 1924 eclode uma rebelião militar em São Paulo, liderada pelo general Isidoro Dias Lopes, major Miguel Costa e pelo Tenente Joaquim Távora. Participaram da causa os tenentes Eduardo Gomes, João Cabanas, Newton Estillac Leal e o mato-grossense Filinto Muller, que mais tarde seria expulso do governo revolucionário.
O movimento encontrou resistência de tropas legalistas, obrigando os revolucionários a abandonarem São Paulo, não sem antes Dissimilarem nacionalmente a rebelião tenentista. Em outubro de 1924, os paulistas combatiam em território paranaense, contemporaneamente, tropas sediadas do Rio Grande do Sul se rebelavam, respaldados por lideranças gauchas que se opunha a situação estadual.
As forças revolucionárias gaúchas e paulistas se encontraram em Foz do Iguaçu em abril de 1925, surgindo então à lendária coluna Miguel Costa - Preste.
Após permear o solo paranaense. A coluna cruzou o rio Paraná, segui ruma ao Mato grosso e dali para outros estados, numa marcha que durou quase dois anos e cerca de 30 mil quilometro percorrido. A revolução eclodiu no Rio Grande do sul e minas Gerais às cinco e meia da tarde do dia 03 de outubro, horário escolhido por Osvaldo Aranha em função do fim do expediente nos quartéis, o que facilitava a ação militar e a prisão dos oficiais em suas casas.
Grupo de revolucionário liderado por Luis Carlos Prestes, em torno de uma peça de artilharia, apos um dos combates travados na região de Medeiros –PR. entre novembro de1924 e janeiro de 1925.
Fonte CPDOC – fundação Getulio Vargas. Coleção Ítalo Landucci.
O Rio Grande do Sul foi imediatamente dominado e grandes contingentes ultrapassaram as barreiras do estado. Em Curitiba, foi deflagrada na madrugada de 05 de outubro, pelos oficiais da 5º região militar, liderados pelo Major Plínio Tourinho, que indicou o tenente – coronel Mario Monteiro Tourinho para assumir o governo do estado, fato consuma na tarde do mesmo dia. No Paraná, sublevaram-se quase todas as unidades militares, enquanto se preparavam para o ataque a São Paulo, onde se encontravam boa parte da defesa governista. Miguel Costa estalou suas tropas em Sengés, enquanto o grande chefe da revolução, Getulio Dorneles Vargas, chegou ao Paraná no dia 17 de outubro, fixando seu QG na cidade de Ponta Grosa.
Ao assumir o governo Revolucionário Provisório, Mario Tourinho encontra o estado em “situações de verdadeiro descalabro financeiro”, o que o leva a tentar sanear os problemas destacados. Um dos sérios estraves que Mario Tourino encontrou foi a respeito da concessão de terras devolutas, que não cumpriram as clausulas imposta, dentre as quais, a mais importante era a colonização de extensas áreas que se constituíam um imenso vazio demográfico. A este assunto Tourinho se refere desta maneira “... os inomináveis abusos, por parte do governo, decorrente de concessões, a titulo gratuito ou por preço reduzido de terras devolutas a empresas de construções de estradas e de colonizações , bem como as legitimações de grandes áreas que se foram processando, deram em resultado, a formação de latifúndios prejudiciais aos supremos interesses da nação”.
Getulio Vargas, entretanto triunfante em ponta grossa. A sua direita, o tenente-coronel Galdino Luis Esteves, e a esquerda, Aristides Krauser do Carmo, em 17 de outubro de 1930. Foi no governo de Vargas que se criou em 13 de setembro de 1943, o Território Federal do Iguaçu.
(fotografia de Ewaldo Weiss. Acervo Fundação Getulio Vargas, doação: Maria Mercedes de Almeida).
O decreto lei nº 300, de Mario Tourinho, anulou todas as concessões feitas à companhia Brasileira de Viação e Comércio (BRAVIACO), subsidiaria da São Paulo - Rio Grande (controlada por Brasil Railway co.) e a companhia Matte-laranjeiras. Além de que nomeou como prefeito de Foz do Iguaçu, Othon Mäeder, que procedeu a imediata nacionalização da região.
Em dezembro de 1931, Mario Tourinho exonera do cargo de interventor federal, passando-o a João David Perneta, que o repassou o Manoel Ribas, Ponta - grossense que governou o estado por 13 anos consecutivos.
Manoel Ribas havia estado ausente do Paraná, radicado em Santa Maria no Rio Grande do Sul, onde havia dirigido á cooperativa dos ferroviários daquela cidade e sido prefeito municipal. Em 1939, o inventor Ribas relatava o seguinte ao presidente Vargas “... não é uma decorrência da criação ou majoração de imposto, mas sim expressivo índice de crescimento econômico do estado, resultante das numerosas obras realizada, notadamente ao que diz respeito ao plano rodoviário, pondo em contato fácil e rápido os centros de produção com o mercado de consumo”.
O governo Ribas iniciou ousado projeto de colonização, rescindindo antigos contratos de empresas colonizadoras, excentuando-se a Companhia de Terras Norte do Paraná (fundada por ingleses) e a empresa de Francisco Gutierrez Beltrão.
Segundo a maioria dos historiadores, o maior erro de Manoel Ribas foi permitir a criação do Território Federal do Iguaçu, com área desmembrada do estado do Paraná. A atenuante foi à velada fidelidade ao presidente Vargas.
REVOLUÇÃO FEDERALISTA
Em fevereiro de 1893 irrompeu, no Rio Grande do Sul, o levante federalista á sua frente dois simpatizantes do Regime Imperial: Gaspar da Silveira Martins e Silva Tavares. Junto com eles um caudilho à Bento Gonçalves, voz grossa, esporas e poncho. Gumercindo Saraiva. Atrás de Gumercindo, dezenas e dezenas de caudilhos menores.
A caudilhada estava descontente com a república. Não exatamente com o regime, mas com seu representante lá, Julio de Castilho e seus copinchas, os “pica-paus”. Era uma disputa entre grandes estancieiros. Antiga e espalhafatosa, que vinha desabar agora contra Floriano Peixoto. Na verdade a revolução de 1893 foi motivada pelo extremado presidencialismo de Julio de Castilho, em favor do parlamentarismo (republicano ou mesmo monárquico) defendido por Silveira Martins.
Com apoio da Marinha, a revolta toma proporções em nível nacional, sendo que no Paraná, contava com vários simpatizantes, embora o governo local fosse Florianista e tencionava impedir o avanço das tropas de Gumercindo que já havia tomado, Santa Catarina (onde os federalistas encontravam apoio do lado do governo), onde se instalou a sede de um governo provisório.
Em janeiro de 1894, o território paranaense foi invadido pelas tropas revolucionárias federalistas vindas do Rio Grande do Sul, em três frentes distintas; Paranaguá, Tijucas e Lapa, quase que simultaneamente.
Paranaguá foi tomada pelos revolucionários no dia 15 de janeiro de 1894 que eram comandados pelo almirante Custódio de Melo, segundo Romário Martins, “A defesas de Paranaguá apenas contava com seis canhões de campanha e 400 homens sem adestramento militar: Contingente do Batalhão Patriótico 23 de novembro e da Guarda Nacional local. Afora essa gente, apenas meia dúzia de artilheiros do exército”. Nem mesmo o efetivo do general Pegam Junior (a quem cabia a defesa da cidade), foi suficiente para deter a determinação de Custódio de Melo, que em 20 de janeiro entrava em Curitiba totalmente abandonada tanto pelas tropas quanto pelo governador do Estado, Vicente Machado.
Tijuca do sul sofreu o primeiro ataque no dia 11 de janeiro de1894, tendo os federalistas no comando Gumercindo Saraiva, um dos principais líderes do movimento.
Os combates foram diários e estenderan-se até o dia 19 de janeiro, sendo as tropas legalistas pelo coronel Honorário Adriano Pimentel (veterano de guerra do Paraguai), que defendeu a guarnição heroicamente, infligindo pesadas baixas aos federalistas. Destes fratricidas combates resultaram 17 mortos, 41 feridos e 750 capitulados. Dentre os quais um coronel, 12 capitães, 16 tenentes, 27 alferes e dois médicos militares.
A Lapa foi tomada e sitiada a partir do dia 15 de janeiro de 1894. O comando militar da Lapa estava em mãos do general Gomes Carneiro desde o dia 26 de novembro do ano anterior. O primeiro combate deu-se no dia 17 de janeiro, ocasião em que á cavalaria federalista circuncidou a cidade, impedindo qualquer tipo de acesso ao lugar além do que, cortou as comunicações telegráficas. Com o sítio efetivo, iniciam-se permanentes combates, com muitas baixas, que só findou com a morte do próprio comandante da guarnição, Gomes Carneiro. A capitulação da Lapa ocorreu no dia 11 de fevereiro com todas as honras de guerra.
Em 20 Janeiros de 1894, quando se instalaram numa Curitiba abandonada, os chefes federalistas criaram com João de Meneses Dória um Governo Revolucionário Provisório. Posteriormente foi formada uma comissão, integrada por homens ligados ao comércio, sendo presidida por Ildefonso Pereira Correia - o Barão de Serro Azul. Posteriormente foi criada nova comissão e seus integrantes foram encarregados de levantar empréstimos de guerra ordenados pelos revolucionários.
Diante do sucesso da empreitada Gumercindo Saraiva pôs-se em marcha em direção a São Paulo, via Itararé, mas tiveram que retroceder dispersando-se as tropas em direção aos campos de Palmas. O motivo da manobra foi o avanço de numerosa tropa legalista, bem como a dissensões entre os chefes revolucionários.
A legalidade volta ao poder, com Vicente Machado novamente em Curitiba, apesar de condenado pela opinião publica. Inicia-se então o período de caça aos vencidos, do degolamento revolucionário ao fuzilamento legalista. Ildefonso Pereira Correia – O Barão do Serro Azul é fuzilado no quilometro 65, por suspeição de ajuda aos revolucionários, igual sorte teve Francisco Braga em Curitiba e José Antonio Colona e Pedro Nolasco em Paranaguá.
A QUESTÃO LIMÍTROFE ENTRE PARANÁ E SANTA CATARINA
Ao ser criada a província do Paraná em 1853, o governo provincial herdou um antigo litígio fronteiriço da Província de são Paulo com a de Santa Catarina, nas proximidades dos Campos de Palmas. Na verdade a disputas pelo direito de área contestada vem desde o século XVIII.
No período imperial a questão sempre foi discutida, no entanto, nunca resolvida. Santa Catarina reivindicava a áreas compreendidas entre o rio Negro, Iguaçu e Uruguai, indo até a fronteira com a Argentina. Por sua vez o Paraná herdou de São Paulo as mesmas fronteiras meridionais, fazendo fronteira com o Rio Grande do Sul através do rio Uruguai. O Paraná detinha o “uti possidetis”com a povoações de União da Vitória, Palmas e Timbó e Santa Catarina expunha suas razões baseadas na carta Régia de 1749.
Com a questão de limites pendentes, novas frentes migratórias se lançavam nos ervais nativos e nos campos da região contestada, surgindo povoações que não era reconhecidas nem paranaenses e nem catarinense, pelo menos oficialmente.
Em 1895 o Brasil resolve por arbítrio do presidente americano Cleveland, a questão internacional da região de palmas, em detrimento da Argentina, que também reivindicava para si grande parte desta porção territorial meridional.
Rio Iguaçu em 1907, nas proximidades de porto União da Vitória, que nesta época se constituía em um só município. Posteriormente com demarcação da chamada “Linha Wenceslau”, esta cidade foi dividida em duas, de lado paranaense ficou União da vitória e do catarinense Porto União (acervo Casa da memória, Curitiba)
Esta imensa área era habitada exclusivamente por paranaense, isto de certa forma tranqüilizada as autoridades do estado, que achava absurda pretensa reivindicação Argentina sobre a zona.
Por duas vezes grupos armados invadiram terras paranaenses, em defesa de interesse do estado de Santa Catarina. A primeira foi em 1905, por Demetrio Ramos à frente de 600 homens e a segunda foi em 1909, quando 500 homens liderados por Aleixo Gonçalves de Lima, provocaram a desordem e a ira paranaense.
A questão ganhou os tapetes da justiça federal, que apesar de todos os argumentos serem favoráveis ao Paraná, o veredicto final foi a favor de Santa Catarina por decisão do supremo federal em 1904. O estado do Paraná ainda tentaria o embargo através de ações, nos anos de 1909 e 1910, todas infrutífera. Segundo o historiador Ruy Cristovam wachowicz “um dos ministros do supremo teve, em conversa particular, a seguinte frase: o Paraná tem todo o direito na questão, mas o estado de Santa Catarina é um estado menor, por isso votei contra a sua terra”.
Em 20 de outubro de 1916, sob a mediação do presidente da republica Wenceslau Braz foi conduzido a um acordo entre as partes, partilhando-se a região contestada. Da área contestada inicial de 48 mil quilômetros quadrados, o Paraná ficou com 20 mil e Santa Catarina com 28 mil. Nesta época era governo do Paraná Affonso Alves de Camargo, que ao assinar o acordo que pôs fim ao litígio, foi duramente criticado. No entanto, não era diretamente o responsável pelo ocorrido, simplesmente herdara a causa de seus antecessores.
A decisão favorecendo Santa Catarina causou um reboliço nas autoridades da região contestada. Os lideres políticos temiam o abandono pela administração catarinense. E se no bojo das especulações surgiu à idéia de criar um estado federado independente, já que nasceu com nome e bandeira. Estado das Missões. Formou-se então uma Junta Governativa Provisória e foi escolhida a capital do novo estado, União da Vitória.
O deputado José Cleto da Silva chegou apresentar na assembléia Legislativa do estado um projeto que criava o Estado das Missões, cujas divisas eram: Ao norte o rio Negro e a leste os contrafortes da Serra do mar, à oeste os rios Peperi Guaçu e Santo Antonio e ao sul o rio Uruguai.
O estado das Missões não passou de um sonho, pois ao perceberem que o sudoeste paranaense não passaria a jurisdição catarinense, os principais líderes políticos da margem direita do rio Iguaçu aquietaram-se restando os remanescentes do fracassado movimento do exílio nos pampas argentinos.
Monge João Maria de AGOSTINHO
Este terceiro “monge” aproveitou-se da tensão político social, existente no Contestado Paranaense. Na verdade Miguel Lucena. Aliciou ao seu redor os descontentes, os injustiçados, os perseguidos, os desajustados, os desamparados, os bandidos e os facínoras e deu-lhes instrução militar, armando-os com espadas, facões, pica-paus e garruchas. Denominou-se irmão do falecido primeiro Monge. Usava as qualidades de persuasão do primeiro e realizava milagres e rezas, em comum com os caboclos. Criou os chamados quadros santos que eram redutos de resistência. Ao mesmo tempo, compôs uma guarda pessoal, de 24 sertanejos, a quem chamou de doze pares de França, por influência de um livro que lera. Morreu num combate com o comandante João Gualberto, nos campos do Irani (hoje território de Santa Catarina).
Apesar de serem três, o povo, através de suas lendas e folclore, uniu-os em um único, popularmente conhecido como São João Maria, que era considerado, na época, o “monge dos excluídos”. Os dois estão historicamente unidos de tal forma, que muitas vezes se torna difícil separar os feitos e a vida de cada um. Os três tinham em comum o fato de terem vivido em épocas de grandes mudanças sociais, em que a assistência médica e o conhecimento tinham pouca penetração no interior do país, em que o aconselhamento embasado na religião, a cura através de ervas e águas, e os milagres eram os únicos recursos acessíveis a uma população carente e pouco assistida. A população humilde encontrava neles apoio e soluções para enfrentar a penúria e a desesperança.
Ainda que seja improvável que tratava-se de mesma pessoa, devido à questão temporal e geográfica, no caso particular do estado do Rio Grande do Sul existe a tese que de sobreviventes fugitivos, e em especial, seus descendentes, foram divulgando e adequando suas crenças e reivindicações. Assim, encontramos o monge João Maria, do movimento do Monges do Pinheirinho (cidade de Encantado), com as mesmas características (do qual inclusive existe registro fotográfico) 35 anos depois e com o mesmo nome, na luta dos Monges Barbudos (Soledade, RS). Ele seria um discípulo de Jacobina Mentz Maurer, dos Muckers, cujos descendentes teriam se localizado no município de Estrela. Historiadores mostram no mapa do Rio Grande do Sul a região dos três acontecimentos, unindo um caminho provável que teriam percorrido os Muckers sobreviventes para influir nos acontecimentos do interior de Encantado (1902) e Soledade (1935-1938). João Maria D’Agostini O primeiro deles, o monge João Maria d’Agostinho, era imigrante italiano, e residiu um tempo em Sorocaba (SP), mudando-se em seguida para o Rio Grande do Sul, onde viveu entre os anos de 1844 e 1848, nas cidades de Candelária, no morro do Botucaraí, e Santa Maria, no Campestre. Introduziu nessa região o culto a Santo Antão, que é considerado o “pai de todos os monges”, cuja festa continua até os dias atuais, comemorada em 17 de janeiro. A região do Campestre passou a ser chamada, desde então, de Campestre de Santo Antão. Sua prisão foi decretada em 1848, pelo General Francisco José d’Andréa (Barão de Caçapava), mediante o temor de levantes e concentrações populares que começavam a ser comuns naquela região, e o monge foi proibido de voltar ao Rio Grande do Sul. Refugiou-se na Ilha do Arvoredo (SC), depois na Lapa (PR), na serra do Monge, e em Lages (SC), desaparecendo em seguida, misteriosamente. Os historiadores defendem que o monge João Maria morreu em Sorocaba, em 1870. João Maria de Jesus. O segundo monge, João Maria de Jesus, surgiu também misteriosamente, no Paraná e Santa Catarina, tendo vivido entre os anos de 1886 e 1908, havendo, na ocasião, uma identificação com o primeiro, de quem utilizava os mesmos métodos, com curas através de ervas, conselhos e águas de fontes. Acredita-se que seu verdadeiro nome seria Atanás Marcaf. Em 1897, diria: “Eu nasci no mar, criei-me em Buenos Aires, e faz onze anos que tive um sonho, percebendo nele claramente que devia caminhar pelo mundo durante quatorze anos, sem comer carne nas quartas-feiras, sextas-feiras e sábados, e sem pousar na casa de ninguem. Vi-o claramente[1]”. Há controvérsias sobre seu desaparecimento, segundo alguns historiadores por volta de 1900, e segundo outros por volta de 1907 ou 1908. A semelhança entre os dois primeiros monges é tão grande, que o povo os considerava um só. Num dos retratos da época, considerado como sendo do santo, há a legenda “João Maria de Jesus, profeta com 188 anos[2]” José Maria. O terceiro monge, José Maria, surgiu em 1911, em Campos Novos (SC), e foi, segundo alguns historiadores, um ex-militar. Segundo um laudo da polícia de Vila de Palmas, no Paraná, seu verdadeiro nome era Miguel Lucena de Boaventura, e era um soldado desertor condenado por estupro. Dizia ser irmão do primeiro monge e adotou o nome de João Maria de Santo Agostinho. Utilizava, também, os mesmos métodos de cura dos primeiros, com ervas e água, mas, ao contrário do isolamento de seus antecessores, organizava agrupamentos, fundando os “Quadros Santos”, acampamentos com vida própria, e os “Pares de França”, uma guarda especial formada por 24 homens que o acompanhavam. A região onde atuava era palco de disputas por limites e, sob a alegação de que o monge queria a volta da monarquia, foi pedida a intervenção do Governo Estadual de Santa Catarina, o que foi entendido como uma afronta pelo Governo do Paraná, que enviou uma força militar para a região. A força militar chefiada pelo coronel João Gualberto Gomes de Sá invadiu o “Quadro Santo” de Irani (SC), e morreram no combate tanto o monge João Maria quanto o coronel, o que determinou o fim do ciclo dos monges e a eclosão franca da Guerra do Contestado. Lendas. Há muitas histórias sobre a origem do monge, todas de tradição popular. Uma delas refere que sua cidade de origem teria sido Belém, na Galiléia, e que abandonara a religião para se casar com uma moura e para combater o exército expedicionário francês. Sendo feito prisioneiro, após a morte de sua esposa fugiu e teve a visão do apóstolo Paulo, que o mandou peregrinar durante 14 anos (ou 40 anos, em outra versão) pelo mundo, retornando assim ao cristianismo.
Outra lenda refere que o monge teria sido um criminoso, que teria seduzido uma religiosa, a qual falecera na viagem para a América, e sua penitência seria vagar solitário pelos sertões.
Outra lenda defende que o monge era um apátrida, nascido no mar, de pais franceses, tendo sido criado no Uruguai.
Contam-se lendas, também, de que podia estar em dois lugares diferentes, podia estar orando em sua gruta e ao lado de um doente que invocava por ele; que podia ficar invisível aos seus perseguidores; que podia atravessar a pé sobre as águas dos rios; que suas cruzes cresciam 40 dias após o monge tê-las levantado; que o monge era imune aos índios e feras; que fazia surgir nascentes nos lugares onde dormia.
As curas são constantes em suas lendas. Teria feito muitas curas com infusões de uma planta chamada vassourinha e com rezas. Há uma lenda de que João Maria teria debelado uma epidemia de varíola na cidade de Mafra, na ocasião ainda um bairro pertencente ao município de Rio Negro, afastando a doença com rezas e com 19 cruzes plantadas como Via Sacra pela cidade. O monge João Maria teria chegado em Mafra em 1851 e encontrara a população sob o sofrimento da Guerra dos Farrapos e da epidemia de varíola. Recomendou que 19 cruzes (alguns historiadores defendem que seriam 14 cruzes) fossem erguidas entre a Capela Curada e a Balsa - Ponte Metálica. As tropas vindas do sul foram derrubando essas cruzes e, a única que sobrou foi a da Praça Hercílio Luz, cuja fixação foi em 30 de Junho de 1851 e representa a fé do catolicismo rústico do homem simples da região. Ainda hoje existe essa cruz na praça de Mafra, conhecida popularmente como a “Cruz de São João Maria”, e que, segundo a lenda, não pode ser retirada, com o risco de causar a enchente do rio Negro, o qual separa as cidades vizinhas de Rio Negro e Mafra.
Há lendas de que o monge teria feito, também, diversas previsões, inclusive sobre os futuros trens e aviões: “Linhas de burros pretos, de ferro, carregarão o pessoal” e “gafanhotos de asas de ferro, e estes seriam os mais perigosos porque deitariam as cidades por terra”.
Há também diversas lendas sobre seu desaparecimento. Conta uma delas que ele terminou sua missão no morro do Taió (SC), outra que morreu de velhice em Araraquara (SP), ou que foi encontrado agonizante próximo aos trilhos da estrada de ferro perto de Ponta Grossa.
A crença mais difundida é, no entanto, que não teria morrido. Após jejuar por 48 horas no morro do Taió, o monge teria sido levado por dois anjos para o céu. Em outra hipótese, seu corpo teria se envolvido em luz tão forte que o fez desaparecer, deixando o povoamento do planalto serrano foi diferente da do litoral catarinense na sua composição de recursos humanos. As escarpas serranas, densamente cobertas pela Mata Atlântica, junto com os povos indígenas, representavam sérios obstáculos para o povoamento da região.
A ocupação se deu de através do comércio de gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo já no século XVIII, fazendo surgir os primeiros locais de pouso. A Revolução Farroupilha e Federalista também contribuíram para o aumento de contigente humano, que buscavam fugir dessas situações beligerantes.
UM GRANDE PIONEIRO SEBASTIÃO S. BARRETO
Pioneiro: Sebastião S. Barreto. Esta fotografia foi feita em 1957 durante o período que prestou serviço militar em Foz do Iguaçu. No estado do Paraná.Um Relato impressionante, narrado pelo pioneiro Sebastião Barreto, residente em Quedas do Iguaçu há 70 anos. Nesta entrevista, o pioneiro Sebastião, contou com detalhes importantes, da revolta de 1924, onde cominou com muitas mortes durante os combates armado das frentes legalistas e revoltosos. Apesar de seus já avançados anos, a sua memória narrou com riqueza de detalhes a triste tragédia presenciada pelos moradores da região de Catanduvas precisamente em Medeiros onde o seu avô tinha propiedades e morava com toda a sua família. Talvez seja a conversa que ele teve com o avô, e com o seu pai senhor João Maria Barreto, na época o pai do Sr. Barreto tinha 9 (nove) anos de idade, ambos conviveram este trágico confronte armado que deflagrou chamas ardentes entre os povos, muito deles nada tinha haver com a situação. O avô do Sebastião Barreto Sr. Antonio Quirino de Sousa, não se cansava de contar para o seu pai e seus netos, as bravuras dos soldados que compunha o pelotão da polícia Militar do Paraná. Em números aproximadamente de 500 homens, contra tacados pelos revoltados sanguinários das colunas, composto por militares e civis, e que também, não faltava à presença de estrangeiros paraguaios no movimento. O Sr. Sebastião com firmeza, detalhava a estratégia que a força militar usou, para atacar os revoltosos pela retaguarda, usando o poste amento da rede de Telégrafo, que saia de regiões distantes, e cortava as matas da região de Laranjeiras do Sul, consequentemente, inclui a nossa região de Quedas do Iguaçu. Seguindo os traços da rede para não se perder no matagal serrado da nossa região foi á maneira mais inteligente dos nossos heróis, surpreender os adversários pela retaguarda. Com os postes da rede telegráfica atravessou o Rio Guarani, seguindo até Catanduvas, onde se encontrava um posto de comunicação telegráfico, com esta estratégia usada pelos militares, deu condições para derrotar os revoltosos. Méritos do Comandante Antonio de Morais Sarmento hoje Patrono da polícia militar do Paraná, e de seus brilhantes combatentes.
Ao entrevistar o Sr. Sebastião Barreto, ele fez questão de dizer, que o seu avô, e todos os filhos dele, encluía também, o pai do Sr. Sebastião e sua mãe, por muitas ocasiões ficavam no meio do fogo cruzado, entre militares e revoltosos. Era bala de metralhadouras, mosquetões e de canhões, que rasgava os céus e roçava as matas de sua propiedade. A Revolta de 1924, muito comentada no Brasil e no mundo, acabou em frente às terras da família Barreto em Catanduvas. Mais precisamente na região de Medeiros. A bandeira da polícia Militar do Estado do Paraná tremulava nas mãos dos soldados, orgulhosos do dever comprido, liberdade para estarem novamente reunidos com os seus familiares, recebendo um abraço agora como heróis, título esse insignificante comparado pelo respeito à Constituição brasileira. Resolvido uma situação de grande repercussão em todo o território Nacional. Comentou ainda o Sr. Sebastião que o seu avô morreu com 104 anos e está sepultado no cemitério que do qual está enterrado alguns dos valentes Herói que defenderam a Pátria das garras dos maus intencionados malfeitores. Por este ato de brasilerismo foi devolvido a tranqüilidade e o respeito á Constituição brasileira e os bons costumes do povo e da corporação Militar.
Catanduvas terá Memorial sobre a Revolução de 1924
O projeto do Memorial da Revolução de 1924 em Catanduvas será prioritário dentro da secretaria de Estado da Cultura. O pedido do governador Roberto Requião foi feito durante a Escola de Governo. O tema compôs a pauta da reunião de ontem de manhã (17), em Curitiba e esteve a cargo da secretária Vera Mussi que destacou que “o Paraná tem história. Uma história bonita que este governo está recuperando e mostrando aos paranaenses”.
Requião lembrou que a idéia da construção do Memorial surgiu no ano passado, durante a cavalgada que realizou em Catanduvas, a convite do deputado estadual Nereu Moura (PMDB), oportunidade em que a comitiva passou por locais percorridos pelos revolucionários, inclusive dois cemitérios. A partir daí, o governo constituiu uma comissão com a presença do Exército, Polícia Militar e Uni oeste para a revitalização da memória destes acontecimentos.
Este projeto é um antigo sonho de Nereu Moura que quer ver recuperada parte da história do nosso país que teve desfecho em Catanduvas, na região Oeste do Paraná. “A Revolução Tenentista é o epicentro da Revolução de 30 que levou Getúlio Vargas à presidência do Brasil”, lembrou ele, ao destacar a importância política deste fato.
O prefeito Aldoir Bernart. Presente na Escola de Governo, agradeceu ao governador Roberto Requião e ao deputado Nereu Moura pelo projeto do Memorial, “uma importante obra que resgata a história que aconteceu nos caminhos do Paraná, especificamente em Catanduvas”. Bernart disse “que além do ganho cultural que é inestimável, o município vai ganhar economicamente com o incremento do turismo”.
Esta mesma idéia é compartilhada por Nereu Moura que acredita que Catanduvas vai passar a fazer parte dos roteiros turísticos ecológicos e históricos do Paraná. “Esta indústria sem chaminés a ser instalada, será responsável por uma nova fase no desenvolvimento econômico do município”, destacou o deputado.
Na próxima reunião da Escola de Governo, dia 24, o tema Revolução Tenentista será novamente abordado pelo professor Aymoré Índio do Brasil Arantes e pelo jornalista e historiador Adelar Paganini. O arquiteto Edinei. Fraga fará a exposição do projeto do Memorial.
A revolução tenentista teve início no dia 05 de julho de 1924 em São Paulo, após ser combatida pelo governo de Arthur Bernardes, os revoltosos retiram-se para o Estado do Mato Grosso e posteriormente tomaram Guaira e Foz do Iguaçu no Paraná. A intenção dos “tenentes” era chegar à capital Paranaense via estrada estratégica que, posteriormente, tornou-se a BR 277, nesse ínterim aguardavam a chegada de Luis Carlos Prestes que vinha do Rio Grande do Sul. Por sua parte o governo Federal organizou o Exército e as polícias estaduais com intuito de combater os revoltosos que se encontravam na localidade de Catanduvas e haviam se apoderado da estação telegráfica local.
Os combates foram intensos duraram seis meses e, em março de 19240, Marechal Candido Rondon à frente de 17 generais e 15 mil soldados fez o ataque final tomando Catanduvas e fazendo 407 cativos. Luis Carlos Prestes chegou atrasado ao Paraná, e não pode ajudar na contenda de Catanduvas, após o revés os revoltosos que, conseguiram escapar do cerco à Catanduvas se organizaram. Em Foz do Iguaçu, e cruzaram o Paraguai, entrando novamente no Estado do Mato Grosso, criando a Coluna Prestes, que ficou conhecida na história como a maior marcha de combate do mundo percorrendo mais de 25000 quilômetros em dois anos, vindo depor armas somente em 1927, na Bolívia.
JOSÉ MARIA O CHARLATÃO O PROFÉTA?
A guerra do contestado por pouco não aconteceu aqui na região de Campo Novo hoje Quedas do Iguaçu. O religioso, pregador e curandeiro José Maria na época percorreu extensas regiões nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nessas caminhadas passou por Laranjeiras do Sul, na qual Quedas do Iguaçu pertencia, o seu costume era estar entre humildes, à reza próxima a olhos d’água constantemente eram usados por ele, os antigos ainda é lembrado como olho d’água São João Maria.
Em 1910, surgiu em Laranjeiras do Sul um homem, seu nome era Miguel Lucena que aproveitando a fama deixada por João Maria assumiu o nome de José Maria.
José Maria dono de um carisma alucinante reuniu os sertanejos e anunciou que averia uma guerra do qual muito pouco escapariam e para se salvar era necessário se esconder no matagal e assim o fizeram, como nada aconteceu, anunciou que viria o fim do mundo, e para salvação de suas almas tinham que atravessar 50 vezes o Rio Iguaçu nadando como pinitência. Este fato aconteceu no dia 22de Outubro de 1910. Muitos como a maioria acreditou. Muitos com famílias carregando seus filhos às vezes nas costas e sobre lombos de cavalos cruzando o Rio Xagu e chegando ao Pinhal Ralo, de onde levavam há dias para chegar ao Rio Iguaçu.
Pinhal Ralo era uma região que a Baronesa de Limeira possuía uma área de 6000 hectares de terras, hoje pertence à Araupel Quedas do Iguaçu.
Os sertanejos acamparam na margem do Rio das Cobras entre Salto Osório e salto Santiago. Aos poucos os sertanejos suspeitaram que o monge fosse um charlatão, os homens se revoltaram e decidiram acabar com ele.
José Maria sentindo o perigo resolveu abandonar o acampamento e fugiu para Santa Catarina.
Após um ano de permanência no sertão, os sertanejos voltaram, nem todos, muitos morreram de fome e picadas de cobras, muitas crianças desnutridas morreram.
Miguel Lucena, que de nominava como José Maria, apareceu em Campos Novos, pregando e anunciado curas. Jose Maria atraiu nessa região, grande número de sertanejos, pois os mesmos estavam sendo escorraçados por jagunços armados da empresa Southern Brasil, com serrarias de grande porte, as maiores da América Latina.
Jose Maria liderava milhares de sertanejos, na região central do contestado
(disputado pelo Paraná e Santa Catarina).
Numa batalha entre jagunços, soldados e fanáticos de Jose Maria constam a historia como Guerra do Contestado.
Guardada as proporções, uma espécie de Guerra dos Canudos em 1897.
Alguns dados desta história foram fornecidos pelo senhor Miguel Beira Gonçalves, morador em Pindorama, atualmente com 80 anos, o seu pai Sr. João Gonçalves da Costa, natural de Laranjeiras do Sul participou da guerra do Paraguai, de 1870 acompanhou de perto a trajetórias do falso religioso José Maria.
A REVOLTA DO CONTESTADO
Foi uma “guerra santa”, Travada entre 1912 e 1916, numa região pretendida pelos estados do Paraná e Santa Catarina e até pela Argentina. Duraram cinco anos e causou a morte de mais de 20 mil pessoas. No auge da rebelião, bandos armados chegaram a dominar uma área de 25 mil quilômetros quadrados no território que era contestado pelo Paraná e Santa Catarina.
O líder dos rebeldes era um monge chamado José Maria, que se dizia enviado por Deus. Pregava, curava, dava conselhos, acabou sendo padrinho de todos os sertanejos criou seu próprio ministério e, aclamado Imperador a Manoel Alves da Assunção Rocha – um velho fazendeiro analfabeto – “reimplantou” a monarquia no Brasil.
Nesta época a idéia separatista aflorava na região, explicita na “Carta aberta à nação” contendo 30 itens que o pretenso imperador emitiu em 05 de agosto de 1914, no reduto de Taquaral de Bom Sucesso. Segundo o historiador Osvaldo Cabral, esta carta foi redigida por Guilherme Gaetner, Comerciante alemão de Taquaruçu, por depoimento do coronel Cid Gonzaga, ex-deputado do estado de Santa Catarina, o que moveu este conflito foi, basicamente a luta pela posse dos ricos ervais da região, e a reação dos colonos contra os benefícios concedidos as companhias estrangeiras concessionárias de terra.
José Maria de Castro Agostinho, ou Miguel Lucena de Boa Ventura, o monge que deu origem a rebelião, Morreu no primeiro combate travado entre militares e jagunços. Porém a fanática campanha estava apenas iniciando. Em setembro de 1914, bandos de jagunços espalhavam o terror entre os camponeses da região dos contestado. Carregavam uma bandeira branca com cruz verde, atacando estações ferroviárias, vilas, povoações e matando quem encontrassem pela frente.
O homem que desencadeou todo este ódio e violência, que deu a si próprio o nome de José Maria Agostinho e dizendo irmão de São João Maria, o monge santo que percorrera há muitos anos aquela região, não passava de um soldado desertor que já cumprido pena por crime de sedução, sendo tirado da prisão pelo deputado e fazendeiro Domingos Soares.
Antes de seguir para a guerra o general setembrino de carvalho (o quarto da direita para a esquerda) posa, ao lado de seu estado maior. Na revolta do contestado o exercito utilizou um efetivo de sete mil homens, metralhadora, canhões, sendo que, pela primeira vez na historia da aviação brasileira foram utilizados aviões de reconhecimento e combate.(fonte:Editora três).
Invocando São João Maria, reuniu o povo e acampou em Taquaruçu, mais tarde perseguido, foi à região de Campos de Palmas. O governo do Paraná sentiu-se ameaçado pela presença de homens armados na região litigiosa, julgando ser uma tentativa catarinense, de ocupar a área. Sob o comando do João Gualberto, o governo paranaense enviou um deslocamento de 400 homens para a região do Irani (então território paranaense) na tentativa de coibir o suposto ato. Seguiu-se então um combate de pesadas baixas, das quais se sobressaíram as de monge José Maria e do coronel Gualberto, cumprindo dessa forma a primeira profecia emitida pelo falso profeta, que morreria para ressuscitar dentro de um ano.
Nesse contexto surge à figura de Teodora, uma das seguidoras de José Maria, que teve uma visão onde o líder esperava apenas a reunião dos “exércitos de São Sebastião” para poder voltar a terra. Diante disso, o avô de Teodora, Eusébio Ferreira dos Santos, reservou para a neta o cargo de comandante dos sertanejos.
Certa vez um destacamento militar catarinense tentou dispersar o grupo de sertanejos rebelados, no que foi repelido por bando de jagunços comandado por um garoto de apenas 11 anos. Numa segunda tentativa, o acampamento foi arrasado, matando mulheres e crianças que não conseguiram fugir. Até então os fanáticos estavam reticentes quanto à luta armada, mas passaram a ofensiva diante da carnificina ocorrida no acampamento.
Este movimento recebeu do povo a denominação de guerra dos pelados, porque no começo das hostilidades, um chefe político de curitibanos (SC), exigia que se repassase as cabeças dos seguidores do monge José Maria. Posteriormente, os homens do governo foram chamados de “peludos” pelos fanáticos religiosos.
Ao final, para dominar os rebeldes foram necessários sete mil homens, metralhadoras e canhão e aviões (utilizado pela primeira vez em operação militar no País). Os sertanejos, sem alimento eram obrigados a comer pinhão e raízes, depois cozer arreios e selas; por fim matavam os que não combatiam para garantir as resistências dos homens em armas. Quanto o principal reduto caiu, em abril de 1916, os fanáticos não podiam oferecer nenhum tipo de resistência; a peste e a fome, muito mais que o exercito, venceram os fanáticos.
A REVOLUÇAO DE 30 E SEUS PRECEDENTES
“Desde a época da Revolução Farroupilha e, depois, na Revolução Federalista, a política do Paraná, oscilava entre as rebeldias do extremo sul e a fidelidade ao poder central. A revolução de 30 seria mais um episódio nesse longo processo pendular” – (Samuel Guimarães da costa).
Registrou-se na década de 30 uma grande agitação políticas, marcadas por rebeliões militares de jovens militares conhecidas como “Revolta Tenentista” A cúpula militar não estava satisfeita com o governo central, mas era contraria com a intervenção das forças armadas na política. Vários fatos geraram insatisfação nos militares, principalmente o julgamento e a punição dos implicados no levante do Forte de Copacabana, que foram acusados de promover um golpe de estado. Agravaram-se as relações entre governo e militares.
Em junho de 1924 eclode uma rebelião militar em São Paulo, liderada pelo general Isidoro Dias Lopes, major Miguel Costa e pelo Tenente Joaquim Távora. Participaram da causa os tenentes Eduardo Gomes, João Cabanas, Newton Estillac Leal e o mato-grossense Filinto Muller, que mais tarde seria expulso do governo revolucionário.
O movimento encontrou resistência de tropas legalistas, obrigando os revolucionários a abandonarem São Paulo, não sem antes Dissimilarem nacionalmente a rebelião tenentista. Em outubro de 1924, os paulistas combatiam em território paranaense, contemporaneamente, tropas sediadas do Rio Grande do Sul se rebelavam, respaldados por lideranças gauchas que se opunha a situação estadual.
As forças revolucionárias gaúchas e paulistas se encontraram em Foz do Iguaçu em abril de 1925, surgindo então à lendária coluna Miguel Costa - Preste.
Após permear o solo paranaense. A coluna cruzou o rio Paraná, segui ruma ao Mato grosso e dali para outros estados, numa marcha que durou quase dois anos e cerca de 30 mil quilometro percorrido. A revolução eclodiu no Rio Grande do sul e minas Gerais às cinco e meia da tarde do dia 03 de outubro, horário escolhido por Osvaldo Aranha em função do fim do expediente nos quartéis, o que facilitava a ação militar e a prisão dos oficiais em suas casas.
Grupo de revolucionário liderado por Luis Carlos Prestes, em torno de uma peça de artilharia, apos um dos combates travados na região de Medeiros –PR. entre novembro de1924 e janeiro de 1925.
Fonte CPDOC – fundação Getulio Vargas. Coleção Ítalo Landucci.
O Rio Grande do Sul foi imediatamente dominado e grandes contingentes ultrapassaram as barreiras do estado. Em Curitiba, foi deflagrada na madrugada de 05 de outubro, pelos oficiais da 5º região militar, liderados pelo Major Plínio Tourinho, que indicou o tenente – coronel Mario Monteiro Tourinho para assumir o governo do estado, fato consuma na tarde do mesmo dia. No Paraná, sublevaram-se quase todas as unidades militares, enquanto se preparavam para o ataque a São Paulo, onde se encontravam boa parte da defesa governista. Miguel Costa estalou suas tropas em Sengés, enquanto o grande chefe da revolução, Getulio Dorneles Vargas, chegou ao Paraná no dia 17 de outubro, fixando seu QG na cidade de Ponta Grosa.
Ao assumir o governo Revolucionário Provisório, Mario Tourinho encontra o estado em “situações de verdadeiro descalabro financeiro”, o que o leva a tentar sanear os problemas destacados. Um dos sérios estraves que Mario Tourino encontrou foi a respeito da concessão de terras devolutas, que não cumpriram as clausulas imposta, dentre as quais, a mais importante era a colonização de extensas áreas que se constituíam um imenso vazio demográfico. A este assunto Tourinho se refere desta maneira “... os inomináveis abusos, por parte do governo, decorrente de concessões, a titulo gratuito ou por preço reduzido de terras devolutas a empresas de construções de estradas e de colonizações , bem como as legitimações de grandes áreas que se foram processando, deram em resultado, a formação de latifúndios prejudiciais aos supremos interesses da nação”.
Getulio Vargas, entretanto triunfante em ponta grossa. A sua direita, o tenente-coronel Galdino Luis Esteves, e a esquerda, Aristides Krauser do Carmo, em 17 de outubro de 1930. Foi no governo de Vargas que se criou em 13 de setembro de 1943, o Território Federal do Iguaçu.
(fotografia de Ewaldo Weiss. Acervo Fundação Getulio Vargas, doação: Maria Mercedes de Almeida).
O decreto lei nº 300, de Mario Tourinho, anulou todas as concessões feitas à companhia Brasileira de Viação e Comércio (BRAVIACO), subsidiaria da São Paulo - Rio Grande (controlada por Brasil Railway co.) e a companhia Matte-laranjeiras. Além de que nomeou como prefeito de Foz do Iguaçu, Othon Mäeder, que procedeu a imediata nacionalização da região.
Em dezembro de 1931, Mario Tourinho exonera do cargo de interventor federal, passando-o a João David Perneta, que o repassou o Manoel Ribas, Ponta - grossense que governou o estado por 13 anos consecutivos.
Manoel Ribas havia estado ausente do Paraná, radicado em Santa Maria no Rio Grande do Sul, onde havia dirigido á cooperativa dos ferroviários daquela cidade e sido prefeito municipal. Em 1939, o inventor Ribas relatava o seguinte ao presidente Vargas “... não é uma decorrência da criação ou majoração de imposto, mas sim expressivo índice de crescimento econômico do estado, resultante das numerosas obras realizada, notadamente ao que diz respeito ao plano rodoviário, pondo em contato fácil e rápido os centros de produção com o mercado de consumo”.
O governo Ribas iniciou ousado projeto de colonização, rescindindo antigos contratos de empresas colonizadoras, excentuando-se a Companhia de Terras Norte do Paraná (fundada por ingleses) e a empresa de Francisco Gutierrez Beltrão.
Segundo a maioria dos historiadores, o maior erro de Manoel Ribas foi permitir a criação do Território Federal do Iguaçu, com área desmembrada do estado do Paraná. A atenuante foi à velada fidelidade ao presidente Vargas.
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É um município brasileiro do estado do Paraná. Possui 6577 eleitores. A cidade teve uma participação importante na revolução do movimento Tenentista de 1922. O primeiro Prefeito de Catanduvas foi Augusto Gomes de Oliveira Júnior, tendo como Vice Jorge Bernardo Bueno, eleitos em 1961. O principal acesso rodoviário ao município é a rodovia PR-471 também conhecido como Rodovia Osório Alves de Oliveira. Porém o início da história de Catanduvas nos remete ao ano de 1889, quando o novo Governo da República estendeu uma linha telegráfica desde Guarapuava até Foz do Iguaçu, instalando em Catanduvas um posto intermediário de comunicação.
Separou-se do município de Três Barras Do Paraná or. motivos desconhecidos
O município abriga uma penitenciária federal de segurança máxima inaugurada em 2006.
HISTÓRIA:
No limiar do século xx, a região do atual município já era habitada pelas famílias de Theóphilo Lacerda, Krammer e Pureza. Esta ocupação deu-se pouco tempo após a fundação da Colônia Militar do Iguaçu, em 1889, já em tempos de República. Em 1907 chega a família de Rodrigues da Cunha, florescendo a partir daí a inicial povoação do futuro município de Catanduvas.
O povoado cresceu graças ao fluxo migratório sulista. Esta gente vinha a procura de terras fértis, para plantar lavouras e criar gados. O primeiro nome do lugar foi Barro Preto, ao tempo de Krammer, Pureza e Lacerda, mas não vingou e logo ficou conhecido pela atual denominação, Catanduvas.
As pessoas que viviam nesta região até a década de vinte, o faziam com extrema dificuldade, despertando a atenção dos governantes, que vendo o crescimento do lugar, elevara-o â categoria de Distrito Judiciário, através da Lei Estadualnº 1.383, de 14 de março de 1914, sancionada pelo presidente do Estado, Dr. Carlos Cavalcante, e fizeram instalar uma estação telegráfica.
Em setembro de 1.924, um fato transformou a rotina da pequena cidade, chega à região um contingente de soldados revoltosos, adeptos do “Levante Tenentista”. O comandante desta coluna era Luiz Carlos Prestes, e após conquistarem Foz do Iguaçu, onde estabeleceram seu Quartel-General, rumaram à Catanduvas e se dividiram pela região, em direção de Formigas e Serra de Medeiros. A comunidade catanduvense teve que conviver com este estado latente de guerra até abril de 1925, quando tropas legalistas comendada pelo legendário Rondon, venceram os revoltosos em sucessivos combates, onde muitas vidas foram ceifadas, de ambos os lados.
Em março de 1938 o núcleo foi elevado à categoria de Distrito Administrativo com, território pertencente ao município de Guarapuava, e sua denominação foi alterada para Rocinha, o que não agradou ao povo do lugar. Por força do Decreto de Lei nº 7.573, de 20 de outubro de 1938, o Distrito volta à sua antiga denominação de Catanduvas.
Em 13 de setembro de 1943, pelo Decreto Federal nº 5.812, foi criado o Território Federal do Iguaçu, com o Distrito de Catanduvas pertencendo à nova unidade federativa. Somente em 18 de setembro de 1946, foi instinto o Território do Iguaçu. Pela Lei Estadual nº 790, de 14 de novembro de 1951, o Distrito de Catanduvas passa a integrar o território do município de Guaraniaçu. Em 25 de julho de 1960, através da Lei Estadual nº 2.245, sancionada pelo governador Moises Lupion, foi criado o município de Catanduvas, com território desmembrado do município de Guaraniaçu.
A instalação se deu a 08 de dezembro de 1961, data em que foi empossado o senhor Augusto Gomes de Oliveira Junior, primeiro prefeito municipal eleito.
Catanduvas pertence à Microrregião 18 (CANTUQUIRIGUAÇU), e o prefeito municipal é o Senhor, Aldoir Bernart – PMDB. A Câmara municipal está composta pelos seguintes vereadores: Alcedir José Pessoli – presidente da Câmara, Gercindo Roberto de Oliveira, Gerson Antonio Pavan, João Paulo Schmidt de Moura, José Adilson da Silva, José Lúcio Borak, Lourdes Ronssani Machado, Milton Kultz e Sebastião Duffek.
UNIDADE FEDERATIVA PR (18)
ESTADO PARANÁ
CEP - INICIAL 8547000
CEP - FINAL 8547000
LATITUDE -25.2000
LONGITUDE -53.1500
ALTITUDE 762
ÁREA KM² 5689
CÓDIGO IBGE 5003
CÓDIGO CORREIO 5943
DISTÂNCIA CAPITAL 476 km
POPULAÇÃO 10, 201
CENSO DEMOGRÁFICO IBGE
MASCULINO 1996 - MASCULINO 5166
FEMININO 1996 - FEMININO 5036
TOTAL 10.201
CENSO DEMORÁFICO -6,11
VARIAÇÃO 6, 567%
PRESIDENTE DA CÂMARA
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II , 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: COM (45) 3234-1315 FAX (45) 3234-1315
ALCEDIR JOSE PESSOLI - PMDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II , 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
GERCINDO ROBERTO DE OLIVEIRA - PSDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II , 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
GERSON ANTÔNIO PAVAN - PMDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II , 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
JOÃO PAULO SCHMIDT DE MOURA - PMDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II, 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
JOSÉ ADILSON DA SILVA - PMDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II, 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
JOSÉ LUCIO BORAK - PMDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II, 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
LOURDES RONSSANI MACHADO - DEM
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II, 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
MILTON KULTZ - PSDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II, 545 -
85470-000 CATANDUVAS - PR
Telefone: ()
SEBASTIÃO DUFFEK - PP
VEREADOR
Endereço Comercial: R DOM PEDRO II, 545 -
85470-000 CATANDUVAS – PR
DIAMANTE DO SUL – PARANÁ
As primeiras movimentações, no território atual do município de Diamante do Sul, deram ao tempo do ciclo ervateiro, quando a empresa de capital argentina dominava o mercado da erva mate na região. O resultado foi a grande movimentação dos empregados da poderosa companhia ervateira e madeira, colonos em trânsitos, expedições militares entre as cidades de Guarapuava e a colônia Militar do Iguaçu atualmente foz do Iguaçu) e a conseguinte penetração das frentes pioneiras, especialmente gauchas e catarinenses. Com o declínio do ciclo ervateiro, estas terras começaram a despertar interesses por fertilidade e extensão de horizontes. Em 1924 chega a região o gaucho José Joaquim do Amaral. Trazendo com sigo toda a sua família e o que julgava necessário para iniciar uma vida nova. José Joaquim vinha de uma região de Pinhão, no Paraná, onde tinha grandes árias de terras, mas, preferiu optar pela nova região, muito mais atrativa para ele.Inicio-se o primeiro núcleo populacional, e o primeiro comerciante, foi o senhor Olegário Machado de Oliveira, que era agricultor em Candói, que para se dedicar à nova atividade, se sujeitava a transportar mercadorias encima do lombo de burros, abastecendo a comunidade, ligadas a grandes centros por enormes picadões. Em 1950, Olegário Machado, querendo se dedicar à suinocultura, vendeu seu estabelecimento comercia para o Sr. Luiz Silva, o qual para arranjar capital necessário para a aquisição de novo negócio, vendeu a Hipólito Pinheiro dos Santos uma roça de aproximadamente vinte e oito alqueires, de sua propriedade.
A COMBRINCO - Companhia brasileira de imigração e Colonização, adqueriu extensa ária de terras nesta região, dentro elas, a do pioneiro José Joaquim do Amaral. Com o passar dos anos, resolveu a Companhia Colonizadoura demarcar sua ária, restando ao gaucho José Joaquim apenas 2 alqueire de terras.
Diamante do Sul acompanhou o ciclo desenvolvimentista da soja, cresceu e se fortificou econômica e socialmente. Pela Lei Estadual nº 4.394, de 31 de janeiro de 1967, o povoado foi elevado a nível de Distrito Administrativo do município de Guaraniaçu, com a denominação de Diamante. No dia 11 de julho de 1990, através da Lei Estadual nº 9,316, secionada pelo governador Álvaro Fernando Dias, foi criado o município com denominação alterada, sendo acrescida “ do Sul “, para diferenciá-la de cidades Homônimas. O território foi desmembrado do município de Guaraniaçu. A estalação oficial se deu a 01 de janeiro de 1993.
Diamante do Sul Pertence à Micro região 18 (CANTUQUIRIGUAÇU). E o prefeito municipal é o senhor
DARCI TIRELLI - PSB
PREFEITO
Endereço Comercial: AV GETÚLIO VARGAS, S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
Telefone: COM (45) 3230-1239 FAX (45) 3230-1239
DENIR NEVES DE SOUZA - PT
VICE-PREFEITO
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Telefone: COM (45) 3230-1239
Diamante do sul - PARNÁ
Prefeito: Darci tirelli - PSDB
(2008 a 2012)
UNIDADE FEDERATIVA PR (18)
ESTADO PARANÁ
CEP - INICIAL 85408000
CEP - FINAL 85408000
LATITUDE -25.3000
LONGITUDE -52.6600
ALTITUDE 620
ÁREA KM² 347,8 KM²
CÓDIGO IBGE 7124
CÓDIGO CORREIO 6025
DISTÂNCIA CAPITAL
POPULAÇÃO 3.568
CENSO DEMOGRÁFICO IBGE
MASCULINO 1996 - MASCULINO 1.833 h
FEMININO 1996 - FEMININO 1, 695 h
TOTAL 3,528 h
CENSO DEMORÁFICO
VARIAÇÃO 2,7%
Cadastro de Autoridades
PODER EXECUTIVO
DIAMANTE DO SUL
DARCI TIRELLI - PSB
PREFEITO
Endereço Comercial: AV GETÚLIO VARGAS , S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
Telefone: COM (45) 3230-1239 FAX (45) 3230-1239
DENIR NEVES DE SOUZA - PT
VICE-PREFEITO
Endereço Comercial: AV GETÚLIO VARGAS , S/N
85408-000 DIAMANTE DO SUL - PR
Telefone: COM (45) 3230-1239
DIRCEU BUENO DE LIMA - PT
PRESIDENTE DA CÂMARA
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Telefone: COM (45) 3230-1123 COM (45) 3230-1246 FAX (45) 3230-1123
CELSO CARRIEL DOS SANTOS - PMDB
VEREADOR
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DIRCEU BUENO DE LIMA - PT
VEREADOR
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EDSON KOPROWSKI - PMDB
VEREADOR
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EZEQUIEL SCHARAN DOS SANTOS - PT
VEREADOR
Endereço Comercial: R GETÚLIO VARGAS, S/N
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FRANCISCO JESUS DA SILVA - PR
VEREADOR
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JOANIR BUENO DE LIMA - PDT
VEREADOR
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LUIZ CARLOS TIRELLI - PSB
VEREADOR
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Telefone: ()
VALDOMIRO BUENO DE LIMA - PSDB
VEREADOR
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ANIELY CRISTINA DAS NEVES HARTT - PT
VEREADOR
CIDADE DE FOZ DO JORDÃO - PARANÁ
Histórico do Município de Foz do Jordão
O município de Foz de Jordão se encontra no sudoeste do Paraná, próximo de Guarapuava, sentido Pato Branco. Localizado na região conhecida como Segredo, sua história é interessante e repleta de lendas, apesar de sua criação ter sido recente (1995).
Afinal, qual é o segredo de Foz do Jordão? A história de Foz de Jordão começa há aproximadamente 6.000 anos atrás,
Quando índios nômades ocupavam a região do rio Iguaçu, no terceiro planalto paranaense. Esses índios viviam em constante mudança de local, sempre margeando o rio Iguaçu e seus afluentes na região. Posteriormente, grupos indígenas mais evoluídos, começaram a apresentar uma pequena produção agrícola de subsistência, principalmente ligada à mandioca, e a se fixarem na vasta área que abrange o rio Iguaçu na região.
O descobrimento do Brasil trouxe as missões colonizadoras, missões jesuíticas, seguidas dos bandeirantes e das missões militares. À região, Já por volta do século XVII, essas missões partiam do litoral, interior a dentro seguindo o rumo do rio Iguaçu. As missões jesuíticas geraram muitas lendas pelo Paraná. Conta uma delas, que na época dessas missões, os religiosos que estavam em GUAÍRA-PR, catequizando os índios, tinham acesso a locais de onde estes retiravam pedras preciosas, e mais tarde com a chegada de bandeirantes nessa região, os jesuítas acabaram sendo expulsos e levaram consigo muitas dessas pedras preciosas. Em seu caminho de volta para o litoral, os jesuítas, exaustos pela longa viagem, pararam na região do “encanelado” do Iguaçu - área próxima a atual Foz do Jordão - e ali deixaram várias dessas pedras preciosas escondidas no local. Com o tempo muitas pessoas procuraram o Segredo dos Jesuítas. Sendo uma das prováveis origens do nome Segredo, no qual seria por muito e muito tempo conhecida, a Atual Foz do Jordão. Outra lenda conta que os índios Tupis Guarani, os primeiros da região, tinham uma espécie de corrente presa a uma rocha por onde alcançavam o rio Iguaçu. Segundo a lenda esses mesmos índios também conheciam os lugares aonde achar pedras preciosas, que as guardavam em panelas de barro.
Já em 1770, o tenente Candido de Almeida Souza, com o objetivo de reconhecer a fronteira platina de Portugal com a Espanha, chegou à margem esquerda do rio Iguaçu, na desembocadura do rio Capivarussu (atual rio Jordão), sendo esta data o primeiro registro oficial de pessoas não indígenas e jesuítas no local. Em 1771, parte de Porto Amazonas-PR, a décima expedição de exploração dos Campos de Guarapuava, através do Rio Iguaçu. A expedição era chefiada por Afonso Botelho que a “tocou” até a região de Porto Vitória, onde o grupo encontrou-se com o agrupamento de Cândido Xavier, e juntos avançaram pelos campos até o Rio Jordão (em área da atual Foz do Jordão), afluente do rio Iguaçu, onde entraram em luta com os índios da região. Só com a fundação da Fortaleza Nossa Senhora do Carmo vêm ocorrer à presença de ocupação não-indígena na região de Foz de Jordão: o local funcionava como um ponto de referência aos colonizadores nessa região do rio Iguaçu. Segundo alguns moradores, era local de passagem, onde os viajantes pernoitavam. Ali começou a nascer o povoado de Segredo (atual Foz do Jordão).
No século XX, aconteceu uma grande mudança na vida dos moradores da vila de Segredo. A instalação de uma imponente e gigantesca fábrica de papel e celulose. Conta a estória, que na primeira metade do século, o antigo proprietário da Fazenda Sinval Martins de Araújo, onde ia ser construída a fábrica, possuía em suas terras uma vasta área pantanosa, que quando o gado passava por este local, suas patas ficavam moles, e com o tempo esses animais perdiam o casco. Conta-se também que o proprietário dessas terras, contraiu uma doença no ouvido, provavelmente um câncer, cujo tratamento só poderia ser feito nos Estados Unidos. Chegando lá, os médicos puderam constatar que o causador desta doença era um elemento químico: o urânio. Após alguns anos, os norte-americanos para cá vieram, e descobriram que o local cercado pelo fazendeiro era uma mina de urânio. Posteriormente a Companhia norte-americana Lutcher S/A, começou a desbravar o local para a instalação da fábrica de pasta de celulose, uma usina hidrelétrica para gerar a energia consumida na fábrica, um aeroporto, e ainda uma grande área residencial para os funcionários, tudo isso a alguns metros do Rio Jordão.
A Lutcher começou a operar em agosto de 1963, transformando-se em um grande evento impulsionador do desenvolvimento da região. Exportava celulose (de fibra longa e branca, que somente a Lutcher produzia em toda América Latina) para o exterior (Argentina, Uruguai e Inglaterra). A vila residencial abrigava então 1.200 operários, e a Vila de Segredo em função desta atividade, chegou a atingir o número de 3.500 pessoas. Em dezembro de 1965 a empresa faliu, causando um forte impacto na economia local. Muitas pessoas que viveram na época dizem que a falência ocorreu devido ao fato de que a Lutcher S/A vinha extraindo clandestinamente “água pesada” (urânio) de suas terras, sem a devida autorização do governo brasileiro. Muitas lendas giram em torno da fábrica. Estórias que Frederic Lutcher Brown, proprietário da companhia, teria deixado um caixão com um tesouro, afundado em baixo das águas do Rio Jordão, na altura em que o rio se encontra com o Iguaçu e forma belíssimas cachoeiras, ainda são contadas por moradores mais antigos de Foz do Jordão. Estes mesmos dizem haver um elevador subterrâneo na fábrica de celulose, que leva até uma mina secreta a metros e metros abaixo da terra, e de onde saía o urânio ou a misteriosa “água pesada”, explorado pelos norte-americanos. Os boatos surgiram principalmente pela grandiosa magnitude da fábrica, que praticamente do meio da mata se ergueu num enorme complexo industrial.
Já em 1977, surgem os primeiros trabalhos relativos à Usina Hidrelétrica de Segredo. O povoado começou, então, a apresentar crescimento novamente. A obra foi paralisada até o ano de 1980, quando a Copel se engajou na finalização da obra, e a acabou por construir, além de uma vila residencial para seus funcionários. No período de construção da hidrelétrica, foi absorvida toda a mão de obra local. Com o término da obra, novamente houve um grande decréscimo na oferta de emprego local, o que acabou causando êxodo de parte da população. Só mais tarde com a obra “Desvio do rio Jordão” os empregos voltariam a aparecer.
No dia 10 de agosto de 1993, começou a se formar a idéia de emancipação da vila de Segredo do município de Candói. Foi formada uma comissão de seis pessoas para a emancipação da vila. Depois de algumas messes a comissão para emancipação de Segredo, conseguiu a assinatura de mais de 300 pessoas, a favor da emancipação. No ano de 1995, foi enviado requerimento a Assembléia Legislativa do Paraná, com especial atenção do deputado Cezar Silvestre, que numa viagem a Segredo reuniu-se com os senhores Zirlei Antonio de Fáveri, Joaquim Vieira da Silva, Francisco Presa e Anselmo Albino Amâncio. Na ocasião decidiram que o nome de Segredo deveria passar a ser Foz do Jordão, mudança que foi posteriormente confirmada através de um plebiscito público. Em 26 de dezembro de 1995, foi criado pela lei 11.250 o município de Foz de Jordão, desmembrando-se assim de Candói.
PREFEITO MUNICIPAL DE
FÓZ DO JORDÃO
ANILDO ALVES DA SILVA - PMDB
2008 A 2012
UIDADE FEDERATIVA PR (18)
ESTADO PARANÁ
CEP - INICIAL 85145000
CEP - FINAL 85145000
LATITUDE -256300
LONGITUDE -521000
ALTITUDE 820 m
ÁREA KM² 243,8 km²
CÓDIGO IBGE 8452
CÓDIGO CORREIO 6092
DISTÂNCIA CAPITAL 372 km
POPULAÇÃO 5.10 h
CENSO DEMOGRÁFICO IBGE 8452
MASCULINO 1996 - MASCULINO 2097 h
FEMININO 1996 - FEMININO 3003 h
CENSO DEMORÁFICO
VARIAÇÃO -4,04%
LIMITES
Norte: Candói
Sul: Mangueirinha e Candói
Leste: Reserva do Iguaçu
Oeste: Candói
Cadastro de Autoridades
PODER EXECUTIVO
FÓZ DO JORDÃO
ANILDO ALVES DA SILVA - PMDB
PREFEITO
Endereço Comercial: R PE. EMÍLIO BARBIÉRI , 339
85145-000 FOZ DO JORDÃO - PR
Telefone: COM (42) 3639-1180 FAX (42) 3639-1180
ALCIDES LERIA DA SILVA - PTC
VICE-PREFEITO
Endereço Comercial: R PE. EMÍLIO BARBIERI , 339
85145-000 FOZ DO JORDÃO - PR
Telefone: COM (42) 3639-1180
FORMAÇÃO GEOLÓGICA
O município situa-se sobre a maior unidade litoestratigrafica do estado do Paraná, pertencente ao grupo São Pedro, do período Cretáceo inferior, descrita como Serra Geral. A composição de sua geologia apresenta rochas de origem basáltica com intercalação de arenitos finos, sendo essas rochas originárias de um derrame de vulcanismo de fissura continental.
Com relação à topografia, o município apresenta um relevo variado tanto na área urbana quanto na área rural.
Os rios que banham o município são: Iguaçu - onde se encontra o alagado da Usina Hidrelétrica de Salto Santiago -, Jordão - encontra-se uma barragem de derivação para a Usina Ney Braga.
VEGETAÇÃO
O município conta com aproximadamente 6510 ha de área verde, sendo distribuídos em matas nativas, vegetação capoeira e reflorestamentos de pinus, utilizado para fim comercial. Segundo EMBRAPA os tipos de vegetação ocorrente são do tipo: floresta subtropical, subperenifolia e perenifólia e campos subtropicais naturais.
De acordo com levantamento feito pela Copel, para o RIMA (Relatório de impacto ambiental) da obra "Desvio do rio Jordão", foram verificadas 109 espécies de árvores e arbustos e 199 espécies de epífitas e cipós. O relatório ressalta a importância das poucas árvores de Araucárias Angustifólias, popularmente conhecidas como Pinheiro do Paraná, e que se encontram sob proteção de legislação ambiental e de estarem em processo de extinção.
Clima tipo subtropical de planalto úmido, sem estação seca definida e de verões amenos e geadas severas freqüente.
TEMPERATURA
Variações médias anuais entre 17°C e 18°C.
DENSIDADE PLUVIOMÉTRICA
O índice pluviométrico é de 2000 mm/ano. ATIVIDADE ECONÔMICA
As atividades econômicas de Foz do Jordão concentram-se, principalmente na agropecuária. Destacam-se a produção de milho, soja e trigo. Outros produtos como a cevada, mandioca, batata, aveia, arroz e feijão também são produzidos no município.
As indústrias do município concentram suas atividades na produção madeireira, principalmente o pinus.
LARANJEIRAS DO SUL
O nome Laranjeiras origina-se da palavra "nerinhê" (escreve-se nerjê) que no idioma Kaingang quer dizer "laranja", pois na região existiam milhares de laranjeiras silvestres.
BERTO SILVA
(PREFEITO DE LARANJEIRAS DO SUL)
A história registra que em novembro de 1924 o General Rondon, comandante das tropas que davam combate no Paraná aos rebeldes da Revolução Paulista, transferiu seu QG de Ponta Grossa para a Colônia Mallet para dali deflagrar a etapa final da campanha contra os rebeldes que haviam ocupado o Oeste do Estado. Mas, a antiga Colônia Mallet, que hoje é o Município de Laranjeiras do Sul, entrou para a história por outra razão: Sob a denominação de Iguaçu, foi de 1944 a 1946 a Capital do Território Federal do Iguaçu. Uma pequena vila na época, sem dúvida, mas onde para orgulho de seus habitantes morava um Governador, e os poucos funcionários que constituíam a burocracia estatal iguaçuense.
A crônica da região que viria dar forma ao município de Laranjeiras do Sul remonta ao século passado. Já em 1888, ao ser criada a Colônia Militar de Foz do Iguaçu, encontravam-se instalados na região alguns colonos descendentes de europeus e paraguaios. Em 1898, com base na Lei Estadual n.º 185, de 25 de abril daquele ano, o povoado passava a sediar um distrito policial, subordinado a sede municipal que era Guarapuava. Começava a consolidar-se ali, em plena mata, um marco avançado da civilização na faixa de fronteira. Mais tarde o distrito foi transformado em Colônia Militar, instalada pelo 1º Batalhão de Engenharia durante a gestão do Marechal Mallet no Ministério da Guerra. A Colônia foi por isso batizada com o nome deste chefe militar. Os desdobramentos da Revolução Paulista em território paranaense transformaram a Colônia Mallet em centro de operação legalista. Foi lá que o General Rondon manteve durante algum tempo o seu QG na campanha contra os rebeldes; foi lá também que mandou construir um campo de pouso, de onde decolaram dois monomotores para bombardearem os revolucionários entrincheirados em Guaraniaçu e Catanduvas com panfletos concitando-os à rendição.
Com a criação do Território Federal do Iguaçu, em 13 de setembro de 1943, Laranjeiras do Sul passou a integrar a nova unidade Federativa. Através do Decreto-Lei n.º 5.839, de 21 de setembro daquele ano, o vilarejo foi desmembrado do território paranaense e um ano mais tarde, através do Decreto 6.887, datado de 21 de setembro de 1944, a povoação viu-se alçada a condição de Capital do Território Federal do Iguaçu, sob a denominação de IGUAÇU.
No centro da vila foram construídas as residências do Governador, do secretário, dos funcionários, almoxarifado, agência telegráfica e outras repartições. Destas edificações, resta apenas a antiga casa do secretário do Território, que ainda conserva o seu estilo original e o Palácio do Governo. O Território teve dois Governadores: o coronel João Garcez do Nascimento e o major Frederico Trotta. Com a extinção do Território em setembro de 1946 a povoação perdeu evidentemente o seu "status” de Capital. Reintegrada ao Paraná, através do Decreto Estadual n.º 533, de 21 de novembro daquele ano, Iguaçu manteve, no entanto a sua autonomia, sendo reinstalado como Município a 30 de novembro do mesmo ano sob o nome de Iguaçu. No ano seguinte, mudou-se o nome para Laranjeiras do Sul.
DATA DE EMANCIPAÇÃO:
21/11/1946 – Decreto Lei Estadual nº 533, de 21/11/1946
DATA DE INSTALAÇÃO:
30/11/1946 - Aniversário do Município
DATAS COMEMORATIVAS:
26/07 (Padroeira Nossa Senhora Santana)
30/11 (Aniversário do Município)
FESTAS POPULARES:
26/07 (Festa da Padroeira); 06/08 (Festa na Gruta de Bom Jesus em Campo Mendes); 12/10 (Festa no Santuário de Nossa Senhora Aparecida); FENALAR - Festa das Nações de Laranjeiras do Sul (última semana de agosto); Festa do Porco e Derivados (anualmente no mês de agosto sem data fixa).
ATRAÇÕES TURÍSTICAS:
Igreja Matriz Santana e Santuário de Aparecida, com obras de arte, pinturas e esculturas; Praça Governador Garcez (marco histórico do Território Federal do Iguaçu); Calçadão do Cinqüentenário, Toca do Leão (pesqueiro, piscinas e área
de lazer) e Hotel Fazenda Lind’água, com hotel, pesqueiro e piscinas.
no Ministério da Guerra. A Colônia foi por isso batizada com o nome deste chefe militar. Os desdobramentos da Revolução Paulista em território paranaense transformaram a Colônia Mallet em centro de operação legalista. Foi lá que o General Rondon manteve durante algum tempo o seu QG na campanha contra os rebeldes; foi lá também que mandou construir um campo de pouso, de onde decolaram dois monomotores para bombardearem os revolucionários entrincheirados em Guaraniaçu e Catanduvas com panfletos concitando-os à rendição.
Com a criação do Território Federal do Iguaçu, em 13 de setembro de 1943, Laranjeiras do Sul passou a integrar a nova unidade Federativa. Através do Decreto-Lei n.º 5.839, de 21 de setembro daquele ano, o vilarejo foi desmembrado do território paranaense e um ano mais tarde, através do Decreto 6.887, datado de 21 de setembro de 1944, a povoação viu-se alçada a condição de Capital do Território Federal do Iguaçu, sob a denominação de IGUAÇU.
No centro da vila foram construídas as residências do Governador, do secretário, dos funcionários, almoxarifado, agência telegráfica e outras repartições. Destas edificações, resta apenas a antiga casa do secretário do Território, que ainda conserva o seu estilo original e o Palácio do Governo. O Território teve dois Governadores: o coronel João Garcez do Nascimento e o major Frederico Trotta. Com a extinção do Território em setembro de 1946 a povoação perdeu evidentemente o seu "status” de Capital. Reintegrada ao Paraná, através do Decreto Estadual n.º 533, de 21 de novembro daquele ano, Iguaçu manteve, no entanto a sua autonomia, sendo reinstalado como Município a 30 de novembro do mesmo ano sob o nome de Iguaçu. No ano seguinte, mudou-se o nome para Laranjeiras do Sul.
Aparecida); FENALAR - Festa das Nações de Laranjeiras do Sul (última semana de agosto); Festa do Porco e Derivado (anualmente no mês de agosto sem data fixa).
ATRAÇÕES TURÍSTICAS:
Igreja Matriz Santana e Santuário de Aparecida, com obras de arte, pinturas e esculturas; Praça Governador Garcez (marco histórico do Território Federal do Iguaçu); Calçadão do Cinqüentenário, Toca do Leão (pesqueiro, piscinas e área
de lazer) e Hotel Fazenda Lind’água, com hotel, pesqueiro e piscinas.
Cantagalo (Paraná)
Cantagalo é um município brasileiro do estado do Paraná. Localiza-se a uma latitude 25º22'28" sul e a uma longitude 52º07'35" oeste.
CIDADE DED CANTAGALO - PARANÁ
PEDRO CLARISMUNDO BORELLI - PSDB
(2008 Á 2012
UIDADE FEDERATIVA PR (18)
ESTADO PARANÁ
CEP - INICIAL 85, 160000
CEP - FINAL 85, 160000
LATITUDE -25.3600
LONGITUDE -52.1100
ALTITUDE 840
ÁREA KM² 593,4
CÓDIGO IBGE 4451
CÓDIGO CORREIO 5918
DISTÂNCIA CAPITAL 337
POPULAÇÃO 12.489
CENSO DEMOGRÁFICO IBGE
MASCULINO 1996 - MASCULINO 6389
FEMININO 1996 - FEMININO 6100
CENSO DEMORÁFICO
VARIAÇÃO -0,57
PEDRO CLARISMUNDO BORELLI - PSDB
PREFEITO
Endereço Comercial: R CINDERELA, 379
85160-000 CANTAGALO - PR
Telefone: COM (42) 3636-1185 FAX (42) 3636-1478
ELIVAR CORREA - PSDB
VICE-PREFEITO
Endereço Comercial: R CINDERELA , 379
85160-000 CANTAGALO - PR
Telefone: COM (42) 3636-1185 FAX (42) 3636-1478
A ORIGEM DE CATAGALO DO PARANÁ
Cantagalo teve sua origem por volta de 1930, quando tropeiros utilizavam-se de um itinerário próximo ao traçado da atual BR277 para conduzir gado bovino e suíno até o município de Ponta Grossa.
Na jornada que envolvia o transporte, os tropeiros estabeleciam pousada em determinados pontos do caminho, dando origem a diversas localidades. Conta-se que o nome Cantagalo foi atribuído a um desses locais de descanso, porque os viajantes que ali passavam eram acordados pelo canto de um galo.
Primeiramente chamada de Fazenda Cantagalo, em 1951 foi elevada à condição de Distrito, através da Lei n° 790 de 14 de novembro de 1951, pelo então Governador do Estado do Paraná, Sr. Moisés Lupion.
Origem de Cantagalo
Cantagalo teve sua origem por volta de 1930, quando tropeiro utilizava-se de um itinerário próximo ao traçado da atual BR277 para conduzir gado bovino e suíno até o município de Ponta Grossa.
Na jornada que envolvia o transporte, os tropeiros estabeleciam pousados em determinados pontos do caminho, dando origem a diversas localidades. Conta-se que o nome Cantagalo foi atribuído a um desses locais de descanso, porque os viajantes que ali passavam eram acordados pelo canto de um galo.
Primeiramente chamada de Fazenda Cantagalo, em 1951 foi elevada à condição de Distrito, através da Lei n° 790 de 14 de novembro de 1951, pelo então Governador do Estado do Paraná, Sr. Moisés Lupion.
Os primeiros moradores que se estabeleceram foram os Senhores Benedito Mendes Cordeiro e Rafael Pinto Bandeira, fazendeiros; João Ricardo, proprietário de um Barbaquá de Erva Mate (espécie de secador) também chamado de Carijó, seguidos posteriormente pelos senhores Joaquim Borges do Amarante, Lins Rodrigues de Pompeu, Miguel Petrechem, Diogo José Elias, Argemiro Henrique de Mattos, Jacob Fritz, Epaminondas Fritz, Valdomiro José Bona e Augusto Thomaz.
Iniciou-se seu desenvolvimento com a fundação da primeira escola, chamada de Escola Isolada de Cantagalo, mais tarde modificada para Olavo Bilac.
No ano de 1974 iniciaram-se os trabalhos para o desmembramento territorial e administrativo da Jurisdição de Guarapuava.
Em 02 de Maio de 1982 aconteceu o plebiscito em que a população se manifestou pela emancipação de Cantagalo do Município de Guarapuava. Diante da manifestação da vontade popular, em 12 de maio de 1982, através da Lei n° 7575, foi criado o município de Cantagalo.
Para escolha do primeiro prefeito, realizou-se eleição municipal em 15 de novembro de 1982, sendo eleitos os senhores Guilherme de Paula Neto, prefeito, e João Konjunski, vice-prefeito. Exerceram o mandato até 1988, quando ocorreram novas eleições municipais.
O novo prefeito eleito, Sr. José Fabrício dos Santos e seu vice-prefeito, Sr. Matheus Paulino da Rocha, governaram o município de 1989 a 1992.
Na gestão de 1993 a 1996 o município foi governado pelo prefeito Matheus Paulino da Rocha e seu vice-prefeito, Sr. Luiz Carlos Thomé.
De 1997 a 2000 o Sr. João Konjunski volta à prefeitura dessa vez como prefeito, com o Sr. Elivar Correa sendo o vice-prefeito.
Entre 2001 e 2004 Cantagalo foi novamente governado pelo Sr. Matheus Paulino da Rocha, sendo vice-prefeito o Sr. Télcio Fritz. Para o mandato entre 2005 e 2008 assumiu a prefeitura o Sr. Pedro Clarismundo Borelli e no cargo de vice-prefeito novamente Elivar Correa.
Em 03 de outubro de 2008 foram reeleitos os Srs. Pedro Clarismundo Borelli e Elivar Correa nos cargos de prefeito e vice, respectivamente, para a gestão 2009/2012. É a primeira vez no município que um prefeito é reconduzido ao cargo. Cedido pela Biblioteca Pública Municipal Valdemiro José Bona
Os primeiros moradores que se estabeleceram foram os Senhores Benedito Mendes Cordeiro e Rafael Pinto Bandeira, fazendeiros; João Ricardo, proprietário de um Barbaquá de Erva Mate (espécie de secador) também chamado de Carijó, seguidos posteriormente pelos senhores Joaquim Borges do Amarante, Lins Rodrigues de Pompeu, Miguel Petrechem, Diogo José Elias, Argemiro Henrique de Mattos, Jacob Fritz, Epaminondas Fritz, Valdomiro José Bona e Augusto Thomaz.
Iniciou-se seu desenvolvimento com a fundação da primeira escola, chamada de Escola Isolada de Cantagalo, mais tarde modificada para Olavo Bilac.
No ano de 1974 iniciaram-se os trabalhos para o desmembramento territorial e administrativo da Jurisdição de Guarapuava.
Em 02 de Maio de 1982 aconteceu o plebiscito em que a população se manifestou pela emancipação de Cantagalo do Município de Guarapuava. Diante da manifestação da vontade popular, em 12 de maio de 1982, através da Lei n° 7575, foi criado o município de Cantagalo.
Para escolha do primeiro prefeito, realizou-se eleição municipal em 15 de novembro de 1982, sendo eleitos os senhores Guilherme de Paula Neto, prefeito, e João Konjunski, vice-prefeito. Exerceram o mandato até 1988, quando ocorreram novas eleições municipais.
O novo prefeito eleito, Sr. José Fabrício dos Santos e seu vice-prefeito, Sr. Matheus Paulino da Rocha, governaram o município de 1989 a 1992.
Na gestão de 1993 a 1996 o município foi governado pelo prefeito Matheus Paulino da Rocha e seu vice-prefeito, Sr. Luiz Carlos Thomé.
De 1997 a 2000 o Sr. João Konjunski volta à prefeitura dessa vez como prefeito, com o Sr. Elivar Correa sendo o vice-prefeito.
Entre 2001 e 2004 Cantagalo foi novamente governado pelo Sr. Matheus Paulino da Rocha, sendo vice-prefeito o Sr. Télcio Fritz.
Para o mandato entre 2005 e 2008 assumiu a prefeitura o Sr. Pedro Clarismundo Borelli e no cargo de vice-prefeito novamente Elivar Correa.
Em 03 de outubro de 2008 foram reeleitos os Srs. Pedro Clarismundo Borelli e Elivar Correa nos cargos de prefeito e vice, respectivamente, para a gestão 2009/2012. É a primeira vez no município que um prefeito é reconduzido ao cargo.
Cedido pela Biblioteca Pública Municipal Valdemiro José Bona
Cadastro de Autoridades
PODER EXECUTIVO
CANTAGALO
PEDRO CLARISMUNDO BORELLI - PSDB
PREFEITO
Endereço Comercial: R CINDERELA, 379
85160-000 CANTAGALO - PR
Telefone: COM (42) 3636-1185 FAX (42) 3636-1478
ELIVAR CORREA - PSDB
VICE-PREFEITO
Endereço Comercial: R CINDERELA, 379
85160-000 CANTAGALO - PR
Telefone: COM (42) 3636-1185 FAX (42) 3636-1478
CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE CANTAGALO
HOELITON KONJUNSKI DE ANDRADE - PMDB
PRESIDENTE DA CÂMARA
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
Telefone: COM (42) 3636-1228 FAX (42) 3636-1228
ALCIDES GREIN - DEM
VEREADOR
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
AUGUSTO RODRIGUES CALIXTRO - PTB
VEREADOR
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
-HOELITON KONJUNSKI DE ANDRADE - PMDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
PAULO ROBERTO SCHMITT - PPS
VEREADOR
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
SALVADOR PEREIRA DO AMARAL - PPS
VEREADOR
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
VILSON ROCHA RIBAS - PSDB
VEREADOR
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO - PR
:SIRLEI TEREZINHA PRATES OKONOSKI - PSDB
VEREADORA
Endereço Comercial: R SANTO ANTONIO, 225
85160-000 CANTAGALO – PR
1 Palmital (Paraná)
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Município de Palmital
Brasão
Hino
Fundação Não disponível
Gentílico
palmitalense
Prefeito(a)
Darci Jose Zolandek (PMDB)
(2005–2008)
Localização
Localização de Palmital no Paraná
Localização de Palmital no Brasil
24° 53' 34" S 52° 12' 10" O24° 53' 34" S 52° 12' 10" O
Unidade federativa
Paraná
Mesorregião
Centro-Sul Paranaense IBGE/2008 [1]
Microrregião
Pitanga IBGE/2008 [1]
Municípios limítrofes Pitanga, Santa Maria do Oeste, Laranjal, Mato Rico, Roncador, Marquinho, Goioxim
Distância até a capital Não disponível
Características geográficas
Área
815,893 km²
População
15.548 hab. est. IBGE/2009 [2]
Densidade
20,3 hab./km²
Altitude
840 m
Clima
Não disponível
Fuso horário
UTC-3
Indicadores
IDH
0,67 médio PNUD/2000 [3]
PIB R$ 68.428 mil IBGE/2005 [4]
PIB per capitaR$ 4.118,00 IBGE/2005 [4]
Palmital é um município brasileiro do estado do Paraná. Localiza-se a uma latitude 24º53'35" sul e a uma longitude 52º12'10" oeste, estando a uma altitude de 840 metros. Sua população estimada em 2004 era de 16.690 habitantes. Sua economia é baseada na pecuaria leiteira e corte.
Possui uma área de 661,11 km².
1.1 Referências
1. ↑ a b Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
2. ↑ Estimativas da população para 1º de julho de 2009 (PDF). Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (14 de agosto de 2009). Página visitada em 16 de agosto de 2009.
3. ↑ Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
4. ↑ a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (19 de dezembro de 2007). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
Comentários de internautas sobre Palmital.
Deixe o seu também!
muito bom esse lugar ja morei ai e conhecir muita gente legal
Por: claudio adao lisboa campos
Gostaria de saudar todo o povo de Palmital, tive o prazer de conhecer a cidade no último fim de semana e fiquei encantada com tamanho aconchego e hospitalidade. Voltarei sempre que possível! Simone - Rio Negrinho/SC
Por: Simone parabens querido palmital hojem eu quase chorei de saudade ao vela sua imagem na internet pos morei ai na minha infancia em 1970 era um tempo lindo de minha vida gostaria que alguem me respondese e me falasse como esta o meu querido palmital um abraço para todos dai
Por: jonas leonardo de lima
o melhor lugar para se viver alem das pessoas que ali vivem eu móro em palmital ha 30 anos e se deus quizer viverei mas 50 anos!!!!!!!!!!
Por: ivonete
bom eu sou nascido ai hoje moro em itapira sp mais sempre nas minhas estou ai quase toda a minha familia mora ai e um muito bom para si viver tranquilo saudades palmital
Por: Sergio Rodrigo Israel
e lugar bem legal o meu sobrinho ja tinha comentado marcos filho do meu compadre afonso bodner
Por: acir silvade lima
Palmital cidade querida... ow lugarzinho bom de se viver amo cada cantinho desse lugar.
Por: jocelene
cidade maravilhosa.. e bonita por naturesa. linda .,.
Por: zelimarcos04@yahoo.com.br
eu nasceii e fui criada la em Palmital,adoro muito esse lugar .eu sou Sonia Professora de Ciencias. Obrigada Pela Atenção!!
Por: Sonia
morei em palmitala até os meus 12 anos sinto muitas saudades ,esse é um lugar lindo maravilhoso... vale a pena visitar
Por: valdeci
Nome: Email: Um comentário aparte
Os vinte e um (21) municípios que integram a região de Cantuquiriguaçu, tem muitas semelhanças em suas histórias, a começar pelos pioneiros que desbravaram as suas terras, oriundos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os índios as revoltas provocadas por conflitos covernamentais. E o que mais marcou a história foi à revolução de 1920, que manchou o solo do oeste paranaense, com sangue de muitos inocentes, foi derramado sem saber para que estivessem lutando, e os que sabiam tinha interesses financeiros e estaduais, não respeitando a inocência dos humildes camponeses logrados por falsas promessas, que no final só restava amarguras e sofrimento.
Município brasileiro situados no Oeste do estado do Paraná região cobiçada por grandes empreendedores que só queriam levar vantagem em tudo. Estes municípios foram fundados na região que compreende a faixa de fronteira do Brasil com as Repúblicas do Paraguai e Argentina.
Toda a vasta gleba de terras que, dos Campos de Guarapuava, estende-se ao ocidente do Paraná, até a Cidade de Foz do Iguaçu, nos lindes extremos do nosso País com aquelas Repúblicas sul-americanas, embora já conhecida por diversos personagens, desde a época do descobrimento e povoamento dos Campos de Guarapuava, permaneceu desconhecida por muitos anos, isto é, a partir das entradas das bandeiras paulistas e primeiras expedições espanholas até o ano de 1888
Quando foi fundada a Colônia Militar do Iguaçu, que deu origem à Cidade de Foz do Iguaçu, primeiro centro populacional instalado na linha divisória do Brasil com aqueles dois Países co-irmãos. Regida por uma legislação especialíssima, a faixa de fronteira, apesar de fertilidade das suas terras e das inesgotáveis riquezas naturais de que é dotada, permaneceu inexplorada e desconhecida até a bem poucos anos.
A Cidade de Quedas do Iguaçu, assim como tantas outras, que surgiram em pleno sertão ocidental doEstado do Paraná é uma conquista da moderna civilização e fruto da cultura que ali vem se formando nos últimos tempos.Como parte de sua história, conta-se que o território onde hoje se situa os municípios de Catanduvas, Guaraniaçu, foi palco de graves acontecimentos ocorridos durante o período revolucionário de 1922 a 1925, quando se verificaram sangrentos combates entre as tropas legalistas e revolucionárias, saindo vitoriosas as forças legalistas, depois de fragorosa derrota imposta aos revolucionários. Os habitantes dos municípios lindouros tinham nas reservas florestais, sua principal riqueza natural.
A primeira estrada de rodagem traçada e construída, ligando os Municípios de Guarapuava a Foz do Iguaçu, passando por Cantagalo, Virmond, Laranjeiras do Sul, Guaraniaçu, teve execução no período de 1917 a 1922, pelo engenheiro civil Francisco Natel de Camargo.
Em 1934.
RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO CANTUQUIRIGUAÇU DO PR.
NÚMEROS DA POPULAÇÃO POR ORDEM DECRESCENTE
01 Pinhão 30.295
02 Quedas do Iguaçu 27.365
03 Laranjeiras do Sul 21.016
04 Rio Bonito do Iguaçu 18.114
05 Guaraniaçu 16.161
06 Candói 12.778
07 Três Barras do Paraná 12.088
08 Catagalo 12.773
09 Novas Laranjeiras 11.598
10 Catanduvas 10.864
11 Goioxim 8.437
12 Marquinho 8.240
13 Reserva do Iguaçu 7.038
14 Foz do Jordão 6.378
15 Ibema 5.927
16 Ampo Bonito 5.163
17 Espigão Alto do Iguaçu 5.078
18 Saudade do Iguaçu 4.646
19 Virmond 3.887
20 Diamante do Sul 3.791
21 Porto Barreiro 3.751
RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA CANTUQUIRIGUAÇU
Relativo as suas respectivas altitudes por ordem
01 Pinhão 1041
02 Porto Barreiro 1041
03 Reserva do iguaçu 1020
04 Goioxim 973
05 Candói 950
06 Guarani Açu 923
07 Ibema 910
08 Cantagalo 840
09 foz do Jordão 840
10 Laranjeiras do Sul 836
11 Marquinho 820
12 Catanduvas 762
13 Rio Bonito 720
14 Virmond 700
15 Rio Bonito do Iguaçu 700
16 Nova Laranjeira 700
17 Saudade do Iguaçu 650
18 Diamante do Sul 620
19 Espigão Alto 618
20 Diamante do Sul 620
21 Três Barras do Paraná 562
RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA CANTUQUIRIGUAÇU
RELATIVO ÀS SUAS ÁRIAS EM Km²
01 Pinhão 2005,6
02 Porto Barreiro 2005,6
03 Candói 1526,3
04 Guaraniaçu 1234,4
05 Nova Laranjeiras 1119,9
06 Reserva do Iguaçu 836,5
07 Quedas do Iguaçu 819,9
08 Rio Bonito do Iguaçu 701,4
09 Goioxim 694,5
10 Marquinho 509,8
11 Três Barras do Paraná 509,1
12 L,do Sul 602,2
13 Cantagalo 593,4
14 Catanduvas 568,9
15 Campo bonito 438,2
16 Espigão Alto do Iguaçu 395,6
17 Diamante do Sul 347,8
18 Foz do Jordão 293,8
19 Virmond 245,1
20 Ibema 156,1
21 Saudade do Iguaçu 151,3
DATAS DE CRIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
01 LARANJEIRAS DO SUL 21.11.46
02 GUARANIAÇU 14.01.51
03 Pinhão 14,12,52
04 Marquinho 10.01.59
05 Catanduvas 27.05.60
06 Campo Bonito 20.03.64
07 Reserva do Iguaçu 07.06.65
08 Ibema 24.06.66
19 Campo Bonito 31.10.86
10 TRÊS BARRAS DO PARANÁ 13.05.80
11 CATAGALO 12.05.82
12 NOVA LARANJEIRAS 16.05.90
13 CANDÓI 27.08.90
14 RIO BONITO DO IGUAÇU 03.04.90
15 VIRMONDE 17.05.90
16 DIAMANTE DO SUL 12.07.90
17 SAUDADE DO IGUAÇU x 01.01.93
18 GOIOXIM 30.10.95
19 FÓZ DO JORDÃO 26.12.95
20 ESPIGÃO ALTO DO IGUAÇU 18.04.94
21 Porto Barreiro x 13.12.95
RELAÇÃO DOS MUNICÍPIO DA CANTUQUIRIGUAÇU
COM SUAS RESPECTIVAS DATAS DOS PADROEIROS
01 Pinhão x 12.10 – NOSSA SENHORA APARECIDA
02 Q. do Iguaçu x 15.12 – IMACULADA ORAÇÃO DE MAR.
03 Laranjeiras do Sul x 26.07 – SANTA ANA
04 Guaraniaçu x 13.05 – NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
05 T. Barras do Paraná x 12.10 - NOSSA SENHORA DA APARECID
06 Cantagalox 08.12 - NOSSA SENHORA I. C. CONCEIÇ
07 Nova Laranjeiras DO SUL 13.06 – SÃO JOAÕ BATISTA
08 Virmond 26.08 – NO DO MONTE CLARO
09 Catanduvas 20.01 – SÃO SEBASTIÃO
10 Ibema 13.06 - SANTO ANTONIO
11 Campo Bonito 20.01 - SÃO SEBASTIÃO
12 Diamante do Sul 12.10 – NOSSA SENHORA DA APARECID
13 Rio Bonito do Iguaçu- 13.06 – SANTO ANTONIO
14 Saudade Do Iguaçu 19.03 – NOSSA SENHORA DA MÃE
15 Espigão Alto do Iguaçu 18.04 - NOSSA SENHORA DA LUZ
16 Foz do Jordão 19.03 – SÃO JOSÉ
17 Porto Barreiro 08.12 – IMACULADA AUXILIADOURA
18 Rio Bonito do Iguaçu 12.10 – NOSSA S, APARECIDA
19 Goioxim 19.03 – SÃO JOSÉ
20 Resrva do Iguaçu 25.12 – MENINO JESUS
21 Candói marquinho 08.11 - SANTA CLARA
Dados dos municípios que se destacaram
(Altitudes-Extenção territorial – População – Distância da capital. 01
02 PINHÃO ACIMA DO NÍVEL DO MAR 1.041 MTS
03 TRÊS BARRAS DO PARANÁ 562 mas04
05 LARANJEIRAS DO SUL A MAIS ANTIGA 1946
06 ESPIGÃO ALTO DO IGUAÇU 199407
08 PINHÃO A MAIS EXTEÇA TERRITORIAL 2005,6
09 SAUDADE DO IGUAÇU A MENOR 151,310
11 TRES BARRAS DO PARANÁ A MAIS DISTANTE 461
12 PINHÃO – A MAIS PROXIMA DA CAPITAL 32313
14 Criação o Território da Cantuquiriguaçu - 1984 15
16 Prefeito da cidade de Palmital primeiro preseidente
17 João Segura
18 População dos 21 municípios da Cantuquiriguaçu 230.007 habitantes
19 Urbana – 24.727
20 Rural -- 205.280
21 Total -- 230.007
RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS RELATIVO A DISTANCIA DA CAPITAL
Mais alto Catanduvas Mais baixo Goioxim
01 Catanduvas 479
02 Três Barras do Paraná 461
03 Campo Bonito 454
04 Ibema 450
05 Diamante do Sul 434
06 Guaraniaçu 437
07 Quedas do Iguaçu 431
08 Espigão Alto do Iguaçu 420
09 Saudade do Iguaçu 410
10 Rio Bonito do Iguaçu 382
11 Porto Barreiro 405
12 Marquinho 405
13 Nova Laranjeiras 386
14 Foz do Jordão 372
15 Reserva do Iguaçu 369
16 Laranjeiras do Iguaçu 364
17 Virmond 345
18 Candói 340
19 Cantagalo 337
20 Pimhão 323
21 Goioxim 318
GRUPO ESCOLAR TIRADENTE
Escola de Campo Novo [Quedas do Iguaçu] hoje Grupo Escolar Tira Dentes-1965 Paulo Pimentel era governado do Estado do Paraná, ele esta com a mão erguida, Pedro Alzides Giraldi ao seu lado juntamente com vários pioneiros, alguns professores.
Faleceu sábado, 21 de julho de 2007, o ex-prefeito de Quedas do Iguaçu, detentor de quatro mandatos consecutivos: 1969/72 – 77/82 – 89/92 e 97/2000. Pedro Giraldi morreu vítima de enfarto. Ele já enfrentava problemas de saúde, ainda quando prefeito de Quedas do Iguaçu. No último mandato, gestão 1997/2000, Pedro Giraldi sofreu uma isquemia cardíaca e teve que renunciar ao mandato em favor de seu irmão, Idimir Tranqüilo Giraldi. Pedro Giraldi deixa esposa, Selga Strey Giraldi, com quem conviveu há mais de 50 anos, os filhos Eloy, Blanca, Jacqueline e Lúcia, oito netos, uma bisneta, o genro Nilson e a nora Simone. A HISTÓRIA DE PEDRO GIRALDI SE CONFUNDE COM A HISTÓRIA DE QUEDAS DO IGUAÇU. Gaúcho de Gaurama, nascido aos 2 de janeiro de 1931. No dia 18 de julho de 1964, Pedro Giraldi chega a Campo Novo, procedente de Marechal Cândido Rondon, para fixar residência e estabelecer-se como farmacêutico. Em Campo Novo, Pedro Giraldi e sua mulher, Selga são recebidos pelo Sr. Sigismundo Potulski, proprietário do Hotel Iguaçu.
Neste mesmo estabelecimento, situado na Avenida Principal (hoje Avenida Pinheirais), Pedro Giraldi monta uma pequena farmácia. Com trabalho e dedicação, valendo-se do auxílio de sua mulher Selga, Pedro Giraldi vai travando relações com os habitantes do povoado e torna-se pessoa conhecida, principalmente pela atividade de farmacêutico, atenuando ou curando doenças. Somente mais tarde, depois de muita luta, Pedro Giraldi vai se adaptando à vida na região de Campo Novo. A vinda de Pedro Giraldi para Campo Novo foi mais uma demonstração de força por parte daqueles que mais tarde seriam chamados de “emancipacionistas”.
O espírito emancipacionista dos pioneiros foi coroado de êxito com a promulgação da Lei 5.668, de 18 de outubro de 1967, que elevou Campo Novo à categoria de município, sendo o mesmo instalado em 15 de dezembro de 1968. E o movimento cumpriu seus objetivos, propiciando a criação do município de Campo Novo e, por conseqüência, o desenvolvimento e a sediação de identidade regional.
A partir daí, são convocadas eleições para a Prefeitura e Câmara de Vereadores. Intensa campanha é desencadeada no município entre os candidatos a prefeito Pedro Giraldi e Carlos Dalavecquia. A vitória esmagadora dos candidatos da Arena 1 – Pedro Giraldi e João Sobczak dão início a um governo que consegue impor ao mais novo município do Paraná, prestigio e liderança.
Em sua primeira gestão como prefeito, 69/73, Pedro Giraldi realizou uma das mais profícuas administrações. Em seus quatro anos como prefeito, Pedro Giraldi construiu a Praça São Pedro, inaugurada em 5 de novembro de 1972, construiu o primeiro hospital, fundou o Sindicato Rural de Campo Novo e dotou o município de toda a infra-estrutura necessária, nos setores de saúde pública, educação e obras.
Em janeiro de 1977, Pedro Giraldi assume a Prefeitura pela segunda vez. Seu governo, tal qual o anterior, foi palco de notáveis realizações, destacando Quedas do Iguaçu como um dos municípios brasileiros que obteve o maior índice de crescimento nos últimos cinco anos. Foram construídos 20 mini postos de saúde no interior, 60 escolas em alvenaria e restauração de prédios já existentes. Outra grande conquista no setor educacional na época foi a implantação do curso de 2º grau.
Em janeiro de 1989, Pedro Giraldi é eleito prefeito de Quedas do Iguaçu pela terceira vez. Inúmeras obras marcaram sua terceira gestão, destacando-se a construção de 60 centros comunitários no interior e nos bairros da cidade; execução de obras de infra-estrutura urbana, aquisição do odontomóvel, pavimentação asfáltica, aquisição da casa da saúde de Curitiba, para hospedar os pacientes que precisam de tratamento especializado na capital do Estado, além de outras obras marcantes.
Fato inédito na política do Paraná: Pedro Giraldi é eleito prefeito pela 4ª vez consecutiva. Ainda assim teve que se submeter a duas eleições, porque a de 3 de outubro foi anulada parcialmente, por decisão da Justiça Eleitoral, mas a vitória na segunda eleição foi esmagadora. Triplicou o número de votos.
No seu último mandato, Pedro Giraldi conseguiu junto ao Governo do Estado, o asfaltamento da Rodovia PR 484, ligando Quedas do Iguaçu a Boa Vista da Aparecida, com conexão para Cascavel, encurtando a distância em cerca de 40 quilômetros. A instalação da Uni - quedas, através da Fundação Assis Gurgacz de Cascavel; construção de uma casa na praia, balneário Caravelas, através do programa Pro Lazer, para uso da população. A nuclearização do ensino, a melhoria da frota escolar, além de inúmeras outras obras de grande alcance social, como o pré-vestibular gratuito, o transporte coletivo urbano gratuito, o natal da família, além de outras realizações que vão ficar nos anais da história de Quedas do Iguaçu. Ao finalizar sua última gestão, quando passou o comando da Prefeitura ao seu irmão Idimir Giraldi, PEDRO GIRALDI destacou com suas palavras: “espero que este trabalho dignificante tenha continuidade, pois o pouco que realização hoje é para o amanhã dos nossos filhos e para que a nova geração do município cresça e fique mais perto do seu grande futuro”.
(matéria extraída do jornal expoente do Iguaçu)
QUEDAS DO IGUAÇU DENTRO DA HISTÓRIA DO PARANÁ
Histórico - toda a grande região compreendida entre os rios Paraná, Iguaçu e Ivaí, até os limites dos campos gerais, no terceiro planalto paranaense, por muitos anos constituiu-se no território de Guarapuava. Numerosas bandeiras e expedições demandaram ao lugar com o intuito de descobrir e povoar este sertão, o que não foi conquista de uma só geração.
Uma das referencias históricas do lugar foi à criação da colônia Militar Marechal Mallet, no ano de 1888, servindo de ponto intermediário de ligação entre Guarapuava e Foz do Iguaçu, constituindo-se num marco avançado da civilização na faixa de fronteira, em pleno sertão paranaense.
Mais tarde a influencia da frente colonizadora de famílias vindas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina deu certo incremento à colonização.
Por volta de 1937, quando a região era conhecida por Alto - Itaipu, com território pertencente ao município de Guarapuava, tinha inicio uma pequena povoação denominada “Jagoda” que em polonês significa fruta. Esse lugar ficou conhecido como “o povoado dos polonêses” em função das inúmeras famílias descendentes de eslavos que ali se estabeleceram. Dentre os poloneses destacavam-se Loniski, Mariano Hamerski, A formação ÉTNICA de nosso povo é predominantemente polonê, sendo que os italianos e os alemães apareceram também em número bastante expressivo.
Alguns Pioneiros que mais se destacaram:
José Caxanoski, João Cazanoski, Maria Cazanoski, Branislava Cazanoski, Ladislau Shimeil, Vera Sokolovski, Família Sokolovski, Eugenfuz Faremczik, Antonio Pasnievski, Engenio Jarenczuk, Antonio Sokolovski, José Orleski, Estanislau Kuakoski, Francisco Rosentalski, Mariano Sheika, José Piasecki, Ladislau Welffer, João Golon, Alexandre Merlack, João Pech, Nicolau Loiko, Luciano Zezi, Pedro Stosmoski, Mariano Merski, José Piasecki, Alexandre Czarneski
Famílias: Prasniewski, Rosentalski, Kalinowski, Rochinski, Potulski, Kulesza, Pilaski, Jacuboski, Czarneski, Loninski, Kochinirski, Bonfim,
Laranjeiras do Sul Guarapuava
ASSIM COMEÇOU A HISTÓRIA DE QUEDAS DO IGUAÇU EM 1889
A história de nossa terra e de nossa gente de Quedas do Iguaçu,foi marcada e escrita por ilustres personalidades, muitas delas reconhecidas, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, através dos livros de história lidos e pesquisados não só pelos amantes da leitura, mas também pelos estudantes do nosso planeta, como destaque fala de um personagem histórico, herdeiro da coroa pela dinastia da Casa de Bragança, que assumiu o trono em 1840, antes mesmo de completar a maioridade exigida pela Constituição.
D. Pedro II marcou a transformação na história do Brasil, tais como: A Guerra do Paraguai e a Abolição da Escravidão.
D. Pedro II era visto como um homem das letras e das artes, protegendo vários escritores e artista .
O Imperador D. Pedro II, também teve a sua participação na história de Quedas do Iguaçu, quando em 1889 pelo Decreto de Concessão 10.432 de 09 de novembro de 1889, consolida pelo Decreto 305 de Abril de 1890 do Governo Provisório da República, assim concedeu as terras do imóvel Rio das Cobras à Companhia de Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande. Assim sendo as terras do imóvel Rio das Cobras foram adquiridas pela Companhia Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande.
As formas: Através de um título de revalidação de concessão, expedido em 19 de junho de 1913 sobre o nº 13 pelo então Presidente do Estado do Paraná Dr. Carlos Cavalcante de Albuquerque.
Em 1935 esta Companhia Estrada de Ferro vendeu este imóvel para a Companhia Colonizadora e Mercantil Paranaense S.A. cuja qual deu início à Colonização Polonesa.
Consoante com a escritura pública de compra e venda dos direitos sobre diferença de área, lavrada nas notas do 2° tabelião da cidade de São Paulo aos 25 dias de março de 1944, à folha I ° do livro 728 devidamente transcrito no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Guarapuava - PR. Sob o n° 1.742 à folha 35 do livro 3-A em 06 de Maio de 1944. O total da área era exatamente de 63.004 hectares do imóvel Rio das Cobras (medição original).
A área demarcada compõe-se de matas virgens em que se encontra bem distribuída às zonas em pinhais e em terras existentes para a cultura de cereais, madeira de lei que existia em abundância, encontrava-se também vários trechos de taquaruçu. Antes ainda da C.C.P.I. - Companhia de Celulose e Papel do Iguaçu, estas terras pertenciam a Companhia Agrícola e Indústria Iguaçu S.A., sua antecessora.
Só em 03 de novembro de 1972 foi dissolvida a C.C.P.I. Passando para Giacomet- Indústria e Comércio de Produtos Agropecuários Ltda.
Só para lembrar, depois de várias alterações, tais como:
Maisonave-Giacomet Indústria de Madeiras S.A., Giacomet-Marodin Indústria de Madeiras S.A. e hoje Araupel S.A. que é proprietária destas terras e das indústrias que estão em pleno desenvolvimento com uma nova diretoria e um novo modo de administrar.
Quedas do Iguaçu nasceu graças aos nossos antepassados que principiaram a nossa história dando vida e um futuro promissor à nossa terra e à nossa gente.
DECRETO DE 16 DE JANEIRO DE 1997.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
no uso das atribuições que lhe conferem os arts. 84, inciso IV, e 184 da Constituição, e nos termos dos arts. 18 e 20 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, 2º da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e 2º da Lei Complementar nº 76, de 6 de julho de 1993, DECRETA:
Art. 1º Fica declarado de interesse social, para fins de reforma agrária, nos termos dos artigos. 18, letras a, b, c e d, e 20, inciso VI, da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, e 2º da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, o imóvel rural conhecido por “Fazenda Pinhal Ralo/Rio Bonito”, com área de 16.852,1600 ha (dezesseis mil, oitocentos e cinqüenta e dois hectares e dezesseis ares), situado nos Municípios de Nova Laranjeiras e Rio Bonito do Iguaçu, objeto do Registro nº R-1-20.894, fls. 260, Livro 2-2-CN, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná.
Art. 2º Excluem-se dos efeitos deste Decreto os semoventes, as máquinas e os implementos agrícolas, bem como as benfeitorias existentes no imóvel referido no artigo anterior e pertencentes aos que serão beneficiados com a sua destinação.
Art. 3º O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA fica autorizado a promover, a desapropriação do imóvel rural, de que trata este Decreto, na forma prevista na Lei Complementar nº 76, de 6 de julho de 1993, e a manter a área de Reserva Legal, preferencialmente em gleba única, de forma a conciliar o assentamento com a preservação do meio ambiente. Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 16 de janeiro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Marcos Correia Lins
HISTÓRIA DO MUNICIPIO (QUEDAS DO IGUAÇU)
Em 1930/32, o Estado do Paraná decidiu formar o primeiro núcleo de colonização e povoamento da imensa floresta de pinheirais e outras árvores, muito delas madeiras nobres que povoavam, as margens do Rio Iguaçu, a colonizadora firmou convênio com uma comitiva governamental do governo da Polônia, este convênio tinha como propósito de povoar esta região fértil por imigrantes poloneses.
Para que este projeto tivesse êxito foi organizada uma companhia que foi registrada com o nome de Companhia Mercantil Paranaense S/A, por sua vez foi lhe incumbida a responsabilidade de realizar este fabuloso e importante projeto tendo como sede na Capital em Curitiba no Paraná.
O nome desta Colônia era “Jagoda” que em polonês significa “fruto”, nome escolhido pelos poloneses. A escolha deste nome significava a esperança dos imigrantes de que a semente lançada germinasse e desses frutos, o que felizmente aconteceu, pois já se esperava este resultado, pois tinha tudo para prosperar.
A colônia era chamada “Jagoda”, mas o nome oficial era Campo/Novo, devido à derrubada de pinheiros e o local da praça o único lugar limpo e sem mato, ou seja, o aeroporto. Pois na época fazia parte do Distrito de Laranjeiras do Sul, e o município a que pertencíamos era a cidade de Guarapuava.
Tão logo adquiria a propriedade, a Colonizadora Polonesa iniciou a divulgação em todo o Brasil sobre a colonização das terras cobertas de madeiras da região de Campo Novo, e em pouquíssimo tempo foi aparecendo os primeiros colonizadores oriundos do Rio Grande do Sul a maioria dos gaúchos imigrantes poloneses.
A Colonizadora iniciou as construções de barracões para os imigrantes, e logo em seguida foi dado o início às aberturas das primeiras levas de colonos.
Aos poucos foi se atualizando e ao passar dos tempos, os novos moradores tentavam se acomodar nas terras prometidas. Os colonos tinham que enfrentar vários obstáculos, um deles era enfrentar a vasta fauna de animais selvagens que dificultava o início das primeiras plantações. Os colonos pagaram alguns contos de Réis para os camaradas consumirem com a madeira para tornar possível o plantio.
José O’Bara foi o primeiro a chegar ficando responsável pela “Granja Jagoda”, até a vinda de Jorge Lucki, este último, possuidor de um caráter muito humano, foi para os novos habitantes de colonizadora um verdadeiro ser humano, e por tantas boas informações que eu tive do Sr. Lucki, eu dei o nome de Luckinei a um dos meus filhos. A chegada e instalação do primeiro Feitor Gerente no local da Companhia Colonizadora na Colônia Jagoda ocorreu na sede do casarão do Campo Novo que se expandiu nesse local, hoje considerada a área mais central da cidade de Quedas do Iguaçu.
A madeira aos poucos foi cedendo lugar aos campos e picadas. As primeiras colheitas foram surgindo por volta de 1940 e a colonizadora polonesa era responsável pelo comércio das culturas compradas pelos colonos e vendidas em Laranjeiras do Sul e Guarapuava.
A colonizadora optou pela construção de casas estilo chalé, e surgiu a primeira serraria em 1938 movida à água. Em meados de 1946, Emílio de Morais comprou da Companhia Polonesa as terras Jagoda.
Dia 15/12/2007 nosso município completou 39 anos de Emancipação Político Administrativo. Ao contemplarmos o passado e refletirmos sobre ele, sabemos que essa História começou a ser escrita muito antes no mínimo há uns 120 anos atrás.
Os pioneiros foram os desbravadores e, com certeza o início de tudo. Com o passar do tempo foram vindo em busca de um futuro promissor, pessoas com especializações técnicas em áreas como: saúde, industrializações das madeiras e prestações de serviços em geral. Em decorrência de suas funções sociais essas pessoas se projetaram em nossa sociedade e conquistaram lideranças naturalmente.
A história Político Administrativo que começou a ser escrita neste lugar inicialmente chamada Companhia São Paulo - Rio Grande, depois Campo Novo e finalmente Quedas do Iguaçu.
Nesta época também surgiu a Fazenda Pinhal Ralo dos sucessores da Baronesa de Limeira e de propriedade da Companhia Colonizadora Mercantil do Paraná S/A.
Francisca de Paula Souza e Mello, a Baronesa de Limeira esposa de Vicente de Souza Queirós Barão de Limeira, era filho do Brigadeiro Luiz Antonio de Souza, Em 14 de Maio de 1894 Através do ato 1410 foi denominado em São Paulo uma rua que leva o nome da Baronesa de Limeira.
Havia na Colônia Jagoda após a compra pela Companhia: farmácia, granja, armazém, matadouro, serraria e escola. Ao todo já formavam um grupo de 80 (oitenta) famílias em meio àquelas matas e o silêncio das terras, surgiu algo muito importante: uma “bandinha” para alegrar os colonizadores e com ela dançava poloneses e gaúchos.
Os primeiros colonizadores que ali habitavam deixaram sinais de povoação onde hoje se ergue a Praça São Pedro, local que surgiu do acampamento dos desbravadores Miguel Martins da Luz e Antonio Gonçalves.
O CASARÃO DA JAGODA CONSTRUIDA EM 1943
O casarão da Jagoda construída em 1943, Hoje se encontra a Praça Pedro Alzides Giraldi
IMÓVEL PINHAL RALO
1. A gleba foi havida pela COMPANHIA DE ESTRDA DE FERRO SÃO PAULO-RIO GRANDE do ESTADO DO PARANÁ, através do titulo de revalidação de concessão, expedido em 19.06.1913, sob nº13, pelo então presidente do estado do Paraná, Dr.CARLOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE (doc. 1), transcrito nos cartórios de registros de imóveis da comarca de Guarapuava (PR..), 1º oficio, sob nº 14.128, ás fls. 220 do livro 3-H, em 08.02.38 (doc. 2), e da comarca de Foz do Iguaçu, sob o nº 1.258, às fls. 120/1 do livro 3-A, em 19.06.44 (doc. 3).
2. A CONPANHIA DE ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO – RIO GRANDE, a seu turno, vendeu dita área á CONPANHIA COLONIZADORA E MERCANTIL PARANAENSE S.A. por força de Escrituras Pública de Compra e Venda, lavrada nas notas de 1º Tabelião de Curitiba (PR), às fls. 145 v. do livro 258, aos 22.11.1935 (doc. 4),levada á transcrição, respectivamente, nos Cartórios de Registro de Imóveis de Guarapuava (PR), em 03.12.35, sob o nº 12.551, às fls. 195 do livro 3-G (doc. 5), e no Cartório de registro de imóveis de Foz do Iguaçu (PR), aos 19.06.44 sob nº1.259, às fls. 121 do livro 3-A (doc.6).
3. A COMPANHIA COLONIZADORA E MERCANTIL PARANAENSE S.A. vendeu as terras, por sua vez, aos Srs. JOSÉ ERMINIO DE MORAIS e PAULO PEREIRA IGNACIO, consoante Escritura Pública de Compra e Venda de Direitos sob diferença de área, lavrada nas notas do 2º Tabelião da cidade de São Paulo, aos 25.03.44, às fls. do livro 728 (doc. 7), devidamente transcrita no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Guarapuava (PR) sob o nº 1.742, às fls. 35 do livro 3-A, em 06.05.44 (doc. 8), e no.Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Foz do Iguaçu (PR). Sob o nº 1.260, às fls.121/2 do livro 3-A, em 19.06.44 (doc. 9), venda essa com a devida autorização sob nº 1.711 da Comissão Especial da Faixa de Fronteira (CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA) (doc. 7, p.7 docs.8 e9).
4. Ainda a COMPANHIA COLONIZADORA E MERCANTIL PARANAENSE S.A vendeu os lotes remanescentes da mesma área, aos mesmos compradores JOSÉ ERMINIO DE MORAIS e PAULO PEREIRA IGNACIO, conforme Escritura Pública de Compra e Venda lavrada aos 16.11.44, às fls. 104 v., do livro nº 67, nas Notas do 4º Tabelionato da Capital do Estado do Paraná (doc. 10), escritura essa retificada e ratificada pela Escritura Pública de re-ratificação lavrado aos 12.01.45, às fls. 3 /4 do livro nº 70, nas mesmas Notas do 4º Tabelionato de Curitiba (doc. 11), escrituras essas que foram devidamente transcritas no Cartório de Registros de Imóveis da Comarca de Guarapuava (PR), sob nº 2.355, à fls. 169 do livro 3-A, em 23.01.45 (doc. 12), por se referirem a áreas pertencentes apenas aquela circunscrição imobiliária.
5. Por meio da Escritura Pública de Constituição de Sociedade Anônima e Transferência de Imóveis lavrada aos 12.11.45, às fls. 28 v. do livro nº 891, nas notas do 11º Tabelião da Capital do Estado de São Paulo, Dr. Octavio Uchoa da Veiga (doc. 13), retifica e ratifica pela Escritura Pública lavrada nas mesmas notas aos 19.02.46, às fls. 98 v. do livro nº 887 9 doc. (14), o imóvel foi transmitido pelos Srs. JOSÉ ERMINIO DE MORAIS E PAULO PEREIRA IGNACIO e suas respectivas esposas, à titulo de incorporação de capital, à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de Imóveis de Foz do Iguaçu sob nº 4.426, às fls. 129 do livro 3-E, em 25.10.57 (doc. 15), e sob o nº 43, às fls. 19 do livro nº 3, em 16.09.46, no Cartório de Registro de Imóveis de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, então Capital do Território Federal do Iguaçu (doc.16). 6. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 28.04.65, publicada no Diário Oficial do Estado sob nº 101, em 07.07.65, às fls. 15 e 17, e arquivada na MM. Junta Comercial do Estado sob o nº 63.870(doc. 17), a COMPANHIA AGRICOLA,, E INDUSTRIAL IGUAÇU S. A. alterou a sua denominação social para CONPANHIA DE CELULOSE E PAPEL DO IGUAÇU, tendo sido a alteração devidamente averbada às margens das transcrições imobiliárias nº s 4.426 e 43, supra referidas, dos Cartórios de Registros de Imóveis das Comarcas de Foz do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná.
7. Por Escritura Pública de Dissolução e Extinção de Sociedade Comercial lavrada aos 03.11.72, nas notas do 2º Tabelionato da Comarca de Curitiba, Capital do Estado do Paraná, às fls.134 do livro nº 757, devidamente arquivada na Junta Comercial do Estado do Paraná sob nº 133.362, por despacho em sessão de 09.11.72, (doc. 18). E por cujo ato foi igualmente transmitido todo o seu patrimônio, ativo e passivo, a titulo de sucessão universal, sem solução de continuidade, para a sua única acionista, a firma GIACOMET – INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA. Inclusive o imóvel referenciado, o que foi, juntamente com outros, objetivo de novas transcrições imobiliárias junto aos Cartórios de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná. Sob o nº 19.379, às fls. 129 e seguintes do livro 3-Z, em 23.11,72, (doc. 19), e da Comarca de Cascavel, Estado do Paraná, sob o nº 34.813, fls. 40 do livro 3-BF, em 01.06.73 (doc. 20).
8. Por meio de ata, lavrada em 29.01.73, pela quais os sócios da GIACAMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA deliberam transformar seu tipo jurídico em sociedade anônima sob a denominação de GIACOMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS S.A. devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob o nº 336.924, em 14.02.73 (doc. 21), tendo sido a alteração devidamente averbada às margens da transcrição imobiliária nº 19.379, livro 3-Z, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 25.04.73.
9. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 17.09.73, a GIACOMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS S.A. alteraram sua denominação social para MAISONAVE – GIACOMET INDÚSTRIA DE MADEIRAS S.A. conforme ata devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob nº 360.904, em 20, 11,73(doc. 22), tendo sido a alteração devidamente averbada às margens da transcrição imobiliária nº 19.379, livro 3-Z, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 29.01.74.
10. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 25.08.75, a MAISONAVE GIACOMET INDÚSTRIA DE MADEIRAS S.A. alterou sua denominação social para GIACOMET MARODIN INDÚSTRIA DE MADEIRAS S.A., conforme ata devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob nº 420010, em 16.09.75 (doc. 23), tendo sido a alteração devidamente averbada às margens da transcrição imobiliária nº 19.379, livro 3-Z, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 27.11.75.
11. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 05.02.97, a GIACOMET – MARADIN INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS S.A. alteraram sua denominação social para ARAUPEL S.A. conforme Ata devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob nº 97/1590792, em 18.03.97 e na MM. Junta Comercial do Estado do Paraná sob nº 970676263, em 08.04.97 (doc. 24), tendo sido a alteração devidamente averbada asa margens das matriculas supra caracterizadas, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná.
12 Cadeia Sucessória das matriculas atuais do Imóvel Rio das Cobras, a partir Escritura Pública de Dissolução e Extinção de Sociedade Comercial,(doc. nº 18), transcrita junto ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 19.379, às fls. 129 e seguintes do livro 3-Z, em 23.11.72, (doc. 19).
a)Matricula atual nº 546,livro 2-RG, de29.06.1987, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel Rio das cobras, com área de 307,10 hectares (doc. 25), matricula anterior nº 13.854, livro 2-2 BG, de 11.07.1985, do CRI da Comarca de Laranjeiras do sul, PR.(doc. 26), Registro nº 19.379, livro 3-Z, supra caracterizado.
b)Matricula atual nº 547, livro 2-G, de 29.06.1987, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras, com área original, nesta matricula, de 9.060,00 hectares e área remanescentes de 4.506,6153 hectares (doc. 27), Matricula anterior nº16.030, livro 2-2BO, de 24.06.1987, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul, PR. (doc28).unificação da matricula nº 2.323,Livro 2-1-G, de 05.12.1977 do CRI da Comarca de Laranjeira do sul,Pr.(doc. 29), Registro nº 19.379,livro 3-Z, supra caracterizado, registro nº 19.379,Livro 3-Z.
c)Matricula atual nº 5.448, Livro 2-RG, de 01.02.1996, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras- PROJETO Nº 8/9, com área de 4.526,00 hectares (doc. 30), Matricula anteriores: matricula nº 547 e matricula nº 16.030, supra caracterizadas; Registro nº 19.379, livro 3-Z, supra caracterizado.
d) Matricula atual nº 5.423, Livro 2-RG, de 14.12.1995, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras-SETOR MARGARETE, com área de 14.906,93 hectares (doc. 31), Matricula anteriores: matricula nº 548, Livro 2-RG, de 20.06.1987, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, (doc. 32), matricula nº 16.029, Livro 2-1-NB, de 24.06.1987, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul, Pr.(doc34), matricula nº 2.293, Livro 2-1-G, de 24.11.1977, .(doc35), registro R-1-4.723, 2-1-S, de 04.09.1979 (doc.38), todos do CRI da Comarca de Laranjeiras do sul, PR Registro nº 19.379, Livro 3-Z, supra caracterizado; registro nº 19.379, Livro 3-Z.
e) Matricula atual nº 6.503, Livro 2-RG, de 13.01.1999, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras - SETOR MANUFATURADO, com área de 165,00 hectares (doc. 39), Matricula anteriores: matricula nº 548, matricula nº 16.029,unificação das matriculas e registros seguintes: matricula nº 5.919, matricula nº 4.808, matricula nº 11.135, matricula nº 2.293, registro R-1-4.723, ao registro nº 19.379, supra caracterizado; registro nº 19.379, Livro 3-Z.
f) Matricula atual nº 6.504, Livro 2-RG, de 13.01.1999, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras - SETOR RIO CAMPO NOVO, com área de 1.480,00 hectares (doc. 40), Matricula anteriores: matricula nº 548, matricula nº 16.029,unificação das matriculas e registros seguintes: matricula nº 5.919, matricula nº 4.808, matricula nº 11.135, matricula nº 2.293, registro R-1-4.723, ao Registro nº 19.379, supra caracterizado; registro nº 19.379, Livro 3-Z.
g) Matricula atual nº 6.505, Livro 2-RG, de 13.01.1999, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras - SETOR CORREGO DO ENGANO, com área de 1.415,00 hectares (doc. 41), Matricula anteriores: matricula nº 548, matricula nº 16.029,unificação das matriculas e registros seguintes: matricula nº 5.919, matricula nº 4.808, matricula nº 11.135, matricula nº 2.293, registro R-1-4.723, ao Registro nº 19.379, supra caracterizado; registro nº 19.379, Livro 3-Z.
h) Matricula atual nº 6.506, Livro 2-RG, de 13.01.1999, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural Parte do Imóvel Rio das Cobras - SETOR N.A.R.I., com área de 4.233,40 hectares (doc. 42), Matricula anteriores: matricula nº 548, matricula nº 16.029,unificação das matriculas e registros seguintes: matricula nº 5.919, matricula nº 4.808, matricula nº 11.135, matricula nº 2.293, registro R-1-4.723, ao Registro nº 19.379, supra caracterizado; registro nº 19.379, Livro 3-Z.
13. Cadeia sucessória da matricula atual nº 2.726, Livro 2-RG, de 18.05.1990, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná, do imóvel rural com área original. Nesta matricula, de 205,03 hectares e área remanescentes de 190, 126 hectares, do imóvel Rio das cobras, localizado na Vila Residencial da Usina Hidrelétrica Salto Osório (doc. 43), matriculas anteriores, Matricula nº 2.725, Livro 2 - RG, do CRI da Comarca de Quedas do Iguaçu, pr. (doc. 44), Matricula nº 8.845 Livro 2-1-AJ, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, unificação dos e registros nº 17.644, 17.69, 17.752 e 17.753, livro3-U, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul,pr.(doc.45),transcrição nº 43, fls.19 a 21 do livro nº 3, de 16.09.1946, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, (doc.16).
SITUAÇÃO POSSESSÓRIA:
A posse do referido imóvel vem desde 1913, quando a concessionária COMPANHIA DE ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO – RIO GRANDE obteve a revalidação de sua concessão pelo titulo de proprietária plena, expedido pelo Estado do Paraná, este calçado em todos os elementos necessários à perfeita identificação e delimitação de seu perímetro; por sua vez a COMPANHIA DE ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO – RIO GRANDE, no ano de 1935, vendeu dita área à COMPANHIA COLONIZADORA E MERCANTIL PARANAENSE S.A. que, no ano de 1944, com a devida, autorização sob nº 1.711 da comissão Especial da faixa de fronteira (CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA) vendeu as terras ao Srs.JOSE HERMINIO DE MORAIS e PAULO PERREIRA IGNACIO; sendo tal posse mantida incólume até o presente, por todos os seus sucessores, conforme supra caracterizado.
EXTENSÃO SUPEERFICIAL
No que tange à extensão, cumpre esclarecer que;
1.A COMPANHIA DE ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO – RIO GRANDE quando obteve a revalidação de sua concessão pelo titulo de propriedade plena, expedido pelo estado do Paraná, este compreendia a área de 630.040,000m² (seiscentos e trinta milhões e quarenta mil metros quadrados), ou seja, 63.004,00 hectares(seiscentos e três mil e quatro hectares), conforme medição iniciada em 20.11.1911 e concluída em 26.05.1912, procedia pelo eng. civil FRANCISCO GUTIERREZ BELTÃO, comissário de terras,do 3º comissário de terras estado do Paraná,copia dos elementos processuais da medição, Planta e Memorial Descritivo (doc.17), esta vendeu para a COMPANHIA COLONIZADORAE MERCANTIL PARANAENSE, a área supra caracterizada(doc.18),que por sua vez procedeu a re-medição do imóvel eo levantamento de suas linhas limítrofes, tendo apurado uma diferença a menor de 3.627,66 hectares ficando área em 59.376,34 hectares ( ), iniciando uma colonização, vendeu lotes urbanos e rurais totalizando a área de 6.694,96hectares, remanescendo a área de 52.681,38 hectares ( ), que foi vendida para JOSÉ ERMINIO DE MORAIS E PAULO PEREIRA INACIO( ), que somando-se a área de 921.350 m², ou seja, 92,135 hectares, adquiridos por estes da mesma COMPANHIACOLONIZADORA E MERCANTIL PARANAENSE (doc.12), totalizam 52.773,515 hectares; a área correta é de 52.773,415 hectares, imóvel que foi transmitido pelos Srs. JOSE ERMINIO DE MORAIS E PAULO PEREIRA IGNACIO e suas respectivas esposas, a titulo de incorporação de capital à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU(doc.13 p.8,), objeto de circunscrição nº 3, do CRI de Laranjeiras do Sul Pr.(doc.16), por sua vez a COMPANHIA AGRICOLA EINDÚSTRIAL DO IGUAÇU,e sua sucessora COMPANHIA DE CELULOSE E PAPEL DO IGUAÇU, venderam também alguns lotes, num total de 20.608126 m² ou seja, 2.060,8126 hectares cuja relação dos lotes vendidos se encontram à margens da transcrição nº 43,supra caracterizada, remanescendo, portanto, da área original de 52.773,415 hectares, um saldo de 50.712 ,602 Hectares, havida pela GIACOMET – INDÙSTRIA E COMERCIO DE
PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA.,
conforme Escritura Pública de dissolução e Extinção de Sociedade Comercial, em sessão de 09.11.72 (doc. 18.p,9), e Registro nº 19.379, Livro 3-Z.
2. Em relação a recente medição da área remanescentes, realizada pela empresa Schiaffino & Wo - consultoria e Serviço LTDA. – Geo Topo, com elaboração de peças georreferenciadas, na realidade, não há diferença entre a “área remanescente registrada” e a “área remanescente medida”, pelo menos por duas razões:
a)Estava parcialmente incorreta a re-medição do Imóvel rio das Cobras, procedida em 1944 pela Cia. Colonizadora e Mercantil Paranaense, conforme consta(doc7 p.18), pois alinha limítrofe marcada pelo Rio Iguaçu, foi levantada somente em parte, podendo seguramente configurar a diferença de área a menor 3.627,66 hectares. Prevalecendo, portanto como a mais correta, mesmo que elaborada sem os recursos tecnológicos atuais, a medição executada em 1911/1912, pelo engenheiro Civil FRANCISCO GUTIERES BELTRÃO, Comissário de Terras, do 3º comissariado de Terras do Estado do Paraná, conforme cópia dos elementos processuais da medição, Planta e memorial descritivo (doc. ).
Face à dimensão do imóvel, aplica-se o dispositivo no parágrafo Único do Artigo 1136 do código civil Brasileiro, eis que a diferença não excede a 1/20(um vinte avos) da extensão total enunciada no titulo original. Da área original, foram efetuadas as baixas, mediante medição de cada uma delas, deduzindo-se documentalmente desta, até se chegar à área atual remanescentes.
Plantação de cana de açúcar.
Os terrenos perto do Rio Iguaçu são bons para cultivar vegetal repicais, como a cana de açúcar, abacaxi bananas a árvores cítricas, embora elas estejam na parte mais alta da colônia. Para conhecer a região, assim chamada de cana de açúcar, dediquei alguns dias a uma expedição para este fim, andando a cavalo. O caminho é de 24 Km. Os primeiros 10 Km. Passam pelas moradias dos colonos e matos de pinheiros Em seguida começa se estreitar em difícil picada. Apesar do abate do matagal feito por dois caboclos que íam na minha frente. Picada passava sucessivo pelo mato de pinheiros, de samambaias, extremamente pitoresca, mas provando que a qualidade da terra seria inferior. No final a picada entrava no mato branco, forrado de brecha (termo utilizado para mata virgem bem fechada) de taquara, taquaruçú, putinga e criciúma, junca dificultando a passagem. A cada Instante precisava parar e fazer corte, abrindo corredor na tensa brecha de junca. O mais desagradável era a brecha de junca do taquaruçú, que tem encurvados espinhos que rasga o vestuário, deixando o esfarrapado. No entanto essas brechas provam à fertilidade destes terrenos. Certa distância do Rio Iguaçu, a administração da Colônia plantou como experiência um pouco de cana de açúcar, bananeira e abacaxi. As bananeiras de abacaxis se apresentam e a cana de açúcar um pouco desfigurada. Provavelmente a causa disso é que a cana foi comida pelos numerosos viados que passam por ali. A esperiência deveria ser repetida no lugar mais aberto, mas perto do rio protegido diante da variedade dos animais silvestres. Nesta região o clima é ma is quente do que nos terrenos da parte superior da Colônia. A geada pelos invernos atuados pelos vapores do rio. Bem perto do campo de cana de açúcar passa o Rio Iguaçu. Quanto ao ponto de vista turístico, ele tem bastante encanto e do ponto de vista econômico sua importância é pequena, pois as cachoeiras e cascatas dificultam o aproveitamento como linha de transporte. Visitei cachoeiras de 15 m, Salto Osório, encontra se no Rio Iguaçu alguns Km. dos terrenos de cana de açúcar. Pode ser que no futuro sua enorme força será aproveitada aos fins técnicos da Colônia. Cachoeira Salto Osório.
A permanência junto ao rio é bastante desagradável por causa das mosquinhas fervilhas que aparecem em miríades. Durante o dia, os borrachudos incomodam. Em conseqüência da derrubada de matos a quantidade de mosquinhas diminuiu perto da sede da Colônia. Os colonos do Rio Grande não se importam com elas, os recém vindos da Europa é que ficam apavorados da quantidade de moscas das cachoeira do Salto Osório.
IMÓVEL PINHAL RALO
CADEIA DOMINAL SUCESSÓRIA
RESUMO EVOLUTIVO DA EXTENÇÃO SUPERFICIAL DO IMÓVEL PINHAL RALO
A PARTIR DA ÁREA ORIGINAL ATÉ A ÁREA REMANESCENTE REGISTRADA
AREA ORIGINAL BAIXAS REMANESC.
IMÓVEL PINHAL RALO (TITULOS ORIGINAIS) 49.881,9700 ha
- Venda p/Eletrosul/ alagam. 1973 baixa R. 19379 (-) 373, 38053 ha
- Desmembram. (fls.13R. 19379) p/M.1.234 em 1976 (-) 49.508,58947 ha 49.508,5894 ha
Saldo do R. 19.379(deduz. Venda e desmemb.) (=) 0,00000 ha
- Doação p/Eletrosul R.2-1. 234 em 1976 (-) 57, 7890 ha
- Doação p/Pref.Mun. L.Sul R. 10.1.234 em 1985 (-) 4, 8400 ha
- Permuta c/Eletrosul R.25-1. 234 em 1991 (-) 965, 0000 ha
- Doação p/Eletrosul R.29-1. 234 em 1993 (-) 736, 1761 ha
- Desmemb. Av.32-1. 234 p/M.20.472 em 1996 (-) 13.420,0000 ha 13.420,0000 ha
- Desapropriação INCRA AV.6-20. 472 EM 1998 (_) 9.400,0000 ha
Saldo da M.20.472 Desmemb. p/M.21.967 em 1999 (=) 4.02,0000 ha
- venda p/Giacomar/dísapr. INCRA Av. 33- 1234/97 (-) 16.852,1600 ha
- Desmemb. Av. 56-1. 234 p/M.22.555 em 2000 (-) 6,631,000 ha 6, 631,0000 ha
- Desmemb. Av. 56-1. 234 p/M.22.556 em 2000 (-) 4.074,000 ha 4.074,0000 ha
- Desmemb. Av. 56-1. 234 p/M.22.557 em 2000 (-) 4.027,0000 ha 4.027,0000 ha
- Desmemb. Av. 56-1. 234 p/M.22.558 em 2000 (-) 2.740,6243 ha 2.740,6243 ha
Saldo da Matricula nº 1.234 (=) 0, 0000 ha
TOTAL REMANECENTE IMÓVEL PINHAL RALO 21.492,6243 ha
HISTÓRICO de pinhal ralo
1. A FASENDA PINHAL RALO foi primitivamente havida por posse mansa e pacifica de Maximiano e Ponciana nogueira. Que fizeram o registro de acordo com o decreto de 1854. Seus herdeiros e sucessores transferiram diretamente e indiretamente os seus direitos ao Dr. Luis Vicente de Souza Queiroz conforme consta no processo de legitimação de posse acima referido. Por sua morte, os seus direitos passaram a sua mãe, dona FRANCISCA PAULA DE SOUZA QUEIROZ, BARONESA DE LIMEIRA, e por morte desta, aos seus herdeiros e sucessores diretos, os quais representam onze quinhões condôminos. Tratando-se de posse sujeita à legitimação, os herdeiros e sucessores da BARONEZA DE LIMEIRA, promoveu o respectivo processo, o qual foi aprovado pelo PRESIDENTE DO ESTADO DO PARANÁ, CARLOS CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE, aos 14 de agosto de 1913, sendo expedido os respectivos títulos, um sobre a área legitimável de 6.000 hectares e outro, por compra, sobre o excesso de área de 43.881 hectares e 97 ares (doc.1 e 2), títulos transcrito no Cartório de Registro geral de imóveis da Comarca de Guarapuava Estado do Paraná, aos 26.10.43, respectivamente sob os nº1.325 e 1.326,às fls.251 do livro nº3, em nome dos HERDEIROS DA BARONESA DE LIMEIRA (doc.3 e 4).
A enumeração dos herdeiros foi promovida através de AVERBAÇÃO procedida às margens das transcrições imobiliária nº 1.325 e 1326 supra aludido (doc. 5), ficando esclarecido que os 11 quinhões pertenciam a:
QUINHÃONº1: GENEBRA DE AGUIAR BARROS;
QUINHÃO Nº 2: FRANCISCA MIQUELIA DE SOUZA QUEIROZ, casada com o Dr. FRANCISCO ANTONIO DE SOUZA QUEIROZ.
QUINHÃO Nº 3: Dr. VICENTE CARLOS DE FRANÇA CARVALHO;
QUINHÃO Nº 4: CONSELHIERO CARLOS LEONCIO DA CARVALHO;
QUINHÃO Nº 5: DR. PAULO SOUZA DE QUEIROZ;
QUINHÃO Nº 6: D. ALICE QUEIROZ DE BARROS, casada com o Dr. CARLOS PAES DE BARROS;
QUINHÃO Nº 7: CAROLINA DE SOUZA QUEIROZ DE MORAES, casada com DR. DOMINGOS CORREA DE MORAIS;
QUINHÃO Nº 8 – de PAULINA DE SOUZA QUEIROZ.
QUINHÃO Nº 9: SEBASTIANA DE SOUZA QUEIROZ, casada com PEDRO EGIDIO DE QUEIROZ LACERDA;
QUINHÃO Nº10: TEOBALDO DE SOUZA QUEIROZ;
QUINHÃO Nº 11: JOSÉ VICENTE DE SOUZA QUEIROZ;
2. O condomínio existente foi extinto pela aquisição de todos os quinhões pela firma COMPANHIA AGRICOLA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, que houve tais partes diretamente ou dos herdeiros ou sucessores daqueles primitivos proprietários, através dos seguintes títulos:
QUINHÃO Nº1- de GENEBRA DE AGUIAR BARROS.
Histórico:
Os direitos hereditários correspondentes à totalidade do quinhão foram adquiridos pela COMPANHIA AGRÍCOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU dos seus herdeiros ou sucessores, da seguinte forma:
a)os direitos hereditários de D. FRANCICA BARROS DA VEIGA,viúva do Dr. Evaristo Pereira da Veiga, como herdeira universal de Genebra Aguiar Barros, foram havidos pelos Srs.DR. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, através de escritura pública lavradas Notas do 2º Tabelião da comarca da Capital do Estado de São Paulo, em 21.0744,livro 738,fls.2(doc.11), estes, por sua vez, transferiram os mesmos direitos à COMPANHIA AGRÍCOLA E INDÚSTRIAL IGUAÇU,por força das escrituras públicas de constituição de Sociedade Anônima e de Adiantamento e retificação, a titulo de incorporação de capital, lavradas nas notas do 11º Tabelionato da comarca da Capital do Estado de São Paulo, respectivamente em 12.11.45, livro 891,fls.28 v., e 19.02.46, livro 887,fls.93 v.(doc. 14 e 15).
b) a COMPANHIA AGRÍCOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU adquiriu os direitos hereditários dos seguintes herdeiros e sucessores do Dr. Evaristo Ferreira da Veiga; de Dr. Marcio Pereira Munhoz e sua mulher, Heloísa da Veiga Munhoz; Dr. Artur Souza da Veiga e sua mulher, Maria de Lurdes Fonseca da Veiga; Dr. Carlos de Moraes Barros e sua mulher, Maria Alice Munhoz de Moraes barros; Dr. Alberto de Sá Moreira e sua mulher Maria Helena Munhoz de Sá Moreira, Eduardo da Veiga Munhoz e sua mulher Maria do Carmo Cintra Munhoz, através de escritura Pública lavrada nas notas do 2º Tabelião da cidade de São Paulo. Às fls.64 do livro 763, em 05.05.47(doc.)
C) a COMPANHIA AGRÍCOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU adquiriu os direitos hereditários do Sr.Marcio Munhoz Filho, na qualidade de herdeiro do Sr, Evaristo Ferreira da Veiga, conforme escritura lavrada no mesmo 2º Tabelionato supra citado, às fls. 48 do livro 773, em 28.05.47. (doc.)d)a COMPANHIA AGRÍCOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, houve dos direitos hereditários que pertenciam a Álvaro e Rute da Veiga, como sucessores de Evaristo Ferreira da Veiga, através de ARREMATAÇÃO em hasta pública realizada aos 10.12.47, que se processou nos autos de inventario do referido Evaristo Ferreira da Veiga, pelo juiz da 5ª Vara da Família e das Sucessões da Capital do Estado de São Paulo(doc. 6 fls.9).
Titulo de domínio:
Tendo a COMPANHIA AGRÍCOLA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU obtida, por essa forma, tornar-se cessionária da totalidade do quinhão do condômino GENEBRA DE AGUIAR BARROS, constituído de 1/11 do total da Fazenda Pinhal Ralo. o domínio correspondente lhe foi adjudicado conforme Carta de Adjudicação extraída dos autos de inventario do Dr. EVARISTO FERREIRA DA VEIGA, processo perante o juiz da 5ª Vara da Família e das sucessões da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, (doc. 6), cuja adjudicação foi homologada por sentença, em 09.09.1948, (doc.fls.27), pelo juiz de direito Dr. Rafael F. Feraz de Sampaio, cuja sentença transitou em julgado, e cuja carta foi devidamente transcrita no Cartório de Registro de Imóvel da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.424, às fls. do livro 3-b, aos 03.04.52 (doc7),
QINHÃO Nº 2- de FRANCISCA MIQUELINA DE SOUZA QUEIROZ, casada com o Dr. Francisco Antonio de Souza Queiroz.
Histórico:
Os direitos hereditários correspondentes à totalidade do quinhão foram adquiridos pela COMPANHIA AGRÍCOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU dos seus herdeiros e sucessores, da seguinte forma:
a)Através de escritura pública lavrada nas Notas 2º Tabelionato da cidade de São Paulo, em 17.07.47, livro nº 764,fls. 66v., de José Maria Largacha e sua mulher Francisca Colona Largacha; Álvaro Novaes Largacha, Eunice Novaes Largacha, Guiomar Novaes Largacha, Durval Novaes D’Ávila Rebouças e sua mulher, Judite Ferreira D’Ávila Rebouças, Aécio Junqueira Rebouças e sua mulher, Maria Leal Rebouças, Alcina Rebouças Ribeiro, Artur D’Ávila Rebouças (doc.8 fls.33).
b) Através de escritura pública lavrada nas mesmas Notas e datas, livro 780, fls.12v., de Antonia Freire de Souza Queiroz, Francisco Augusto de Souza Queiroz, Regina de Souza Queiroz, Dr. Alfredo Egydio de Souza Aranha e sua mulher, Deice de Souza Aranha, Olavo Egydio de Souza Aranha Filho, Antonio Francisco de Souza Aranha, Alfredo Egydio de Souza Aranha, Francisca de Aranha Setúbal, Vicentina de Aranha Setúbal, que também assina Maria Vicentina Setúbal, Olavo de Aranha Setúbal e sua mulher, Matilde de Azevedo Setúbal, Arícia Ferraz(doc.8 fls.37). Titulo de domínio:
Carta de adjudicação extraída dos autos de inventario do Dr.Francisco Antonio de Souza Queiroz, passada em favor da COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, processada perante o juiz da 5ª Vara e Cartório do 5º Oficio da Família e dos Sucessores da Comarca da Capital do Estado de São Paulo,(doc.8), a qual foi homologada por sentença de 28.06.48,(doc. fls.49v.), pelo MM.Juiz de Direito Dr. Rafael F. Sampaio, Cuja sentença transitou em julgado, e cuja carta foi devidamente transcrita no Cartório de Registro de Imóveis de Laranjeiras do Sul,Estado do Paraná, sob o nº 1.425, fls.155 do livro 3-B, aos 04.04.52 (doc.)
QUINHÃO Nº 3 – de VICENTE CARLOS DE FRANÇA CARVALHO
Histórico:
os direitos hereditários correspondentes à totalidades do quinhão foram adquirida pelo Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, que por sua vez os cederam à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, pela seguinte forma;
a)por escritura pública lavradas nas Notas do 2º Tabelião da Capital do Estado de São Paulo,22.07.44,livros de notas nº 738, fls. 5, os herdeiros do Dr. Vicente Carlos de França Carvalho, Dr. JOSE CARLOS DE FRANÇA CARVALHO e sua mulher, NOEMIA MACHADO DE FRANÇA CARVALHO, MARIA EUGENIA DE FRANÇA CARVALHO AZEVEDO CASTRO; ANTONIETA FERREIRA DE CASTRO, transmitiram seus direitos hereditários ao Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO (doc.10 fls.15),
b) por escritura pública lavradas nas Notas em 10.05.46, Livro de notas nº 761, fls.6, os herdeiros VICENTE CARLOS DE FRANÇA CARVALHO FILHO e sua mulher MARIA JÚLIA DE OLIVEIRA FRANÇA CARVALHO, transferiram os seus direitos hereditários ao Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, (doc.).
c) por escritura pública lavradas nas mesmas Notas em 31.07.46, Livro 766 fls.37 em 15.07.47, livro 779, fls.15, o Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e sua mulher, HELENA PEREIRA DE MORAES, e PAULO PEREIRA IGNACIO e a sua mulher, IRENE PEREIRA IGNACIO, transferiram à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, respectivamente os direitos hereditários havidos pelas escrituras de 10.05.46 e 22.07.44 (doc.10 fls.44v.e fls.51); Titulo de domínio:
Carta de adjudicação passada em favor da COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, extraída dos outros de inventario do Dr. VICENTE CARLOS DE FRANÇA CARVALHO, processado perante o Juiz da 10º Vara Cível e Comercio da Capital do Estado de São Paulo, (doc.10), que foi homologado por sentença de 11.10.47, pelo MM. Juiz de Direito Dr. Francisco de Souza Nogueira, (fls.55), cuja sentença passou em julgado, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.411, às fls.142 do livro 3-B, em 26.03.52 (doc.44). QUINHÃ Nº 4- do CONSELHIERO CARLOS LEONCIO DA CARVALHO e QUINHÃO Nº 9: SEBASTIANA DE SOUZA QUEIROZ Titulo de domínio:
a)pela escritura pública de compra e venda lavradas nas Notas do 2º Tabelião da Capital do Estado de São Paulo, Dr Antenor Liberato de Macedo, às fls.1 do livro n] 738, em 19.07.44 (doc. ), os Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, adquiriram os quinhões de Sebastiana de Souza Queiroz, e da herança do conselheiro Carlos Leôncio de Carvalho, representada pelo Dr. José Joaquim Cardoso de Mello Junior, conforma escritura de acordo e mandato em causa própria lavradas nas Notas do 1º Tabelião da Capital do Estado de São Paulo, em 09.12.1919, e autorização do juízo da Provedoria da Capital Federal por Alvará expedido em 12 de novembro do mesmo ano, constituídos portanto de 2/11 do total da fazenda, correspondente a 3.748 alqueires ou 9.070 hectares. Dita escritura foi devidamente transcrita no Cartório de Registro de Imóveis da cidade ,Município e Território Federal IGUASSÚ, hoje Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 06.06.46, sob o nº 18, às fls.8v. Do livro 3 (doc.13). b)Pela escritura Pública de Constituição de Sociedade Anônima e transferência de imóveis lavrada aos 12.11.45, às fls.28v. do livro nº891, nas notas do 11º Tabelião da Capital do Estado de são Paulo, Dr. Otavio Uchoa de Veiga,(doc.11), retificada e ratificada pela escritura pública lavrada nas mesmas Notas aos 19.02.46, às fls.98v.do livro nº 887 (doc.15), o imóvel foi transferido pelos Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, e suas respectivas esposas à titulo de incorporação de capital, à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de imóveis de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob nº 43, às fls.19 do livro 3, em 16.09.46(doc ).
QUINHÃO Nº 5: DR. PAULO SOUZA DE QUEIROZ;
Histórico: Ao direitos hereditários correspondente à parte do quinhão foram adquiridos pelos Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, que por sua vez os cederam à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, adquirido esta, ainda diretamente, os direitos hereditários restantes, permitindo-lhe se titular de todos os direitos relativos ao quinhão. Os documentos de aquisição foram os seguintes:
a)Escritura pública lavradas nas notas do 2º Tabelião da Comarca da Capital do Estado de São Paulo em 09.09.45, livro d notas nº 701,fls.98, os Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, adquiriram os direitos de Genaro Pilar do Amaral e sua mulher Silvia de Souza Queiroz Pilar do Amaral; Adelaide Eugenia de Souza Queiroz e Lucila de Souza Queiroz,(doc.).
b)Por escritura pública lavrada a nas mesmas notas e na mesma data, às fls.98,do livro 701, os Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, adquiriram os direitos de Alberto de oliveira Coutinho e sua mulher, Valentina de Souza Queiroz Coutinho(doc.}
c)Por escritura pública lavrada a nas mesmas notas, em 09.09.46 às fls.77 do livro 705, ao mesmos adquirentes houveram os direitos hereditários de Oscar de Andrada Coelho e sua mulher, Haide Simões de Andrada Coelho;Octavio de Andrada Coelho e sua mulher Zaíra Carneiro Coelho, Renato de Andrada Coelho e sua mulher, Lucia Amaral de Andrada coelho ; Edgar de Andrada Coelho; Luiz Carlo Galvão Coelho; Carlos Eduardo Galvão Coelho; Paulo Galvão Coelho e Ruy Galvão Coelho (doc.19). d) Por escritura pública lavrada a nas mesmas notas, em 20.01.44 às fls.86 do livro 706, os mesmos adquirentes houveram os direitos hereditários Sergio Galvão de Andrada Coelho(doc.).
e) Por escritura pública lavrada a nas mesmas notas, em 10.02.44 às fls.3 do livro 724, os mesmos adquirentes houveram os direitos hereditários de Mariana Procópio de carvalho e Wanda de Andrada e Silva (doc.21),
f) Por escritura pública lavrada a nas mesmas notas, em 29.02.44 às fls.46 do livro 717, os mesmos adquirentes houveram os direitos hereditários de Durval de Andrada e silva; Mario Bueno Azambuja e sua mulher, Maria de Lurdes de Andrade Azambuja; Gilberto de Andrada e Silva e sua mulher Olga de Andrada e Silva (doc.220.
g) De acordo com as escrituras publicas de constituição e Sociedade Anônima e retificação e ratificação, lavradas nas notas do 11º Tabelião da mesma comarca, respctivamnete em 12.11.45 e 19.02.46, os casais JOSE ERMINIO DE MORAES e sua mulher, HELENA PEREIRA DE MORAES, e PAULO PEREIRA IGNACIO e a sua mulher, IRENE PEREIRA IGNACIO, a titulo de incorporação de capital social cederam todos os direitos acima mencionado à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, (doc.14 e 15);
h)Por Escritura lavradas no 2º Tabelião da mesma comarca em 23.07.46, ás fls.27v.do livro 758, a COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU adquiriu ainda os direitos hereditários do Dr. Raul de Andrade e silva e sua esposa, Eleonora dos Santos de Andrade Silva; Mario de Andrade e Silva e sua mulher Gleide de Andrada e silva.(doc.23).
i) finalmente, por escritura lavrada no mesmo tabelião, em 03.03.47, às fls.96 v. do livro 766, a COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU adquiriu os direitos hereditários de Dr. Silvio Alves de lima e sua mulher, Dora Andrada Alves de lima, completando assim todos os direitos hereditários atinentes ao quinhão referido (doc.21).
Titulo de domínio:
Carta de adjudicação passada em favor da COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU extraída dos autos de inventario do Dr. Paulo de Souza Queiroz e sua mulher, Narcisa Andrada de Souza Queiroz, processada pelo juiz de, 1º vara da família e das sucessões e cartório do 1º oficio da comarca da capital do Estado de são Paulo, (doc.25) adjudicação homologada em 19 de setembro de 1947 pelo MM. Juiz de direito Dr. WASHINTON DE BARROS MONTEIRO. (DOC). Cuja sentença transitou em julgado, titulo esse devidamente transcrito no cartório de registro de imóveis da comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob nº 1.415, às fls. 146 do livro 3-B, em 28.03.52 (doc.20).
QUINHÃO Nº 6: D. ALICE QUEIROZ DE BARROS, casada com o DR. CARLOS PAES DE BARROS;
Histórico:
Com o falecimento de Alice Queiroz de Barros e do Dr. Carlos Paes de Barros, foram os seus inventario processado pelos cartórios de 6º e do 2º ofícios da família e das sucessões da comarca de São Paulo, partilhadas as suas menções no imóvel “PINHAL RALO” em partes iguais entre os seus três filhos, tocando a cada um a área ideal de 1.511,5747 hectares, vindo toda o ser adquiridas pela COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, da seguinte forma:
6-1- O quinhão de CARLOS PAES DE BARROS JUNIOR:
a)por Escritura Pública lavrada nas notas do 2º Tabelião da comarca da Capital do Estado de São Paulo, em 21.07.44,às fls.2v.do livro 738, o Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO
Adquiriram a metade da menção de Adelina Lopes de Paes Barros, bem como os direitos hereditários de Rubens Paes de Barros e sua mulher Yolanda Alves Paes de Barros; Célia Barros Ferreira da Silva e seu Marido Miguel Ferreira da Silva Neto; Alice Barros Sampaio Viana e seu Marido Octavio Sampaio Viana; Andreza Paes de Barros do Amaral e seu marido Jose Alves do Amaral; e Dr. Caio Sergio Paes de Barros. (doc27, fls11 e 17).
b)De acordo com as escrituras Públicas de Constituição de Sociedade Anônima e de Retificação e Ratificação, lavradas nas notas do 11º Tabelião da mesma Comarca, respectivamente em 12.11.45, e 19.02.46, os casais JOSE ERMINIO DE MORAES e sua mulher, HELENA PEREIRA DE MORAES, e PAULO PEREIRA IGNACIO e a sua mulher, IRENE PEREIRA IGNACIO, a titulo de incorporação de capital social, Transferiram todos os direitos acima mencionados à, COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU (doc.44 e 44. e doc. 27 fls.19).
c)Por escrituras pública lavradas nas Notas do 2º Tabelião da Comarca de São Paulo, em 24.04.46, às fls.95 do livro 745, dona Adelina Lopes de Barros transmitiu ao Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO a outra metade da menção dos seus direitos sobre o imóvel (doc.27 fls.35v.).
d)Por escritura pública lavrada nas mesmas notas, em 31.07.46, às fls.37 do livro 766,os cessionários JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO e suas respectivas esposas, transferem ditos direitos à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU (doc. ). Titulo de domínio referente ao 1º Quinhão:
Carta de adjudicação passada em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, extraída dos autos de inventários do Dr. Carlos Paes de Barros Junior, processado perante o Juiz da 3ª Vara e Cartório do3º Oficio Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo (doc.] homologado por sentença de 31.12.46, do MM. Juiz Dr. Lúcio Queiroz de Moraes, (doc.) cuja sentença transitou em julgado, correspondente e uma parte ideal com 1.511 há 57ª.e 47 cá. ou 624,607 alqueires, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.414, às fls.145, do livro 3-B, em 28.03.52(doc. ).
6-B- Quinhão de ALICE DE BARROS DE SOUZA ARANHA:
a)As partes ideais havidas nos inventários dos seus pais, Alice Queiroz de Barros e Carlos Paes de Barros, foram devidamente levados à transcrição no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, tomando os nº.411 e 414, às fls.211 e 214/5,respectivamente, do livro 3, (doc29 e 30).
Titulo de domínio- 377,89 hectares.
Escritura Pública de compra e venda lavrada aos 07.05.51, nas notas do 2º Tabelião da cidade de São Paulo, lavrada às fls.97 do livro 819, em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, (doc.nº32). Devidamente transcrita no Cartório de Registro de Imóvel da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº1360 às fls.114 do livro 3-B, em 05.03.52 (doc. 32);
b) Por escrituras públicas lavradas nas Notas do 2º Tabelião da cidade São Paulo, em 29.12.49, ‘s fls.63 do livro nº804. D. Alice Barros de Souza Aranha, como herdeira universal dos bens do inventario de Jose Egydio de Sousa Aranha, cedeu os seus Direitos sobre uma área ideal de 1.133 h, 68 a. e 11 cá.ou 468,4 alqueires, a COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, (doc. ).
Titulo de domínio -1.133 há. 68ª. e 11 cá.
Carta de Adjudicação passada em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, extraída dos autos de inventario do Saª Jose Egydio de Souza aranha, processados pelo Juiz da 3ª Vara e Cartório do, 3º Oficio da Vara da Família e das sucessões da Comarca da capital do Estado de São Paulo, (doc.33), a qual foi homologada por sentença de 30.10.51 pelo MM. Juiz de Direito Dr. L. CINTRA DO PRADO. (doc.) cuja sentença transitou em julgado, titulo esse devidamente transcritos no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do sul, Estado do Paraná, sob nº 1.426, às fls.157 do livro 3-B, em 04.04.52 (doc34).
6-C- Quinhão- de EDITH PAES DE BARROS
a)as parte ideais havidas nos inventários dos pais, Alice Queiroz de Barros e Carlos Paes de Barros, foram devidamente levados à transcrição no cartório de Registro de imóveis da comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, tomando os nº s.412 e 413, respectivamente fls.212 e 213 do livro nº 3(doc35 e 36).Titulo de domínio - 755, 7874 hectares.
Escritura publica de compra e vendas lavradas aos 29.12.49, nas notas do 2º tabelião da cidade de são Paulo, às fls. 62 do livro 804, em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU (doc37).devidamente transcrita no Cartório de Registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.359, às fls.112 do livro 3-B, em 05.03.52 (doc.)
Estando a outra parte ideal do imóvel clausulada de inalienabilidade, por disposição testamentária, desejou sua proprietária substituir dito imóvel por apólices do Estado de são Paulo, unificadas onde ficariam sub-rogados os ônus da cláusula de inabilidade, razão pela qual foi requerida a venda em hasta publica do imóvel. Titulo de domínio - 755, 7874 hectares.
Carta de arrematação passada em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, extraída dos autos de inventario de D. Alice Paes de Barros, cujo feito se processou perante o juízo de 5ª Vara e Cartório do 6º Oficio da Vara da Família e das Sucessões da Capital do Estado de São Paulo. Sendo que a praça respectiva realizou-se no dia 04.11.49, (doc.48), titulo esse devidamente transcrito no Cartório de registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.427, às fls.158 do livro 3-B, em 04.04.52 (doc.40).
QUINHÃO Nº 7: CAROLINA DE SOUZA QUEIROZ DE MORAES, casada com DR. DOMINGOS CORREA DE MORAIS;
Os direitos hereditários correspondentes à parte do quinhão foram adquiridos pelos Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, que por sua vez cederam à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, vindo esta, ainda, a adquirir diretamente os demais direitos restantes, permitindo-lhe tornar-se titular dos direitos relativos à integridade do quinhão. Os documentos de aquisição foram os seguintes:
a) Escrituras públicas lavradas nas Notas do 2º Tabelião da cidade São Paulo, em 21.07.44, às fls.2 v do livro738 o Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO adquiriram os direito de CAROLINA DE SOUZA QUEIROZ DE MORAES, Dr. Adhemar Queiroz de Moraes e sua mulher Odalina Tapajoz de Moraes; Dr. domingos Queiroz de Moraes e sua mulher Silvia Toledo de Moraes; (doc.44 fls.25v.).
b) De acordo com as escrituras Publicas de Constituição e Sociedade Anônima e Retificação e Ratificação, lavradas nas Notas do 11º Tabelião da mesma Comarca, respectivamente em 12.11.45 e 19.02.46, os casais JOSE ERMINIO DE MORAES e sua mulher, HELENA PEREIRA DE MORAES, e PAULO PEREIRA IGNACIO e a sua mulher, IRENE PEREIRA IGNACIO, a titulo de integralização de capital social, cederam todos os direitos acima mencionado à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, (doc.) Por escrituras pública lavradas nas Notas do 2º Tabelião da cidade São Paulo, em 12.12.45, ‘as fls.56 do livro nº747.o Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, adquiriram os direitos de Gizela de Moraes Natividade, Osvaldo Moraes Natividade,Nestor Henrique Moraes Natividade e sua mulher Maria Tereza Moraes Natividade, Adélia Moraes Natividade.Norma Moraes Natividade, Edith Moraes Natividade, e Adalberto Moraes Natividade.(doc.)
Por Escritura Pública lavrada nas Notas, do mesmo Tabelião acima, em 31.07.46, às fls.37 do livro 766º Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO e suas respectivas esposas, transferiram os direitos a cima à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU (doc.)
e) Por escritura pública lavrada nas mesmas notas, em 31.07.46, às fls.38 do livro 766 à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU,adquiriu os direitos hereditários de Raul de Moraes Natividade(doc. fls.70,)
Por escritura pública lavrada nas mesmas notas, em 23.12.46, às fls.71 v. do livro 761 à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, adquiriu o restante dos direitos hereditários de Dr. Adhemar Queiroz de Moraes e sua mulher, Odalina Tapajoz de Moraes; Domingos Queiroz de Moraes e sua mulher Silvia Toledo de Moraes, e Gizela de Morais Natividade. (doc. 47 fls, 75).
Por escritura pública das mesmas notas, em 28.05.47, às fls.47 do livro 733, à COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, adquiriu os direitos hereditários de Vera Cristina de Moraes Natividade, completando assim todos os direitos atinentes ao quinhão referido (doc fls.81,)
Titulo de domínio:
Carta de adjudicação passada em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, extraída dos autos de inventários do Dr. Domingos Correa Moraes, Processado pelo Juiz da 4ª comarca Vara da Família e das Sucessões da Capital do Estado de São Paulo, (doc. ), homologado por sentença de 24.01. 68, pelo MM. Juiz de Direito Dr. Octavio Guilherme Lacorte, Cuja sentença transitou em julgado, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.423, às fls.152 do livro nº 3-B em 03.04.52(doc.)
QUINHÃO Nº 8 – de PAULINA DE SOUZA QUEIROZ.
a)Por morte do titular, o seu quinhão se transferiu através de inventario processado perante o Juízo da 2ª Vara da família e das Sucessões da Capital do Estado de São Paulo, a SOCIEDADE FEMENINA DE PUERICULTURA GOTTAS DE LEITE E CRECHES “CRECHES BARONEZA DE LIMEIRA” sendo o titulo respectivo devidamente transcrito no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Guarapuava Estado do Paraná.2º Oficio, sob o nº 2.111, as fls.118 do livro 3-A(doc. )
b) Por escrituras pública lavradas nas Notas do 2º Tabelião da Capital do estado de São Paulo, em 15.12.44, ‘as fls.27 do livro nº733, (doc.44).os Srs. Dr. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, adquiriram, por compra, da sociedade Feminina de Puericultura Gotas de Leite e Creches”Creches Baronesa de Limeira”a parte ideal do imóvel denominado “Pinhal Ralo”, correspondente á área de 1.874 alqueires, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná , sob o nº 19,às fls.10 do livro 3, em 06.06.46(doc.45).
c) Pelas escrituras Públicas de Constituição de Sociedade Anônima e transferência de imóveis lavrada aos 12.11.45, às fls.28 v. do livro nº891, nas notas do 11º Tabelião da Capital do Estado de são Paulo, Dr. Otavio Uchoa de Veiga, retificada e ratificada pela escritura pública lavrada nas mesmas Notas aos 19.02.46, às fls.98 v.do livro nº 997, o imóvel foi transferido pelos Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, e suas respectivas esposas a titulo de incorporação de capital, à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob nº 43, às fls.19 do livro 3, em 16.09.46(doc.)
QUINHÃO Nº10- de TEOBALDO DE SOUZA QUEIROZ;
Titulo de dominial:
O espolio de Theobaldo Souza Queiroz, cujo inventario se processou perante a 5ª Vara e Cartório do 5º Oficio da Família e das sucessões da Capital do Estado de São Paulo, representado pelo seu inventariante e devidamente autorizado por alvará judicial, vendeu seu quinhão, correspondente a 1.873,8 alqueires a COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, consoante escritura pública de venda e compra lavrada aos 21.07.47, nas notas do 2º tabelião da Comarca de São Paulo, as fls.68 do livro nº764, (doc46), devidamente transcritas no Cartório de Registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, então município, Comarca e Território Federal do Iguaçu, sob o n] 247, às fls.131 do livro nº3, em 10.10.47(doc47),
QUINHÃO Nº 11: JOSÉ VICENTE DE SOUZA QUEIROZ
Histórico:
Por escrituras pública de Cessão de direitos lavradas nas Notas do 2º Tabelião da Capital do Estado de São Paulo, ‘as fls.2v. Do livro nº 738, em 21.10.44, a D.Margarida Cardoso de Souza Queiroz, na qualidade de viúva meeira e herdeira universal dos bens de Jose Vicente de suza Queiroz, transmitiram os direitos alusivos ao Quinhão (1/11) do imóvel Pinhal Ralo aos Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, (doc48 fls. 9 v.) De acordo com as escrituras Publicas de Constituição e Sociedade Anônima e Retificação e Ratificação, lavradas nas Notas do 11º Tabelião da mesma Comarca, de são Paulo respectivamente em 12.11.45 e 19.02.46, os Srs. JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, e suas respectivas esposas a titulo de integralização de capital, cederam todos os direitos acima mencionado à COMPANHIA AGRICULA E INDÚSTRIAL DO IGUAÇU, (doc.14 e 15 e 18 fls.19);
Titulo de domínio Carta de adjudicação passada em favor da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL DO IGUAÇU, extraída dos autos de inventários do Dr. Jose Vicente de Souza Queiroz, Processado pelo Juiz da 3ª Vara da Família e das Sucessões e cartório do 8º Oficio da comarca da capital do Estado de São Paulo, (doc.48 ),adjudicação homologado por sentença de 02.01.47, pelo MM. Juiz de Direito Dr. Edgard de Moura Bitencurt, (doc.48 fls.44), Cuja sentença passou em julgado, titulo esse devidamente transcrito no Cartório de Registro de imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 1.410, às fls.141 do livro nº 3-B em 26.03.52(doc.49).
3. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 28.04.65, publicada no diário oficial do Estado sob nº 101, em 07.07.65, às fls.15 a 17, e arquivada na MM. Junta Comercial do Estado sob o nº 63.870 a COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL IGUAÇU alterou a sua denominação social para CONPANHIA DE CELULOSE E PAPEL DO IGUAÇU, tendo sido a alteração devidamente averbada às margens das transcrições imobiliárias supra referidas, no Cartórios de Registros de Imóveis de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná.doc.
4. Por Escritura Pública de Dissolução e Extinção de Sociedade Comercial lavrada aos 03.11.72, nas notas do 2º Tabelionato da Comarca da Capital do Estado do Paraná, às fls.134 do livro nº 757, devidamente arquivada na Junta Comercial do Estado do Paraná. Sob. nº 133.362, por despacho em sessão de 09.11.72, (doc. 54), e por cujo ato foi igualmente transmitido todo o seu patrimônio, ativo e passivo, a titulo de sucessão universal, sem solução de continuidade, para a sua única acionista, a firma GIACOMET – INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA. inclusive o imóvel referenciado, o que foi, juntamente com outros, objetivo de novas transcrições imobiliárias junto aos Cartórios de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 19.379, às fls. 129 e seguintes do livro 3-Z, em 23.11,72, (doc. 59).
5. Por meio de ata, lavrada em 29.01.73, pela quais os sócios da GIACAMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUARIOS LTDA deliberam transformar seu tipo jurídico em sociedade anônima sob a denominação de GIACOMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS S.A. devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob o nº 336.924, em 14.02.73 (doc. 53), tendo sido a alteração devidamente averbada às margens da transcrição imobiliária nº 19.379, livro 3-Z, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 25.04.73.
6. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 17.09.73, a GIACOMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS S.A. alteraram sua denominação social para MAISONAVE – GIACOMET INDÚSTRIA DE MADEIRAS S.A. conforme ata devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob nº 360.904, em 20, 11,73(doc. 22), tendo sido a alteração devidamente averbada às margens da transcrição imobiliária nº 19.379, livro 3-Z, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 29.01.74.
7. .Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 25.08.75, a MAISONAVE GIACOMET INDÚSTRIA DE MADEIRAS S.A. alterou sua denominação social para GIACOMET MARODIN INDÚSTRIA DE MADEIRAS S.A., conforme ata devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob nº 420010, em 16.09.75 (doc. 55), tendo sido a alteração devidamente averbada às margens da transcrição imobiliária nº 19.379, livro 3-Z, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, em 27.11.75.
8. Através de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 05.02.97, a GIACOMET – MARADIN INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS S.A. alteraram sua denominação social para ARAUPEL S.A., conforme Ata devidamente arquivada na MM. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob nº 97/1590792, em 18.03.97 e na MM. Junta Comercial do Estado do Paraná sob nº 970676263, em 08.04.97 (doc. 56), tendo sido a alteração devidamente averbada asa margens das matriculas supra caracterizadas, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Quedas do Iguaçu, Estado do Paraná. Cadeia Sucessória das matriculas atuais do Imóvel Pinhal ralo, a partir Escritura Pública de Dissolução e Extinção de Sociedade Comercial, (doc. nº 51), transcrita junto ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, sob o nº 19.379, às fls. 129 e seguintes do livro 3-Z, em 23.11.72, (doc. 52). Matricula atual nº 21.967,livro 2-1-CS, de17.06.1999, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul , Estado do Paraná, do imóvel rural parte do imóvel Pinhal ralo setor Jabuticabal município de rio bonito do Iguaçu Pr., com área de 4.120,00 hectares (doc. 25), matriculas anteriores:matriculas nº 20.472, livro 2-2 CL, de 21.03.1996, do CRI da Comarca de Laranjeiras do sul, PR,matriculas nº 1.234, livro 2-2-D, de 20.1261976,do CRI da comarca de laranjeiras do sul, Pr. (doc.59), Registro nº 19.379, livro 3-Z supra caracterizado.
b) Matricula atual nº 22.555, livro 2-1-CZ, de 15.09.2000, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul , Estado do Paraná, do imóvel rural parte do imóvel Pinhal ralo - setor Despedida, município de Nova laranjeiras Pr., com área de 6.631,00 hectares (doc. 60), matricula anterior: nº 1.234,, livro 2-2 D, Z supra caracterizado Registro nº 19.379, livro 3-Z supra caracterizado.
c) Matricula atual nº 22.556, livro 2-2-DG, de 18.09.2000, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul. Estado do Paraná, do imóvel rural parte do imóvel Pinhal Ralo - setor Lambari, município de Rio bonito do Iguaçu e Nova laranjeiras, PR. Com área de 4.074,00 hectares (doc. 60), matricula anterior: nº 1.234,, livro 2-2 D,Z supra caracterizado Registro nº 19.379, livro 3-Z supra caracterizado.
d) Matricula atual nº 22.557, livro 2-1-CZ, de 18.09.2000, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, do imóvel rural parte do imóvel Pinhal Ralo - setor Trigal, município de Nova laranjeiras Rio Bonito do Iguaçu pr., com área de 4.027,00 hectares (doc. 60), matricula anterior: nº 1.234,, livro 2-2 D, Z supra caracterizado; Registro nº 19.379, livro 3-Z supra caracterizado. Matricula atual nº 22.558, livro 2-2-DG, de 18.09.2000, do CRI da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná, do imóvel rural parte do imóvel Pinhal Ralo - Setor Rio Charqueado, município de Rio Bonito do Iguaçu pr. Com área de 2.740,00 hectares (doc.), matricula anterior: nº 1.234,, livro 2-2 D, Z supra caracterizado; Registro nº 19.379, livro 3-Z supra caracterizado. SITUAÇÃO POSSESÓRIA:
A situação possessória da área é mansa e pacifica desde tempos imemoriais, quando ali MAXIMINIANO E PONCIANA NOGUEIRA, consoante e completa documentação dominial demonstra, tendo sido mantida incólume, reconhecida e respeitada por todos os seus sucessores, ate os dias de hoje.
Deve se notar, que quase totalidade das divisas da área original, são todas por acidente geográficos (rios ), Rio Iguaçu, Rio das Cobras, Rio Xagu e Arroio troca pernas, facilitando sobre modo a sua perfeita identificação.
Do imóvel Pinhal Ralo, foram desapropriadas duas áreas: a primeira de 16.852,16 hectares, pelo decreto de 13 de agosto de 1998, ambos editados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. EXTENÇÃO SUPERFICIAL:
No que tange à extensão superficial, cumpre esclarecer que:
1.Os herdeiros e sucessores da BARONEZA DE LIMEIRA promoveram o processo de legitimação de posse, o qual foi aprovado em 1913, pelo presidente do estado do Paraná CARLOS CALCALCANTE DE ALBUQUERQUE, sendo expedido os respectivos títulos, um sobre a área legitimável de 6.000 hectares(doc.).e outro, por compra sobre o excesso de are de 43.881 hectares e 97 ares (doc2)totalizando a área original de 49,881,97 hectares; que foi adquirida por JOSE ERMINIO DE MORAES e PAULO PEREIRA IGNACIO, e/ou pela COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL IGUAÇU, objeto da circuncisão n] 43 livro nº3, do CRI de Laranjeiras do Sul (doc.16,fls.1v); por sua vês a CONPANHIA DE CELULOSE E PAPEL DO IGUAÇU sucessora da COMPANHIA AGRICOLA E INDUSTRIAL IGUAÇU, vendeu na área total de 49.88197, hectares para a GIACOMET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA.,conforme Escrituras publicas de dissolução e extinção de Sociedade comercial, em sessão de 09.11.72, (doc.51 p.11.)
2. Em relação à recente medição da área remanescente, realizada pela empresa schiaffino & wo-consuloria e serviço LTDA. – Geo. topo, com elaboração de peças georefêrencias, não se considera diferença entre “área remanescente registrada” e a “área remanescente medida” pelo seguinte motivo:
a)Face a dimensão do imóvel aplica-se o disposto no Parágrafo Único do Artigo 1136 do Código Civil Brasileiro, eis que a diferença não excede e 1/20(um vinte avos) da extensão total enunciada nos títulos originais;
b) também em relação á definição da área total original, de 49.881,97 hectares, as divisas são claras e distintas, em quase toda a sua totalidade por acidente geográfico (rios) quais seja, Rio Iguaçu, Rio das Cobras, Rio Xagu e Arroio Troca Pernas, facilitando sobremodo a sua perfeita identificação, não restando duvidas em relação aos limites do imóvel Pinhal Ralo.
Da área original, foram efetuadas as baixas, mediante medição de cada uma delas, deduzindo-se documentalmente desta, até chegar a área remanescente. Creche Baronesa de Limeira comemora 100 anos
No dia 15 de Fevereiro de 2005 a Creche Baronesa de Limeira completou 100 anos. Fundada por Paulina de Souza Queiroz, filha da Baronesa de Limeira, a Creche é acompanhada pelo serviço religioso da Paróquia/Santuário São Judas Tadeu desde 1940.
Para comemorar o centenário, foi celebrada uma missa presidida pelo Bispo Auxiliar da Região Ipiranga, Dom José Maria Pinheiro e teve a participação das mais de 400 crianças da Creche, além de voluntários, diretores e a primeira-dama do Estado, Maria Lúcia Alckmin.
Após a celebração, Maria Lúcia Alckmin parabenizou e agradeceu a todos que colaboraram e se dedicaram à Creche Baronesa de Limeira nos últimos 100 anos, ressaltando que estas crianças é que dirigirão o Brasil futuramente. “Educar e cuidar destas crianças é construir um futuro melhor, já que elas são a nossa futuras”, disse Maria Lúcia.
Após seu discurso, Maria Lúcia Alckmin descerrou a placa comemorativa, acompanhada pelo atual Presidente da Creche, Luis Eduardo de Moraes Giorgio e sua mãe Dna. Heloísa de Moraes Giorgi, sobrinha-neta da Baronesa de Limeira. Dna. Heloísa foi a Presidente da Creche por quase 60 anos.
O centenário da Creche foi comemorado com dois bolos: o das crianças, que foi cortado pela funcionária mais antiga da Creche, Ana Margarida Pinto, de 75 anos de idade e 50 anos de funcionária, junto à criança mais nova, Alice Ferreira da Silva, de 2 anos e 8 meses, com 15 dias de Creche. O segundo bolo, na sala dos adultos, foi cortado por Dna. Heloísa Giorgio e as trigêmeas que foram criadas na Creche: Maria de Lourdes, Ana Maria e Maria Antonieta Daniel, de 52 anos. Participaram também do evento algumas ex-alunas, como a Sra. Nery Valente, de 85 anos, que tocou piano aos convidados, Claudete Hamn Morais, Maria José Barros Araújo, Maria Aparecida Vilela e Paulite Fogasa.
A Creche Baronesa de Limeira tem a assistência de duas religiosas da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, fundada por Madre Paulina: a Irmã Maria dos Anjos Bezerra e a Irmã Maria Alcântara, que trabalha na Creche desde 1966 e ajuda no Ministério da distribuição Eucarística da Paróquia/Santuário São Judas Tadeu.
Baronesa de Limeira, o seu nome completo: Maria Angélica Queiroz de Barros, proprietária de grandes quantidades de terras na região de Quedas do Iguaçu em meados de 1918.
Rua Maria PaulacomEsta rua foi aberta pela Baronesa de Limeira D. Francisca de
Paula Souza e Mello) em terrenos de sua propriedade e foi entregue ao trânsito público no dia 14 de maio de 1894 através do Ato nº 10 que, também oficializou a denominação de “Rua Maria Paula” Esta rua é uma homenagem à D. Maria Paula Machado, avó da baronesa de Limeira. Casada com Antonio de Barros Penteado, D. Maria Paula teve, entre outros filhos, a Sra. Maria de Barros Leite. Esta, por sua vez, foi casada com Francisco de Paula Sousa e Mello, pais de D. Francisca de Paula Souza e Mello, a baronesa de Limeira. O marido da baronesa (Vicente de Souza Queirós - Barão de Limeira), era filho do Brigadeiro Luís Antonio de Souza ( Av. Brigadeiro Luís Antonio) e de D. Genebra de Barros Leite, esta também homenageada na “Rua Genebra”.
Fonte: dic. Histórico Através da pesquisa documental realizada junto aos Cartórios de Registro de Imóveis da Capital, foi levantada a filiação do imóvel sede do Centro de Estudos Jurídicos da Procuradoria Geral do Município, a qual remonta ao ano de 1907, quando Dona Paulina de Souza Queiroz o adquiriu mediante título de formal de partilha extraído dos autos do Espólio da Baronesa de Limeira. Posteriormente, João Filiola, foi seu proprietário.
Conforme historiado por Laís de Barros Monteiro:
“Quase ao término do século XIX, aos 16/05/1894, a Baronesa de Limeira abriu a Rua Brigadeiro Luís Antonio nos terrenos de sua propriedade, bem como várias ruas adjacentes. Era uma enorme propriedade que se manteve íntegra até os anos trinta, na propriedade de Paulina de Souza Queiroz,
que a legou ao Estado. Para homenageá-la foi traçado em terras que foram suas o Viaduto Dona Paulina”.O centenário sobrado da Avenida Brigadeiro Luís Antonio ergue-se, portanto, em sítio histórico, da melhor tradição paulistana, vez que construído na grande chácara pertencente a D. Paulina de Souza Queiroz “onde fora cultivado café”.
A propriedade de Dona Paulina de Souza Queiroz, descendente de Vicente de Souza Queiroz, Vereador à Câmara Municipal de São Paulo, o “Barão de Limeira”, casado com Dona Francisca de Paula Souza, “Baronesa de Limeira”, fazia parte da grande extensão de terras conhecida por “Chácara do Barão de Limeira”, que juntamente com outras áreas pertencentes às tradicionais famílias paulistanas, deram origem aos atuais bairros do centro e adjacências.
COMPANHIA DE ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO RIO GRANDE - 1887
A ferrovia do contestado tem mais de um século de história. O resumo histórico da Estrada de ferro São Paulo Rio Grande, no vale do Rio do Peixe, tem marcos revelantes, que assim podem ser pontuados:
1° Em 1887, o engenheiro João Texeira Soares projetou o traçado da estrada de ferro com 1.403 Km de extensão, entre Itararé {São Paulo} e Santa Maria [RS], para ligar as provícias de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul pelo interior,Possibilitando a ligação da então capital Federal [Rio de Janeiro] às regiões fronteriças do Brasil com Argentina e o Uruguai.
2º Em Santa Catarina, a ferrovia atravessava o meio-Oeste, na sua parte mais estreita, entre o Rio Iguaçu [ao Norte] e Uruguai ao [Sul], marginando o Rio do Peixe em ¾ da sua extensão, assim cortando o território conhecido como “Contestado”, na época objeto da Questão de limites Paraná-Santa Catarina. 3° A 9 de Novembro de 1889, seis dias antes da Programação da R epública, o Imperador D. Pedro 11 fez a concessão desta estrada-de-ferro a texeira Soares, ato que foi ratificado a 7 de abril de 1890 pelo Marechal Deodoro da Fonseca, chefe do Governo Provisório da República.
4° Para levantar o capital necessário à construção, junto a investidores europeus, em 1890 Texeira Soares criou a Companhia Chemins de Fer Sud Oest Brasilienses. Já em 1891, a concessão do trecho Itararé Rio Uruguai foi transferido para a companhia União Industrial dos Estados do Brasil. A seguir , em 1884, esta concessão passou a outra empresa, a companhia Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande. O trecho do Rio Uruguai a Santa Maria permaneceu com a companhia Chimins de Fer, o qual em 1896 foi privatizado pelo Estado do Rio Grande do Sul.
5° Somente em 1895 foram aprovados os estudos definitivos e completos da ferrovia entreguem a Cia. São Paulo-Rio Grande [EFSPRG], num total de 941,88 quilômetros de extensão, entre Itararé [SP] e o Rio Uruguai. A construção começou no sentido norte-sul em 1897, e o trecho de 264 km entre Itararé e o Rio Iguaçu [em Porto União], Foi concluído em 1905. 6° Em 1907 teve início a construção dos primeiros 50 km, do trecho no Território Contestado, de Porto União em direção ao Sul, suspensa em 1908. Pela demora, neste ano, a Cia. São Paulo-Rio Grande recebeu ultimato do governo federal para concluir toda a extensão até o Rio Uruguai, em dois anos, sob pena de perda da concessão.
7° Em 1908, o empregador norte-americano Percival Fargunhar assumiu a concessão, integrando a Companhia Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande à holding Brazil Railway. Esta mesma holding havia criado a Southern Brazil Lumber & Colonization Company em três Barras, para a exploração da madeira na floresta da Aurocária na região.
8° A empresa contratou o engenheiro Achiles Stenghel para a ousada empreitada, e este chamou mais 4.000 homens assim tendo sido recrutado um total de 8.000 trabalhadores em todo o pai, inclusíve, no exterior, que foram distribuídos ao longo dos 372 quilômetros do traçado. 9° O primeiro trecho, em 110 km entre Porto União e Taquaral \liso, passando pelas estações de São João [Matos Costa] e de São Roque [Calmon], foi inaugurado em 3 de abril de 1909 pelo Presidente da República, Afonso Augusto Moreira Penna, no local onde foi construída a Estação Presidente Penna [existe até hoje]
10º A 1° de maio de 1910, foram inauguradas as estações de Rio Caçador, de Riu das Antas, de Rio das Pedras [Videiras]e de Pinheiro Preto. Em 1° de Setembro deste ano, inauguraran-se as estações de Rio Bonito[Tangará], Barra de São Bento[Luzerna] e de Erval [Erval do Oeste e Joaçaba]. A 20 de Outubro. Foi aberta a estação de Rio Capinzal {Capinzal e Ouro} e no dia 29 do mesmo mês as estações do Rio do Peix[Piratuba e Pira], Volta grande do Rio Uruguai. No Outro lado do Rio, as estações de Marcelino Ramos Foram inauguradas a 29 de Outubro. 11. Concluída a ponte provisória [de madeira] sobre o Rio Uruguai, a Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, foi solenemente inaugurada dia 17 de dezembro de 1910. Mas, a ponte foi levada pela enchente de maio de 1911 e a nova, metálica, somente ficou pronta em 1912[a mesma que existe até hoje], possibilitando então, finalmente, o tráfico de trens entre os quatro estados do Sul. 12. A epopéia liderada por achiles Stenghel em Santa Catarina resultou na construção de 15,5quilômetros de trilhos por mês, ou seja, 516,6 metros por dia, utilizando 8.000 mil trabalhadores, os quais, na enexistência de maquinaria, usaram as mãos, pés, picaretas, enxadas, dinamites e carrinhos-de-mão para erguer a sinuosa linha no Vale do Rio do Peixe, ao custo de 30 mil contos de réis ou, seja, pouco mais de três milhões de libras esterlinas, um valor três vezes superior ao inicialmente previst[de11.160] contos de réis para o trecho.
13. Como para construção a União garantiu a companhia uma subvenção de 30 contos de réis por quilômetros construídos e mais o pagamento de juros de 6% ao ano sobre o total investido, a empresa alongou o máximo a linha, por curvas desnecessárias, assim economizando[e lucrando]em obras de artes,aterro, pontes, viadutos e túneis não construídos.” Por isso, diz-se que a estrada foi” construída por metro”.
14. Nas proximidades do único túnel construído no trecho, [100 metros], na época em Pinheiro Preto, em outubro de 1909 aconteceu o primeiro assalto a um trem-pagador no Brasil, quando o bando de Zeca Vacariano matou os guardas e roubou trezentos contos de réis. 15. A Cia. EFSPRG construiu uma subsidiária, a Brazil Development & Colonization Company, para promover o loteamento e colonização das terras marginais aos trilhos com imigrantes europeus, iniciando ainda em 1910 pelas estações do Rio do Peixe [Piratuba] e de Rio das Antas. Os planos foram interrompidos em 1914, por causa da 1° Grande Guerra Mundial, na Europa, e pela deflagração da Guerra do Contestado, aqui.
16. De acordo com os termos da concessão, a empresa ganhou do governo um total de 15.894Km2 de terras, que deveria vender a título de colonização. Pelo trecho catarinense no Contestado, a EFEPRG recebeu 6.696Km2 de terras, equivalente a 276,694 alqueires.
17. Depois da guerra do Contestado e depois da assinatura do Acordo de Limites entre Paraná e Santa Catarina, em 1917 fora retomados os planose de colonização, desta vez, por intermédio de empresas colonizadouras [gaúchas] particulares,,que compraram da Cia. EFSPRG grandes árias e as dividiram em colônias.
18. as terras, nas grande maioria, fora ofertadas a colonos italianos,alemães e poloneses das colônias Velhas do Rio Grande do Sul, já descendentes dos imigrantes pioneiros. Estes ingressos realizaram fluxo migratório, em levas que se estenderam até por volta de 1940.
19. Nas sedes destas colônias, apartir das estações ferroviárias, nasceram as vilas de São João [Matos Costa] , Calmon, Rio Caçador e Canteiro, Rio das Antas, Perdizes e Vitória [Videira], Pinheiro Preto, Rio Bonito[Tangará], Bom Retiro[Lucena], Erval do Oeste, Barra Fria [lacerdópulis], Rio Capinzal[Capinzal] e Ouro, Rio do Peixe[Piratuba] e Ipira, hoje importante cidade do \meio-Oeste
20. Durante anos e anos, a ferrovia foi o único meio de comunicação e transporte que ligava o Vale do Rio do Peixe ao restante do Brasil. Alem dos passageiros, ela transportava as riquezas aqui produzidas [madeiras e alimentos] e abastecia as comunidades com as mercadorias compradas nos grandes centros do país. Pela região, diariamente transitavam diversas linhas de trens o direto e o misto-inclisíve internacionais, ligando Bueno Aires ao Rio de Janeiro. As composições trafegavam à média de 20-30 km horas.
21. Domingo pela corrupção, todo o complexo da Brazil Railway havia entrado em concordata em 1917. Já em 1940, transcorrido os 40 anos do prazo da concessão dada em 1890, juntamente com todos os bens do Sindicato Falquear, o governo federal, encampou esta, estrada-de-ferro. Revertendo-a para a autarquia, Rede de Viação, Paraná-Santa Catarina, [RVPSC], a qual, em 1957, somada a outras autarquias, veio a construir a, Rede Ferroviária Federal S/A, [RFFSA], com, 100% das ações pertencentes à União.
22. A Partir de 1960, aos poucos as velhas locomotivas a vapor, carinhosamente chamadas pelo povo de “ Maria-Fumaça” foram sendo substituídas por máquinas a diesel. Com abertura de estradas rodoviárias, perdendo a competividade de fretes, também a partir de então começou a cair o movimento de trens na ferrovia do Contestado, a ponto de já nos anos 70 ser paralisado totalmente o transporte de passageiro. Sem faturamento, a ferrovia do Contestado entrou em processo de deterioração.
23. Em 1996, a malha ferroviária vinculada á Superintendência Regional [Paraná e Santa Catarina] da Rede Ferroviária Federal S/A foi privatizada, passando para empresa Ferrovia Sul Atlântico S/A, com sede em Curitiba, com a promessa de Revitalização.
24. Em 1998, a Ferrovia Sul Atlântico S/A foi transformada em América Latina Logística S/A-ALL, empresa que, desinteresando-se economicamente pela exploração do trecho, suspendeu o tráfico de trens e desativou totalmente a Linha Sul.
25. No ano de 2002, a Linha Sul, entre os rios Iguaçu e Uruguai revelou-se totalmente abandonada pela empresa ALL.
A PRIMITIVA ESTAÇÃO RIO CAÇADOR
Ao Longo do trecho da ferrovia entre o rio Iguaçu e Uruguai, a então.
COMPANHIA DE ESTRADA DE FERRO SAÕ PAULO RIO GRANDE. Construiu diversas “estações de” parada de trem.
As primeiras estações, todas de construção em madeira, obedeciam a uma planta-padrão, e eram classificadas, neste trecho, como de3º e 2º categoria. Este modelo, como a da ESTAÇÃO DE RIO CAÇADOR, era o de 2° categoria, pois alem da comodidade para os passageiros, possuía ambientes separado para cargas, e servia também de residência do Agente designado.Em dois pavimentos, com a estrutura toda em madeira de pinho e imbuia,sustentava-se em plataforma de pedras retangulares [basalto].
Entre 1908 e 1910, a cada 25 km de linha Sul, no trecho de 372 Km. Entre os rios Iguaçu e Uruguai, a Companhia Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande construiu estações de paradas de trens, que também serviram, mais tarde, com o escritório da Brazil Devel Quedas Originam-se do latim arcaico “caeda”, que, tomba, que cai. (AGC, ABHF opment, & Colonization Com, outra subsidiária da Brazil Railway Company, para levar adiante os planos de colonização das terras marginais aos trilhos. Aqui, em 1934, a primeira estação de Rio Caçador, destruída por incêndio nos anos 40, que inspirou a construção do prédio-sede do Museu do Contestado.
A PRIMEIRA ESCOLA MUNICIPAL DE QUEDAS DO IGUAÇU -1968
1ª Escola Instalada onde hoje funciona o Pavilhão da Igreja Matriz.
Esta foto foi tirada o dia das mães, homenagem proporcionada pelos alunos da escola.
Os professores eram: João Sobczak, Ilda Badoti, Vitório Potulski, Lucio Domanski, Carlos Belinski, Valério, Piasceski, Longuines Siejka, Nair Sokolovski, e professor Nogueira.
Primeiro Nascimento: Ermelino Soares correia nasceu às 16 horas do dia 17 de agosto de 1918, na localidade de Boa Vista de São Roque, hoje pertencente ao município de Espigão Alto do Iguaçu. Filho de Eugênio Soares Correia e Maria Rosa da Luz.
Primeiro casamento: O primeiro casamento registrado em Campo Novo foi de Augusto Borowiez e Leocádia Wysoczewski. Ela nascida no distrito de Barro, município de Erechim, Rio Grande do Sul, no dia 17 de junho de 1919. Filha de João e Maria Wysoczewski, naturais de Porto Alegre, RS. Ele, nascido no município catarinense de Concórdia, no dia 20 de outubro de 1916. Filho do casal Ludovico e Maria Borowicz, ambos de nacionalidade polonesa.
Primeiro caminhão: pertencia à Colonizadora Polonesa. O conhecido por “Pé-de-Bode”, era usado no transporte de produtos agrícolas produzidos na colônia. Primeira serraria: a primeira serraria na colônia Jagoda foi construída pela Companhia Polonesa em agosto de 1938. Era movida por energia hidráulica e serrava uma média de doze tábuas por dia.
Primeiro alambique: aparelho de destilação para fabricação de cachaça, pertencia a Nicolau Loiko. De lata, foi construído no final da década de 30. Primeiro moinho: foi construído pelo polonês Antonio Prasniewski, em janeiro de 1938. Transformava o milho em fubá sem ser fermentado, além de quirera. Tinha 108 metros quadrados
Construção do primeiro moinho
Primeira Prefeitura Municipal de Campo Novo, onde temos o prédio do Lamir Casagrande. (foto ao lado)Primeira estrada: foi aberta pela colonizadora em 1938, ligava a Colônia Jagoda com o povoamento de Laranjeiras do Sul, distrito de Guarapuava. Foi aberto por 50 peões contratados pela Companhia Mercantil do Paraná S/A. Em 1940, um dos diretores da Colonizadora chefiando um grupo de trabalhadores abriu caminho a golpes de foice e enxada, alcançando as margens do Rio Iguaçu.
Primeiro Armazém particular: pertencente ao senhor Francisco Rosentalski, construído em 1940. Hoje é numerosa a família Rosentalski em Quedas do Iguaçu.
Primeiros estabelecimentos comerciais: foram construídos pela Companhia Colonizadora. Em 1940, já funcionava na colônia Jagoda uma farmácia, onde eram vendidos remédios e um grande depósito de cereais. Além de dois armazéns.
Primeira serraria particular: foi construída em 1948. Pelo pioneiro José Traczinski.
(Praça Pedro Alzide Giraldi)
Primeira sociedade desportiva: foi fundada no dia 25 de maio de 1962, com a denominação de Iguaçu Futebol Clube, sendo seus fundadores: Lauzino Silveira Goularth. Arlindo Círico Bronisiau Círico e Alexandre Merlak. NÁ PRÓXIMA FÓTO CONSTA O RESTANTES DOS ATLÉTAS.
Primeira Lei Orçamentária: a primeira lei orçamentária do Município de Campo Novo para o exercício financeiro de 1969/70. Estimando a receita e fixando a despesa em Ncr$ 370.060.00 (trezentos e setenta mil e sessenta cruzeiros novos), foi aprovada no dia 20 de dezembro de 1968. Conforme ofício nº. 1/68 do então Prefeito Municipal, Pedro Alzides Giraldi.
Primeira agência bancária: O Banco do Estado do Paraná S/A foi o primeiro a estabelecer agência em Campo Novo. Foi oficialmente instalado no dia 15 de outubro de 1976 e gerenciado pelo bancário Leonir Antonio Felini. Inicialmente, a agência ocupou um prédio alugado, de propriedade do Doutor Auri Antônio Sanson, onde hoje está o Correio.
Matéria extraída do livro Uma história em Quedas do Iguaçu, Leoni Terezinha Luzitani, Autora
Co-Autora: Sonia Aparecida de Aguiar Barreto.
PIONEIROS ENTRE OS INDIOS
Diversos escritos dão conta de que os primeiros contatos com os habitantes da terra foram pacíficos, ao ponto de trocarem presentes como escreveu Pedro Femandêz, integrante da comitiva de Dom Álvares Nunes Cabeza de Vaca que aqui passou em 1541. No entanto, a ocupação das terras teve lances dramáticos, pois os Índios sentiram que estavam perdendo o que consideravam seu, e, até certo ponto estavam certos. Anteriormente, vítimas dos bandeirantes paulistas que os caçaram para o trabalho escravo e, encurralados cada vez mais pelos povoadores que viriam alguns anos depois, se tornaram inimigos temíveis. Em que pese a superioridade numérica, ficavam em inferioridade diante dos povoadores bem armados. Para eles, valia a astúcia, suas armas rudimentares, mas precisas, e o profundo conhecimento das florestas e dos campos que habitavam. Não nos cabe apenas vê-los como assassinos sanguinários, embora tenham atacado fazendas e viajantes com ferocidade, mas como alguém que foi submetido a um choque cultural muito grande, pela invasão de seus territórios. Não pode ser mantido omito de que os nossos índios assistiriam o povoamento desta região de forma passiva. Dentro de suas possibilidades, foram inimigos duros que lutaram bravamente pela terra, pela segurança e pela liberdade que lhes eram tomadas de uma só vez.
Ester Hery, enfermeira e missionária, filha do pastor Walter Hery, vive na Reserva Indígena Rio das Cobras no município de Nova Laranjeiras que abrange parte dos municípios de Espigão Alto do Iguaçu e de Quedas do Iguaçu. O pastor Walter, que é da Alemanha, chegou à reserva em 1965 e envolve na sua atividade assistencial e missionária, praticamente toda a família.
As informações que conseguimos com Ester Hery sobre os Kaingang e Guarani que habitam a reserva, atualmente em número superior a 2 mil índios, são interessantes. Por muitos anos os Guaranis foram escravos dos Kaingang e havia uma inimizade muito grande entre eles, problema hoje plenamente superado.
Quando os Kaingang dão nome indígena a um homem ou mulher de outra raça, que não a sua, o fazem como demonstração de que aquela pessoa é aceita na tribo como igual, ou como índio. Assim, o pastor Walter é chamado pelos índios de Fár (pele ou casca), sua esposa Isedore é Kitóg (sem tradução), dos filhos do casal, Martin é Ka’egso (arara vermelha), Ester é Vénsóg (gema de ovo), Lídia é Ragtánh e Andrea é Nevág, estes dois últimos sem tradução para o português. Numa reserva indígena não existem homônimos, tanto que quando nasce uma criança, não compete aos pais escolherem o seu nome, mas a um conselho de índios mais velhos, formado para esta incumbência, pois conhecem todos na aldeia, evitando homônimos. Na reserva Rio das Cobras, eles plantam as lavouras de subsistência, principalmente de milho (gãr) e feijão (rãgró), criando também pequenos animais. Fazem bastante artesanato de taquara (vãn) e vão seguidamente às cidades ou vilas vizinhas que chamam de sénjã, que quer dizer local de compras.
Houve tempos em que todos os índios da região tàbricavam uma beberagem alcoólica que denominavam de goiofá ou kiki. Colocavam milho para fermentar, em grandes cochos escavados em troncos de palmeiras, produzindo goiofá. No inverno acrescentava mel, o que tornava a bebida mais quente e forte, com o nome de kiki. Só a consumiam durante as festas, inclusive em funerais (festas dos mortos) e todos tinham acesso ao kiki, inclusive mulheres e crianças.
Antes da povoação, de Laranjeiras do Sul, a erva-mate não teve influência econômica na nossa região que ficava afastada do Extremo-Oeste, donde, o produto seguia para os países da bacia do rio da Prata, e do primeiro planalto, donde era transportado para Curitiba e para o litoral a fim de ser expol1ado. Nossos índios já conheciam os efeitos benéficos da bebida e chamavam a erva-mate de congoy. Eles a utilizavam com água fria, no verão e quente, no inverno. O costume foi levado para as reduções jesuíticas, pois os índios acreditavam no poder da congoy contra o cansaço e como digestivo. Para os religiosos catequizadores, a erva-mate possuía efeito afrodisíaco, motivo que os levou a chamá-la por algum tempo de “erva do diabo”.
Na extensa região do Guairá, a bebida foi oferecida pelos índios aos conquistadores espanhóis a partir do ano de 1554, na época, conhecida como “erva do Paraguai” e “chá do Paraguai”.
Desde a criação da ouvidoria de Paranaguá (1852/1853) o mate do Paraná conhecido como erva de Paranaguá, devido ao porto de onde saía para a exportação, foi o responsável pela união de personalidades das classes de mais alto nível do nosso Estado. Culminando com a fundação da Associação Comercial do Paraná, cujo primeiro presidente foi Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Cerro Azul, um dos grandes empresários inovadores no setor ervateiro. No início, a erva-mate era tratada com reservas pelos jesuítas que acabaram se transformando nos maiores divulgadores do mate no Brasil, melhorando as formas de preparo e promovendo o seu cultivo. Com a destruição das reduções jesuíticas no Paraná pelos bandeirantes paulistas, e com a fuga dos índios liderados pelo padre Ruiz de Montoya ao Rio Grande do Sul, o uso da erva-mate, como bebida, foi introduzido naquele estado. Podemos avaliar a importância da erva-mate no Estado do Paraná, desde o período provincial, pelos nossos principais símbolos. No dístico oficial e na nossa bandeira, observa-se a estilização de dois ramos de produtos típicos paranaenses: o ramo à esquerda simboliza a erva-mate (ilex paraguariensis), e o ramo à direita, representa o pinheiro (araucária angustifolia). Até o início da Primeira Guerra Mundial o mate manteve-se como esteio econômico do Paraná, sendo DEPOIS DE superado pela madeira que assumiu a condição de principal produto do Estado.
No ano de 1820, o botânico francês Auguste de Saint-Hilaire, após observar muitos pés de erva ¬mate nas proximidades de Curitiba, a denominou como “folha de ouro”. O ilustre botânico em visita aos campos de Guarapuava, estando no alto da serra da Esperança, comentou com os companheiros que o ar enchia os pulmões de uma forma limpa e gostosa. Do alto da serra, observava a imensidão, a perder de vista, com aquela impressão, que temos, de que o céu se encontra com a terra.
Os índios desta região também consumiam e consomem a erva-mate, tanto que é digno registrarmos que nos anos de 1957 e 1958, funcionários do extinto SPI - Serviço de Proteção ao índio ao realizarem trabalho para o IBRA -instituto Brasileiro de Reforma Agrária - entre eles, João Magno Moreira, na época atual diretor da Câmara Municipal de Laranjeiras do Sul, costumavam tomar chimarrão no posto indígena. João anotou que a erva-mate, após ser colhida, era sapecada,
fogo ao ponto de facilitar a sua trituração com as próprias mãos ou com o pilão. Já se usava a cuia de porongo (pétor em kaingang) e um canudo de taquara que servia como bomba, cuja ponta introduzida na cuia que era posto um gomo prio e pouco acima, eram feitas quatro perfurações e, nestas, introduzidos finos filetes da própria taquara, o que evitava que o pó da erva-mate fosse absorvido com a água. Deduzimos, então, que o uso da erva-mate como bebida, teve origem com os índios do Paraná que o disseminaram por todo o Sul. Na nossa região, o produto teve importância econômica a partir da povoação de Laranjeiras do Sul, quando passou a ser transportado no lombo de animais para outras cidades, e até para os portos fluviais do rio Paraná e os marítimos de Paranaguá e Antonina, com a finalidade de ser exportado. Começaram a surgir os chamados “barbaquás”, que eram indústrias rústicas de beneficiamento, nde chegavam os grandes feixes de erva-mate que os pioneiros chamavam de raído.
Cinco milhões de índios estavam no Brasil antes do descobrimento
Antonio Carlos Olivieri*
Da Página 3 - Pedagogia & Comunicação
Ao chegarem ao Brasil, os portugueses encontraram um território povoado. Seus habitantes, porém, desconheciam a escrita e não deixaram documentos sobre o próprio passado. O conhecimento que temos sobre os índios brasileiros do século 16 baseia-se principalmente em relatos e descrições dos viajantes europeus que aqui estiveram na época. Particularmente, os livros do alemão Hans Staden e do francês Jean de Lery, que conviveram com os índios por volta de 1.50.
Os dois apresentam detalhadamente o modo de vida indígena, relacionando aspectos que vão dos mais triviais, como as vestes e adornos, aos mais complexos, como as crenças religiosas. Sobre as épocas anteriores à chegada dos portugueses, os estudos históricos contam com a contribuição da antropologia e da arqueologia, que permitiram traçar um panorama abrangente, apesar da existência de lacunas. O povoamento da América do Sul teve início por volta de 20.000 a.C., segundo a maioria dos pesquisadores. Existem indícios de seres humanos no Brasil datados de 16.000 a.C., de 14.200 a.C. e de 12.770 a.C., encontrados nas escavações arqueológicas de Lagoa Santa (MG), Rio Claro (SP) e Ibicuí (RS). A dispersão da espécie por todo o território nacional aconteceu em cerca de 9000 a.C., quando o número de homens aumentou muito. Tupis e guaranis
Ao longo desse processo, teria ocorrido a diferenciação lingüística e social que deu origem aos troncos indígenas. Macro-Jê e Macro-Tupi. Deste último, entre os séculos 8 e 9, originaram-se as nações Tupi e Guarani. São as que mais se destacam nos últimos 500 anos da História do Brasil, justamente porque tiveram um contato mais próximo com o homem branco.
Na chegada de Pedro Álvares Cabral, em 1500, estima-se que os índios brasileiros fossem entre um e cinco milhões. Os tupis ocupavam a região costeira que se estende do Ceará a Cananéia (SP). Os guaranis espalhavam-se pelo litoral Sul do país e a zona do interior, na bacia dos rios Paraná e Paraguai. Em outras regiões, encontravam-se outras tribos, genericamente chamados de tapuias, palavra tupi que designa os índios que falam outra língua.
Apesar da divisão geográfica, as sociedades tupis e guaranis eram bastante semelhantes entre si, nos aspectos lingüísticos e culturais. Os grupos se formavam e se mantinham unidos principalmente pelos laços de parentesco, que também articulavam o relacionamento desses mesmos grupos entre si. Agrupamentos menores, as aldeias ligavam-se através do parentesco com unidades maiores, as tribos.
Modo de vida dos índios
Os índios sobreviviam da caça, da pesca, do extrativismo e da agricultura. Nem esta última, porém, servia para ligá-los permanentemente a um único território. Fixavam-se nos vales de rios navegáveis, onde existissem terras férteis. Permaneciam num lugar por cerca de quatro anos. Depois de esgotados os recursos naturais do local, migravam para outra região, num regime semi - dentário.
Suas tabas (aldeias) abrigavam entre 600 e 700 habitantes. Levando em conta as possibilidades de abastecimento e as condições de segurança da área, um conselho de chefes determinava o local onde eram erguidas. As aldeias eram formadas por ocas (cabanas), habitações coletivas que apresentavam formas e dimensões variadas. Em geral, as ocas eram retangulares, com o comprimento variando entre 40 m e 160 m e a largura entre 10 m e 16 m. Abrigavam entre 85 e 140 moradores. Suas paredes eram de madeira trançada com cipó e recobertas com sapé desde a cobertura. As várias aldeias se ligavam entre si através de trilhas, que uniam também o litoral ao interior. Algumas eram muito extensas como a do Peabiru, que unia a região da atual Assunção, no Paraguai, com o planalto de Piratininga, onde se situa a cidade de São Paulo. Descobrimentos arqueológicos confirmam contatos entre os tupis-guaranis e os incas do Peru: objetos de cobre dos Andes foram desenterrados em escavações, no Rio Grande do Sul e no Estado de São Paulo. Alimentação: mandioca, peixe e mariscos
A alimentação dos índios do Brasil se compunha basicamente de farinha de mandioca, peixe, mariscos e carne. Conheciam-se os temperos e a fermentação de bebidas alcoólicas. Com as fibras nativas dos campos e florestas, fabricavam-se cordas, cestos, peneiras, esteiras, redes, abanos de fogo; moldavam-se em barro diversos tipos de potes, vasos e urnas funerárias, pois enterravam seus mortos .
Na taba, vigorava a divisão sexual do trabalho. Aos homens cabiam as tarefas de esforço intenso, como o preparo da terra para o cultivo, a construção das ocas e a caça. Além destas, havia a atividade que consideravam mais gloriosas a guerra. As mulheres, além do trabalho natural de dar a luz e cuidar das crianças, semeavam, colhiam, modelavam, teciam, faziam bebidas e cozinhavam .
Os casamentos serviam para estabelecer alianças entre aldeias e reforçar os laços de parentesco. A importância da família se contava pelo número de seus homens. As grandes famílias tinham um líder e as aldeias tinham um chefe, o morubixaba. Em torno dele, reunia-se um conselho da taba, formado pelos líderes e o pajé ou xamã, que desempenhava um papel mágico e religioso. As crenças religiosas dos índios possuíam papel ativo na vida da tribo. Praticavam-se diversos rituais mágico-sagrados, relacionados ao plantio, à caça, à guerra, ao casamento, ao luto e à antropofagia. Antropofagia (canibalismo) e vida após a morte
Basicamente, os tupi-guaranis acreditavam em duas entidades supremas - Monan e Maíra - identificados com a origem do universo. Ao lado das divindades criadoras, figurava também uma entidade - Tupã - associada à destruição do mundo, que os índios consideravam inevitável no futuro, além de ter ocorrido em passado remoto. Acreditavam também na vida após a morte, quando o espírito do morto iniciava uma viagem para o Guajupiá, um paraíso onde se encontraria com seus ancestrais e viveria eternamente. A prática da antropofagia talvez estivesse especialmente ligada a essa viagem sobrenatural, sendo uma espécie de ritual preparatório para ela, segundo alguns estudiosos .
Para outros, o ritual antropofágico servia para reverenciar os espíritos dos antepassados e vingar os membros da aldeia mortos em combate. Após as batalhas contra tribos inimigas, a antropofagia tinha caráter apoteótico, mobilizando todos os membros da aldeia numa sucessão de danças e encenações que terminavam com a matança de prisioneiros e o devoramento de seus corpos.
Na organização política de uma aldeia, destacava-se a figura do chefe, o morubixaba, mas este só exercia efetivamente o poder em tempos de guerra. Ainda assim não podia impor a sua vontade, devendo convencer um conselho da aldeia, por meio de discursos. A guerra era uma atividade epidêmica. Acontecia por razões materiais, como conquistar terras privilegiadas; morais e sentimentais, como a vingança da morte de parentes ou amigos por grupos adversários; ou ainda, religiosas, vinculadas à antropofagia. Povos guerreiros
O caráter beligerante das sociedades indígenas brasileiras desmentem a versão da história segundo a qual os índios se limitaram a assistir à ocupação da terra pelos europeus, sofrendo os efeitos da colonização passivamente. Ao contrário, nos limites das suas possibilidades resistiram à ocupação territorial, lutando bravamente por sua segurança e liberdade. Entretanto, o contato inicial entre índios e brancos não chegou a ser predominantemente conflituoso. Como os europeus estivessem em pequeno número, podiam ser incorporados à vida social do índio, sem afetar a unidade e a autonomia das sociedades tribais.
Isso favoreceu o intercâmbio comercial pacífico, as trocas de produtos entre os brancos e os índios, principalmente enquanto os interesses dos europeus se limitaram ao extrativismo do pau-brasil. Em geral, nas três primeiras décadas de colonização, os brancos se incorporavam às aldeias, totalmente sujeitos à vontade dos nativos. Mesmo em suas feitorias, os europeus dependiam de articular alianças com os indígenas, para garantir a alimentação e segurança .
Posteriormente, quando o processo de colonização promoveu a substituição do extrativismo pela agricultura como principal atividade econômica, o padrão de convivência entre os dois grupos raciais sofreu uma profunda alteração: o índio passou a ser encarado pelo branco como um obstáculo à posse da terra e uma fonte de mão-de-obra barata. A necessidade de terras e de trabalhadores para a lavoura levaram os portugueses a promover a expulsão dos índios de seu território, assim como a sua escravização. Assim, a nova sociedade que se erguia no Brasil impunha ao índio uma posição subordinada e dependente.
Confederação dos tamoios
Contra essa ordem, a reação indígena assumiu muitas vezes caráter violento, como a guerra dos Tamoios, que se estendeu por três anos, a partir de 1560. Incentivados por invasores franceses estabelecidos na Baía da Guanabara, vários grupos desses índios uniram-se numa confederação para enfrentar os portugueses, ao longo do litoral entre os atuais estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A atuação dos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta resultou num acordo de paz, realizado em Iperoígue, uma aldeia situada onde hoje se localizam os municípios paulistas de São Sebastião e Ubatuba.
Outra possibilidade de reação indígena ao avanço português era a submissão, assumida sob a condição de “aliados” ou escravos. Essa forma de convivência “pacífica” foi obtida particularmente graças ao trabalho dos padres missionários que, promovendo a cristianização dos índios, combatiam sua cultura e tradições religiosas, além de redistribuí-los territorialmente, em geral de acordo com os interesses dos colonizadores. Índios sobreviventes
Finalmente, para preservar a unidade e a integridade de seu modo de vida, os índios optaram também pela migração para as áreas interioranas, cujo acesso difícil tornava o contato com o branco improvável ou impossibilitava a este exercer seu domínio. Essa alternativa, porém, teve um preço alto para as tribos indígenas, forçando-as a adaptar-se a regiões mais pobres ou inóspitas. Ainda assim, em relação ao enfrentamento ou à submissão, o isolamento foi o que permitiu parcialmente aos índios preservarem sua herança biológica, social e cultural. Dos cinco milhões de índios da época do descobrimento, existem atualmente cerca de 460 mil, segundo a Funai - Fundação Nacional do Índio. Veja também
O povo Kaigang: História e cultura Os Kaigang da região de Rio da
Cobras 9 de julho de 2006. O contato dos Kaingang com a sociedade envolvente teve início no final do século XVIII e efetivou-se em meados do século XIX, quando os primeiros chefes políticos tradicionais (Põ’í ou Rekakê) aceitaram aliar-se aos conquistadores brancos (Fóg), transformando-se em capitães. Esses capitães foram fundamentais na pacificação de dezenas de grupos arredios que foram vencidos entre 1840 e 1930. Entre os desdobramentos dessa história, destacam-se o processo de expropriação e acirramento de conflitos, não apenas com os invasores de seus territórios, mas intragrupos kaingang, uma vez que o faccionalismo característico dos grupos jê foi potencializado pelo contato. Os Kaingang vivem em mais de 30 Terras Indígenas que representam uma pequena parcela de seus territórios tradicionais. Por estarem distribuídas em quatro estados, a situação das comunidades apresenta as mais variadas condições. Em todos os casos, contudo, sua estrutura social e princípios cosmológicos continuamvigorando, sempre atualizados pelas diferentes conjunturas pelasquaisvêmpassando.
Segundo o lingüista Aryon Dall’Igna Rodrigues, a língua kaingang pertence à família jê do tronco macro-jê. A lingüista e missionária do SIL (Summer Institute of Linguistics) Ursula Wiesemann classificou a língua dos Kaingang atuais em cinco dialetos: (1) de São Paulo (SP), entre os rios Tietê e Paranapanema; (2) do Paraná (PR), entre os rios Paranapanema e Iguaçu; (3) Dialeto Central ©, entre os rios Iguaçu e Uruguai, Estado de Santa Catarina; (4) Dialeto Sudoeste (SO), ao sul do rio Uruguai e a oeste do rio Passo Fundo, Estado do Rio Grande do Sul; e (5) o Dialeto Sudeste (SE), ao sul do rio Uruguai e leste do rio Passo Fundo. Os dialetos diferenciam-se em várias partes de sua estrutura sendo as diferenças mais evidentes as fonológicas.
Os Kaingang vivem hoje em mais de 30 Terras Indígenas distribuídas nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Estima-se hoje uma população kaingang de 25.875 pessoas vivendo em 32 Terras Indígenas (Funasa, 2003). No entanto, verifica-se a presença de famílias vivendo nas zonas urbanas e rurais próximas às TIs. Na grande Porto Alegre-RS surgiram três grupos kaingang que passaram a viver na cidade e um já conseguiu local para construir a aldeia. São grupos formados por uma família extensa inteira ou parte da que permaneceu na TI de origem. Na zona rural a presença kaingang se dá por unidades familiares ou individualmente, que, pela impossibilidade (econômica ou política) de viverem nas TIs, passaram a viver como trabalhadores não qualificados em fazendas e sítios das regiões próximas às aldeias. Se computadas todas essas famílias, o contingente populacional kaingang poderá chegar a 30 mil.
É importante registrar que os censos realizados até o presente são bastante precários porque as famílias kaingang mudam-se freqüentemente de aldeia e de TI pelas mais variadas razões e essa dinamicidade dificulta a sua visibilidade. O crescimento vegetativo é considerado bastante alto e, mesmo com elevado índice de mortalidade infantil, quando os censos são divulgados, estes já se encontramdefasados. O centro da vida ritual entre os Kaingang é ocupado pelo ritual de culto aos mortos. Efetivamente, entre estes índios as etapas do ciclo de vida ou são objeto de rituais circunscritos ao ambiente doméstico (caso da nominação) ou não apresentam qualquer forma de ritualização (caso dos casamentos). Ao contrário, o culto aos mortos destaca-se não apenas pela importância atribuída pelos Kaingang, mas também, por seu caráter comunitário e intercomunitário.
As primeiras referências ao ritual do Kikikoi devemos a Curt Nimuendajú (1913) e a Herbert Baldus (1937), porém os registros sobre as beberagens que acompanhavam os funerais, nos quais era consumida a bebida Aquiqui remontam às primeiras décadas do século XIX.
O Kiki, ou o ritual do Kikikoi (comer o Kiki), como é conhecido o culto aos mortos kaingang, já foi descrito como o centro da vida religiosa destes índios. Não obstante este ritual seja hoje em dia realizado apenas por um pequeno grupo na Terra Indígena Xapecó (SC), todos os Kaingang associam o Kiki à ‘tradição’ indígena, ao ‘sistema dos antigos’. Os registros históricos permitem-nos afirmar que, no passado, este ritual era realizado em diversas regiões.
Mesmo no contexto atual da Terra Indígena Xapecó, onde o Kiki foi realizado pela última vez no ano de 2000, a realização deste ritual possibilita a identificação da articulação desta experiência ritual com crenças e práticas relacionadas à cosmologia dualista kaingang. O ritual consiste, fundamentalmente, na performance de dois grupos formados por indivíduos pertencentes a cada uma das metades clânicas, Kamé e Kairu. A condução da vida social kaingang, vimos, opera uma constante fusão das duas metades. Durante o Kiki, no entanto, as metades atuam separadamente, formando grupos de ‘consangüíneos classificatórios ou mitológicos’. Como nos mitos, o relacionamento entre os grupos que atuam no ritual é marcado pela complementaridade e assimetria entre as metades Kamé e Kairu.
A realização do ritual do Kikikoi depende da solicitação dos parentes de alguém que veio a falecer no ano anterior ou nos anos anteriores. É necessário que haja mortos das duas metades. O processo ritual é marcado pela reunião dos rezadores em três fogos acesos, em dias diferentes, no terreno do organizador - local conhecido como ‘praça da dança’ ou ‘praça dos fogos’. A data do primeiro fogo geralmente ocorre dois meses antes da realização do terceiro e último fogo. Os Kaingang afirmam que o ritual deve ocorrer entre os meses de janeiro e junho. O primeiro fogo (são acesos dois fogos, um para cada metade) antecede o corte (a derrubada) do pinheiro (Araucaria augustifolia), o qual servirá de konkéi (cocho), vasilha onde é colocada a bebida que recebe o nome do ritual - ‘kiki’ (cerca de 70 litros de mel e 250 litros de água). O segundo fogo (são quatro fogos, dois de cada metade) ocorre na noite seguinte e antecede o início da preparação do konkéi.
O terceiro fogo, etapa mais importante do ritual, articula um maior número de pessoas e eventos. Cerca de dois meses após a colocação da bebida no konkéi, seis fogos são acesos - três dos Kamé e três dos Kairu - paralelos ao konkéi. Os rezadores permanecem durante a noite ao redor dos fogos, acompanhados por outros integrantes das respectivas metades, entoando cantos e rezas. Durante esta etapa, determinadas mulheres, as péin, realizam as pinturas faciais (com tintas obtidas pela mistura de carvão e água), cuja finalidade é a proteção dos participantes contra os espíritos dos mortos de sua metade. São estas mulheres que estão preparadas para entrar em contato com os objetos dos mortos, sem correr os riscos daí advindos. Os rezadores de uma metade dirigem suas rezas para os mortos da metade oposta. Eles rezam, cantam e tocam instrumentos de sopro (confeccionados com taquaras – turu) e chocalhos (confeccionados com cabaças e grãos de milhos – xik-xi). Ao amanhecer os grupos se deslocam da praça de dança para o cemitério, onde novamente são realizadas rezas para os mortos nas suas sepulturas. Quando retornam para a praça de dança os grupos se fundem em danças ao redor dos fogos. O ritual é concluído com o consumo da bebida, do Kiki. O Kikikoi pode ser definido como um esforço da sociedade em ratificar o poder do mundo dos vivos sobre os perigos associados com a proximidade dos mortos. Nestes esforços os Kaingang articulam temas como a complementaridade das metades, a nominação, a integração entre comunidades distintas, o controle sobre o território e a interação mitológico-histórica com a natureza. O grande esforço demandado para a realização deste ritual, associado à necessidade formal de integrar diferentes comunidades, fez com que ele fosse, no passado, realizado em apenas algumas terras indígenas. Mesmo hoje em dia, a realização do ritual do Kiki na TI Xapecó depende da participação de convidados (rezadores e dançarinos)queresidemnaTIPalmas.
A partir da década de 1940, com a intensificação da presença do Serviço de Proteção aos Índios no interior das TIs kaingang, o ritual do Kiki foi gradativamente abandonado. As pressões “civilizatórias” condenavam, ao mesmo tempo, as beberagens que marcavam as etapas festivas do ritual e a articulação intercomunitária necessária à realização do Kiki. A mais forte, ou melhor, a mais visível expressão da religiosidade kaingang foi fortemente combatida. Igualmente combatidos foram os xamãs kaingang, muitos tiveram suas casas queimadas e foram obrigados a abandonar suas terras ainda na década de quarenta e cinqüenta. Os xamãs, a quem os Kaingang chamam de Kuiã, demonstram, como no Kikkikoi, um profundo conhecimento e uma perigosa (aos olhos “civilizadores”) capacidade de manipulação da relação entre Natureza, Cultura e Sobrenatureza.
Os kuiã (xamãs), efetivamente, não se ocupam apenas da cura, mas também do conhecimento, da capacidade de “ver e saber o que é que” (como diz um Kaingang da TI Rio da Várzea/RS). Segundo o estudioso do xamanismo kaingang Robert Crépeau (1997), o poder do kuiã é adquirido através dos ‘companheiros’ ou guias animais. Para iniciar a relação como ‘companheiro animal’ o aspirante a kuiã deverá ir ao “mato virgem”, cortar folhas de palmeira e confeccionar recipientes onde colocará água para atrair o ‘companheiro’. Alguns dias mais tarde o iniciante deverá retornar à mata virgem e saberá qual animal bebeu a água preparada. Se ele próprio beber e se banhar com esta água ele passará a ter o animal como ‘companheiro’ e guia. O poder do kuiã depende do tipo de ‘companheiro animal’ que ele possui. Os mais fortes, que tem o mig (gato do mato; tigre) como guia, poderão trazer à vida pessoas cujos espíritos foram seduzidos pelos mortos, viajando para o Numbé (lugar intermediário entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos). Além do poder de cura, os kuiã desenvolvem a capacidade de ver o que irá acontecer com aqueles que vivem no grupo. No caso de uma luta entre grupos rivais – explicou um velho Kaingang responsável pela organização atual do ritual do Kiki – os kuiã sabem quando os adversários estão preparando um ataque. Caso o grupo a ser atacado também tenha um kuiã, este saberá que um ataque está sendo preparado, “eles conversam só entre eles, como telefone”. Com seus guias ou ‘companheiros’ animais, os kuiã ocupam, portanto, uma posição estratégica na organização da vida social e política das comunidades kaingang. O respeito dos kuiã para com seus guias animais é muito particular. Mesmo sendo os Kaingang caçadores tradicionais, os kuiã não podem caçar estes animais. Embora a atuação dos kuiã não esteja restrita ao domínio da cura, esta é uma de suas principais atribuições. São também os ‘companheiros’ animais que ensinam aos kuiã o tratamento com os ‘remédios do mato’. Este conhecimento não está limitado à atuação do kuiã; muitos conhecem os ‘remédios do mato’. Há, com efeito, inúmeras categorias de conhecedores de remédios do mato, tais como: curadores, remedieiras e parteiras de acordo com algumas pesquisas realizadas (Oliveira, 1996; Haverroth, 1997). Conforme afirmou um velho kuiã da terra indígena de Palmas(PR), tudo o que existe na natureza é remédio. A condição fundamental para que as plantas sejam consideradas ‘remédio do mato’ é estar no mato-virgem – os ‘remédios do mato’ não podem ser cultivados, estar no mato é condição para que a planta mantenha sua força, e o remédio produzido,suaeficácia. O xamanismo kaingang, portanto, é uma expressão da relação estreita que estes índios concebem entre sociedade, natureza e sobrenatureza. O xamã é um mediador que atua nas relações entre os domínios do sobrenatural e do natural, tendo sua reputação construída, especialmente, em virtude de suas habilidades de cura e capacidaddeveresaberoconhecimento. Povos que tradicionalmente viviam da caça, coleta e agricultura, os Kaingang de hoje sobrevivem das roças administradas pela FUNAI, das roças familiares, da venda de artesanato e da prestação de serviços para produtores rurais. Tendo perdido a maior parte de seus antigos territórios, os Kaingang ainda viram suas florestas serem devastadas pelas serrarias implantadas nas terras kaingang e as melhores terras serem arrendadas para fazendeiros brancos pelos próprios órgãos indigenistas. Mais recentemente, várias comunidades kaingang e de outras etnias foram atingidas direta ou indiretamente por barragens que afetaram ainda mais as suas condições de vida. Confinados em minúsculas parcelas de terra, o constante reuso do solo e a perda da cobertura vegetal transformaram as TIs em espaços degradados ambientalmente cuja produtividade não atende as necessidades materiais das famílias. Somando-se tudo isso à ineficácia das políticas indigenistas, o quadro atual nas TIs é de grande precariedade em todos os setores da vida, e manifestam-se em: subnutrição, doenças infecto-contagiosas, alcoolismo, alto índice de mortalidade infantil e doenças de pele. Apesar dessas condições, verifica-se uma disposição em superá-las através de diversas lutas: pela reconquista de parte das terras perdidas, por uma educação escolar e políticas de saúde que respeitem suas especificidades Parte superior do formulário
Nas primeiras décadas do século XVII, o atual território paranaense desperta grande interesse de portugueses e brasileiros que descobrem ouro a ser explorado em algumas áreas da região. Há também a intensificação do povoamento indígena pelos bandeirantes paulistas. Até então, colonos e jesuítas espanhóis são os principais povoadores de Paranaguá, no litoral, e Curitiba, no planalto, as duas vilas mais importantes.
No século XVIII, a consolidação e a expansão das atividades mineradoras, em Minas Gerais relegam o Paraná a uma posição secundária, e subordinada a capitania de São Paulo, mantém sua economia limitada a agropecuária de subsistência.
Em 1.853 a província paranaense torna-se independente, e no final do século, a economia foi impulsionada pela extração da erva-mate, exploração da madeira e lavouras de café. Embora a nossa região tenha sido atravessada em 1521 por Aleixo Garcia e comitiva, vinte anos depois, pela comitiva de Alvaro Nuñes Cabeza de Vaca, pelas missões oficiais de colonização e de catequese dos índios, não se tem informação de que alguém tenha se estabelecido nessa época nos chamados campos de Nerinhê. Se os campos de Guarapuava foram terra de degredo de criminosos por quatro décadas, a nossa região era o destino dos degredados que cometiam. novos crimes.
O Brasil, embora independente de Portugal desde 1822, vivia sob o império de Dom Pedro 11, e nós, no Paraná, como integrantes da província de São Paulo. O Paraná foi 3ª e 5ª Comarca, e desde julho de 1852 já era Comarca de São Paulo até a sua emancipação, como província, em 1853. A partir deste instante, tornam-se muito importantes os documentos do Arquivo Histórico do Município, os escritos deixados, entre outros, por Alcindo Natel de Camargo, Xenofonte de Freitas Lopes e os depoimentos colhidos junto aos descendentes de pioneiros. Alcindo, nascido em Laranjeiras do Sul no ano de 1905, foi prefeito em três gestões, desempenhou outros relevantes cargos e chegou a assumir uma cadeira de deputado na Assembléia Legislativa do Estado do Paraná.
Alvina Kapazi, bisneta do pioneiro destas terras, é filha de João Samuel Nogueira e neta de Manoel Nogueira Maciel e de Maria da Conceição Malherbi. Muito lúcida, sempre se empolgou em nos fornecer informações, salientando que transmitia o que ouviu de sua avó, Maria da Conceição, nas longas conversas que entabulavam seguidamente. Quando Maria da Conceição faleceu, Alvinajá era casada com William Kapazi, conhecido como Úlio, descendente de libaneses, e que acabou sendo um dos primeiros padeiros de Laranjeiras do Sul. Úlio também integrou um dos primeiros conjuntos musicais desta terra, “Irmãos Kapazi”. Pela narrativa dos fatos acontecidos, da avó para a neta já adulta, e pela riqueza de detalhes, muito do que escrevemos é fruto de nossas longas entrevistas com Alvina, cuja casa dos seus pais localizava-se em certa época, onde hoje está a Praça da República, e, ela mocinha, costumava lavar roupas no pequeno córrego que tem a sua nascente na Chácara dos Padres (propriedade da Diocese) e boa parte do seu curso, paralelo à rua Coronel Guilherme de Paula, hoje, através de galerias. Quanto a Alcindo Natel de Camargo, destacamos um prefácio do seu histórico, documento de valor inestimável, para que pudéssemos aceitar a empreitada de escrever este livro, Muitos outros, seja com o fornecimento de documentos, ou entrevistas, serão citados ao longo deste trabalho. Alcindo, filho dos pioneiros, capitão Antônio Joaquim de Camargo e Augusta Natel de Camargo, assim se expressa: “Esta com una paranaense. da qual poucos têm conhecimento de sua tradição histórica. possui neste seu filho. alguém que ouviu de seus pais o relato do que foi a vida de Laranjeiras do Sul. desde os tempos idos de seu desbravamento Ouviu. viu e indica momentos inesquecíveis da era em que seus progenitores abriram na beira da estrada. a primeira casa comercial de Laranjeiras. Com modéstia e simplicidade. procurara passar para o papel. tudo aquilo que recordara e deve ser contado a partir dos primeiros tempos até os nossos dias. É um preito de saudade que não deixará no esquecimento a terra bendita que foi o seu berço de seus filhos e netos .
Aos bravos batalhadores do sertão, aventureiros audazes heróis quase desconhecidos da geração de agora, a “homenagem póstuma do autor”
Corria o ano de 1848. José Nogueira do Amaral, casado com Maria Felicidade, vivia em São Paulo onde possuía um emprego no governo imperial, mas também se dedicava a lavoura.
Havia certa desavença por motivos de divisas de terras com alguns vizinhos de sua propriedade e, num certo feriado, não tendo compromisso no emprego, decidiu visitar as plantações. Na passagem de uma porteira, duas pessoas lhe armaram uma tocaia com o intuito de matá-lo. Seus desafetos já haviam matado alguns cães de sua propriedade. Houve luta, e José Nogueira do Amaral acabou por dar cabo dos dois oponentes.
Consta que o mesmo se apresentou às autoridades, sendo condenado à pena capital pela forca. Contava aos seus filhos e estes, a seus descendentes a história de que, como ele era benquisto pelas autoridades, a pena de morte acabou por ser comutada e transformada em degredo José na condição de condenado à morte, vislumbrava uma oportunidade de escapar com vida, tudo dependendo da sua sorte.
Por determinação do governo provincial de São Paulo, organizou-se uma escolta comandada pelo alferes José Toledo, que traria deportado para o sertão bravio, um homem que deveria pagar a sua pena, quem sabe com a própria vida. Além do alferes Toledo, a escolta era composta por mais três soldados.
Ao contrário de outros, que eram degredados nas imediações de Guarapuava, José foi abandonado em região ainda mais inóspita, se considerarmos os escritos do padre Chagas “terra dos índios Dorins rudes e bárbaros”, e a citação da professora Gracita Gruber Marcondes, em seu livro - Guarapuava: História de Luta e Trabalho - Unicentro, de que, dos degredados nos campos de Nerinhê, “sabe-se que apenas um sobreviveu”. O alferes José Toledo, como era de praxe, deixou ao condenado uma pedra de sal (uma arroba), um facão, alguns víveres e uma pistola pedreira. Esta pistola foi certamente uma gentileza do alferes Toledo, pois não se costumava deixar armas de fogo com os condenados. A longa viagem da escolta e do condenado, desde São Paulo até a nossa região, fez nascer alguma amizade entre estes homens, e quem sabe, um misto de admiração e de piedade por aquele que seria abandonado em terras tão selvagens e cheias de perigos, principalmente pela presença das hordas de índios. Cabe aqui uma explicação sobre a “pistola pedreira”. Na falta de chumbo, o que sempre acontecia, pequenas pedras roliças encontradas nos leitos dos rios, serviam como projéteis. Talvez o disparo de uma pistola pedreira não tivesse eficiência em grandes distâncias, mas quando o alvo estava próximo produzia um grande estrago. O condenado vagou por longos dias pelas matas, procurando não deixar qualquer pista. e principalmente não ser visto pelos índios que se deslocavam de um lugar para outro. Com tempo sabia se esgueirar nos locais mais inacessíveis, espreitar, por horas, sobre a copa de uma árvore mudando constantemente de local. Um episódio que o mesmo narrou aos seus descendentes dá conta de
que em certa oportunidade, estava ele junto a um grande tronco de árvore, quando viu um índio em desabalada carreira sendo perseguido por um tigre, que o alcançou e o matou. Diversos relatos de pioneiros dão conta da existência de onças nesta região, que eram chamadas de tigreEm outra ocasião, José tomava água em um riacho quando foi atacado de surpresa por vários índios. Lutou bravamente e conseguiu vencê-los. Cobertos de lama e enfurecidos, os índios acabaram por se atingir uns aos outros, a golpes de bordunas. Com o passar do tempo, José não tinha mais víveres, e as suas roupas estavam imprestáveis. Passou a usar as peles dos animais que abatia, pois precisava se proteger do frio e dos insetos. Se os índios estavam acostumados a enfrentar os rigores do clima com a própria pele curtida ou com uma espécie de poncho tecido com fibras de urtiga gigante (urtigão) maceradas aferventadas, José não estava.
Um dia aconteceu o que não poderia ser evitado por muito tempo. Donos de sentidos aguçados, e já desconfiando da presença de um estranho nas matas, o degredado foi localizado e feito prisioneiro. Quis a sorte que, entre os captores estivessem alguns índios que entendiam um pouco da língua portuguesa, herança das muitas missões oficiais que exploravam a região, inclusive nos contatos mantidos com o padre Chagas que efetuou um trabalho de catequese a partir de 1810 e nos anos seguintes.
Pela segunda vez, em curto espaço de tempo, José salvou-se da morte certa, pois os índios não perdoavam qualquer invasor, já tinham trucidado comitivas, e o prisioneiro era apenas um homem. Ele
se fez entender que nutria grande ódio aos civilizados pelo degredo que lhe fora imposto, e com isso ganhou a simpatia dos seus captores que até aquele momento tinham repelido qualquer um que não fosse da sua raça, pois queriam manter o domínio da terra e da liberdade que tanto prezavam. Conhecedores do seu arrojo e bravura e julgando-o útil a tribo, os índios decidiram não só mantê-lo vivo, como conservá-lo entre eles. Passou a ser quase um ídolo na tribo e esta situação perdurou por um espaço de aproximadamente quatro anos.
Meus agradecimentos ao grande escritor João Olivir Camargo pelos trechos retirados de sua obra “RAÍZES DE NOSSA HISTÓRIA”.
DEPORIMENTO DE UM GRANDE PIONEIRO –(José Potulski e família)
Estou falando do Senhor José Potulski e da sua esposa Rosa Rozentalskin agora Rosa Potulski.
Ambos vieram do estado do Rio Grande do Sul, com apenas 16 anos de idade, solteiros em mudanças diferentes, se conheceram em Campo Novo e logo então se uniram pelo matrimônio.
Senhora Rosa filha do saudoso Julho Orloski e o senhor José filho de João Potulski tabém já falecido. Atualmente o Senhor José conta com 85 (oitente e cinco) anos e a senhora Rosa com 84 (oitenta e quatro) anos. O casal tiveram 4 quatro) filhos, que são Augusto, Onofre, Edmundo e o Geraldo, todos natural de Quedas do Iguaçu.
A senhora Rosa acompanhada com seus pais, partiram da cidade de Carlos Gomes, nos anos de 1939, e o senhor José veio da cidade de Lajeado Valeriano na época ambos os locais pertenciam para o município de Erechim Rio Grande do Sul. O senhor José Potulski tambem chegou a Quedas do Iguaçu em meados de 1939. Foi 10 (DEZ) dias MUDANÇA trasportada por um CAMINHÃO, A viageM era muito perigosa os ataques de bandoleiros, jagunços féras e outros impencílios tornava as viagens muito perigosa, as matas virgens que cobriam o sólo paranaense na época formavam túnes nas estradas construída a arados e picaretas. Havia tambem os foragidos da justiça que se embleavam nas matas e atacavam os viajantes tirando os bens quando não assacinavam para não deichar pistas. O senhor José assim como dona Rosa tiveram mais sorte eles vieram de caminhão de propiedade do Sr. Bene Benuto que já estava acostumado a transportar mudanças para o Oeste e Sudoeste do Paraná, a muito tempo, sabia os carreiros Menos perigosos, mas não tinha maneira de desviar os grandes rios tais como: Rio Uruguai, Rio do Peixe, Rio Japecó, Rio Chopim e Rio Iguaçu, cuaze todos não tinham pontes a travecia éra mesmo por água ou balças. A vinda das famílias Potulsi e Orloski para o Paraná mais precisamente para Campo Novo, foi pelos comentários de que aqui em Quedas do Iguaçu, as terras eram muito bôas e se adequeriam com facilidade e o preço eram muito baratas. Só assim encorajavam as famÍlias a se arriscar em uma grande aventura. precisava ter muita coragem e determinaçaõ e espírito aventureiro, pois os perigos eraM muito grandeS de serem assacinados violentados pelo caminho. queM viveu sabe contar de Francisco Beltrão em meados de 1957, o terror que aconteceu com as famÍlias que ali chagaram, jagunços que a tempo viam aterrorizando as famÍiliasa do Paraná e outros estados como foi o caso do Contestado em 1916. Herois eram os que conseguia chegar ÀS terras prometidas de Jagoda lugar onde as famílias polonesas habitavam em maior número vindo de todos os lados do Rio Grande do Sul Santa Catarina e outros lugares, outros vieram direto da Polônia, famÍlias inteiras como narro em outros trechos deste livro.
Sr, José e Sra. Rosa nos contou com alegria quando comentava da recepção que tiveram das pessôas que já moravam a mais tempo na região, os imigrantes poloneses construiram um grande casarão para hospedar os recem chegados como mostra a figura abaicho. Neste casarão eles ficaraM 3 semanas até se colocarem em suas terras que muitas vezes as famílias só compravam terras quando CHEGAVAM em Jagoda, viajavam com o dinheiro escondido nas mudanças precaviDos dos assaltantes. A SAra. Rosa relatou para nÓs as dificulades que tinham para adquerir o suStento e utencílios para a sus sobrevivência, tinham que se deslocar até Laranjeiras do Sul, era 3 dias de caminhão de propiedade do Sr. Francisco Rozentalsi, tinam como ponto de descansso Pinhal Ralo onde morava uma faília amida deles que dava hospedagem. A madeira para construir as suas casa era serrada na única serraria de propiedade de Francisco Rozentalski nas margens do Rio Campo Novo proximo a chacara de propiedade do Sr. Mariano Cheika. O Munho do SEnhor Antonio Plasnievski onde trocavA-se as semetes por alimentos como farinha de milho e trigo. Quando eles chegaram A Campo Novo o munho já estava funcionando. Assim como o soque de erva da grande família Luzitani, muito queridos por todos, por serem muito humanos e prestativos.As fótos abaicho retrataM a escola no terreno da Igreja Católica, em dias de entrega de boletins aos alunos, e o casal José e Rosa se devertindo no Salão dos idosos Nossa Senhora da
Aparecida na presidencia a Sra, Nina grande presidente.
HENRIQUE GOLOM UM PIONEIRO DE DESTAQUE
O pioneiro Henrique Golon chegou a Campo novo lá pelos anos de 1947, ele é natural de São João do Triunfo região de Curitiba, mais precisamente São Mateus, a sua esposa também era do mesmo lugar, mas vieram em tempos diferentes e foram morar em lugares bem diferentes. O senhor Henrique Golom não demorou muito para arrumar trabalho. o senhor Henrique ainda muito jovem começou a trabalhar na firma Compânia de celulose Iguaçu Ltda. Que trabalhou por 25(vinte e cinco) anos. O senhor Henrique tem muitas histórias para contar, ele resumiu tudo em poucas palavras, nos contou que quando ele começou a comprar terras e lotes em Campo Novo muitas pessoas o chamaram de louco, isso aqui é um fundo de saco, estamos cercados pelo Rio Iguaçu, não tem futuro aqui, mas o sr, Henrique olhava lá no alto, alguma coisa dizia para ele que aqui ele ia prosperar, só que era preciso trabalha e muito e foi o que ele fez, o dia para ele era curto trabalhava até de noite, enquanto alguns tomava chimarrão ele estava no trabalho, nunca desperdiçõu nada, cuidou de seus bens, de sua saúde e principalmente de sua família, e conservava os grandes amigos como por exemplo. o velho pioneiro muito amigo Lauzinho Goularth, e finalizou dizendo o trabalho só valoriza o homem, foi com outras palavras, mas o sentido foi o mesmo. O Sr. Henrique ao se despedir me disse, fui tão louco que apliquei tudo o que ganhava em terras nunca desperdicei nada e hoje estou desfrutando, ou melhor, colhendo os frutos da árvore que eu mesmo plantei e tive o máximo de cuidado para que os frutos não atrapalhassem os outros. e sim contribuir para o bem de todos, o chão pode ser dobrado cheio de pedras, mas se quer tudo se da um jeito basta ter criatividade.
Pioneiro Izidoro Stepanhak
No século XVII, já sabemos que a região era habitada apenas pelos índios dos quais temos descontentes até os dias atuais. Calcula-se o total de indígenas que atualmente vivem no ex-distrito e atual município de Espigão Alto do Iguaçu em aproximadamente 2.000 pessoas.
Sendo assim, em meados da década de 40, muitas pessoas, na maioria agricultores oriundos do Rio Grande do Sul, vieram aqui se instalar em busca da riqueza de nossas terras. Riqueza que os fazia sonhar com prosperidade.
A promessa de terras boas para se assentar às pessoas, mais a propaganda aliada a necessidade de que a colonizadora tinha de desenvolver a agricultura na região acabaram gerando uma expectativa que muitas vezes não se confirmava. E as frustrações só aumentaram com a Segunda Guerra Mundial, contribuindo assim para o desânimo que se abateu sobre os colonos.
E talvez devido a estas decepções, alguns colonos ignoravam a Companhia e se embrenhavam mato adentro em direção às terras devolutas ou mesmo de propriedade do governo. Futuramente estas terras foram sendo regularizadas na base de acordos.
O Governo de Moisés Lupião foi o que mais se empenhou nessa regularização.
E Quedas do Iguaçu é hoje uma terra sem sombra de qualquer conflito, embora esteja numa região bastante próxima de fronteiras com outros países, como o Paraguai, por exemplo, de onde vieram muitas famílias em 1982 para se assentarem no distrito e hoje município de Espigão Alto do Iguaçu.
Estas famílias vieram para cá quando da inundação de suas terras por ocasião da construção da usina de Itaipu, sendo prontamente recebidas e incorporadas em nosso meio.
E se, em tempos mais remotos existiam problemas entre brasileiros, colonos, índios e paraguaios, hoje os conflitos estão esquecidos e vencidos reinando em clima de inabalável paz entre os nossos povos. Se formos vários povos, que formam um só povo, e se somos criaturas filiais de um mesmo Deus, somos então irmãos e por isso devemos sempre viver como vivemos: em paz!
Os Irmãos Gonçalves
O nosso concidadão aqui entrevistado, Miguel Beira Gonçalves, nasceu no dia 29 de setembro de 1930, sendo filho do casal João Gonçalves da Costa e Lindaura Beira, ambos naturais de Laranjeiras do Sul, sendo atualmente casado com a senhora Josefa Gonçalves, com quem teve seis filhos.
Miguel Beira Gonçalves veio com sua família da qual faziam parte além de seus pais, mais 4 irmãos. E além destes outras pessoas somando um total de dez, todas oriundas de Laranjeiras do Sul no ano de 1932, sendo que dos dez que não eram aparentados com Miguel dois ficaram na localidade de Buriti, três na de Boa Vista e o restante vindo para a cidade de Quedas do Iguaçu que naquela época era conhecida como Campo Novo.
Os pais de Miguel estabeleceram sua família junto às margens do Rio Campo Novo, onde hoje se encontra instalada a empresa do Tomé.
Quando a família se estabeleceu a área era tão intocada que chegava a impossibilitar a visualização do céu devido a enorme quantidade de pinheiros e sua enormidade de tamanho, e se isto parece poético hoje, naquele tempo era mais uma dificuldade já que a quantidade de árvores inviabilizava o cultivo do solo, que era a finalidade da vinda da família. O pai de Miguel chegou a queimar 200 alqueires de pinheiro para poder
iniciar o cultivo agrícola. Naquele tempo as pessoas pagavam para que fossem retiradas as madeiras de seu terreno e ainda doavam a mesma para a pessoa que fazia o trabalho de retirada. Bem diferente do que acontece hoje em dia.
As construções aproveitavam a riqueza em madeira, sendo que era necessário que se fizesse a retirada das árvores a serem serradas, arrastando¬ as com juntas de burros até a primeira serraria que aqui se instalou nas margens do Rio Campo Novo e da C.C.P.I.; cujo gerente no período era o senhor Pedro Marques, sendo que posteriormente era ainda preciso refazer o caminho agora com a madeira serrada e pronta para se construir transportado pelo cminhão de propiedade do Sr. Francisco Rozentalski. Na foto ao lado o caminhão do Sr. Francisco Rezentalki e a primeira serraria.
A época a que nos reportamos encontra o senhor Miguel com a idade de 25 anos, buscando se estabelecer e prosperar numa cidade que tinha somente três casas construídas: o moinho do senhor Antonio Plasnieski, a casa de um senhor do qual o entrevistado somente consegue lembrar o primeiro nome Edmundo, e o casarão da Jagoda, empresa que se ocupou da colonização da área e que detinha a propriedade do único automóvel de toda a região, um jipe de quatro portas.
Foi nesse período que se iniciou a construção da estrada que ligaria Campo Novo a Laranjeiras do Sul, sendo que a construção se deu de forma braçal utilizando-se machados, foices, facões, pás e picaretas. Além de todas as armas de fogo que se tinha porque era preciso se defender dos animais selvagens e de alguns índios que eram conhecidos como os índios do beiço furado e que desciam do Mato Grosso para aterrorizar a vida dos colonos.
Além destas dificuldades, ainda tínhamos aquela gerada pela enormidade da quantia de árvores que precisavam ser derrubadas para viabilizar a construção, um dos motivos que fez com que a empreitada levada a cabo pelo feitor Jango Cristo e Mexia, durasse cinco anos. Durante estes cinco anos, embora não existam números, sabe-se que foram mortas muitas onças sendo que sua carne foi aproveitada na alimentação dos próprios trabalhadores e o couro vendido a tropeiros que aqui passavam vindos de Ponta Grossa, vendo esta que no geral era feita na base de trocas por armas e munições.
Os colonos destes tempos eram geralmente de origem italiana e alemã, sendo que viviam esparramados pelo terreno de ninguém, ficando assim à mercê dos índios do beiço furado, que eram ferozes, invadindo as propriedades e matando as famílias de moradores. Isso foi um grande problema sendo que não era nada raro se encontrar uma situação de crime envolvendo índios e colonos.
Também nesse período identificamos a presença dos padres jesuítas que vieram para catequizar os índios e segundo dizem algumas lendas, encontrar e enterrar ouro, mas o que mais interessa é o fato de que eles nos ajudaram muito no desbravamento do terreno, entrando nas regi]oes que hoje conhecemos como a localidade de Mato Queimado. Eles foram despontar nas margens do Rio Iguaçu, onde hoje se localiza a cidade de Chopim. Sendo que existiam relatos que nos dão conta que muitos desses padres teriam sido assassinados pelos indígenas que buscavam catequizar.
Os índios nesta época ajudaram sem querer projetos, maldosos de pessoas que queriam investir em terrenos aqui, da seguinte maneira: os índios aterrorizavam toda a região, e então as pessoas dos projetos maldosos ofereciam ao dono um pequeno preço, que ele acabava aceitando para poder ir embora, então o investidor ficava com a terra que já tinha sido preparada para o uso e mandava matar os índios contratando para tal os serviços dos chamados jagunços.
O senhor José Beira Gonçalves, irmão de Miguel e hoje o mais antigo morador de nossa cidade. conta-nos inclusive que o seu pai participou na Guerra do Paraguai, pelo que entendi, foi da revolução de 1924, Quedas do Iguaçu na época foi palco desta trágica guerra, que teve fim em nosso vizinho município de Catanduvas, em nossos territórios, onde seu pai teve importante papel no transporte das munições na região de Guaraniaçu, mais propiamente em Catanduvas onde se deram os combates. Nos lombos de 12 burros ele carregou individualmente até 120 quilos de balas que eram apanhadas na cidade de Laranjeiras do Sul, que naquela época se chamava Iguaçu.
Como todos sabem o Brasil e seus aliados venceram a referida guerra, ou a Polícia Militar do Paraná deram fim das revoltas Tenentistas que começou em São Paulo e foi terminar em Catanduvas no Paraná. Mas o que poucos sabem é que ela esteve tão próxima de nossa região, e mais ainda, que se podem encontrar relatos de pessoas em que seus familiares viram bem de perto a família Barreto residia no local onde teve o desfecho da batalha.
Da época da guerra ainda surgem histórias interessantes como a de um desertor paraguaio chamado Pedro que teria vivido escondido em nossas matas. Posteriormente desaparecido sem deixar pistas de para onde partira, ou ainda a do capitão que comandava os paraguaios e que foi sepultado na propriedade dos Bonotto, que fica onde hoje é a cidade de Espigão Alto do Iguaçu, cuja morte tem duas versões: uma que diz que ele foi morto em combate pelos soldados brasileiros ou da Polícia Militar do Paraná, e a outros dizem que ele teria sido morto pelos seus comandados que temiam a sua violência sanguinária.
O senhor Gonçalves nos conta que foi após
a vinda de sua família que as outras começaram a chegar para se estabelecer na região, e nos enumerou por nomes algumas das famílias que ele consegue lembrar que vieram para cá nesta época:
Sokolovicz, Potulski, Scharneski, Kamieski, Merlak, Piasecki, Branco, além de Francisco Gonçalves e Sebastião Gonçalves.
E para encerrar o relato da entrevista gostaria de lembrar aqui a emoção com que o senhor Gonçalves relembra os fatos aqui citados, notadamente quando o entrevistado relata ainda lembrar do cheiro de resina emanado pelo pinheiral, dizendo ainda ser capaz de lembrar do arque respirou aqui em seus primeiros dias, e muito emocionante também a passagem onde ele relatando o fato de que a região era recoberta de pinheiros de maneira que nem se podia enxergar o céu, olha para cima em direção ao céu parecendo poder ver ainda as copas dos pinheiros contra o mesmo céu que viu ele viver e registrar sua história em nosso solo, parecendo que nos seria possível ver no azul do céu refletido em seus olhos, todo aquele esplendor de natureza que ele nos reporta.
LUIZ AUGUSTO DAVIES UM PAI HERÓI
A Imigração
No início do século XIX, em busca de fortuna no rico país tropical, chegavam os primeiros imigrantes ingleses. Com esse espírito aportaram em vários locais da região do Brasil. No decorrer do século XIX, muitos estrangeiros que vinham para as Colônias tentar a sorte e expandir seus negócios, outros vinham por motivos religiosos. O intuito missionário foi também motivo da imigração. Os imigrantes entraram no país como comerciantes nas grandes cidades e os luteranos, como colonos no interior da região sul da Bahia e nas regiões do rio grande do sul. A comunidade inglesa, no período compreendido entre os anos de 1839 e 1850, era composta de negociantes, em torno de 38%. Os negociantes ingleses dedicavam-se ao comércio internacional, as indústrias, ao setor financeiro e a construção e exploração das estradas de ferro desde os meados do século XIX. Além disso, havia uma minoria dedicada a outros ofícios, como caixeiros, relojoeiros, funileiros, lavradores, sapateiros, carpinteiros retratistas, médicos, tecelões, religiosos e engenheiros. Em 1820 chegou ao Brasil o inglês Amaro Luiz Davies, solteiro com 20 anos de idade, casou-se com a jovem Constância. Encantado com o Rio Grande do Sul, ali se estabeleceu, instalando no porto Mauá nas costa do Rio Uruguai, atuando na ária de carpintaria, dedicou-se por muito tempo, transferindo a profissão para o seu filho Luiz Augusto Davies que desde pequeno se interessou pela profissão do pai. O interesse pela carpintaria, trouxe muitos ingleses para o Brasil em especial para o Rio Grande do Sul, os ingleses carpinteiros, tinham muita habilidade no tocante a construções de casas e trabalhos artesanais com madeiras talhando com as suas ferramentas apropriadas construí casas e móveis decorados a formão para ricos fazendeiros. A facilidade de engalhar, madeiras nobres para tais funções eram grande, o que dificultava era a mão de obra. Com a vinda dos ingleses, tudo se tornou fácil. O Sr. Luiz Augusto Davies de saudosa memória, nos contava com bastante propiedade, dos relatando o que escutava de seu pai em rodas de amigos ingleses, brasileiros e castelhanos que moravam próximos ás barrancas do Rio Uruguai. Luiz Augusto Davies, casou com Luiza Medino, com essa união tiveram 10 (dez filhos). Zelinda Constancia Davies, casada com Antonio Monteiro da Silva Celita Rosária Davies, com Levino Kelli Alfredo Leopoldo Davies, Abílio Leopoldo Davies, com Cleci, Adão Leonardo Davies, com Loudes, Tereza Davies, casada com Elmo Keller, Ivo Adolar Davies, com Marisa, José Davies casado com Dra. Leocadia, Tereza Davies, casada com Elmo Keller, Ivo Adolar Davies casado com Marisa, Zeli Davies com Irineu Potulski e Nadir davies com Ivo Keller. Com 8 (oito filhos) então, juntamete com outros amigos a explorar as terras do sudoeste do Paraná. Luiz preocupado com o futuro de seus filhos não tão promissor onde atualmente fixavam residência fez com que ele procurasse outro lugar para se estabelecerem, que oferecesse a sua família novas perspectivas oferecendo um rumo com esperança de um convívio mais salutar. Então esperançoso de se dar bem nas terras do Paraná na época corria notícias em todo o Brasil, que no sudoeste paranaense além da fertilidade das terras, ainda adqueria por preços acessíveis, e mais o incentivo do governo para colonizar esta região. Luiz Augusto Davies, pois se a caminho, Depois de muitos dias viajando, chegaram as fértis terras de Capanema, no distrito de São Valério, posteriormente Alto Faradai e por último Quedas do Iguaçu, onde recentemente faleceu aos seus 83 anos, morreu feliz, porque todos os seus filhos e filhas encontraram um bom caminho, caminho este almejado por ele. Luiz Augusto Davies “sogro deste que vós escreveis”, passou por este mundo deixando a sua marca, trilhou o seu caminho com passos firmes e mãos limpas, é sem dúvida a maior herança que um pai deixa para os seus descendentes, um passado digno de ser contado e gravado em placas e livros. Ao Velho inglês as nossas homenagens, dos filhos netos bisnetos e genros. Muito obrigado por tudo, e que Deus um dia esteja contigo e com
FAMÍLIA ROZENTALSKI E POTULSKI
Tudo começou em meados de 1939, com a vinda de Francisco Rozentalsi, e a família Putulski, O Sr. Izidoro Potulski com apenas 13(treze) anos e a senhora. Verônica com 4 (quatro) anos de idade, não sabia que em Jagoda nos confins de túneis verdejantes de pinheiros e madeiras de diversos tamanhos e qualidades, estavam lhes aguardando para agasalhar pelo matrimônio, essas duas crianças ainda, mas com o tempo foram se tornando adultos e construíram a sua família. De Saudosa memória o Sr. Izidoro, já partiu para outro espaço, mas, a sua querida esposa, companheira de muitas lutas e desafios ainda vive, e se Deusa quiser viverás por muito, tempo, para contar as histórias e os desbrava mento das terras que ela viu nascer e ajudou a construir. Jagoda que representa para nós Quedas do Iguaçu, devemos também a estes pioneiros, quem conheceu o viu falar ou leu as histórias de Jagoda, sabem o que estou falando. A estas pessoas que me refiro neste texto, muito obrigado, em nome da família Quedenses pela contribuição no progresso material e humano de nossa região. O primeiro da foto é o Sr. Pedro Piacheski, o Segundo da foto o Sr. Francisco Rozentalski e o terceiro o Sr. Vídio Cardoso motorista do Sr. Francisco Rozentalski em meados de 1940.
Esta fotografia foi tirada onde hoje é a Avenida Pinherais, a casa que se visualiza acima, era o munho, responsável pela transformação de graus vegetais, tais como arroz, trigo e farinha de milho em boa qualidade de comercialização e consumo próprio. Em meados de 1940, o Sr. Izidoro Potulski ao lado da trilhadeira, e o seu irmão Sigmundo Potulski em cima no comando da máquina, naqueles tempos eram difíceis e nem todos podia adquerir tal ferramenta agrícola, devido o transporte e o preço. Nesta fotografia observamos um pioneiro Miguel Rozentalski montado em uma das mulas, que pucham o forte carroção, transportando no seu interior uma grossa tora com destino a serraria, nas margens do Rio Campo Novo, de propriedade da Companhia Jagoda, cuja indústria era movida à roda de água do mesmo Rio. Os demais componentes do transporte, a Senhora Verônica não soube nos informar quem eram.
A Senhora Verônica Rozentalski Potulski, fez questão de nos contar, de um porco que seu esposo carneou com 309 Kilos, deu 9 latas de banha. Eles moravam onde antigamente era a serraria do Brancalhão. Ela contava esta história, com certo ar de riso, a Senhora Verônica nos detalhou muitos acontecimentos interessantes que ocorria naqueles bons tempos, difíceis de recursos, como tratar a saúde ou um socorro com urgência, o único médico clinicava em Laranjeiras do Sul Dr. Carmozina, de saudosa memória, porem mesmo com essas dificuldades, a natureza nos proporcionava um espetáculo saudável e aconchegante, não foi essas as palavras dela mas assim interpretamos.
Na época o Senhor Francisco Rozentalski pai da senhora Verônica, recém casados, foram morar na Cabeceira do Mato Queimado, em 1956, o mês ela não lembra, sabe porem, que o seu esposo, comprou um caminhão e transportava mercadorias comestíveis, da Jagoda para Laranjeiras do Sul e Guarapuava, de lá trazia produtos que supria as necessidades da população do pequeno lugarejo, que se escondia nas cortinas verdejantes das matas ainda intactas. Na foto ao lado observamos algumas propiedades rurais que existia naqueles tempos, esta propiedade apesar da lucidez da memória da senhora Verônica, não lembra de quem era mesmo ajudada pela sua filha Cecília não foi possível saber de quem eram essas propiedades.
Estas casas a senhora Verônica não tem bem certeza, a sua localização, se foi construída a esquerda ou a direita da Praça Pedro Alzides Giraldi, uma certeza ela tem, que a sua localização era na Praça. Os proprietários das casas ela também não lembra tudo endica que eram de propriedade do farmacêutico Henrique Krigier A primeira famamácia de propiedade do Sr.Henrique Krigi localisava-se próximo ao velho casarão da Jagoda. O núcleo residêncial se estalaou envolta desta grande casa, pois alí as grandes decisões eram resolvido, éra tambem o local que a minguáda população se reunian para encontros, e informações de parentes e amigos, icluindo ta,mbem os momentos de lazer. Praça Pedro Alzides Giraldi tirada em 1940, no alto focalizamos o Grande casarão da Jagoda. Materia: Comunidade da Fé da Igreja Católica.
UM GRANDE PIONEIRO – Albino de lima carneiro
O pioneiro Albino de Lima Carneiro, residente na rua Acácia, 191 na cidade de Queda do Iguaçu, natural da cidade de Pinhão. Quando o Sr. Albino residia nesta cidade de Pinhão, pertencia para a cidade de Guarapuava. Este valente pioneiro chegou a Quedas do Iguaçu pelos anos de 1940. Com apenas oito anos de idade. O Sr. Albino veio na companhia de seus pais.
Fixaram residência em Boa Vista do São Roque. Posteriormente moraram em vários lugares de nosso município.
As famílias Carneiro enfrentaram muitas dificuldades, devido a carecia de recursos que a região enfrentava na época.
Quando estas valorosas famílias Carneiro chegaram a Quedas do Iguaçu, tinham construída somente umas três ou quatro casas. O Sr. Albino acompanhou bem de perto a construção do campo de aviação construída pela companhia Jagoda. O Sr. Albino juntamente com a sua esposa Sebastiana tiveram oito filhos dentre essa conta com o valoroso mecânica conhecido popularmente de Chapéu, não só como bom profissional, mas também bom cidadão e um exemplar chefe de família, que muito orgulham os seus pais, irmãos, e familiares.
A família Carneiro os nossos agradecimento pela sua participação no desenvolvimento de nossa terra e de nossa gente, em nome de Quedas do Iguaçu o nosso muito obrigado.
QUEDAS DO IGUAÇU PERTO DA REVOLUÇÕES DE 32
A revolução de outubro de 1930 deu ao Paraná um interventor nascido na própria terra: o general Mário Alves Monteiro Tourinho (1871-1964). Desde 1912, quando surgiu com força o conceito de “paranismo”, o Estado era administrado exclusivamente por paranaenses. Mas o “paranismo” criou um subproduto: a autofagia.
Com a posse do general Tourinho, o rancor das forças que haviam dominado o Paraná na Primeira República e as ambições dos novos poderosos se concentrou sobre ele. Mesmo assim conseguiu iniciar um trabalho extraordinário em favor do interior de seu Estado natal, entregue pelas autoridades da Velha República e do Estado a interesses estrangeiros e de seus sócios locais comprometidos com o poder vigente.
Tourinho não aceitou negociar com ninguém e por não ter esse “jogo de cintura” político foi fortemente bombardeado pelos interesses contrariados. Mas em Foz do Iguaçu a comunidade da fronteira experimentou uma forte ação do governo, bem contrária da corrupção revelada na Colônia Militar (1889-1912). A ação do Estado havia sido sentida antes apenas pela atuação do coronel Jorge Schimmelpfeng, enviado pelo governo paranaense para estruturar a cidade. Tourinho foi o verdadeiro iniciador da nova Marcha para o Oeste, depois adotada pelo governo federal também para outras regiões do país. Tornou obrigatório o uso da língua portuguesa e da moeda nacional no comércio e nos serviços públicos.
Nacionalizou latifúndios e propôs medidas fortes, tais como criar em Foz do Iguaçu uma Prefeitura Especial por dez anos, com direito a ficar com toda a arrecadação de impostos estaduais e federais. Pretendia, com empréstimo do Banco do Brasil, construir um centro turístico que seria também uma nova cidade. Anulou concessões de terras feitas a companhias colonizadoras do Rio Grande do Sul, o que provocou ressentimentos.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, começava a ser idealizado um processo de redivisão territorial que implicaria a criação de territórios federais a pretexto de melhor defender o território nacional. O general Tourinho se opôs frontalmente ao projeto de retirar uma porção do pequeno Estado do Paraná para criar um território federal.
Foi combatido com energia pelas antigas oligarquias e foi obrigado a renunciar ao governo apenas um ano depois de assumir. O substituto foi Manoel Ribas, que embora nascido no Paraná houvesse feito carreira no Rio Grande do Sul. Com a fidelidade de Manoel Ribas ao Rio de Janeiro, estava aberto o caminho para a criação do Território Federal do Iguaçu.
Mas a medida ainda tardaria alguns anos, sofrendo uma lenta maturação nas esferas militares. O que veio apressar os procedimentos foi o golpe do Estado Novo, que centralizou o poder nas mãos de Vargas.
Até houve a queima da bandeira do Paraná para mostrar que a ditadura tinha um comando central no Rio de Janeiro, então a capital federal, sem admitir contestações.
Assim, a “constituição” de 1937 criou uma faixa de fronteira na qual não valia mais a autoridade estadual. A partir desse momento o governo paranaense não teve mais como atuar na ocupação do extremo-Oeste. Em 1943, quando finalmente se decidiu criar o Território Federal do Iguaçu, mesmo com tanta maturação ele começou desastrado.
O decreto da ditadura determinava que a capital fosse a cidade de “Iguaçu”. Que não existia. A coisa só não foi desmoralizada pela imprensa porque cabeças rolariam se alguém resolvesse dizer que o rei ditatorial estava nu.
Como o decreto de 1943 criando o Território Federal do Iguaçu impunha que sua capital seria a cidade de “Iguaçu”, por aproximação se acreditou que seria uma referência a Foz do Iguaçu. Natural, aliás, pois Foz havia sido a sede da Colônia Militar. Com isso, a comunidade da fronteira já festejava a nova capital, sinalizada, inclusive, pela designação do militar paranaense Luiz Carlos Tourinho para instalar e construir em Foz um batalhão de fronteira.
Mas alguém no Rio de Janeiro não pretendia vir para um lugar considerado o “fim do mundo”. O governador designado para organizar a estrutura do Território Federal, João Garcez do Nascimento, era um elemento de alta confiança do ditador. Foi designado para providenciar a Vargas um relatório sobre as condições do território para em seguida designar o militar que viria efetivamente a promover a ação governamental.
Os 200 burocratas que seriam nomeados não queriam vir morar no Oeste do Paraná. Os meses foram passando e Foz do Iguaçu esperava a instalação da capital. Luiz Carlos Tourinho reclamou de Garcez que instalasse logo a capital em Foz do Iguaçu.
Como opção mais “próxima” à civilização chegou a sugerir Cascavel, mas, conforme relato do major Oscar Ramos Pereira, que trabalhava em obras rodoviárias na região por aquele tempo, outra pressão, que teria vindo do Rio de Janeiro, prevaleceu. Os burocratas cariocas e fluminenses que viriam para gerir a Iguaçu não queriam mesmo vir. Com isso, a ditadura teve que “inventar” uma outra capital.
O major Garcez do Nascimento se viu na condição de determinar a instalação na antiga Colônia Mallet (hoje, Laranjeiras do Sul). No Rio de Janeiro se deu um jeito de mudar o nome do lugar para “Iguaçu”, mas havia outro problema: a localidade sequer fazia parte do atrapalhado Território Federal do Iguaçu. Foi preciso “esticar” os limites do Território, de modo que a recém-criada “Iguaçu” pudesse fazer parte dele. Tudo na base do “jeitinho”.
Mesmo assim, o major Frederico Trotta, escolhido para ser o governador em lugar do paranaense Garcez não vinha. Quando veio, finalmente, em março de 1946, a ditadura Vargas caía e a comunidade paranaense pôde livremente erguer a voz contra a “mutilação” de seu território.
Cascavel não sentiu um só benefício advindo do TFI. Só houve a mudança de nome da Avenida Brasil: metade passou a ser chamar Iguaçu e a outra metade foi batizada (adivinhe com o nome de quem!) Frederico Trotta. Ele ficou no Paraná pouco mais de seis meses e depois foi governar o Território do Guaporé (atual Rondônia).
Quando, na década de 60, o advogado Edi Siliprandi veio para Cascavel iniciar a pregação do Estado do Iguaçu, surpreendeu-se com a relutância da comunidade em digerir a proposta, pois no Sudoeste do Paraná e no Oeste de Santa Catarina a idéia era bem aceita.
De fato, para Cascavel, Guairá e Foz do Iguaçu o Território Federal só trouxe decepção. Com o tempo a frustração do passado se apagou e Cascavel veio a se tornar o principal centro difusor do movimento pró-Iguaçu.
MÊS DE DEZEMBRO DE 1924
Dia 9 A Marcha continua mais para o interior da mata. Nesse dia, atingimos Lajeado Liso de São Roque. Foi aí que o sargento Higino e o cabo Malan foram atacados em uma emboscada preparada pelos rebeldes.
No dia seguinte, conseguimos descobrir o corpo do sargento, enterrado, nos fundos de um paiol, ao lado de um chiqueiro de porcos. Procedemos à exumação e vimos, horrorizados, o corpo mutilado a facão e quase nu.
Á margem do trilho principal abrimos uma sepultura decente e, novamente ajoelhada, fizemos nossas preces. A assinalar mais essa vítima, ficou ali plantada outra cruz tosca feita de cedro.
A noite, recolhido ao silêncio das nossas barracas, dorme, confiantes na vigilância das guardas e sentinelas, atentas à escuridão das picadas.
Repentinamente, rompe de uma das guardas um cerrado tiroteio e, incontinente, o batalhão toma posição para combate. Porém, para nossa tranqüilidade, o alarme durou apenas alguns minutos. Um soldado de sentinela perdida, ouvindo ruídos estranhos nas picadas e não recebendo a senha regulamentar, disparou o fuzil acompanhado por toda a guarda avançada. Mais tarde tudo serenou, o acampamento voltou à calma e nós dormimos novamente, despreocupados.
Dezembro. 10. O Batalhão se deslocou para o lugar denominado Campo Novo Hoje Quedas do Iguaçu, onde deveríamos permanecer por 3 longas semanas. Provavelmente, ficaríamos como guardas vigilantes do franco esquerdo das tropas em operações ao longo do eixo da estrada a caminho a foz do Iguaçu.
Durante esses longos dias de inatividade enervante, passamos matando o tempo nos serviços obrigatórios de patrulha, reconhecimentos, guardas e sentinelas Diárias. A vigilância á tanto mais necessária porque cada estreita passagem das florestas pode trazer-nos uma bala do inimigo, oculto em emboscada.
Os dias chuvosos nos prendiam durante intermináveis horas dentro da pequenina barraca de campanha. Triste e absortos ficávamos sentados ou de cócoras, vendo os fios dáguas escorrerem e ouvindo incessantemente a chuva tamborilar na lona da barraca.
Aproxima-se o Natal. A tristeza nos invade mais profundamente o coração. Desde o oficial ao mais modesto soldado, todos sentem apossar-se de si uma angustiosa saudade dos lares distantes. Revêem, imaginariamente, os dias felizes das festas de Natal, no aconchego carinhoso da esposa, filhos, pais, irmãos...
VÉSPERA DE NATA: Polícia Militar do Estado do Paraná
Dia 24 surgem um novo dia radiante de sole a natureza parece exalar uma alegria festiva. A passarada silvestre anuncia o alvorecer, trinando alegremente.
Os soldados resolvem comemorar esse dia, erguendo o tradicional pinherinho que nos nossos lares alegra o coração meigo das crianças. Assim o fizemos, e mais tarde, o vimos condignamente enfeitados de frutos multicolores, bolachas, caixinhas fazias. A simbolizar a neve, o serviço de saúde nos forneceu o algodão necessário. Depois vimos soldados contemplarem ingenuamente a pitoresca e exótica árvore de Natal, símbolo da nossa homenagem e devoção ao nascimento do menino Jesus, Redentor da humanidade, que se propaga eternamente, ao seu redor não vimos, nem ouvimos o riso inocente e a alegre das crianças.
Erigimos esse altar de fé cristã entre as duas peças de artilharia da coluna. Viam-se em derredor, espalhadas, peças de metralhadouras nossa secção. Tudo isso forma um contraste chocante e inédito para nós.
Quando o crepúsculo vem descendo, cai um aguaceiro inoportuno que quase desfaz por completo o nosso pinherinho.
À noite, sentado nos velhos pinheiros caídos, meditamos entristecidos e contreplamos o céu estrelado, angustiados de saudades. O pinherinho, como que solidário com a nossa dor, parece triste também, e com seus galhos alçados para o firmamento, deixa cair de quando em vez uma gota cristalina de chuva, simbolizando, talvez, lágrimas de piedade que rolam ao chão; lágrimas implorando perdão a Deus por nós. Lágrimas de saudades das mãos, esposas e filhos ausentes.
Ainda nessa noite, uma notícia vinda da frente informa que um grupo de rebeldes depôs as armas.
Dia 27. A coluna se move novamente depois de longos dias em campo Novo Hoje Quedas do Iguaçu, some outra vez na escuridão verde das selvas, rumo ao próximo lugarejo da localidade do Tapui conhecido por Tapui dos índios.
Tapui é apenas uma pequena clareira na mata, com uma única choça indígena. Ao seu derredor armamos nossas barracas de lona cáqui.
É interessante observar a original arquitetura da cabana construída pelos silvícolas. Ramos e galhos habilidosdamente trançados e estocados de barro; como cobertura um compacto entrelaçado de folhas de taquara, impermeabilizados internamente pela ação contínua da fumaça de nó de pinho, dando-lhe um verniz preto e resistente. A cabana, que tem uma única porta, sem janelas, foi escolhida para o armazém de víveres e munição da tropa.
Em todos os trilhos e carreiros da mata, encontramos, infalivelmente, uma sentinela vigilante, ao redor da clareira, nos protege um denso e impenetrável taquaral.
Dia 31. O fim do ano nos encontra ainda na localidade do Tapui. A vida é normal no acampamento. O comandante Sarmento anuncia que, em regozijo á passagem do ano, mandará servir, à meia noite, um café com bolacha à tropa. Isso constitui uma concessão especial, dada se circunstância da extrema exigüidade de víveres dispõe a coluna.
Novas recordações nos açodam à memória novamente, ao lembrarmo-no de que, nas cidades onde moramos, essa hora tem uma especial significação para todos e é anunciada com festivos repiques de sinos, prolongados apitos e foguetes em profusão.
No acampamento, é tudo triste silêncio, ainda porque isso se torna indispenável à nossa propia segurança. O comandante consentiu apenas que acendêssemos uma grande fogueira.
À meia noite, recebemos o café prometido. Os oficiais brindam-se mutuamente, e como por encanto surgem não se sabe de onde, umas misteriosas garrafas que tem a importante faculdade de alegrar o estado-maior da coluna. Aqui e ali, ouvem-se cantos em surdina, declamações, recitativos, e, aos poucos, finaliza-se a comemoração.
De fogueira quase apagada desprendem-se fagulhas que desaparecem entre as altaneiras árvores da floresta. Ao apagar-se, fazem desvanecer em nossos corações as ilusões e vaidades humanas, lembrando a fragilidade dos nossos destinos que, como as fagulhas, podem apagar-se a qualquer momento.
MÊS DE JANEIRO DE 1925 QUEDAS DO IGUAÇU
Dia 1°. O novo ano marcará uma época de amargas recordações para todos nós. Passaríamos um período de sofrimento e dores, deixando em nosso caminho um rastro de sangue e cruzes, a assinalar, da li em diante, a nossa passagem pelo sertão. Marchamos novamente, numa peregrinação interminável. Os machadeiros e foiceiros à frente, rasgando a picada, em quanto os soldados na vanguarda iam reconhecendo e batendo as matas. Com os pés descalços a sangrar nos espinhos de nhapindá e unha de gato, progredindo lentamente. Trepando e agarrando-nos nas encostas da serra quase a pique, vamos escorregando aqui e caindo acolá, sem parar durante todo o dia. Os soldados, confundidos com os cargueiros, parecem modernos bandeirantes ou audazes guerrilheiros, marchando pelas selvas numa longa e interminável fileira. Atravessamos rios, muitas vezes com água pela cintura; galgamos morros e atravessamos terrenos alagados e lamacentos, onde a unidade era sufocante. Suados, maltrapilhos e barbudos, palmilhamos a picada sob o sol inclemente e constantes chuvas. Na foto acima retrata a Tropa da Polícia Militar marchando para a frente na altura da Serra da Esperança. Muitas vezes, sentimos o coração bater desordenadamente de cansaço ao atingir o alto da serra, e ali sentamos para nos refazer e continuar a jornada. Os malditos mosquitos e abelhas nos perseguem num contínuo zumbido, impertinenete, capaz de nos ensurdecer. É indispenável conduzir um ramo na mão para enxotá-los. A mochila, com as correias de couro mal ajustadas, fere os ombros, e até o fuzil é incômodo para se conduzir pelo cipoal da mata.
Dia 3. Acampamos a margem do Arroio Guarani.
O sargento Palmêndio de Camargo, com 2 praças e 2 vaqueanos, ao amanhasser, vão fazer o último e mais perigoso reconhecimento realizado nessa picada e, já noite fechado, regressam trazendo bons resultados.
No dia seguinte, prosseguimos novamente. O acidentado caminho é aberto penosamente a facão e foice. Há quase dois meses que marchamos dias e dias patinhando, sem descanso, para frente. A lama suga o nosso ingente esforço na marcha; as feridas dos arranhões ulceram rapidamente. Muitas vezes, exaustos, olhamos os pesados cargueiros de munição e artilharia, pulando aos galões, subindo com sacrifício as encostas da serra. Quase no alto, despenca com as preciosas cargas, morro abaixo, espalhando tudo na mata ao som dos lamentos e pragas dos soldados, acompanhados das gargalhadas de cachota dos companheiros de luta.
Muitas vezes, as peças de artilharia do tenente Garret foram tiradas a custa de cordas de dentro dos rios, depois de terem feito o trajeto do alto da serra ao rio, no lombo dos pobres muares. Muito deles foram abandonados mais tarde por estarem inúteis.
Dia 4. Chegamos, nesse dia, à margem do rio Medeiros.No dia seguinte, novamente, a nossa coluna está marchando para a etapa final da picada dos Valério e os infatigáveis soldados vão furando decididamente a mata. Estamos próximos novamente da estrada real. Nosso abastecimento de víveres já chegou ao fim. Estamos ha mais de 40 dias distante do ponto de partida da serra União.
Finalmente, chegamos ao lugar denominado Januário, quase ao anoitecer. Uma rês abatida é devorada sem sal pelos soldados famintos. Como sobremesa, comemos algumas espigas de milhos verdes assada.
Dia 6. Dia de Reis. Chegamos ao lugar denominado24. Para nós, esse dia foi na realidade, um dia de reis. Conseguimos atingir novamente a larga estrada de rodagem Guarapuava-Foz do Iguaçu. É um consolo conteplar-se um caminho aberto e cheio de sol, depois de mais de 40 dias internados em escuras e acidentadas picadas. Recordamos agora, sem saudades, os sofrimentos e martírios porque passamos nesses longos dias. Conforta-nos, agora, a convicção de que trilhemos um caminho plano, cheio de ar e de vida. Também nos anima a perspectiva de um abastecimento mais farto e seguro. Vemos soldados soltarem ingenuamente uma exclamação de alegria e satisfação, ao avistarem caminhões e carroças que passam célebre e continuamente, conduzindo víveres, armas e munições para os combatentes de Catanduvas.
Durante quatro dias, ouvimos, ao longe, o ruído ritmado das armas automáticas e o som grave, solene, dos canhões atirando sem cessar.
Dia 10. Ao anoitecer desse dia, montamos um movimento intensivo e anormal de caminhões e carroças que continuadamente passam para a frente de combate, em Catanduvas, onde os rebeldes do general Izidoro Dias Lopes instalaram seus mais importante baluarte defensivo desta memorável campanha.
CATANDUVAS: Correio – 1925 PREDIO ONDE FUNCIONAVA O CORREI EM CATANDUVAS - 1925
Dia 11. Na madrugada desse dia de infausta memória, o nosso Batalhão está novamente formado em coluna de marcha e se acha pronto para enfrentar os rebeldes em luta.Às 5 horas, recebemos o café e iniciamos a marcha. Aos primeiros alvores do dia, a natureza acorda ao trinar alegre da passarada silvestre. O contraste é chocante; enquanto na natureza tudo são alegria e festa, no coração dos homens, só há ódio, tristezas e rancores. Prosseguimos a pé em direção ao surdo crepitar da fuzilaria, na frente de combate. Quase ao meio dia alcançamos a localidade de Roncador, a 2 quilômetros do front. Recebemos uma substancial ração de café e bolachas. A marcha continua mais lenta, porem sem interrupção. Estamos cansados, pó isso o comandante Sarmento manda fazer alto exatamente no centro da estrada, à retaguarda donde está empenhado em combate o 7° Regimento de Infantaria do Rio Grande do Sul. Eram precisamente 12,20 horas e estávamos no quilômetro 230 da estrada que liga Guarapuava a Foz do Iguaçu. A missão do Batalhão foi atacar os rebeldes por uma picada no franco esquerdo. Balas passavam continuadamente em forma, aguardando ordens, quando um gemido acusa um ferido; um projétil em ricochete atinge o soldado Silvio Cordeiro Matoso, quando ainda em forma. O comandante ordenou para se aproximar-se de sua montada e o conduz fora das vista da tropa.
A artilharia estava iniciando uma barragem quando atravessamos a picada telegráfica e nos internamos em uma outra picada. Logo adiante, encontramos uma companhia de guerra do 3° Batalhão da Policia Paulista, que repousava depois do combate do dia anterior; Essa unidade estava estendida ao longo da picada como guarda de franco dos combatentes.
Continuamos marchando, deixando estes numa muda despedida, e alcançamos um tosco paiol de madeira que foi escolhido para hospital de sangue de emergência. Os clientes eram os mesmos homens que ali passavam cheios de vida e de esperança. Muitos voltariam dentro de poucos momentos com os corpos estraçalhados pela metralha. Era, porém, preciso escolher antecipadamente o lugar em que deveriam ser convenientemente atendidos. Muitos, também, iriam ficar ao lado de uma singela cruz, formando um pequeno cemitério a marcar a trajetória do nosso Batalhão. trem saindo de Santo Ângelo levando os soldados da Coluna Prestes ao combate no Paraná.
Ás 20,20horas, alcançamos pequena clareira numa encosta em declível, donde avistamos os revoltosos do lado oposto. O Rio Medeiros corre marulhando, indiferente aos propósitos sanguinários dos homens. Um avião de reconhecimento passa alto, sobranceiramente, indiferente também à cerrada fizilaria dos revoltosos. Espreitamos cautelosamente a despreocupação do inimigo, perfeitamente à vontade do outro lado do rio, inconscientes do perigo. A morte paira no ar sobraçando sua afiada foice, aguardando o momento de entrar em cena.
O Batalhão, cautelosamente, toma posição para o ataque, estendendo-se na encosta do plano inclinado da serra; as metralhadoras pesadas, com as respectivas guarnições, estão apostos. Subtamente, a gargalhadas tétrica das metralhadoras quebra o silêncio e, em consecutivas rajadas, vai ceifando do lado oposto.
Os revoltosos, estonteados, fogem apavorados em toda a direção a procura de abrigos e, logo depois, refeitos, respondem com um vivíssimo fogo. Na mata, já ouvimos os primeiros gritos da raiva e de dor; gemidos acompanhados de roucas blafêmias.
A artilharia de montanha, sob o comando do 1° tenente Ramiro Correia Junior, faz intermitentes disparos contra as posições rebeldes, porém, de início, uma peça é inutilizada.
A noite desce completamente, envolvendo na escuridão os remanescentes do nosso fatigado Batalhão. Recebemos ordens de recuar, molhado, enlameados, silenciosos e tristes, retornamos novamente pelas picadas até o Riachinho que passamos pela manhã. E assim foi morrendo soldados, mas por uma causa justa, manter a ordem e honrar a farda da polícia Militar do Paraná.
A VITÓRIA DA LEI
Está terminada a luta com a completa derrota dos rebeldes. Esses maus brasileiros, vergonhosamente aliados mercenários estrangeiros, não conseguiram a derrocada da terra que os criou e hospedou com carinho.Está de parabéns a Nação brasileira. E não podia ser de outro modo.Uma rebelião que se caracteriza pela traição, pelo saque e pelo mercenarismo dos seus combatentes, não podia vingar nesta terra habitada por gente leal, tão honesta e tão brasileira. Ao iniciarem a luta em São Paulo, só conseguiram com traição, com embustes, com dinheiro e com saques os seus primeiros combatentes.
Não havia ideal nesse agrupamento mesclado. Engrossaram suas fileiras, aliciando adeptos nas baixas camadas dos aventureiros internacionais. Repelidos das fronteiras de Mato Grosso, após aniquilamento dos seus tão decantados batalhões de estrangeiros, vieram para os sertões do Paraná e aí, apoiados na ferocidade de novos mercenários semi-bárbaros, continuaram a fazer correr sangue brasileiro com a insensatez de desvairados. Os fuzilamentos que fizeram dos seus própios companheiros, atestam o desequelíbrio mental da horda mercenária.
Devemo-nos regozijar pela Vitória porque sentimos que, durantes longos meses de lutas e de tentativas de novas rebeldias, a nação inteira conservou-se firme ao lado da constituição, prestigiando o Supremo Magistrado da Pátria na sua ação calma e valorosa de homem superior.
Agora resta castigar os tresloucados para que fique o exemplo para as gerações futuras.
É preciso que os crimes contra a Pátria não fiquem impunes. Congratulo-me com as tropas legais! Abraços de imorredouro reconhecimento aos camaradas da 5° Abraços de imorredouro reconhecimento aos camaradas da 5° Região Militar que souberam cumprir com nobreza e estoicismo o seu dever de patriota.
Uma eterna saudade no túmulo dos heróis que tombaram na defesa da Pátria querida. Durante o período revulucionário, foram promovidos vários oficiais e praças por critérios diversos, de acordo com as leis n° 232e2334, de 3 e 23 de março de 1925, respectivamente. A reportagem de O Estado do Paraná, (edição de 15 de Novembro de 1998), pesquisou e obteve depoimento de moradores da região de Catanduvas e encontrou vestígios de um cemitério localizado em Roncador, que ainda não foi engolido pela mecanização agrícola ou à falta de memória do País.
DIZ A REPORTAGEM EM REFERÊNCIA:
São aproximadamente dezoito quilômetros de estrada de chão cortando lavouras de milho até o cemitério de Roncador, em Catanduvas. O local fica próximo do antigo traçado da rodovia federal, que mais tarde seria batizado de BR-277. O cemitério fica na propriedade do agricultor Isimundo Kovaleski, está tomado pelo mato. As cruzes de metal, apagadas pelo tempo, são as únicas lembranças daquela época. São cruzes de metal e outras de madeiras danificadas pelo tempo, onde estão escritos os nomes dos soldados mortos. Todos eles pertencem a Força Pública (hoje Polícia Militar) e da 7° Região de Infantaria de São Paulo. Segundo depoimento dos moradores da época, os soldados eram enterrados em valas comuns porque muitos não tinham registro. Os nomes indentificados são dos soldados Francisco Vicente, Argemiro Benevides Ramos, Cristalino Alves da Rosa e Laudelino de Sousa Bueno. Já o cemitério de Formiga era destinado aos oficiais das tropas governistas. Dona Gema tem buscado o apoio da Prefeitura para preservar os cemitérios. Muitas cruzes de metal sumiram.
Nas fazendas existem ainda armamentos e munições utilizadas por soldados da revolução de 1924.
Vibrante narrativa dos feitos do lendário, 1° Batalhão de Infantaria da Polícia Militar do Paraná, sob o comando do intrépido capitão Joaquim Antonio de Morais Sarmento, hoje Patrono da PMPR, no combate aos revolucionários de 1924, em defesa da ordem e da legalidade.
O texto contém o impressionante Diário de Campanha do sargento Floriano Napoleão do Brasil Miranda, relatando, sob a ótica do combatente, as agruras da campanha, o ambiente inóspito e insalubre das marchas e trincheiras, e a dramacidade dos combates.
Antecede a narrativa uma interessante retrospectiva altamente resumida dos fatos mais marcantes vividos pela milícia paranaense entre os anos de 1915 e 1924. Alguns anexos complementam a obra, entre eles a biografia de Sarmento que se-encontram no livro escrito por ele: Revolução de 1924 Volumes V. Ao Aguerrido Capitão Renato Marquete comandante do 3ª Companhia da polícia Militar cediada em Quedas do Iguaçu as nossas mais sinceras homenagens. Quedas do Iguaçu se orgulha de ter em nosso meio um comandante digno do cargo que tem, essas homenagens vale também aos seus comandados também se estendem a polícia civil, tão bem representada pelo delegado de polícia de Quedas do Iguaçu Dr.
A HISTÓRIA QUE ME CONTARAM - SEBASTIÃO BARRETO
Pioneiro: Sebastião S. Barreto. Esta fotografia foi feita em 1957 durante o período que prestou serviço militar em Foz do Iguaçu. No estado do Paraná.Um Relato impressionante, narrado pelo pioneiro Sebastião Barreto, residente em Quedas do Iguaçu há 70 anos. Nesta entrevista, o pioneiro Sebastião, contou com detalhes importantes, da revolta de 1924, onde cominou com muitas mortes durante os combates armado das frentes legalistas e revoltosos. Apesar de seus já avançados anos, a sua memória narrou com riqueza de detalhes a triste tragédia presenciada pelos moradores da região de Catanduvas precisamente em Medeiros onde o seu avô tinha propiedades e morava com toda a sua família. Talvez seja a conversa que ele teve com o avô, e com o seu pai senhor João Maria Barreto, na época o pai do Sr. Barreto tinha 9 (nove) anos de idade, ambos conviveram este trágico confronte armado que deflagrou chamas ardentes entre os povos, muito deles nada tinha haver com a situação. O avô do Sebastião Barreto Sr. Antonio Quirino de Sousa, não se cansava de contar para o seu pai e seus netos, as bravuras dos soldados que compunha o pelotão da polícia Militar do Paraná. Em números aproximadamente de 500 homens, contra tacados pelos revoltados sanguinários das colunas, composto por militares e civis, e que também, não faltava à presença de estrangeiros paraguaios no movimento. O Sr. Sebastião com firmeza, detalhava a estratégia que a força militar usou, para atacar os revoltosos pela retaguarda, usando o poste amento da rede de Telégrafo, que saia de regiões distantes, e cortava as matas da região de Laranjeiras do Sul, consequentemente, inclui a nossa região de Quedas do Iguaçu. Seguindo os traços da rede para não se perder no matagal serrado da nossa região foi á maneira mais inteligente dos nossos heróis, surpreender os adversários pela retaguarda. Com os postes da rede telegráfica atravessou o Rio Guarani, seguindo até Catanduvas, onde se encontrava um posto de comunicação telegráfico, com esta estratégia usada pelos militares, deu condições para derrotar os revoltosos. Méritos do Comandante Antonio de Morais Sarmento hoje Patrono da polícia militar do Paraná, e de seus brilhantes combatentes.
Ao entrevistar o Sr. Sebastião Barreto, ele fez questão de dizer, que o seu avô, e todos os filhos dele, encluía também, o pai do Sr. Sebastião e sua mãe, por muitas ocasiões ficavam no meio do fogo cruzado, entre militares e revoltosos. Era bala de metralhadouras, mosquetões e de canhões, que rasgava os céus e roçava as matas de sua propiedade. A Revolta de 1924, muito comentada no Brasil e no mundo, acabou em frente às terras da família Barreto em Catanduvas. Mais precisamente na região de Medeiros. A bandeira da polícia Militar do Estado do Paraná tremulava nas mãos dos soldados, orgulhosos do dever comprido, liberdade para estarem novamente reunidos com os seus familiares, recebendo um abraço agora como heróis, título esse insignificante comparado pelo respeito à Constituição brasileira. Resolvido uma situação de grande repercussão em todo o território Nacional. Comentou ainda o Sr. Sebastião que o seu avô morreu com 104 anos e está sepultado no cemitério que do qual está enterrado alguns dos valentes Herói que defenderam a Pátria das garras dos maus intencionados malfeitores. Por este ato de brasilerismo foi devolvido a tranqüilidade e o respeito á Constituição brasileira e os bons costumes do povo e da corporação Militar.
Catanduvas terá Memorial sobre a Revolução de 1924
O projeto do Memorial da Revolução de 1924 em Catanduvas será prioritário dentro da secretaria de Estado da Cultura. O pedido do governador Roberto Requião foi feito durante a Escola de Governo. O tema compôs a pauta da reunião de ontem de manhã (17), em Curitiba e esteve a cargo da secretária Vera Mussi que destacou que “o Paraná tem história. Uma história bonita que este governo está recuperando e mostrando aos paranaenses”.
Requião lembrou que a idéia da construção do Memorial surgiu no ano passado, durante a cavalgada que realizou em Catanduvas, a convite do deputado estadual Nereu Moura (PMDB), oportunidade em que a comitiva passou por locais percorridos pelos revolucionários, inclusive dois cemitérios. A partir daí, o governo constituiu uma comissão com a presença do Exército, Polícia Militar e Uni oeste para a revitalização da memória destes acontecimentos.
Este projeto é um antigo sonho de Nereu Moura que quer ver recuperada parte da história do nosso país que teve desfecho em Catanduvas, na região Oeste do Paraná. “A Revolução Tenentista é o epicentro da Revolução de 30 que levou Getúlio Vargas à presidência do Brasil”, lembrou ele, ao destacar a importância política deste fato.
O prefeito Aldoir Bernart. Presente na Escola de Governo, agradeceu ao governador Roberto Requião e ao deputado Nereu Moura pelo projeto do Memorial, “uma importante obra que resgata a história que aconteceu nos caminhos do Paraná, especificamente em Catanduvas”. Bernart disse “que além do ganho cultural que é inestimável, o município vai ganhar economicamente com o incremento do turismo”.
Esta mesma idéia é compartilhada por Nereu Moura que acredita que Catanduvas vai passar a fazer parte dos roteiros turísticos ecológicos e históricos do Paraná. “Esta indústria sem chaminés a ser instalada, será responsável por uma nova fase no desenvolvimento econômico do município”, destacou o deputado.
Na próxima reunião da Escola de Governo, dia 24, o tema Revolução Tenentista será novamente abordado pelo professor Aymoré Índio do Brasil Arantes e pelo jornalista e historiador Adelar Paganini. O arquiteto Edinei. Fraga fará a exposição do projeto do Memorial.
A revolução tenentista teve início no dia 05 de julho de 1924 em São Paulo, após ser combatida pelo governo de Arthur Bernardes, os revoltosos retiram-se para o Estado do Mato Grosso e posteriormente tomaram Guaira e Foz do Iguaçu no Paraná. A intenção dos “tenentes” era chegar à capital Paranaense via estrada estratégica que, posteriormente, tornou-se a BR 277, nesse ínterim aguardavam a chegada de Luis Carlos Prestes que vinha do Rio Grande do Sul. Por sua parte o governo Federal organizou o Exército e as polícias estaduais com intuito de combater os revoltosos que se encontravam na localidade de Catanduvas e haviam se apoderado da estação telegráfica local.
Os combates foram intensos duraram seis meses e, em março de 19240, Marechal Candido Rondon à frente de 17 generais e 15 mil soldados fez o ataque final tomando Catanduvas e fazendo 407 cativos. Luis Carlos Prestes chegou atrasado ao Paraná, e não pode ajudar na contenda de Catanduvas, após o revés os revoltosos que, conseguiram escapar do cerco à Catanduvas se organizaram. Em Foz do Iguaçu, e cruzaram o Paraguai, entrando novamente no Estado do Mato Grosso, criando a Coluna Prestes, que ficou conhecida na história como a maior marcha de combate do mundo percorrendo mais de 25000 quilômetros em dois anos, vindo depor armas somente em 1927, na Bolívia.
PARA FINS DE ENRRIQUECIMETO
A primeira estrada de rodagem traçada e construída, ligando as cidades de Foz do Iguaçu a Guarapuava, e datada de 1917, antes da estrada o que existia era um picadão, por onde passavam os carroções. Muito sangue e mortes surgiram nestes picadões, travadas pelas lutas da revolução de 1924 entre Tenentistas e Tropas Revolucionárias Legalistas.
Um dos acontecimentos mais marcantes aconteceu em 1926, quando se defrontaram com as tropas revoltosas liderada pelo implacável Luis Carlos Prestes,nas imediações de Laranjeiras do Sul e Catanduvas, território do município de Guarapuava que na época abrangia uma área de 54.450 quilômetros quadrados, uma quarta parte do território paranaense.
Nesses mesmos picadões passavam os carroções dos primeiros colonizadores. Assim se processou o desbravamento da maior parte da região, e a penetração de pioneiros, criando núcleos que mais tarde se tornariam municípios, a exemplo de Catanduvas, Três Barras, Quedas do Iguaçu e outros lugares.
A primeira estrada de rodagem traçada e construída, ligando as cidades de Foz do Iguaçu a Guarapuava, e datada de 1917, antes da estrada o que existia era um picadão, por onde passavam os carroções. Muito sangue e mortes surgiram nestes picadões, travadas pelas lutas da revolução de 1924 entre Tenentistas e Tropas Revolucionárias Legalistas.
Um dos acontecimentos mais marcantes aconteceu em 1926, quando se defrontaram com as tropas revoltosas liderada pelo implacável Luis Carlos Prestes,nas imediações de Laranjeiras do Sul e Catanduvas, território do município de Guarapuava que na época abrangia uma área de 54.450 quilômetros quadrados, uma quarta parte do território paranaense. Nesses mesmos picadões passavam os carroções dos primeiros colonizadores. Assim se processou o desbravamento da maior parte da região, e a penetração de pioneiros, criando núcleos que mais tarde se tornariam municípios, a exemplo de Catanduvas, Três Barras, Quedas do Iguaçu e outros lugares.
PRIMEIROS JOGOS INDÍGENAS CULTURAIS
Reserva indígena de Rio das Cobras realizou o primeiro jogo indígena cultural na reserva indígena de Rio das Cobras realizada no dia do ìndio que é comemorada no dia 19 de abril, junto com as festividades do aniversário de Nova Laranjeiras que comemora o seu ano de emancipação dia 16 de maio.
A programação da comunidade indígena se foi no dia 15 e 16 de maio, o diferencial é que, neste ano aconteceu os primeiros jogos culturais de Rio das Cobras.
A reserva ind‘gena do Rio das Cobras é a maior reserva indpigena do Paraná, terra que abriga 2.300 ( dois mil e trezentos) índios das atnias Kaingang e Guarani, vivendo em 18 mil hectares. PO cacique da reserva, Ângelo Rufino, fazendo a leitura dentro desta representatividade é que as lide-raças da aldeia tiveram a iniciativa de realizar os jogos culturais.
As modalidades foram: Corrida com tora, lutas corporais, arco e flecha, corrida rústica e cabo de guerra.
Para Eugênio Bittencourt, prefeito municipal, foi um privilégio fazer esta união destas programações, das festividades indígenas e as comemorações de aniversário do município.
“Nós tivemos a honra em fazer esta frsta junto com a comunidade indígena, infelismente eles não estávam conosco e sim a Reserva por decisão das lideranças da aldeia”, Declarou o prefeito. O Cacique da reserva resalta que devido a programação cultural da reserva não foi possível fazer o deslocamento dos indígenas até Nova Laranjeiras>
“Diante da programação que foi elaborada foi melhor comemorar aqui mesmo na Reserva de Rio das Cobras”, descreve o cacique Rufino.
- á 10HS, MISSA SOLENE;
-Á 12hs, churrascada gratuita a todas as comunidades da Reserva cedida pela administração municipal de Nova Laranjeira.
- Às 13hs, continuação dos jogos com os atletas classificados,
- As 22hs baile alusivo as festividades de aniversário do município.
Também dia 16 de maio tiveram presentes nas festividades a jornalista Simone dos Santos, Anelize Camargo, Carolina Wadi e Juliana Norbachs estiveram fazendo entrega de livros reportagens e documentos produzido por um grupo de índias Kaingang, com base de manifestações culturais dos índios Kaingang. Quedas Originam-se do latim arcaico “caeda”, que, tomba que cai. (AGC, ABHF). Da Contração da preposição “de” (posse), com o artigo masculino “o”. Iguaçu Para o dicionarista Antenor Nascentes o termo vem do guarani “ü” (y.água, rio + “wa’su”...Grande, caudaloso: rio grande, rio caudaloso (AN). O escritor Francisco Filipak define o termo como guarani
“Ig” Água, rio + “Iguaçu”. Rio grande ou água grande. Segundo Gonçalves Dias, a grafia correta é Iguaçu, De “y”... Rio + “guaçu”... Grande: rio grande.
Origem Histórica. Por volta de 1937, quando a região era conhecida por Alto Itaipú, teve início uma Pequena povoação denominada “Jagoda” que em polonês significa fruta. Esse lugar ficou conhecido como “O Povoado dos Poloneses”, em função das inúmeras famílias de Descendentes de eslavos que ali se estabeleceram: Loniski, Mariano Hamerski, Francisco Rosenthalski,
HISTÓRIA DE QUEDAS DO IGUAÇU POR MIM CONTADA
Já mencionei anteriormente que falar de Quedas do Iguaçu sem contar a história da grande floresta de pinheiros e outras madeiras de lei, fica um vazio muito grande e que só é preenchido com riqueza dos primeiros proprietários e seus primeiros habitantes e administradores, a história nos confirma através de documentos oficiais nos arquivos públicos do Paraná que o ponto de pal1ida para sermos o que é Quedas do Iguaçu de hoje, foi a companhia São Paulo Rio Grande, e que a cada nova razão social que esta companhia adquiria fazia novas histórias e a cada qual, dentro de sua realidade diversificavam a sua atuação em todos os setores. De conformidade com o que narra um documento do arquivo público do Paraná o comissário de terras notificou o único morador, o Sr. Carlos Stout que residia nas terras vizinhas. Conta este documento que o Sr. Carlos Stout foi notificado para servir de testemunha das marcações das divisas das terras da Companhia São Paulo - Rio Grande, isto aconteceu em 12 de outubro de 1911, ha 90 anos atrás, é o que se encontra nos arquivos do Paraná. Somente em 26 de maio de 1912 foi dado por terminado o trabalho técnico das terras do Rio das Cobras, assinado pelo Comissário de Terras e do engenheiro civil Sr. Francisco Guttierrez Beltrão, famoso engenheiro conhecido nacionalmente pela sua competência profissional o seu nome é muito lembrado pelas, comunidades, a cidade do Sudoeste leva seu nome Francisco Beltrão que fica situado entre Dois Vizinhos e Marmeleiro.
O ponto de partida das marcações das terras Rio das Cobras foi iniciado à direita do Rio Iguaçu, a marca mede 1,40 centímetros com as letras S.P.R.G. (São Paulo Rio Grande), marca gravada a fogo é o que consta nos documentos dos arquivos públicos do Paraná e que de acordo com aprovação desta descriminação de terras concedidas à requerente pelo Decreto Federal 305 de 07 de abril de 1890.
O total da área era exatamente 63.004 hectares de imóvel Rio das Cobras, toda coberta de pinheiros e madeiras nobres e alguns trechos de taquaruçu.
Atenta às exigências de seu mercado consumidor e buscando sempre a excelência de suas relações produtivas com o meio ambiente, seus colaboradores e a comunidade, a Araupel sempre buscou diferenciar seus produtos. Assim em 2007 após três anos de preparações, a Araupel obteve do órgão certificador Imaflora, o Selo Verde específico mais valorizado do setor de produtos florestais - a Certificação Florestal pelo: FSC Trademarck © Forest Stewardship Council A. C. O selo FSC é composto por duas modalidades de Certificação - Bom Manejo Florestal, que dá à nossa matéria-prima o status de Certificada e Cadeia de Custódia, que nos permite processar estas matérias¬ primas em produtos certificados. A Certificação Florestal é hoje reconhecida como o mais rigoroso Selo Verde internacional para produtos florestais e, condição fundamental para a manutenção e possibilidade de ampliação do alcance de produtos florestais no mercado externo. Imagem As Grandes Conquistas Quando alguém se propõe escrever um livro, principalmente de uma região, com um objetivo de contar a história dela e de seus habitantes, o escritor já tem que ter em mente onde colher informações. Os meios são tantos “ mas”, nem sempre esses meios são confiáveis.
O que o escritor tem que se preocupar é de não confundir o leitor principalmente onde quem está lendo é personagem da história.
Quando resolvi escrever a história de Quedas do Iguaçu, eu já tinha em mente onde colher as informações, além do que eu mesmo tinha conhecimentos.
Sabendo eu as histórias ou acontecimentos narrados por uma só pessoa têm que ser avaliada muito bem antes de colocar no papel.
Somente é objeto de credibilidade as narração pessoais ditas por mais de um personagem, havendo coincidências por várias vezes a veracidade é quase 100%, mesmo os documentos com registros em cartórios não podendo considerar total validade sem primeiro fazer um rastreamento profundo no qual temos em mãos.
As histórias que eu escrevi neste livro comentado por pioneiros de nossa região e retirado de documentações profundamente confiáveis, nos fazem refletir que o espírito aventureiro do povo brasileiro é muito grande, é uma característica bem brasileira, Podemos conferir aqui mesmo em Quedas do Iguaçu, o caro leitor já observou que a mais de um século atrás os aventureiros rasgando o chão de trens, de carros, de aviões, de carroças, até mesmo de cascos de cavalos, atravessavam estados e mais estados atrás de suas terras prometidas, meses e meses de viagens, transportando suas famílias e seus pertences, enfrentando animais ferozes e até mesmo os ataques de bandidos e de outros perigos que é característica quando se propõe em fazer uma aventura em lugar ainda não explorado pelo homem, que foi o caso da nossa região.
Quando falamos em aventuras não nos limitamos só nos brasileiros, nossos irmãos poloneses atravessaram mares e mares até chegar no Brasil e conseqüentemente a nossa região, para junto com os Brasileiros construirmos uma nova comunidade.
Hoje somos uma população de aproximadamente 30.095 habitantes de várias raças e cores, mas com um só objetivo de ser prósperos e felizes.
Diante destes conhecimentos nos analisamos que se cada cidadão de Quedas do Iguaçu for escrever um livro de sua história teríamos 30.095 exemplares na biblioteca do país.
Sendo assim, podemos analisar que são tantas as histórias e que com certeza muitas delas emocionantes, que seria impossível contarem todas elas neste livro. Por este motivo eu procurei colher dados de vários pioneiros tentando generalizar os acontecimentos históricos de nossas cidade de Quedas do Iguaçu.
Além das histórias já contadas anteriormente referindo principalmente em acontecimentos mais primitivos, eu agora vou retratar nas escritas acontecimentos mais recentes, que deixaram marcas difíceis de serem apagadas.
Em meados de 1968 a convite do Prefeito Pedra Alzides Giraldi, eu e a Zelinda fomos convidados para tomarmos conta da saúde do povo do antigo Campo Novo. Hoje Quedas do Iguaçu, na época a população era pequena, no perímetro urbano tinha 70 casas, destas, 40 eram da empresa Cia. de Celulose e Papel do Iguaçu, hoje Araupel S/A, esta empresa era comandada pelo senhor Altair Ferreira Branco, popular Tataco, de saudosa memória, e tinha como seu auxiliar o senhor Carlos Martins.
A Cia. de Celulose Iguaçu se dispunha de poucas serrarias, isto porque era proibido as derrubadas de matas. Somente poderiam industrializar ou fazer cortes de madeiras adquiridas fora do mato da Cia. ou aproveitar as árvores que acidentalmente caíssem.
O gerente geral o senhor Altair Ferreira Branco tinha uma grande preocupação e um zelo todo especial com seus funcionários e seus dependentes, o senhor Tataco requisitou juntamente com o Prefeito os meus conhecimentos profissionais na área da saúde, ele queria ter em suas mãos a real situação de saúde e de higiene de seus funcionários.
A partir do dia 27 de outubro de 1971, assinei um documento juntamente com o responsável da área que era o senhor Carlos Martins, como consta documento em anexo à este trabalho, que eu fazia sem remuneração, pois era também de interesse filantrópico prestar estes atendimentos.
A nossa população era pequena, mas contávamos com a população de trabalhadores na construção da usina de Salto Osório.
Neste tempo a Prefeitura de Campo Novo se dispunha só de 7 funcionários. O saudoso Auri Antonio Sanson que na época era o médico chefe do Posto de Saúde, Antonio Monteiro da Silva que era responsável por todo o serviço burocrático e outros atendimentos na área da saúde, exemplo: vacinações, distribuições de remédios. Atendimentos de enfermagem domiciliar e demais atendimentos, eu contava com o trabalho da minha esposa Zelinda que me ajudou gratuitamente por um período de três anos, a prefeitura não tinha recursos para aumentar o seu quadro de funcionários, além destes atendimentos na área da saúde o Prefeito Pedro Giraldi me responsabilizava de fazer alistamento militar e cadastramento de terras para o INCRA, e como isto não bastasse nas horas de folga que sempre era fora das horas normais incluindo os sábados e domingos eu era auxiliar de patrola sendo o patroleiro o próprio prefeito Pedro A. Giraldi, e por falar em patrola eu vou falar como foi conseguida esta patrola.
O Departamento Rodoviário de Curitiba estava dando apoio na conservação das estradas que ligava Campo Novo à BR-277 que na época era de terra, uma das patrolas da DER, quebrou-se. E pelo fato dos trabalhos de manutenções do maquinário ser distantes, uma das patrolas ficou abandonada na beira da estrada por muito tempo. O Sr. Pedro Giraldi prefeito de Campo Novo, vendo a máquina abandonada, resolveu ir até Curitiba e pedir para ser usada a patrola no seu município, pois as ruas e estradas de Campo Novo estavam para serem abertas, mesmo quebrada para o município seria muito útil, pois comprar uma nem em pensamento. Apesar de toda a choradeira do Prefeito não sensibilizou os engenheiros da DERJá que pelos meios legais não deu, eu estava junto com o prefeito confirmo tudo o que aconteceu, resolvemos rebocar a velha patrola e levá-la, foi o que fizemos, levamos a patrola, abrimos todas as ruas e estradas do município e depois de tudo pronto levamos no lugar onde encontramos e tivemos a determinação de avisar a DER do ocorrido, e preveni-los de que se eles não recolhessem a velha patrola que apesar de velha e abandonada para nós fomos muito útil, nós íamos usar novamente. Após alguns dias a patrola foi recolhida. Com certeza hoje ela repousa em seu lugar destinado no ferro velho.
O nosso município era muito pobre em arrecadação, quando a população via o próprio prefeito pilotar a patrola e eu no rabo da patrola abrindo estradas achavam que era exibicionismo, mas era falta de recursos para contratar operadores.
Todos os sete funcionários exerciam várias funções com um salário de miséria, não por falta de consideração do chefe e sim por falta de recursos.
Quero aproveitar esta oportunidade para render uma homenagem a todos estes funcionários que foram verdadeiros heróis:
ILIZEU MIRMAN DE CAMARGO;
VALÉRIO PIASCESCKI;
ANTONIO IVO GIRALDI, hoje já falecido;
Dr. AURI A. SANSON, hoje já falecido;
ERVINO LINS, hoje já falecido;
A todos estes bravos funcionários públicos as nossas homenagens, com espírito patriótico e fidelidade ao povo e ao seu chefe acumulavam trabalhos e esforços com um só intuito de ajudar a construir o seu município e zelar pela sua gente.
Na época, nós não tínhamos luz elétrica, água encanada, televisão, telefone. Aos poucos fomos conseguindo os confortos para nossa cidade, veio a luz elétrica, a televisão e os tributos foram melhorando e a cada novo prefeito eleito ou a cada gestão ficava melhor para administrar, o prefeito tinha recursos para contratar funcionários para melhor atender a população.
Nós em Quedas do Iguaçu sempre fomos bem administrados pelos prefeitos, tivemos bons prefeitos cada um com suas características, eu tive o privilégio de poder trabalhar com todos os prefeitos que Quedas do Iguaçu elegeu, sou o único funcionário público ainda em atividade exercendo-as desde a criação do município até os dias de hoje.
Quero render as minhas homenagens a todos do poder legislativo, executivo e judiciário que até os dias de hoje não se conhece que alguém destes poderes escandalizou a nossa cidade ou estiveram envolvidos com algo imoral.
A CRIAÇÃO DO TERRITÓRIO DO IGUAÇU EM 13 DE SETEMBRO DE 1943
Construções de moradias para os governantes
Em 13 de setembro de 1943 foi criado o território do Iguaçu, em cuja área se incluía a do atual municípiode quedas do 19uaçu, sendo Laranjeiras do Sul escolhida para ser capital da nova unidade federada. No entanto o território Federal do Iguaçu foi Logo extinto, e a região passa a pertencer novamente ao estado do Paraná. No ano de 1946, com a emancipação política de Laranjeiras do sul, o povoado dos poloneses passa a integrar seu município, porém com denominação alterada para Campo novo.
Clevelândia, Foz do Iguaçu, Mangueirinha, no Paraná e o município de Chapecó, em Santa Catarina.
Das barrancas do rio Paraná, o Território Federal do Iguaçu, abrangia toda a extensa região que vai até as margens no rio Uruguai.
O parágrafo 5° do artigo 1° decreto-lei n° 5.812, de 13 de setembro de 1943, definia os limites no território federal do Iguaçu, desta forma: Ao norte, nordeste, leste e sudeste, do rio Ivaí, desde a sua foz no rio Paraná e até a confluência do rio Tapiracui, subindo por este até a foz do Arroio ,Saltinho e por este as suas cabeceiras, daí numa linha reta e seca até as nascentes do rio do Areia, descendo por este até a sua foz no rio Piquiri, subindo por este até a foz do rio Cascudo e subindo por este até as suas nascente e daí por uma linha seca e reta até as até as cabeceiras do rio Guarani, descendo por estes até a confluência com o rio Iguaçu, sobe por este até a foz do rio Butiá, sobe pelo rio butiá até as suas nascentes, de onde segue em linha retas até as cabeceiras do Lajeado Rancho Grande,descendo por este até a sua foz no rio Chopin,descendo até sua foz no rio das Lontras e subindo por este até suas nascentes no morro das Balisas no Divisor de água entre os rios Uruguai e Iguaçu, pelo qual Divisor prossegue até encontrar as nascentes do lajeado Santa Rosa, descendo por este até a sua foz no rio Chapecó, ainda subindo por este ate a foz no Lajeado norte, pelo qual prossegue até, as suas nascentes e daí, até as cabeceiras no Lajeado Tigre, e por este abaixo até a sua foz no rio Chapecozinho, descendo por este até a foz no Lajeado Paulo, subindo pelo Lajeado Paulo,ás suas cabeceiras, daí em linha reta as cabeceiras do Lajeado Torto, por este até a confluência no rio Ressaca, descendo por este até a foz no Irani, e descendo por ate a sua foz no rio Uruguai.
O Território Federal do Iguaçu foi criado em 13de setembro de 1943 a capital foi instalada em Laranjeiras do Sul em 7 de setembro de 1944, extinta em 18 de setembro de 1946, assinado por Getulio Vargas o decreto presidencial de n° 5812 criava o Território Federal do Iguaçu, no dia 13 de 09 de 1946 e foi extinto no dia 18 do mesmo mês de 1946. O território abrangia – Oeste, sudoeste e parte de S. Catarina.
O sonho acabou não tinham lide! Es políticos que pudessem se impor contra a extinção do território e a bancada federal era praticamente favorável ao fim da Unidade Federada.
Para a população de Laranjeiras, a capital, a extinção do território foi uma surpresa e pôs fim as suas esperanças de progresso e de uma vida melhor,
INFORMAÇAO DE APOIO;
Do livro Raízes de Nossa Terra do escritor João Olivir Camargo.
Desmembrado de Laranjeiras do Sul/PR, elevado a categoria de Distrito pela Lei nº 19 de 28/11/1955 e a nível de Município, pela Lei nº 5.668 de 18/10/1967, com a denominação de Campo Novo pela Lei nas 6.126 de 14/07/1970 e, alterado o nome de Campo Novo para Quedas do Iguaçu, instalado em 15/12/1968.
Fato da Comemoração: 15 de dezembro¬ Padroeira Imaculada Coração de Maria (15/08).
A cidade está ligada à malha rodoviária Federal e Estadual através da PR 473, e também da PR 484 que nos liga à BR 277.
DIVISÃO ADMINISTRATIVA:
Quedas do Iguaçu e Espigão Alto do Iguaçu
LIMITES DO MUNICÍPIO: Catanduvas, Cruzeiro do Iguaçu, Guaraniaçu, São João, São Jorge d’Oeste e Três Barras do Paraná, Espigão Alto do Iguaçu.
HISTÓRICO DA CONSTITUIÇÃO DOS PODERES EXECUTIVOS E LEGISLATIVOS DE QUEDAS DO IGUAÇU 1968/1972
PODER EXECUTIVO E LEGISLATIVO DE QUEDAS DO IGUAÇU
Prefeito: Pedro Alzires Giraldi
Vice-Prefeito: João Sobczak
1° Período: Presidente da Câmara: Miguel Czaroski
2° Período: Presidente da Câmara: Orides Padilha
Vereadores:
João Jakoboski
Miguel Czarneski
Orides Padilha
Pedro Blaka
Lauzinho Goularth
Darci Cenci
Carlos Pilaski Aléssio Luzitani
1973/1976
Prefeito: Silvestre Simão Odorcik
Vice-Prefeito: Miguel Czarneski
1° Período Presidente da Câmara: Mariano Siejka
2° Período Presidente da Câmara: Lauzinho Goularth
Vereadores:
Mariano S. Siejka
Anelso Ubialli
Ambrosio Jacuboski
Onofre Kulesza
Boleslau Ossowski
Pedro Ramos
Hipolito Ribeiro
Carlos Pilarski
Lauzinho Goularth
1977/1982
Prefeito: Pedro Alzires Giraldi
Vice-Prefeito: ldimir Tranquilo Giraldi
¬1º Período Presidente da Câmara: Antonio Monteiro da Silva
2° Período Presidente da Câmara: Valderes Francisco Mafioletti
3° Período Presidente da Câmara: Rudi Schaedler
Vereadores:
Armindo Stohr
Boeslau Ossowski
Altamir Canton
Valderes Francisco Mafioletti
Rudi Schaedler
Jeremias Zaleski
Antonio Monteiro da Silva
Valentim Roman
Hilário Piolla
Anito Ferrari
Eduardo Potulski
Vilson Veronese
1983/1988
Prefeito: Rudi Schaedler - PMDB
Vice Prefeito: Nelson Brancalhão - PMDB
1º Período Presidente da Câmara: Valderes Francisco Mafioletti - PMDB
2º Período Carlos Siburski – PMDB
3º Período Valderes Francisco Mafioletti - PMDB
Vereadores
Altair Canton - PMDB
Agenor Veronese - PMDB
Maurilio José dos Santos - PMDB
José Valmor Martins - PDS
Avelino Boaretto Manfredi - PDS
Maximinio Branco Vitrello - PDS
Alceu Schneider Fausto - PDS
1989/1992
Prefeito: Pedro Alzides Giraldi - PTB
Vice Pref. Vitório Revers - PTB
1º Período Presidente da Câmara:
José Valmor Martins - PFL
2º Período: Idimir Tranquilo Giraldi - PTB
Vereadores
Avelino Boareto Manfredi - PFL
Valderez Francisco Mafioletti - PMDB
Alceu Schneider - PFL
Osni Soares da Silva - PTB
1993/1996
Prefeito: Vitório Revers
Vice-Prefeito: João Maria Zgoda
1º Período Presidente da Câmara:
Marco Aurélio Giraldi
2° Período Presidente da Câmara:
Maximino Branco Votorello
Vereadores:
Henio Roberto Damaceno Gustmann
Geraldo Fontanella
Dr. João Ricardo Dalfovo
Maximino Branco Vetorello
Antonio Monteiro da Silva
Marcos A. Giraldi
Osstap Andrei
Dr. Auri Antonio Sanson
Gelmar João Chmiel
Nair Tureta
Ernesto João Cé
Luiz Wilson Comarella
Agenor Bertoncello
1997/2000
Prefeito: Pedro Alzires Giraldi
Vice-Prefeito: Idimir Tranquilo Giraldi
1º Período Presidente da Câmara: Rudi Schaedler
2° Período Presidente da Câmara: Valmor Martins
3° Período Presidente da Câmara: Gelmar Chmiel
Vereadores:
Gelmar João Chmiel
Jordão Viana ¬
Tomaz de Melo
Eradi A. B. Dutra
Leonildo P. Dalbosco
Nair Turetta
Anorosval Colombo
Alberi F. da Luz
Elcio Jaime da Luz oão Ricardo Dalfovo
Rlanca C. Giraldi
Rudi Schaedler
José Valmor Martins
Ernesto João Cé (suplente de Blanca C. Giraldi)
Dinarte Ladorudzki (suplente de João R. Dalfovo)
2001/2004
Prefeito: Vitório Revers
Vice-Prefeito: Gelmar João Chmiel
1º Período Presidente da Câmara:
Eradi A. B. Dutra
Vereadores:
Leonildo Pedrinho Dalbosco (licenciou-se)
Anorosval Colombo
Eradi A. B. Dutra Ambrósio Jakuboski
Elcio Jaime da Luz Alaércio Comarella
João Maria Zgoda
José Valmor Martins
¬Marcílio José da Silva
Sebastião Quadros da Silva
Tadeu Prasnievski
Roni Cezar Chiochetta
Nair Tureta
Valmir José Osowski
2005/2008
Prefeito: Gelmar João Chmiel
Vice-Prefeito: Elcio J. da Luz
1º Período Presidente da Câmara: Anorosval Colombo
2º Período Presidente da Câmara: Osni S. da Silva
Vereadores:
Anorosval Colombo
Dinarte Ladoruski
Ivar A. L. Eleutério
José Tureta
Marcílio da Silva
Maria Fedrigo
Osni S. da Silva
Tomaz G. de Melo
Vanderlei Hartcopf
Gelmar J. Chmiel - PMDB
E1cio J. da Luz - PSL N° 15 - 6944 Votos = 46.88%
Prefeito e Vice Prefeito Vereadores
1° - Osni Soares da Silva N° 14.555 - PTB - 882 Votos
2° - Anorosval Colombo N° 23.688 - PPS - 703 Votos
3° - José Tureta N° 15.678 - PMDB - 657 Votos
4° - Vanderlei Hartcopf - Kuka N° 33.333- PMN - 524 Votos
5° - Tomaz Gonçalves de MeIo N° 40.123 - PSB - 524 Votos
6° - Maria Fedrigo N° 25.123 - PFL - 513 Votos
7° - Dinarte Ladoruski N° 45.678 - PDT - 482 Votos
8° - Ivar Antonio Lins Eleutério N° 12.644 - PDT - 436 Votos
9° - Marcilio da Silva N° 12.644 - PDT - 359 Voto
1º CÂMARA MUNICIPAL MIRIM DE VEREADORES
DE QUEDAS DO IGUAÇU
Vereador Presidente: Fernando Dalbosco – Nicola Gaspareto – Elito Chaves Carpes – Gabriela Mayara Pietrobom Macarini – Tayanara Felski Cogenevski – Ronaldo Cagnine – Ivan Alves Juncoski – Maiara Alberon da Silva – Edineiva Rodrigues – Andressa Moreira.
Os Vereadores foram eleitos neste ano de 2010 e já estão mostrando servisso.
Parabens aos educadores, políticos, pais, alunos e a sociedade em geral pelo apoio que deram na organisação do pleito eleitoral onde foi possível eleger os primeiros Vereadores mirins da cidade de Quedas do Iguaçu.
Parabens aos Colégios, de onde surgiram os primeiros vereadores mirins:
Colégio José de Anchieta – Colégio Padre Sigismundo – Colégio Alto Recreio – Colégio Castro Alves – Colégio Arnaldo Busato – Colégio Alto Alegre, Lajeado Bonito,e Linha Estrela – Colégio Olga Benário Prestes – Colégios Novos Caminhos e Chico Mendes – Colégio Pindorama e Associação de Pais e Mestres e APAI..
Agradecimento a todos os Vereadores de Quedas do Iguaçu, principalmente ao Presidente do Legislativo Municipal José Valmor Martins.
RETROSPECTIVA POLÍTICA 1968 À 2012
Relação dos candidatos à prefeitos e dos vice prefeitos, eleitos desde à criação do município de Quedas do Iguaçu.
O Sr. Pedro Alzides Giraldi, foi o primeiro prefeito de Quedas do Iguaçu, o seu vice foi o professor João Sobczak, tendo como seu adversário o político Sr. João Carlos Dalla Vechia e Boleslau Ossowski.
O Sr. Pedro Alzides Giraldi, foi eleito prefeito municipal de Quedas do Iguaçu em 03/10/68.
Em 1973, o Sr. Pedro Alzides Giraldi prefeito municipal lançou o Sr. Silvestre Simão Odorcick candidato a prefeito e tendo como seu vice o Sr. Miguel Czarneski. A disputa foi com o sistema “sim” e “não”, o Silvestre era candidato único, e se consagrou prefeito de Quedas do Iguaçu em 1972.
Em 1976, o Sr. Pedro Alzides Giraldi volta a disputa à prefeitura de Quedas do Iguaçu, convidou para ser seu vice, o seu irmão Idimir Tranqüilo Giraldi, tendo como seu adversário o Sr. Antonio Kulesza, candidato a prefeito, e tendo como seu vice Leonardo Soares da mesma coligação; se lançou também candidato a prefeito, o Sr. Geraldo Fontanela, tendo como seu vice o Sr. Inácio Pavan, o candidato Pedro Alzides Giraldi venceu as Eleições.
Em 1982 o Sr. Pedro Alzides Giraldi, lançou o seu companheiro Vitório Revers candidato a prefeito, e como vice o seu companheiro Antonio Monteiro da Silva da mesma coligação; candidatou-se também o Sr. Anelso Ubialli, tendo como vice Dr. Remberto Rojas Balderrama; como adversários políticos.
Três candidatos da mesma coligação: o professor Rudi Schaedler e seu vice Nelson Brancalhão; o Sr. Inácio Pavan, candidato a prefeito e seu vice João Stenhauser; Antonio Kuleza e Jandir Veronese como seu vice; o candidato Rudi Schaedler venceu as eleições.
Em 1988 o Sr. Pedro Alzides Giraldi, se lançou novamente o candidato a prefeito, levou como seu vice o seu companheiro Vitório Revers. Tendo como seu adversário o Sr. Miguel Czarnieski candidato a prefeito, e seu vice foi o saudoso Valmir Alexandre. O candidato Pedro Alzides Giraldi venceu novamente as eleições.
Em 1992, o prefeito de Quedas do Iguaçu, Pedro Alzides Giraldi apresentou o seu vice Vitório Revers candidato a prefeito com o seu vice João Maria Zgoda, os seus adversários foram Rudi Schaedler candidato a prefeito com Sr. Miguel Czarnieski, seu vice; o candidato João Aureli Bueno a prefeito e o seu vice Sr. Mario Bartoski; e mais o Sr. Osni Soares da Silva e o vice Mariano Siejka; também se lançaram o Sr. César Graneto como vice o Sr. Telmo Chiapetti. O candidato Vitório Revers venceu as eleições.
Em 1996, Vitório lançou o velino Manfredi candidato a prefeito e José Tureta a seu vice; os seus concorrentes foram o Sr. Pedro Alzides Giraldi candidato a prefeito e seu irmão Idimir Tranqüilo Giraldi a vice; o terceiro candidato foi o Sr. Nene Bueno e o seu vice Mario Bartoski, mais uma vez o Sr. Pedro Alzides Giraldi se elegeu prefeito de Quedas do Iguaçu. Em 2000, o Dr. Benjamim, lançou-se candidato a prefeito com o Sr. Nene Bueno, companheiro de campanha; Vitório Revers lançou-se candidato a prefeito junto com Sr. Gilmar Chmiel seu vice prefeito, a disputa política deu a vitória para o candidato Vitório Revers.
Candidatos a prefeito e Vece-prefeito -2008:
Jacaré p/prefito e Marle Revers a Vice Prefeito.
Gilmar João Chimiel a prefeito e José Tureta a vice-prefeito. Foi eleito O candidatoa prefeito Jacaré e Marlene Vice-prefeito – 2008 á 2012.
Estes foram os candidatos a prefeito e a vice - prefeito eleitos e não eleitos que concorreu uma disputa política até os dias de hoje em Quedas do Iguaçu – 15/12/2009
QUEDAS DO IGUAÇU SE LOCALISA:
LOCALIZAÇÃO:
- Micro-Região do Planalto Central Oeste do Paraná.
- Área: 878,049 Km2
Altitude: 630 metros
- Latitude: 25° “27’20” S
(25 Graus, 27 min., 20 seg. ao Sul)
- Longitude: “52°55” W
(52 Graus, 55 min. ao Oeste/GR)
- Distância da Sede Municipal/Capital Curitiba 447 km
- Laranjeiras do Sul: 75 km
- Guarapuava: 168 km
- Francisco Beltrão: 140 k
1. NORTE - CATANDUVAS
2. NORDESTE - GUARANIAÇU
3. LESTE - ESPIGÃO ALTO DO IGUAÇU
4. SUDE
TE - RIO BONITO DO IGUAÇU
5.SUL - SÃO JOÃO E SULINA
6.SUDOESTE - SÃO JORGE D’OESTE
7.OESTE - CRUZEIRO DO IGUAÇU
8.NORDESTE – TRÊS BARRAS DO PARANÁ
CLIMA
Subtropical úmido - mesotérmico, com verões quentes e geadas poucas freqüentes no inverno, com tendências de concentrações de chuvas nos meses de verão, sem estação de seca definido. A média das temperaturas nós meses mais quentes é superior á 22°C.
VENTOS:
Pe1a posição geográfica, nosso estado normalmente se encontra sob domínio da circulação do Atlântico, representada pelo ciclone tropical marítimo (semi-estacionário) que provoca a formação de ventos do Leste, geralmente fracos. No período quente do ano (verão), a formação de chuvas, espessas e localizadas, podem ser provocadas e momentâneas, que as vezes assumem intensidade capazes de provocar danos. Os ventos dominantes em primeira direção são Nordeste, em segunda direção ventos Norte.
HIDROGRAFIA:
Nosso Município é banhado por três rios principais: Rio Iguaçu, Rio Guarani e Rio das Cobras. O Rio Guarani faz divisa a Oeste com o município de Três Barras do Paraná, a Nordeste com Catanduvas e ao Norte com Guaraniaçu. O Leste o Rio das Cobras faz divisa o Município de Espigão alto do Iguaçu, o Rio Iguaçu é o principal, o qual banha o Município de Quedas do Iguaçu tendo inclusive o primeiro grande aproveitamento, com a Usina Hidrelétrica de Salto Osório (situada a 16 Km de Quedas do Iguaçu); com capacidade de 1.050 mw, sendo não navegáveis.
O Rio Campo Novo que abastece a nossa população com águas tem este nome de Rio Campo Novo, pelo fato dos colonos abrirem campos para cultivarem as suas lavouras, ou seja, fazer plantações para os seus sustentos e comercialização.
RELEVO:
Terreno acidentado, topografia suave e altitude elevada.
Pontos mais altos do Município: Serra do Mico com 785 metros, na região do Mato Queimado.
SOLO:
Mediamente argiloso, com fertilidade média, a conservação se dá apesar em reduzido número de propriedades, sendo feito reflorestamento nas áreas não utilizadas.
ECONOMIA:
A base econômica concentra-se na extração e transformação da madeira, sendo que apresenta também uma agricultura crescente, principalmente na produção de milho, soja, trigo e feijão. E no ramo agropecuário, criam-se bovinos e aves.
SISTEMA GEOGRÁFICO:
DADOS IMPORTANTES DO MUNCICÍPIO
DIVISÃO URBANA:
Vila Plátano 2 Loteamento São Roque
Vila Plátano 1 Loteamento Tarumã
Vila Bom Pastor Loteamento Jacarandá
Bairro Primavera Loteamento Paiano
Bairro Vila John Kennedy Loteamento Floriano
Bairro Luzitani Loteamento Kozac
Bairro Planalto Loteamento Jardim Floresta
Bairro Vila Progresso
Bairro Três Palmeiras
Bairro São José
Bairro Vila Aeroporto
Bairro São Cristóvão
Bairro Alto Recreio
Vila Raio do Sol
Vila Santo Antônio
Vila Dias
Vila Santa Fé
Vila Nova
Vila Rural
S. Luzia
Palmital
Pindorama
Silo
Bacia
Centro
DIVISÃO RURAL:
Fazenda Rio Perdido
Fazenda Manacás¬
Fonte da União
Fazendinha
Barra do Mato Queimado
Águas do Guarani
Nova Itália
Linha São Pedro
Costa do Rio Guarani
Linha Santa Helena
Linha Bandeirante
Lajeado Gaúcho
Linha Sokolowicz
Linha Progresso
Linha Guarani
Linha Piloneto
Linha Rio Lontra
Linha Pimentel
Linha Baiano
Linha Alto da Bela Vista
Linha Mirin
Novo Horizonte
Núcleo Habitacional Pinheirinho
Linha Norte
Linha Iguaçu
Núcleo Agrícola Rio Iguaçu
Fazenda Rio Negro
Linha Formiga
Linha Planalto
Linha Israel
Linha Paraná
Linha Carlota
Linha Estrela
Linha Santa Rosa
Linha Nova
Linha Alta da Serra
Linha Alta do Mato Queimado
Linha Jardim
Linha Jardim Alegre
Linha Alto Alegre
Linha Tapui
Linha São Silvestre
Linha Siejka
Linha Água da Anta
Linha Novo Rumo
Linha dos Gaúchos
Linha Catarinense
Linha Farropilha
Linha Lajeado Bonito
Linha Rio Saudades
Assentamento Salto Osório
MALHA RODOVIÁRIA:
78 km - Poliédricos
100 km - Cascalhamento
47 km - Readequação
150 km - Leito Normal
02 Estradas Estaduais - PR 484 e 473
Tipos de leitos, asfalto e cascalho.
TRANSPORTE:
ÔNIBUS:
07h00 Horas - Laranjeiras do Sul
07h00 Horas - Francisco Beltrão
08h40 Horas - Cascavel
09h50 Horas - Laranjeiras do Sul
11h00 Horas - Francisco Beltrão
12h40 Horas - Francisco Beltrão
12h50 Horas - Cascavel
14h20 Horas - Laranjeiras do Sul
16h10 Horas - Francisco Beltrão
17h20 Horas - Laranjeiras do Sul
19h00 Horas - Cascavel
VIAÇÃO PATO BRANCO:
06:00 Horas - Pato Branco
15:00 Horas - Pato Branco
VIAÇÃO VALE DO IGUAÇU:
23h30 Horas - Curitiba
22h15 Horas - Curitiba à Quedas do Iguaçu.
SISTEMA DE TRANSPORTE RURAL:
06 Ônibus - Vieira & Hoining Ltda.
03 Ônibus - Mário kissel Transportes
02 Ônibus - Estacio Ossowski - Transportes Palmar
04 Ônibus - Dinarte Ladoruski Transportes
01 Ônibus - Grisatur
01 Ônibus - Dijavi
MEIOS DE COMUNICAÇÃO:
001 -Terminal Celular
014 - Telefonias Rurais
770 - Telefonias Urbanas
003 -Radiodifusão
Radio FM Potência
001 -Rádio em Freqüência Modulada FM ¬Fundação Cultural de Quedas do Iguaçu.
001 -Rádio AM - Rádio Internacional Ltda.
001 -Jornal Expoente do Iguaçu (Circulação Quinzenal).
Jornal o Correio
Jornal o Independente
001 -Jornal Campo Livre
001 -Jornal Universo
001 -Folha do Sudoeste (Semanal - Francisco Beltrão).
001 - Agência dos Correios.
MATÉRIAS-PRIMAS EXISTENTES NA REGIÃO:
Madeira, Argila
Horti-Frut - Granjeiros, Pecuária.
Bacia Leiteira
LEVANTAMENTO 2009
POPULAÇÃO MUNICIPAL DE QUEDAS DO IGUAÇU
População Habitantes Aprox.
Rural 2.469
Urbano 7.751
População Aprox. 30.095
Homens 17.000
Mulheres 13.095
Crescimento 9%
Idosos acima de 60 anos 2070
Estudantes 7.875
Eleitores 22.300 – 9,5%
Veículos 9.000
População: 30.180 habitantes (Censo 2010)
Urbana 19.630
Rural 7.735
População Real 27.365
Homens 13.994
Mulheres 13.371
Crescimento 2,45+
Distribuição em faixa etária
01 ano de idade 499
02 anos de idade 505
03 anos de idade 566
De 05 à 10 anos de idade 3371
De 11 à 14 anos de idade 2344
De 15 à 19 anos de idade 2534
De 20 à 59 anos de idade 15493
IDOSOS
De 60 à 64 anos de idade 550
De 65 anos acima 947
DECRETO DE 16 DE JANEIRO DE 1997.
O presidente da República, no uso das atribuições que lhe conferem os arts. 84, inciso IV, e 184 da Constituição, e nos termos dos arts. 18 e 20 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, 2º da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e 2º da Lei Complementar nº 76, de 6 de julho de
1993, DECRETA:
Art. 1º Fica declarado de interesse social, para fins de reforma agrária, nos termos dos arts. 18, letras a, b, c e d, e 20, inciso VI, da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, e 2º da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, o imóvel rural conhecido por “Fazenda Pinhal Ralo/Rio Bonito”, com área de 16.852,1600 ha (dezesseis mil, oitocentos e cinqüenta e dois hectares e dezesseis ares), situado nos Municípios de Nova Laranjeiras e Rio Bonito do Iguaçu, objeto do Registro nº R-1-20.894, fls. 260, Livro 2-2-CN, do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Laranjeiras do Sul, Estado do Paraná.
Art. 2º Excluem-se dos efeitos deste Decreto os semoventes, as máquinas e os implementos agrícolas, bem como as benfeitorias existentes no imóvel referido no artigo anterior e pertencentes aos que serão beneficiados com a sua destinação.
Art. 3º O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA fica autorizado a promover a desapropriação do imóvel rural de que trata este Decreto, na forma prevista na Lei Complementar nº 76, de 6 de julho de 1993, e a manter a área de Reserva Legal, preferencialmente em gleba única, de forma a conciliar o assentamento com a preservação do meio ambiente.
Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 16 de janeiro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Marcos Correia Lins Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 17.1.1997
AGRICULTURA
Com aproximadamente 2374 propriedades rurais,
alguns produtos agrícolas: Algodão herbáceo, amendoim, arroz, batata inglesa, batata doce, cana de açúcar, cebola, feijão, fumo, mandioca, milho, soja, trigo, frutas legumes e verduras em menor escala.
As atividades econômicas realizadas no município, alem do comercio são a pecuária, a agricultura e a indústria de madeira e, na ultima década, as confecções têxteis.
Com relação a agropecuária, o cultivo de soja e do milho corresponde a produção predominante. Alem destes, a produção de leite que chega aproximadamente 10 milhões de litros por ano, segundo o DERAL (Departamento de Economia Rural). Também se produz gado de corte, aves, suínos e, em menor escala, feijão e trigo.
Em Quedas do Iguaçu, nas pequenas propriedades rurais, em algumas comunidades do interior, ainda predomina o trabalho manual, familiar e de subsistência. Nas médias e grandes propriedades, as atividades agrícolas e a pecuária são realizadas em grande parte por máquinas, com técnicas modernas de manejo e cultivo do solo.
Observa-se que, apesar das dificuldades enfrentadas pelos agricultores, como a desvalorização do produto, o transporte, as condições das estradas, a mão-de-obra, a distância da cidade, a maioria não desanima e continua lutando pela garantia da sobrevivência de sua família.
A indústria madeireira, que no início da colonização era a atividade predominante, devido às próprias condições existentes, ou seja, a grande quantidade de mata nativa para ser explorada, hoje está em declínio.
Atualmente o número de serrarias diminuiu em relação ao início do processo de ocupação, sendo que existem entre serrarias, laminadoras, fábricas de compensado e outros produtos de madeira incluindo a Araupel, aproximadamente 10 empresas no ramo.
O município conta com cinco fábricas de confecções têxteis, que, incluindo as pequenas empresas, empregam diretamente aproximadamente 600 pessoas.
A atividade na área de confecção têxtil só tende a crescer, devido à necessidade e incentivo que vem ocorrendo.
Apesar de todo o crescimento econômico existem desempregados, que acabam saindo de Quedas do Iguaçu para realizar trabalhos temporários no Mato Grosso, Santa Catarina, São Paulo e/ou em grandes centros do Paraná, deixando seus familiares. Muitos, quando adolescentes, abandonam a escola, parando de estudar gerando, assim, mais transtornos para seu futuro. O município conta com 11 escolas municipais de 1ª a 4ª série, sendo 7 na zona urbana 4 escolas na zona rural. Na cidade, existem 6 creches para o atendimento das crianças. Na área social existe a Casa Abrigo e o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), além de outros programas e instituições de assistência às pessoas mais carentes. Existem 4 colégios estaduais que ofertam ensino médio e fundamental e destes o Colégio Estadual Padre Sigismundo oferta curso Profissionalizante. Na área urbana, existem 2 escolas que ofertam apenas o ensino fundamental e 3 escolas na área rural e 1 escola na Vila Residencial Pindorama. Além das escolas públicas estaduais há um Colégio particular Conveniado com o Expoente e uma de Jardim e Pré ¬Escolar, conveniada com o Dom Bosco.
A maior parte da população é descendente de poloneses, vindos da Polônia ou rei migrantes do Rio Grande do Sul que vieram para cá a partir da década de 30. As opções de lazer em Quedas do Iguaçu são poucas: na temporada de verão o Parque Aquático Municipal e os clubes.
Para os jovens, a diversão é reunir-se com os amigos em barzinhos, na praça, ouvindo som ou festas com bandas, DJ, em bailes e em festas nas comunidades do interior. O município de Quedas do Iguaçu possui questões importantes a resolver, principalmente no que se refere à ocupação das terras. No momento, existem acampamentos e assentamentos do MST (Movimento Sem-Terra) nas terras da Empresa Araupel. O conflito pela posse da terra em nossa região vem acontecendo há muito tempo. No passado, década de 50, segundo relato do Sr. João Soares da Silva, um dos pioneiros de Quedas do Iguaçu, a grilagem de terras de pinheiros e outras madeiras era comum em nosso município. Segundo ele, naquela época, devido às dificuldades para regularizar a documentação de posse, muitos colonos perderam suas terras para aqueles que conseguiam um título de terra junto aos órgãos governamentais e vinham para a região tomar posse das terras, expulsando os posseiros.
Atualmente, a situação é diferente, pois o MST (Movimento Sem Terra) que realiza ocupações na região, é um movimento que luta pela Reforma Agrária, ou seja, a distribuição de terra para agricultores e outros que não possuem outras formas de sobrevivência e tem na terra a fonte de
Sobrevivência. Quedas do Iguaçu tem muitos caminhos a traçar, problemas para solucionar, mas nem por isso deixa ser um lugar agradável de se viver, trabalhar e criar raízes. É uma cidade que tem um povo acolhedor, hospitaleiro, trabalhador e participativo, pois ao longo de sua história não faltaram pessoas para encarar as dificuldades, construir, reconstruir, semear e colher os frutos.
Colaboração:
Leoni Terezinha Luzitani
Sonia Aparecida de Aguiar Barreto
Do Livro Uma História em Quedas do Iguaçu
PECUÁRIA
Avicultura, suíno cultura, bicho-da-seda, psicultura, bovino cultura.
034 Granjas de Avicultura 280 Granjas de Suínos.
TURISMO
Parque Aquático Municipal
Vila Residencial Salto Osório Usina Hidrelétrica de Salto Osório Hotel Salto Osório
RELAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO DAS ESCOLAS
MUNICIPAIS
Escolas Urbanas
Colégio Imaculado Coração de Maria Ens. Fund. e Médio
Rua Jacarandá, s/nº - Centro.
Escola Rural Municipal Araucária
Rua Castanheira. s/nº - Bairro Vila Dias
Escola Rural Municipal Arnaldo Busato
Rua Principal, s/nº - Bairro Santa Fé
Escola Municipal Castelo Branco
Ed. Inf. e Ens. F Rua Caquizeiro, 290 - Bairro Luzitani
Escola Municipal Cecília Meireles
Ed. Inf. e Ens. Fund.
Rua dos Angicos, 2181 - Bairro São Cristóvão
Escola Municipal Gralha Azul
Ed. Inf. e Ens. Fund.
Av. das Torres, 200 - Bairro Progresso
Escola Rural Municipal Independência Ed. Inf. e Ens. Fund.
Rua Indaiá, s/nº - Bairro Pindorama.
Escola Municipal Julio, de Castilhos Ed. Inf. e Ens. Fund.
Rua Romeira, 2980 - Bairro Vila Kennedy.
Escola Municipal Primavera Ed. Inf. e Ens. Fund.
Rua Coqueiro, 917 - Bairro Primavera
Escola Municipal Pinheirais Ed. Inf. e Ens. Fund.
Rua Marfim, 1177 – Centro.
Escola Municipal Salto Osório Ed. Inf. e Ens. Fund.
Avenida das Araucárias, s/n° - Salto OsórioEscola Municipal Santos Dumont
Ed. Inf. e Ens. Fund.
Rua das Oliveiras, 250 - Bairro Alto Recreio.
Escolas Rurais
Escola Rural Municipal Jarbas Passarinho
Linha Lajeado Bonito
Escola Rural Municipal Julia Camargo Linha Alto Alegre
Escola Rural Municipal Joaquim Felipe de Oliveira
Assentamento Rio Perdido
Escola Rural Municipal Quintino Bocaiúva Linha Estrela
Número de escolas municipais: 15
Total de alunos do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série: 2.794
RELAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS DAS ESCOLAS ESTADUAIS
Colégio Estadual Alto Recreio Ensino Fundamental e Médio
Rua Acácia, esquina com Pitangueira, 735 Bairro Alto Recreio.
Colégio Estadual Castro Alves
Ensino Fundamental e Médio
Av. das Araucárias, s/n° - Salto Osório
Colégio Estadual Padre Sigismundo Ens. Fund. Médio e Profissional
Rua Marfim, 1177 – Centro.
Escola Estadual Arnaldo Busato
Ens. Fund.
Av das Torres, 200 - Bairro Progresso.
Escola Estadual Lajeado Bonito
Ens. Fund.
Lajeado Bonito
Escola Estadual Linha Alto Alegre
Ens. Fund.
Linha Alto Alegre
Escola Estadual Linha Estrela
Ens. Fund.
Linha Estrela
Escola Estadual Núcleo Residencial Pindorama
Ens. Fund.
Rua Índia, s/n° - Bairro Pindorama.
Escola Estadual Vila Kennedy
Ens. Fund.
Rua Romeira, 2949 - Bairro Jonh Kennedy.
Escola Estadual José de Anchieta
Ens. Fund.
Rua Juazeiro, 150 I – Centro.
Número de Escolas Estaduais de Ensino Fundamental - 11
Total de alunos do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série: 2.659
Número de Escolas Estaduais de Ensino Médio - 03
Total de alunos do Ensino Médio: 1.828
SUPLETIVO
CEEBJA - Quedas do Iguaçu
Rua Ipê, 3505 – Centro.
Total de alunos que freqüentam o Supletivo:
1ª a 4ª Série: 3.623
5ª a 8ª Série: 2.559
Ensino Médio (Supletivo):
Média de formandos anual: 200
INSTITUIÇÕES E ESTABELECIMENTOS SOCIAS
Eventos Folclóricos:
Grupo Polonês: “Jagoda”;
Grupo Gauchesco:
CTG Pealando a Saudade
Grupo de Escoteiros Tarumã
Rotary
A.S.R. - Associação de Senhoras de Rotarianos (Casa da Amizade).
Interact
Rotaract
Sociedade União Clubes de Quedas do Iguaçu
Clube das Flores de Salto Osório
Clube Ouro Verde - Espigão Alto
Sociedade Esportiva Giacomar
08 Ginásios de Esportes com coberturas
40 Canchas Esportivas
06 Estádios de Futebol
04 Clubes dos Idosos
Associação Filhos de Maria
APAE: Associação dos Pais e Mestre dos Excepcionais
AABB: Associação Atlética Banco do Brasil.
ACIQI: Associação Comercial e Industrial de Quedas do Iguaçu.
ASSEATA: Associação dos Engenheiros Agrônomos e Técnicos Agrícolas.
Associação dos Caminhoneiros.
A BANDEIRA
A Bandeira do município de Quedas do Iguaçu foi desenhada no dia 03 de Janeiro de 1972, neste dia o Sr. Pedro Alzides Giraldi Prefeito, do município, convocou uma comissão de pessoas composta pelos Senhores (as) Antonio Monteiro da Silva, Zelinda Monteiro da Silva, Valério Piascescki, Antonio Ivo Giraldi, Elizeu Mirman de Camargo, e o Sr. Ervino Lins. Em uma das salas da prefeitura, foi feito um trabalho desenhando o Brasão da Bandeira do município.
Neste mesmo dia foi, escolhido o formato do Brasão da Bandeira do município.
A bandeira do município de Quedas do Iguaçu, mede 1,20m de comprimento por 0,90m de altura. Ela tem um losango pintado de azul celeste, a bandeira do município foi escolhida a mais bonita do Estado do Paraná pela Liga da Defesa Nacional-LDN.
O Brasão do município de Quedas do Iguaçu apresenta um escudo de fundo branco, contendo uma estrela que representa o Único Distrito Administrativo de Espigão Alto, atualmente Espigão Alto tornou-se município.
Mapa do Estado do Paraná a direita
Bandeira do município de Quedas do Iguaçu – Pr.
O Pinheiro que representa as matas, uma queda d’água simbolizando o nome “Quedas do Iguaçu” e o sol que representa a natureza, acima do escudo há
uma curva, nas laterais, o brasão do município, possui
Dois pés de trigo de cada lado, a semente da sorte e da fé, no laço abaixo do escudo aparece a data de criação do município, 18/10/67.
O Prefeito Pedro Alzides Giraldi encaminhou o projeto da bandeira para a Câmara Municipal e foi aprovado pelos vereadores.
HINO MUNICIPAL DE QUEDAS DO IGUAÇU
Letra e música de Sebastião Lima
COMPOSIÇÃO POÉTICA
Sua morta verdejante altaneira No mais lindo planalto que há
Se tornaram a primeira entre as primeiras
A proteger o solo do meu Paraná
Salto Osório jóia rara sem igual
É de Quedas do Iguaçu monumento natural Seus pinheiros sentinelas indormidas Trazem ar puro e mais saúde à nossas vidas
ESTRIBILHO
És celeiro a brotar riquezas mil Neste recanto feliz no meu Brasil
Minha Quedas do Iguaçu meu bem querer Sou teu filho e por ti quero viver
Iguaçu caudaloso a irrigar
Esta terra de paz e esplendor
Assegura um futuro singular
A este povo que trabalha com amor Esta clareira altissonante aqui aberta Na marcha rumo à civilização
Por pioneiros em cívica oferta
Será eterna em nosso coração
OS POLONESES NO BRASIL
O estado do Paraná é o estado com maiores influências da cultura polonesa no Brasil. Muitos descendentes falam o idioma polonês como língua materna. Curitiba é a segunda cidade fora da Polônia com o maior número de habitantes de origem polaca, superada apenas por Chicago, nos Estados Unidos [2][3]. É a única cidade brasileira a possuir grafia em idioma polonês:
Kurytyba.[4] A música e a culinária polonesas são marcas profundas da região.
Jagoda Quedas do Iguaçu
Nossa Terra Nossa Gente
Na foto acima vemos o casal o Sr. Paulo Szura e a sua esposa Eugenia
levando a sua carroça pesada por uma junta de bois.
Na entrevista feita com a Sra. Vera Sokolowczki, já falecida, nos informou que o Sr. Paulo e sua esposa Eugenia trouxeram a sua mudança com esta carroça do Rio Grande do Sul, em meados de 1941, foram vários meses de viagem. Na foto podemos observar nos fundos uma mata com alguns pinheiros que no lugar da mata hoje existe o bairro Luzitani.
Foi a primeira mudança a chegar nas terras de Jagoda por este meio de transporte. Que lhes custaram meses de viagem.
FOTOS DE PRÉDIOS ANTIGOS
Foto tirada em 13/06/42 – 1ª moradia do Sr. Antonio Szuzan, o cavaleiro, na Linha Norte.
Tirada em meados de 1947. Aglomerados de colonos se postaram em frente o casarão para serem,
Tirada em meados de 1940. Aglomerados de colonos se postaram em frente ao casarão para ser fotografados pois a foto era para ser enviada para o presidente da Polônia, o general e pai dessa moça que tinha o nome de Jagoda, nome este que foi dado ao lugar que a colonizadora polonesa estava administrando que posteriormente passou a se chamar Campo Novo e atualmente Quedas do Iguaçu.
O casarão era o local onde os colonos recebiam assistência, pois havia nas suas dependências, farmácia vendas de alimentações e outros recursos para a necessidade dos moradores. Neste casarão de reuniões os administradores saiam dali com grandes idéias e decisões para melhor desenvolver a colonizadora polonesa.
Hoje no local não existe o casarão, foi construído o palanque oficial na administração do Prefeito Vitório Revers, no mesmo local havia um campo de aterrizagem de aviõe da empresa.
Na foto acima tirada em 1947, registrou a derrubada de pinheiros para fazer o plantio, a madeira na época não tinha valor.
Foto tirada em 1947. Hoje Bairro Sto. Antônio final da rua Palmeira direção da PR 473.
Igrejas
Na foto acima tirada em 1949, casa do pioneiro Vitório Sokolowivcz uns dos primeiros habitantes de Jagoda.
Igreja Assembléia de Deus construída em 1968.
Hoje no local está construída uma bela casa de Deus,
Rua Marfim com a Acácia
Igreja Imaculada Coração de Maria
construída em maio de 1949
Antiga Igreja Matriz
Bem ao estilo Europeu vemos no alto a primeira Igreja na região das terras de Jagoda no mesmo lugar que hoje está á nova e atual Igreja, segundo conta o Sr. Eugenfuz, na frente da Igreja uma multidão ou “melhor” quase toda a população de Jagoda, 99%, dos poloneses e muito deles ainda vivem até hoje.
Esta Igreja foi construída em maio de 1949 pelas mãos dos heróis poloneses e de outras pouquíssimas raças que se misturavam na árdua missão, porém sagrada, pois era o templo sagrado para se reunirem com Deus. pedir proteção para serem prósperos na jornada de colonizar esta imensa floresta Jagoda, pois era o sonho de tantas pessoas em prosperar para dar sustento à sua família.
Capela já existente na chegada do Padre Sigismundo. Linha Tapui, Padre D D. Sigismundo
Atual Igreja Matriz construída em 1972l
Linha Tapui. Padre Sigismundo;1959
Síntese da Biografia do Pe. Segismundo Gdaniec
Pároco da Paróquia “Imaculado Coração de Maria” de Quedas do Iguaçu Monsenhor Sigismundo Gdaniec, nasceu aos 17 de novembro de 1912 no vilarejo de Jaroszewy, Câmara de Koscierzyna, estado de Gdansk (Danzig) Polônia. Filho de Clemente e Maria Gdaniec, tendo mais dez irmãos. O primeiro grau, durando 05 anos, cursou na localidade onde nasceu. O segundo grau com duração de 08 anos em Bydgoszcz (Bromberg). Prestando o exame final em 06 de maio de 1932. Curso superior: 03 anos de Filosofia, realizou no Seminário Diocesano
de Plock: 1º ano de Teologia no Seminário Arquidiocesano de Poznan: 02 anos no Seminário Diocesano em Pelplin e um ano no Instituto Filosófico
Teológico em Sankt Pólten, na Áustria. Foi ordenado sacerdote aos 08 de Junho de 1941 em Sankt Pólten, pelo Bispo Michael Meme; como sacerdote peliencente à Diocese de Chelmo (Culm), cuja sede episcopal era em Pelplin.
Devido a proibição das autoridades nazistas de Gdánsk (Danzig) não conseguiu exercer o ministério sacerdotal em sua diocese Chelmo (Culm). Permaneceu durante um ano e oito meses ajudando o seu tio Pe. Jan Glowiski, pároco em Laziska Srednie, diocese de Katowice, Alta Silésia, Polônia.
Desde o dia 02 de fevereiro de 1943 até o fim de março de 1945, serviu incorporado forçosamente ao Exército Alemão como padioleiro, esteve na Grécia, Iugoslávia e Itália. Nesse período fora proibido de exercer seu ministério sacerdotal, mas como recebeu a jurisdição do Bispo Castrasse do Exército Alemão e com licença de seus superiores imediatos celebrava ocasionalmente a Santa Missa, confessava, administrava a Unção dos Enfermos e encomendava corpos dos falecidos.
No começo de abril de 1945 ao chegar com o Exército Alemão à cidade de Trento, se refugiou no convento dos frades Franciscanos. E se apresentou ao Decano do 2° Corpo Polonês em San Pietro, perto de Imola (Itália) e foi por ele (o Decano) nomeado capelão dos acampamentos (reféns de guerra) organizados pelos aliados em Ronco perto de Forli, Polio Riccione e Trani, para atender os poloneses dos campos de concentração e dos trabalhos forçados na Alemanha. Após um ano é meio foi transferido para a Inglaterra para ser desmobilizado do Exército. No período de 20 de novembro de 1946 a 22 de junho de 1948 foi capelão dos ex-combatentes poloneses, com suas respectivas famílias em Merion Camp e Withybush, Camp Near Haverfordwest (Pembrokeshire) e Adderley Hall Camp Near Market Drayton (Salop-Shropehi) Inglaterra. Da Inglaterra emigrou para Argentina exercendo a função de vigário paroquial de Canadá Gomes diocese de Rosário, no período de 03 de setembro de 1948 à 03 de janeiro de 1949, a partir desta data exerceu a mesma função na paróquia de San José em Rosário até 03 de julho de 1954. No dia 04 de agosto de 1954 chegou visitar a futura paróquia de Campo Novo, atual Quedas do Iguaçu que tinha 3 a 4 mil habitantes.
Dia 20 de agosto de 1954 retomou para Rosário - Argentina. Em outubro do mesmo ano veio definitivamente para Quedas do Iguaçu, já nomeado Pároco.
No dia 06 de março de 1979 João Paulo II nomeou o Pe. Sigismundo como Monsenhor em reconhecimento pelos trabalhos realizados na Igreja Universal, especialmente em Quedas do Iguaçu. Batalhou junto com os posseiros para legalização das terras e hoje cada um tem a sua escritura.
Lutou pelo progresso e desenvolvimento do lugarejo, tornando-o distrito e com o crescimento e avanço da população de distrito passou a ser município e Comarca de Quedas do Iguaçu. O Monsenhor é considerado o pioneiro fundador de Quedas do Iguaçu. Em 1955 ampliou a primeira matriz e com o passar do tempo, surgiu necessidade de construir em 1964 outra maior de madeira. Em 1975 demoliu a casa paroquial de madeira e construiu nova de alvenaria,
benzida no dia 17 de agosto do mesmo ano pelo Dom. Frederico Helmel. Em 1981 foi construída a atual Igreja matriz com a ajuda do Pe. Bruno (Bronislau) Chmiel.
Com o aumento da população que de 3 a 4 mil habitantes, hoje sendo estimada de 30 mil, houve a necessidade de formar novas comunidades. Foram construídas 17 capelas de alvenaria e 11 de madeira. Além destas tem mais 32 comunidades (escolas) com a mesma pastoral das capelas.
O Monsenhor preocupou-se construir a igreja material, mas também animou, incentivou, organizando a igreja viva com os movimentos: Coroinhas, Catequistas, Liturgia, Ministros da Eucaristia, do Batismo, da Esperança e Palavra; Pastoral da Juventude, Vocacional, Capelinhas, Apostolado da Oração, Conferência dos Vicentinos, Cursilho, Renovação Carismática, Círculos Bíblicos, Dízimo, Cursos para Noivos. No momento estão sendo implantadas: Pastoral da Criança, Pastoral Operária e Legião de Maria.
Para auxiliar os trabalhos pastorais, o Monsenhor em março de 1970 trouxe as irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria. Depois de concluir minhas obrigações com a Diocese de Rosário, a qual me sentia ligado. os planos de Deus me trouxeram definitivamente para este lugar onde fui nomeado o 1º Pároco, no dia 1º de outubro de 1954 e com a graça de Deus apesar de ter enfrentado as maiores dificuldades, em todos os sentidos, e para o qual dedico todas as minhas forças e todo o meu ser, por amor Aquele a quem consagrei a minha existência”! Monsenhor Segismundo GnaniecCasas antigas
A foto está retratando duas casas, o primeiro hospital - Cristo Rei, de propriedade do Dr. Remberto Rojas Balderrama e de e de Pedro Stormoski em 1967 e, a próxima casa a construção do Colégio das Irmãs.
Esta foto foi tirada em 1967 em um desfile do dia 7 de Setembro com alunos de 1ª a 4ª séries, que destilavam junto com os professores e autoridades, tendo como guia um militar. Soldado Correia
A foto abaixo foi tirada no mesmo ângulo após 36 anos.
. AVINIDA PINHERAIS
Vista parcial da Avenida Pinheirais em 1968, á direita temos o prédio da família Czarneski, após temos a propriedade da família Potulski, Kulesza, Sobczak, Jacuboski e no alto a segunda Igreja de Campo Novo (hoje Quedas do Iguaçu).
Na foto abaixo vemos mais uma parcial da Avenida Pinheirais, em 16/12/71.
Desfile de 7 de Setembro de 1974.
Iguaçu Futebol Clube da Cia. Agrícola e Industrial do
Iguaçu Campo Novo. Da esquerda para a
Direita: Brau1io Correia; Darci Nascimento; Carlos Belinski; Lauzinho Goulalth; Altair F. Branco (Tataco); Darci Censi; Henrique Golon; da esquerda para a direita agachados: Sebastião; José R. de Oliveira (Zé do Pinho); Lúcio Machado; Pedro A. Giraldi,e Dias.
Primeira Prefeitura de Quedas do Iguaçu, onde hoje temos o prédio do Lamir Casagrande na frente do Bando do Brasil, foto tirada em 1968.
Vista parcial da cidade de Campo Novo - 1972, mostrando a Praça Pedro Alzides Giraldi, os quais podemos observar muitas casas que hoje não existem mais, lá no alto a segunda Igreja Sagrado Coração de Maria, construída em 1964, que deu lugar para a tão bela Igreja com estilo moderno, o qual foi construída em 1981, um sonho que se realizou para o Monsenhor Sigismundo Gdaniec, que antes de morrer queria integrar para os irmãos de Quedas do Iguaçu o templo moderno. O Monsenhor iniciou a evangelização em Campo Novo em 04 de agosto de 1954 na época tinha 3000 habitantes. Logo abaixo vista parcial da Praça São Pedro 2002.
Prédios públicos Prédio da Antiga Prefeitura Municipal de Campo Novo, 1970.
Hoje no local está construído a Sede da Câmara de Vereadores de Quedas do Iguaçu, próximo da Nova Prefeitura Municipal, construída na gestão do Prefeito Vitória Revers E da presidência da câmara municipal de vereadores, Erandi A.B. Dutra popular Carnerinho; O novo Paço municipal, construído em 1994 na gestão do Prefeito Vitório Revers. E considerada a mais bela prefeitura da região. Esta obra teve a participação do Prefeito Rudi Schaedler.
ESPORTE
O primeiro time de futebol de salão (era a Seleção da Época). Da esquerda para direita temos em pé Sidinei Monteiro, Sérgio Babinski, Irineu Simão Potulksi, Milton Rupp o técnico, agachados Antonio Monteiro, Eduardo Potulski e Luiz Carlos. Esta foto foi tirada na Praça São Pedro em 1972.
Vista parcial de Quedas do Iguaçu em 1997, com aproximadamente 7751 casas e no perímetro rural 2469 casas.
JULIANO COSTA BICAMPEÃO BRASILEIRO DE JIU JITSU.
Título conquistado no Rio de Janeiro nos dias 16 e17 de maio de 2009.
Mais uma vez Quedas do Iguaçu esteve na ponta do pódio, através do grande atleta Juliano Costa, Parabéns Juliano por ter nos dado esta alegria.
ÁRIA DE LAZER A NOSSA PRAINHA
Vista parcial do Parque Aquático Municipal, o “cartão de visita” de Quedas do Iguaçu, construído na gestão de Vitório Revers, em 1995.
Todos que visitaram o Parque ficam abismados de tanta beleza, é um recanto onde Deus preparou os recursos naturais para oferecer aos visitantes.
Temos também a Hidrelétrica de Salto Osório, o qual foi solenemente inaugurado na República de Ernesto Geisel em 19/03/76.
Usina de Salto Osório Antes da construção
está situada no curso principal do rio Iguaçu, em nosso município, à 385 km a Oeste de Curitiba e a 45 Km da Usina Hidrelétrica de Salto Santiago.
A obra foi conduzi da em duas etapas. Na primeira, concluída em 1976, foram executadas todas as obras civis e a implantação de quatro unidades
Crupo flcrórico polones
geradoras. O desvio do leito original do rio deu-se em julho/70 e o fechamento das comportas para enchimento do reservatório, em 75. A Segunda etapa, que compreendeu a instalação das unidades geradoras de 5 e 6, foi concluída em meados de 1981.
CLUBE JAGODA
Nesta foto temos o Grupo Dançarino Jagoda, o qual já se apresentou em vários lugares, inclusive no
Teatro Guaira em Curitiba. Fundado em 19 de julho de 1985, sendo o primeiro presidente Mariano Siejka e o atual o Sr. Floriano Perszel.
Membros do Grupo Folclórico Polonês Jagoda:
Jair Fontanella Wiera Sokolowicz Marian Siejka
Denominação do elenco da foto:
Mulheres - Começando da mulher subindo a
escada:
1ª. - Luci Terezinha Potulski
2ª. - Danuta Siejka
3ª. - Clara Siejka
4ª. - Marines P. Siejka
5ª. - Valdete Kuffel da Silva 6ª. - Fabíola
7ª. - Denise Josiane Siejka
8ª. - Marli Tania Casagrande
Homens - Começando de baixo para cima:
1° - “Sem chapéu” - Jeferson Kuffner
2°. - Flavio Cesar Siejka
3°. - Eglison Kuffner
4°. - Paulo Sérgio Spacki - Logo atrás da Clara
5°. - Paulo Sérgio Vicensi -Logo atrás do 1 ° Paulo
6°. - Hipolito Siejka
7º. - Walter K. da Silva 8°. - Edson Krawczyk
Este grupo tem 99% dos membros de origem polonesa. Sede do Grupo é uma das mais bonitas.
Todos os prefeitos de Quedas do Iguaçu na medida do possível deram sua contribuição para sua construção que é merecida, o qual faz Quedas lembrar o pioneirismo heróico dos poloneses, que bravamente souberam impunhar a bandeira, que continua a ser erguida nas mãos de seus habitantes.
Obrigado, pela parte que me toca a todos os poloneses e a outras raças, que de uma forma ou outra proporcionaram tanta alegria de ter como caserna o chão e o céu de Quedas do Iguaçu, para morarmos e criarmos nossos filhos.
Esta obra foi construída na gestão da Sra. Apolônia Faremczik, presidente do Grupo Folclórico Polonês Jagoda.
O atual presidente é Floriano Perzel - 2002
PARA FINS DE ENRRIQUECIMENTO
D. Pedro II, Imperador do Brasil, nasceu no Palácio de Quitanda da Boa Vista, Rio de Janeiro, em 2 de dezembro de 1825 e morreu em 5 de dezembro de 1891 com 64 anos.
D. Pedro II tinha 62 anos de idade quando assinou o Decreto de concessão 10432 de 09 de novembro de 1889, consolidado pelo Decreto 305 de abril de 1890 do Governo Provisório da República, concedeu as terras a Companhia de Estrada de Ferro São Paulo - ¬Rio Grande. D. Pedro II tornou-se Imperador do Brasil aos 15 anos, sendo seu titular José Bonifácio de Andrade e Silva.
D. Pedro II foi Imperador do Brasil durante 50 anos, casou-se em 30 de maio de 1843 com Teresa Cristina Maria de Barbosa.
D. Pedro II durante o seu reinado, o Brasil teve uma fase de grande progresso, registrando-se importantes acontecimentos sociais, como a supressão do tráfico de escravos e a abolição da escravatura, e foram estendidas as primeiras linhas telegráficas e construídas as primeiras linhas ferroviárias.
Coube ao Brasil a inauguração da primeira estrada de ferro da América do sul.
O seu maior conflito foi a Guerra do Paraguai. Finalmente em 15 de novembro de 1889 foi proclamada a República, 389 anos após o descobrimento do Brasil, pelo navegante Pedro Álvares Cabral.
Pedro Álvares Cabral nasceu no ano de 1467 e morreu em 1520, a sua morte aconteceu 20 anos após ter descoberto o Brasil.
Pedro Álvares Cabral tinha 27 anos de idade quando descobriu o Brasil.
Segundo o mapa geopolítico do Paraná distribuído pelo Jornal Gazeta do Povo encartado na sua edição de 14 de julho, a região CENTRO-OESTE, da qual fazia parte Quedas do Iguaçu, foi extendida e substituída pela região CENTRO-SUL PARANAENSE, que começa em Pitanga, abrange os municípios de Mato Rico, Laranjal, Palmital, Santa Maria do Oeste, Boaventura de São Roque, Marquinho, NOVA LARANJEIRAS, LARANJEIRAS DO SUL, Cantagalo, Goioxim, Campina do Simão, Turvo, Virmond, ESPIGAO ALTO DO IGUAÇU, QUEDAS DO IGUAÇU, Rio Bonito do Iguaçu, Porto Barreiro, Candói, GUARAPUA V A, Foz do Jordão, Pinhão, Inácio Martins, Reserva do Iguaçu, Mangueirinha, Honório Serpa, Coronel Domingos Soares e Clevelândia, e termina onde o município de PALMAS faz divisa com o Estado de Santa Catarina.
A região tem 29 municípios, 533.317 Km2 e 324.571 habitantes. Os municípios com maior número de habitantes, são Guarapuava (154.990), Pitanga. (35.841), Palmas (34.783), Laranjeiras do Sul (29.958), Pinhão (28.350), Quedas do Iguaçu (27.365) e Clevelândia (18.296). O menor é Virmond, com apenas 3.941 habitantes. A população de Espigão Alto do Iguaçu é de 5.387 pessoas.
Fonte: Secretária Municipal de Saúde.
Obs.: 1.497 idosos acima de 60 anos.
Sendo a média de membros nas famílias carentes de 05 à 06 pessoas.
A média de nascidos vivos no nosso Município é de 85%, e a média de óbitos é de 15% (consideração geral).
A população formada é de origem polonesa.
N° de Eleitores: 18.353
SISTEMA ECONÔMICO:
INDÚSTRIAS:
01 Braspelc - Indústria Brasileira de Papel e Celulose Ltda.
01 Indústria Madeireira - Araupel- S.A.
01 Indústria e Comércio de Bolsas em Geral
05 Confecções de Jeans
10 Indústrias e Comércio de Madeiras em Geral
07 Indústrias de Móveis em Geral
02 Indústrias de Calçados
02 Ervateiras
01 Indústria e Comécio de Alimentos
01 Indústria e Comércio de Cadeiras de Palha
02 Fábrica de Bolas
01 Fábrica de Carrocerias
10 Fábricas de Embutidos
01Fábrica de Sucos
01Fábrica de Arranjos
01Fábrica de Grampos de Roupa
01Indústria e Comércio de Reciclagem Ltda.
01Ballplast Indústria e Comércio de Reciclagem de Plástico.
Apesar de várias homenagens que prestei neste livro, quero dar maior destaque aos heróis e bravos da antiga C.C.P.I. - Companhia de Celulose e Papel Iguaçu - que posteriormente, foi comprada pelo Grupo Giacomet-Marodin, graças a estes novos proprietários surgiu uma nova época. a época da valorização. do aproveitamento e do progresso, não só no campo de empregos, mas na participação dos novos proprietários - Pedro Giacomet e todos os seus acessores na área social, contribuindo para que as coisas acontecessem em nosso município pois na época, os recursos eram escassos, os tributos municipais eram poucos, e a nova empresa sempre estava à frente de todos os acontecimentos sociais e econômicos, colaborando com as autoridades municipais à administração do município.
Aos grandes heróis:
Antonio Bueno da Silva Antonio Lima dos Santos Vitor Ilginbergue
Lauzinho Goularth
Sebastião Soares da Silva
Prof. João Sobzak
Eli Pedroso
Narci Shons
Juvenil Ribeiro
Antonio Ribeiro
Luiz Ribeiro
Zé do Pinho
Manoel Bueno da Silva Davi Bueno
Alceu Lima dos Santos (ainda trabalha) Dirceu Lima dos Santos
Pedro Marques da Silva
Altair Ferreira Branco
Verlei do Vale Monteiro
Rogério Bautz, que substituiu o Sr. Carlos Martins, braço direito do Tataco. E muitos outros que por falta de espaço não foi possível constar, era a equipe de bravos trabalhadores, alguns deles, os que trabalhavam em áreas pesadas eram avaliados pela força física e pela maior produção, muitas vezes iam para o trabalho machucados, doentes, pois na época não havia ou se havia ninguém sabia, dos cuidados e prevenções contra acidentes no trabalho, os funcionários freqüentemente estavam expostos ao perigo das serras e dos estilhaços provocados pelas
ferramentas, e máquinas totalmente expostos ao perigo. Heróis trabalhadores que apesar de sua resistência e preparo físico em algumas vezes voltavam para o trabalho com seu corpo dolorido, pelo esforço que tinham de fazer para desempenhar o seu trabalho, um cabo de besouro calejavam seus ombros por tantas vezes era erguida para fixar e transportar as toras até as serras.
Estes bravos trabalhadores apesar de suas forças físicas, suportavam pesos maiores do que podiam suportar, principalmente quando se deparavam com empilhamentos de madeiras de 3 x 12 polegadas, trabalho este que duravam dias e que nos dias de hoje só é feito com máquinas.
Destes nossos heróis quando admitidos só era exigido a força física e a prática do trabalho, não que hoje os nossos atuais heróis sejam descri minados ou que eu queira dizer... É a evolução dos tempos e que graças a tecnologia se usa mais a força da mente do que a força física dos nossos velhos heróis, proporcionaram uma velhice mais sofrida, pois as seqüelas deixadas no corpo dos nossos trabalhadores são as vezes irreversíveis, sem contar no poder aquisitivo que em tempo outrora tinham que recorrer às ervas medicinais de fundo de quintal, pois o atendimento médico era muito escasso.
As esposas dos trabalhadores quando eram para ter seus filhos recorriam as parteiras para fazer seus partos.
Jandira Pedroso e Maria Bueno da Silva, ambas eram procuradas para estes trabalhos.
Quando alguém necessitava de melhores recursos eram transportados por caminhões de truque a Laranjeiras do Sul, enfrentando estradas ruins e distantes.
A estes nossos heróis trabalhadores os nossos reconhecimentos pois vocês foram e são o nosso orgulho.
Hoje todos nós que vivemos e estamos vivendo em uma época de transformação, podemos avaliar o quanto desenvolveu no que tange a tecnologia e os direitos de cidadão.
A Araupel hoje é o orgulho de nossa gente, como é importante também as demais indústrias, fábricas e demais empresas, pois juntas cada uma dentro de sua realidade tocando o Brasil para frente.
Falar de Quedas do Iguaçu implica necessariamente em falar de nossa maior empresa, a Araupel S.A. que vem, ao longo de nossos anos, contribuindo numa sinergia absoluta com sua região para o desenvolvimento do seu povo.
Contribuição esta, que ultrapassa o desenvolvimento econômico. Vai as raias da totalidade, incentivando os esportes e a cultura no município e região.
Na área social a empresa sempre foi pioneira com relação ao atendimento a seus funcionários. E pioneira não só no âmbito local ou regional, a nível nacional mesmo. Ela foi uma das primeiras a despertar para a função social que a empresa deve ter em seu meio ambiente.
Nestes anos de trabalho e fé no futuro de nossa cidade, a empresa se mesclou às histórias de nosso povo.
Desde o inicio, como uma empresa colonizadora, até os dias de hoje como lima exportadora, a tônica da ação da empresa vem sendo a promoção do desenvolvimento do nosso povo, tarefa onde muito se destacou a família Giacomet, bem mérita e muito bem vista no município, buscando sempre uma maneira de maximizar os benefícios da atuação empresarial séria e consciente numa região.
Esta é história de Quedas do Iguaçu, vinculada à existência da empresa e se confundem ambas as histórias no cotidiano da cidade.
Histórias fantásticas em sua singela maneira de ser, de um povo bravo e desbravador, que desde o início quando a empresa ainda se chamava Companhia Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande, vem se aliando à mesma na busca de que todos os povos deveriam pacificamente empreender o desenvolvimento social.
Histórias fantásticas sim, em lição de vida, de pessoas e empresa buscando a mesma coisa numa interação pacífica e ordeira.
A Araupel orgulha seus funcionários que sente o quanto são importantes para a empresa, na medida em que são beneficiados no atendimento à sua saúde por, exemplo, e mais ainda porque a empresa propicia oportunidades de crescimento profissional, promovendo assim, conseqüentemente, o crescimento pessoal, proporcionando a quem deseja um aperfeiçoamento mediante estudos.
Os benefícios, muitas vezes vão além da disponibilização de horários mais adequados, ao desenvolvimento das tarefas habituais, para se conciliar trabalho e estudos, passam pela disponibilização de ajuda do transporte, e não rara, mesmo ajuda financeira para custear os estudos.
Por todas estas atitudes, a Araupel é nosso motivo de orgulho e nosso principal cartão de visitas, pois graças a ela somos parte do mundo para onde são exportados seus produtos, que com orgulho próprio de quem faz podemos dizer, têm excelência em qualidade. Qualidade não só conferida as seus produtos, mas também à sua atuação, já que muito antes de ser moda o manejo auto sustentável e ecologicamente correto dos recursos, a empresa tinha isto como uma de suas prioridades.
O LEVANTE DOS POSSEIROS DE FRANCISCO BELTÃO
A região, onde hoje se situa o município de Francisco Beltrão, em outros tempos chamavam-se marrecas. Para homenagear o engenheiro civil Francisco Trevizan Beltrão que na qualidade de diretor do departamento no Oeste, foi iniciador do povoamento do atual município.
Francisco Beltrão originou-se em 14/11/1951 de Clevelândia que se emancipou em 28/06/1892 de Palmas que se desmembrou em 1304. 1877 de Guarapuava, que se originou em 1707. De 1852 de Castro, que se emancipou em 24/09/1788 de Curitiba, que em 29/03/1693 se originou de Paranaguá, que foi criado por carta régia em29/07/1648. Teve como seus primeiros habitantes umas populações indígenas que habitavam as extensas matas, os guapuas, cheripas, chavas e caiurucrês estas raças indígenas usufruíram da natureza existente nessa região. Depois vieram os exploradores de erva mate os primeiros exploradores tiveram desabores com tribos indígenas.
Nesta época foi movimentado por conta dos ciclos ervateiro e madeireiro, sendo este último, responsável pelo movimento de legalização das terras, que foi conduzido te tal modo que criou grande instabilidade social na região sudoeste do estado do Paraná.
O povoamento de Francisco Beltrão iniciou-se no ano de 1922, mas somente na década de quarenta foi efetivado.
Em 1944 surgiu a maior imigração de pessoas na região, estimulada por integrantes do departamento de terra do estado, muito incentivou a colonização das terras fazendo intensa propaganda da fertilidade das terras do sudoeste, atraída também pela abundancia e facilidade da aquisição de terras.
No ano que a revolta dos colonos completa 50 anos, nos faz lembrar um pouco da historia de um tempo, em que a briga pelas terras do sudoeste, não somente o poder político, mas o homem de bem, mulheres e até crianças, isto durou até a expulsão das Companhias de terras em 1957.
As pessoas do sudoeste viveram momentos de agonia e de pânico, lamentações das percas trágicas de seus familiares, assassinados barbaramente por sanguinários jagunços.
A Cango (Colônia Agrícola Nacional General Osório) criado pelo presidente Getúlio Vargas em 1943 isto no governo de Eurico Gaspar Dutra (1945-1950). A Cango foi de certa forma esquecida, o presidente Getulio Vargas era a favor da internacionalização do Estado, contrario a vontade do povo.
Conseqüentemente abandona a região, incentivada pelo governador do Paraná Moisés Cupion. A revolta só foi possível, pelo processo de intervenção do estado. Na região do sudoeste, o poder político interferiu muito nos conflitos da região, as facções políticas do P.T.B. e do U.D.N. lideravam os meios ideológicos da população do sudoeste do Paraná.
A função da Cango, foi muito importante no lugar onde a Cango foi estrelada, teve inicio um povoado, a que denominava Santa Rosa; Em 1944 chegaram às primeiras famílias.
Os colonos recebiam tratamento medico, ganhavam ferramentas e sementes, além de todo o material para a construção de suas casas.
A única coisa que a Cango não ofereceu para os milhares de pessoas que conseguiram se fixar na região foi à documentação definitiva das terras, o que geraria problemas futuros.
A Cango foi muito importante na região, até a chegada das companhias de terras vinda de fora.
Na época diversas companhias colonizadoras se embrenharam na imensa mata da região do sudoeste, objetivando medir e demarcar terras a revelia da lei, não respeitando os antigos posseiros das terras, estas empresas se valeram de negociatas políticas para conseguirem a concessão de algumas glebas. Na época os meios de comunicação vinham de uma radio de Pato Branco, radio Colméia, que na voz do brilhante radialista Ivo Tomazzoni, orientava e transmitias aos posseiros. Que não caísse no golpe das companhias.
Nesta época não tinha estradas não tinha energia elétrica e também não tinha telefone, o único meio de comunicação era a radio colméia, os jornais chegavam na região com uma semana de atraso, as noticias era só aquelas que o radialista ivo tomazoni anunciava retransmitindo o que o jornal nacional comunicava, as os rádios eram a válvulas a energia que fazia a rádio funcionar era a bateria.
A região de Francisco Beltrão era a mais afetada, e desejada pelos especuladores da SITRA, a SITRA tornou-se uma empresa com ramificações em diversos municípios do sudoeste, proprietária da extensa área de terras adquirida sem transação imobiliárias no fim do governo de Marechal Eurico Gaspar Dutra. Os colonos tinham informações que a companhia SITRA, umas das colonizadoras tinham adquirido uma área de 500 mil hectares mais de 20 municípios hoje habitado.
A SITRA vendia as terras, mas não fornecia documentos.
Esta empresa provocou também problemas fundiários que via de regras, eram resolvidas a bala. Sucessivas questões de terras envolvendo diversas companhias colonizadoras ocasionaram o levante dos posseiros, em 1957 com tristes desdobramentos.
Mariopolis tornou-se a sede da SITRA e foi beneficiada com algumas concessões.
Um dos sócios da SITRA tinha idéia de instalar no sudoeste do Paraná uma indústria de papel, e celulose, a maior da América Latina, porque existiam na região de Francisco Beltrão, de 8 a 10 milhões de pinheiros em situações de corte. Muitas famílias de colonos tiveram dissabores, sofrimentos, massacres, mortes, torturas, perseguições era um tempo de terra de ninguém. Os colonos sofreram agruras nas mãos de jagunços, por questões de litígio agrários, patrocinados pelas companhias. O levante dos colonos teve como ponto culminante a cidade de Francisco Beltrão no dia 10 de outubro de 1957 data que marcou a expulsão das companhias de terras, até então as pessoas viviam em situação de insegurança, pois o governo reagia contra o povo, muitas vezes de maneira violenta. No dia 26 de junho de 1963 os agricultores reuniram-se novamente em Francisco Beltrão para receber o grupo executivo de terra do sudoeste do Paraná a “GETSOP” e os primeiros títulos de terra transformando enfim, os chamados posseiros em verdadeiros proprietários.
Foi um movimento justo. Dizem que há processos tramitando na justiça até hoje. Uma passagem que deveria ter até hoje, repercussão nacional, pois se trata de um dos três grandes conflitos agrários do país, junto com canudos e o contestado. No período de 31 de março de 1959 o 1º do 13º companhia de infantaria foi instalado em Francisco Beltrão para recrutar combatentes para segurança da população. Um dos motivos do ministério da guerra, instalar esta guarnição militar em Francisco Beltrão, foi primeiro pelos conflitos regionais, segundo por se tratar de faixa de fronteira.
A partir de 2000 a 1ª do 13º companhia de infantaria mudou para 16º escalão de cavalaria mecanizada. No período de 1957 até 1962 verificou-se espetacular destruição da mata de araucária e para regulamentar a situação, foi criada a GETSOP Grupo executivo de terra pra o sudoeste, através do decreto nº. 51.431 do dia 19 de março de 1962 com o objetivo específico de titular as terras da região do sudoeste do Paraná.
Graças a esta providencia, a região de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná poderá festejar seus aniversários com paz e prosperidade.
Com a revolta dos posseiros de Francisco Beltrão em 1957, os jagunços guilheros de terras expulsos pelos colonos e pelas autoridades militares e civis, se embrenharam nas matas, para não serem mortos pelos legitimos proprietários de terras.
Estes sanguinários guilheiros alguns deles atravessaram o Rio Iguaçu, e se acamparam nas terras de Campo Novo hoje Quedas do Iguaçu.
Tão logo instalados colocaram o seu instito assasino em prática.
Entre os anos de 196 até 1967 muitos ataques e mortes aconteceram na região, os colonos principalmente de Mirim, Flor da Serra, Fazendinha, Tapui, forão os locais que mais aconteceram ataques aos colonos pelos jagunços.
Os pioneiros mais atingidos de Quedas do Iguaçu vivenciaram estes acontecimentos trágicos.
O pioneiro senhor Stanislau Vieczdrek com 66 anos de idade me relatou com sinal de tristeza o abuso dos jagunços com ele e com os seus vizinhos.
Mas os nossos colonos foram mais valentes, defenderam as suas terras, mandando os sanguinários jagunços para outro espaço.
PATRONO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ JOAQUIM ANTONIO DE MORAIS SARMENTO
A região de Quedas do Iguaçu, em meados de 1924 em plena revolta, acolheu os mais nobres militares da Polícia Militar do Estado do Paraná.
O fantástico militar e escritor João Alves da Rosa Filho comandante de forças militares nos anos de 1924, diz.
Os anos se sucedem uns após os outros e, à medida que passa, o tempo apagam de nossas lembranças muitos feitos valiosos que, arrastados pela voragem impiedosa do esquecimento, vão sucumbir no abismo do passado. Contudo, quis a nossa vida de caserna que nos acostumássemos ao eterno culto da história da polícia militar do Paraná a fim, de mais fácil podermos transmitir, as gerações futuras o incentivo de tudo aquilo que a corporação produziu de, belo e grandioso, desde os mais modestos exemplos de renúncia e obnegação, até ao extremo sacrifício que as circunstâncias de seu labor, por vezes, exigem. A polícia militar do estado do Paraná teve uma participação importante na região de Quedas do Iguaçu, o heroísmo destes valentes militares nos proporcionáro esta terra, rica e próspera, bem longe dos fora da Lei. Alguns acontecimentos que, marcou, a presença destes heróis em nossa região em 1924 em plena revolução.
BELARMINO
Um batalhão da polícia militar estava concentrado na Serra da União, a margem esquerda e a direita da rodovia Guarapuava – Foz do Iguaçu. Nesse local, estava localizada uma estação telefônica de campanha, exatamente na embocadura da antiga picada feita por Juca Tigre, na revolta de 1894.
Havíamos regressado do passo do Borman, retaguarda da Serra dos Medeiros, onde combatemos na madrugada do dia 15 de Novembro. Os rebeldes recuaram e intrincheiraram-se em um lugar denominado Belarmino, à margem da mesma estrada, a fim de interceptar a progressão das forças legais.
Uma companhia da polícia recebeu ordem de tomar parte no ataque ao reduto revolucionário. A primeira companhia segue sob o comando do tenente Garrett, mais tarde substituído por outro tenente por circunstâncias várias e, finalmente, pelo 1° Sgt Benedito Evangelista dos Santos, promovido dias depois por ter substituído os comandos primitivos.
A parte de combate desse dia diz em resumo o seguinte:
A companhia, nas proximidades das posições inimigas, inicia lentamente a progressão pela picada telegráfica por volta das 7 horas da manhã acompanhado a barragem da artilharia do 4° R.A.M. A 500 metros, entrou em contato com os rebeldes fortemente abrigados na mata; as vanguardas trocaram os primeiros tiros,e durante mais de 6 horas da tarde, os fuzis e metralhadouras matracaram sem cessar, ceifando preciosas vidas, não só dos nossos como da força do exército.
É determinada finalmente a ordem de retirada e, assim, recuam os legais conduzidos os seus mortos e feridos. Trilhando silenciosamente a picada, voltam eles convictos de que mantiveram intactas as gloriosas tradições da corporação. Em nunca encosta de um pequeno cerro, à margem do rio Borman, em um singelo cemitério, plantamos a primeira cruz para indicar o lugar onde ficaria para sempre assinalado, o lugar onde repousará o nosso caro amigo cabo Felix Alves da Conceição.
Nesse combate, outros camaradas derramaram o seu sangue para conservar impoluta a honra e a dignidade de nosso batalhão. As ambulâncias passaram, nesse dia, conduzindo o cabo Palmiro Gomes de Oliveira, e os soldados Arnaldo Rodrigues, Aníbal Maurício Domingues e Antonio Lopes, os quais foram incontinentes para o hospital de Sangue de Emergência, de onde, mais tarde, seriam transferidos para o hospital de Sangue da Coluna, na cidade de Guarapuava.
A atestar a violência da luta, o lugar denominado Belarmino ficou assinalado por uma extensa roçada causada pela violência do fogo dos beligerantes.
Nesse combate, faleceu também, bravamente, o tenente Alípio Dias, que comandava uma secção de metralhadoras no mesmo setor; esse oficial pertencia ao Exército.
PICADAS DOS VALÉRIOS
Ao descrever esta jornada em um capítulo especial, o faço em homenagem ao estoicismo, coragem o obnegação dos nossos soldados. Só quem conheceu a densas floresta do Alto Paraná, pode avaliar o que significa conduzir uma força com mais de 400 homens, através de picadas.
Essa pequena coluna, sob o comando do capitão Sarmento, estava assim constituída: 3 companhias de infantaria e uma secção de metralhadouras pesadas do nosso batalhão, um secção de artilharia de montanha (1° Grupo) sob comando do 1° tenente Ramiro Correia Junior e um pelotão de cavalaria patriótico vaqueanos tropeiros – e uma tropa de muares (cargueiros).
O estreito trilho por que marchamos agora, quase abandonados, há trinta anos passados serviu aos revolucionários de 1894, que atravessaram o sertão sob o comando do célebre caudilho Juca Tigre, conforme nos informam os mais velhos moradores das redondezas.
Dia 23, nesse dia, vemos os primeiros elementos da coluna sumirem-se pela estrada da picada, marchando em fila indiana: fechavam a marcha os muares que conduziam cargueiros de víveres e munição.
No dia seguinte, interna-se pelo túnel verde da mata o restante da coluna. Fica na margem da estrada apenas o posto de abastecimento e respectivo armazém.
Seguimos a pé e progredimos lentamente. Experimentamos, a princípio, uma sensação desagradável que a vegetação nos transmite. Sentímo-nos como que sufocados \á sombra do estreito trilho, sem sol. Sentimos, também, nas primeiras horas de marchas uma estranha nostalgia e profunda tristeza ante o silêncio da selva incomensurável que nos rodeia.
Já não vemos mais os caminhos nem as carroças coloniais do nosso comboio. A fila interminável de homens e cargueiros continuam a marcha, conduzindo mais víveres, munição e artilharia.
Dia 24. Na tarde desse dia, acampamos ao longo da picada, em um lugar que os vaqueiros informaram ser a encruzilhada do tigre.
Ao anoitecer, as patrulhas de vigilância aprisionaram um índio este nos informo que, que no dia anterior, uma patrulha de reconhecimento do nosso batalhão foi surpreendida por um grupo de rebeldes, composto quase que exclusivamente de paraguaios mercenários, integrados na força revolucionários. Na emboscada, foi assassinado o sargento Pedro Higino dos Santos.
Na tarde do dia seguinte, foi procurado pelo tenente Francisco Ferreira de Souza (mais tarde assassinado em Curitiba, que determinou fosse organizada uma escolta a fim de conduzir o prisioneiro para ser interrogado pelo mesmo oficial). Esse silvícola foi, pouco adiante, abatido a tiro pela escolta; erroneamente supunha-se que o mesmo pretendia fugir.
Infelizmente, assisti a essa lamentável tragédia, tendo sido, como inferior de dia no acampamento, designado para acompanhar a escolta e o fiz até a hora do desenlace. De regresso ao acampamento, relatei a ocorrência ao comandante Sarmento, e ainda sob forte impressão. Fui encarregado de proceder ao sepultamento da infeliz vítima. Retornando ao local, encontramos o mestiço estendido no solo com o crânio esfacelado pelas balas.
Aberta a cova na encosta de um terreno acidentado e pedregoso, ali sepultamos o pobre homem, à cabeceira da sepultura, plantamos uma cruz improvisada com galhos e ligada com cipó. O tenente Joaquim Taborda Ribas nos havia dado uma vela, que acendemos. Quem vislumbrasse, ao anoitecer, três homens ajoelhados na mata, ao pé de uma humilde sepultura, fazendo, em profundo recolhimento, uma prece, sentiria no coração o desejo de comungar conosco dessa piedosa profissão da fé cristã.
Não seria esta a primeira nem a última cruz que deveriamos semear nas sombrias veredas do Alto Paraná.
Nessa noite, foi-nos impossível conciliar o sono. Parecia-nos ouvir constantemente o eco dos gritos lancinantes de dor da inocente vítima dessa trágica luta fratricida.
Dia 28 Marchamos, novamente, com destino a Boa Vista do São Roque, hoje destrito da cidade de Espigão Alto que não distatemente se mancipou desligando do município mãe de Quedas do Iguaçu, onde deveríamos permanecer por mais de uma semana vigiando o possível ataque dos revoltosos a esta região. Alguns revoltosos aprisionados são enviados escoltados para a região de Guarapuava.
A vida no acampamento permanece normal por muitos dias, a não serem as dificuldades do abastecimento de gêneros alimetícios em conseguência das prolongadas chuvas dos últimos dias, que impediam a passagem dos cargueiros nos riachos transbordantes e caminhos alagados.
Dia 9 A Marcha continua mais para o interior da mata. Nesse dia, atingimos Lajeado Liso de São Roque. Foi aí que o sargento Higino e o cabo Malan foram atacados em uma emboscada preparada pelos rebeldes.
No dia seguinte, conseguimos descobrir o corpo do sargento, enterrado, nos fundos de um paiol, ao lado de um chiqueiro de porcos. Procedemos à exumação e vimos, horrorizados, o corpo mutilado a facão e quase nu.
Á margem do trilho principal abrimos uma sepultura decente e, novamente ajoelhada, fizemos nossas preces. A assinalar mais essa vítima, ficou ali plantada outra cruz tosca feita de cedro.
A noite, recolhido ao silêncio das nossas barracas, dorme, confiantes na vigilância das guardas e sentinelas, atentas à escuridão das picadas.
Repentinamente, rompe de uma das guardas um cerrado tiroteio e, incontinente, o batalhão toma posição para combate. Porém, para nossa tranqüilidade, o alarme durou apenas alguns minutos. Um soldado de sentinela perdida, ouvindo ruídos estranhos nas picadas e não recebendo a senha regulamentar, disparou o fuzil acompanhado por toda a guarda avançada. Mais tarde tudo serenou, o acampamento voltou à calma e nós dormimos novamente, despreocupados.
Dezembro. 10. O Batalhão se deslocou para o lugar denominado Campo Novo Hoje Quedas do Iguaçu, onde deveríamos permanecer por 3 longas semanas. Provavelmente, ficaríamos como guardas vigilantes do franco esquerdo das tropas em operações ao longo do eixo da estrada a caminho a foz do Iguaçu.
Durante esses longos dias de inatividade enervante, passamos matando o tempo nos serviços obrigatórios de patrulha, reconhecimentos, guardas e sentinelas Diárias. A vigilância á tanto mais necessária porque cada estreita passagem das florestas pode trazer-nos uma bala do inimigo, oculto em emboscada.
Os dias chuvosos nos prendiam durante intermináveis horas dentro da pequenina barraca de campanha. Triste e absortos ficávamos sentados ou de cócoras, vendo os fios dáguas escorrerem e ouvindo incessantemente a chuva tamborilar na lona da barraca.
Aproxima-se o Natal. A tristeza nos invade mais profundamente o coração. Desde o oficial ao mais modesto soldado, todos sentem apossar-se de si uma angustiosa saudade dos lares distantes. Revêem, imaginariamente, os dias felizes das festas de Natal, no aconchego carinhoso da esposa, filhos, pais, irmãos... VÉSPERA DE NATA: Polícia Militar do Estado do Paraná
Dia 24 surgem um novo dia radiante de sole a natureza parece exalar uma alegria festiva. A passarada silvestre anuncia o alvorecer, trinando alegremente. Os soldados resolvem comemorar esse dia, erguendo o tradicional pinherinho que nos nossos lares alegra o coração meigo das crianças. Assim o fizemos, e mais tarde, o vimos condignamente enfeitados de frutos multicolores, bolachas, caixinhas fazias. A simbolizar a neve, o serviço de saúde nos forneceu o algodão necessário. Depois vimos soldados contemplarem ingenuamente a pitoresca e exótica árvore de Natal, símbolo da nossa homenagem e devoção ao nascimento do menino Jesus, Redentor da humanidade, que se propaga eternamente, ao seu redor não vimos, nem ouvimos o riso inocente e a alegre das crianças.
Erigimos esse altar de fé cristã entre as duas peças de artilharia da coluna. Viam-se em derredor, espalhadas, peças de metralhadouras nossa secção. Tudo isso forma um contraste chocante e inédito para nós.
Quando o crepúsculo vem descendo, cai um aguaceiro inoportuno que quase desfaz por completo o nosso pinherinho.
À noite, sentado nos velhos pinheiros caídos, meditamos entristecidos e contreplamos o céu estrelado, angustiados de saudades. O pinherinho, como que solidário com a nossa dor, parece triste também, e com seus galhos alçados para o firmamento, deixa cair de quando em vez uma gota cristalina de chuva, simbolizando, talvez, lágrimas de piedade que rolam ao chão; lágrimas implorando perdão a Deus por nós. Lágrimas de saudades das mãos, esposas e filhos ausentes.
Ainda nessa noite, uma notícia vinda da frente informa que um grupo de rebeldes depôs as armas. Dia 27. A coluna se move novamente depois de longos dias em campo Novo Hoje Quedas do Iguaçu, some outra vez na escuridão verde das selvas, rumo ao próximo lugarejo da localidade do Tapui conhecido por Tapui dos índios.
Tapui é apenas uma pequena clareira na mata, com uma única choça indígena. Ao seu derredor armamos nossas barracas de lona cáqui.
É interessante observar a original arquitetura da cabana construída pelos silvícolas. Ramos e galhos habilidosdamente trançados e estocados de barro; como cobertura um compacto entrelaçado de folhas de taquara, impermeabilizados internamente pela ação contínua da fumaça de nó de pinho, dando-lhe um verniz preto e resistente. A cabana, que tem uma única porta, sem janelas, foi escolhida para o armazém de víveres e munição da tropa. Em todos os trilhos e carreiros da mata, encontramos, infalivelmente, uma sentinela vigilante, ao redor da clareira, nos protege um denso e impenetrável taquaral.
Dia 31. O fim do ano nos encontra ainda na localidade do Tapui. A vida é normal no acampamento. O comandante Sarmento anuncia que, em regozijo á passagem do ano, mandará servir, à meia noite, um café com bolacha à tropa. Isso constitui uma concessão especial, dada se circunstância da extrema exigüidade de víveres dispõe a coluna.
Novas recordações nos açodam à memória novamente, ao lembrarmo-no de que, nas cidades onde moramos, essa hora tem uma especial significação para todos e é anunciada com festivos repiques de sinos, prolongados apitos e foguetes em profusão.
No acampamento, é tudo triste silêncio, ainda porque isso se torna indispenável à nossa propia segurança. O comandante consentiu apenas que acendêssemos uma grande fogueira.
À meia noite, recebemos o café prometido. Os oficiais brindam-se mutuamente, e como por encanto surgem não se sabe de onde, umas misteriosas garrafas que tem a importante faculdade de alegrar o estado-maior da coluna. Aqui e ali, ouvem-se cantos em surdina, declamações, recitativos, e, aos poucos, finaliza-se a comemoração.
De fogueira quase apagada desprendem-se fagulhas que desaparecem entre as altaneiras árvores da floresta. Ao apagar-se, fazem desvanecer em nossos corações as ilusões e vaidades humanas, lembrando a fragilidade dos nossos destinos que, como as fagulhas, podem apagar-se a qualquer momento.
Dia 1°. O novo ano marcará uma época de amargas recordações para todos nós. Passaríamos um período de sofrimento e dores, deixando em nosso caminho um rastro de sangue e cruzes, a assinalar, da li em diante, a nossa passagem pelo sertão.
Marchamos novamente, numa peregrinação interminável. Os machadeiros e foiceiros à frente, rasgando a picada, em quanto os soldados na vanguarda iam reconhecendo e batendo as matas. Com os pés descalços a sangrar nos espinhos de nhapindá e unha de gato, progredindo lentamente. Trepando e agarrando-nos nas encostas da serra quase a pique, vamos escorregando aqui e caindo acolá, sem parar durante todo o dia.
Os soldados, confundidos com os cargueiros, parecem modernos bandeirantes ou audazes guerrilheiros, marchando pelas selvas numa longa e interminável fileira. Atravessamos rios, muitas vezes com água pela cintura; galgamos morros e atravessamos terrenos alagados e lamacentos, onde a unidade era sufocante. Suados, maltrapilhos e barbudos, palmilhamos a picada sob o sol inclemente e constantes chuvas.
Na foto acima retrata a Tropa da Polícia Militar marchando para a frente na altura da Serra da Esperança.
Muitas vezes, sentimos o coração bater desordenadamente de cansaço ao atingir o alto da serra, e ali sentamos para nos refazer e continuar a jornada. Os malditos mosquitos e abelhas nos perseguem num contínuo zumbido, impertinenete, capaz de nos ensurdecer. É indispenável conduzir um ramo na mão para enxotá-los. A mochila, com as correias de couro mal ajustadas, fere os ombros, e até o fuzil é incômodo para se conduzir pelo cipoal da mata.
Dia 3. Acampamos a margem do Arroio Guarani.
O sargento Palmêndio de Camargo, com 2 praças e 2 vaqueanos, ao amanhasser, vão fazer o último e mais perigoso reconhecimento realizado nessa picada e, já noite fechado, regressam trazendo bons resultados.
No dia seguinte, prosseguimos novamente. O acidentado caminho é aberto penosamente a facão e foice. Há quase dois meses que marchamos dias e dias patinhando, sem descanso, para frente. A lama suga o nosso ingente esforço na marcha; as feridas dos arranhões ulceram rapidamente. Muitas vezes, exaustos, olhamos os pesados cargueiros de munição e artilharia, pulando aos galões, subindo com sacrifício as encostas da serra. Quase no alto, despenca com as preciosas cargas, morro abaixo, espalhando tudo na mata ao som dos lamentos e pragas dos soldados, acompanhados das gargalhadas de cachota dos companheiros de luta.
Muitas vezes, as peças de artilharia do tenente Garret foram tiradas a custa de cordas de dentro dos rios, depois de terem feito o trajeto do alto da serra ao rio, no lombo dos pobres muares. Muito deles foram abandonados mais tarde por estarem inúteis.
Dia 4. Chegamos, nesse dia, à margem do rio Medeiros.
No dia seguinte, novamente, a nossa coluna está marchando para a etapa final da picada dos Valério e os infatigáveis soldados vão furando decididamente a mata. Estamos próximos novamente da estrada real. Nosso abastecimento de víveres já chegou ao fim. Estamos ha mais de 40 dias distante do ponto de partida da serra União.
Finalmente, chegamos ao lugar denominado Januário, quase ao anoitecer. Uma rês abatida é devorada sem sal pelos soldados famintos. Como sobremesa, comemos algumas espigas de milhos verdes assada.
Dia 6. Dia de Reis. Chegamos ao lugar denominado24. Para nós, esse dia foi na realidade, um dia de reis. Conseguimos atingir novamente a larga estrada de rodagem Guarapuava-Foz do Iguaçu. É um consolo conteplar-se um caminho aberto e cheio de sol, depois de mais de 40 dias internados em escuras e acidentadas picadas. Recordamos agora, sem saudades, os sofrimentos e martírios porque passamos nesses longos dias.
Conforta-nos, agora, a convicção de que trilhemos um caminho plano, cheio de ar e de vida. Também nos anima a perspectiva de um abastecimento mais farto e seguro. Vemos soldados soltarem ingenuamente uma exclamação de alegria e satisfação, ao avistarem caminhões e carroças que passam célebre e continuamente, conduzindo víveres, armas e munições para os combatentes de Catanduvas.
Durante quatro dias, ouvimos, ao longe, o ruído ritmado das armas automáticas e o som grave, solene, dos canhões atirando sem cessar.
Dia 10. Ao anoitecer desse dia, montamos um movimento intensivo e anormal de caminhões e carroças que continuadamente passam para a frente de combate, em Catanduvas, onde os rebeldes do general Izidoro Dias Lopes instalaram seus mais importante baluarte defensivo desta memorável campanha.
CATANDUVAS: Correio - 1925
Dia 11. Na madrugada desse dia de infausta memória, o nosso Batalhão está novamente formado em coluna de marcha e se acha pronto para enfrentar os rebeldes em luta.
Às 5 horas, recebemos o café e iniciamos a marcha. Aos primeiros alvores do dia, a natureza acorda ao trinar alegre da passarada silvestre. O contraste é chocante; enquanto na natureza tudo são alegria e festa, no coração dos homens, só há ódio, tristezas e rancores.
Prosseguimos a pé em direção ao surdo crepitar da fuzilaria, na frente de combate. Quase ao meio dia alcançamos a localidade de Roncador, a 2 quilômetros do front. Recebemos uma substancial ração de café e bolachas. A marcha continua mais lenta, porem sem interrupção. Estamos cansados, pó isso o comandante Sarmento manda fazer alto exatamente no centro da estrada, à retaguarda donde está empenhado em combate o 7° Regimento de Infantaria do Rio Grande do Sul. Eram precisamente 12,20 horas e estávamos no quilômetro 230 da estrada que liga Guarapuava a Foz do Iguaçu. A missão do Batalhão foi atacar os rebeldes por uma picada no franco esquerdo. Balas passavam continuadamente em forma, aguardando ordens, quando um gemido acusa um ferido; um projétil em ricochete atinge o soldado Silvio Cordeiro Matoso, quando ainda em forma. O comandante ordenou para se aproximar-se de sua montada e o conduz fora das vista da tropa.
A artilharia estava iniciando uma barragem quando atravessamos a picada telegráfica e nos internamos em uma outra picada. Logo adiante, encontramos uma companhia de guerra do 3° Batalhão da Policia Paulista, que repousava depois do combate do dia anterior; Essa unidade estava estendida ao longo da picada como guarda de franco dos combatentes.
Continuamos marchando, deixando estes numa muda despedida, e alcançamos um tosco paiol de madeira que foi escolhido para hospital de sangue de emergência. Os clientes eram os mesmos homens que ali passavam cheios de vida e de esperança. Muitos voltariam dentro de poucos momentos com os corpos estraçalhados pela metralha. Era, porém, preciso escolher antecipadamente o lugar em que deveriam ser convenientemente atendidos. Muitos, também, iriam ficar ao lado de uma singela cruz, formando um pequeno cemitério a marcar a trajetória do nosso Batalhão.
m trem saindo de Santo Ângelo levando os soldados da Coluna Prestes ao combate no Paraná.
Ás 20,20horas, alcançamos pequena clareira numa encosta em declível, donde avistamos os revoltosos do lado oposto. O Rio Medeiros corre marulhando, indiferente aos propósitos sanguinários dos homens. Um avião de reconhecimento passa alto, sobranceiramente, indiferente também à cerrada fizilaria dos revoltosos. Espreitamos cautelosamente a despreocupação do inimigo, perfeitamente à vontade do outro lado do rio, inconscientes do perigoA morte paira no ar sobraçando sua afiada foice, aguardando o momento de entrar em cena.
O Batalhão, cautelosamente, toma posição para o ataque, estendendo-se na encosta do plano inclinado da serra; as metralhadoras pesadas, com as respectivas guarnições, estão apostos. Subtamente, a gargalhadas tétrica das metralhadoras quebra o silêncio e, em consecutivas rajadas, vai ceifando do lado oposto.
Os revoltosos, estonteados, fogem apavorados em toda a direção a procura de abrigos e, logo depois, refeitos, respondem com um vivíssimo fogo. Na mata, já ouvimos os primeiros gritos da raiva e de dor; gemidos acompanhados de roucas blafêmias.
A artilharia de montanha, sob o comando do 1° tenente Ramiro Correia Junior, faz intermitentes disparos contra as posições rebeldes, porém, de início, uma peça é inutilizada.
A noite desce completamente, envolvendo na escuridão os remanescentes do nosso fatigado Batalhão. Recebemos ordens de recuar, molhado, enlameados, silenciosos e tristes, retornamos novamente pelas picadas até o Riachinho que passamos pela manhã. E assim foi morrendo soldados, mas por uma causa justa, manter a ordem e honrar a farda da polícia Militar do Paraná.
A FORÇA DA LEI
Está terminada a luta com a completa derrota dos rebeldes. Esses maus brasileiros, vergonhosamente aliados mercenários estrangeiros, não conseguiram a derrocada da terra que os criou e hospedou com carinho.
Está de parabéns a Nação brasileira. E não podia ser de outro modo.
Uma rebelião que se caracteriza pela traição, pelo saque e pelo mercenarismo dos seus combatentes, não podia vingar nesta terra habitada por gente leal, tão honesta e tão brasileira. Ao iniciarem a luta em São Paulo, só conseguiram com traição, com embustes, com dinheiro e com saques os seus primeiros combatentes.
Não havia ideal nesse agrupamento mesclado. Engrossaram suas fileiras, aliciando adeptos nas baixas camadas dos aventureiros internacionais. Repelidos das fronteiras de Mato Grosso, após aniquilamento dos seus tão decantados batalhões de estrangeiros, vieram para os sertões do Paraná e aí, apoiados na ferocidade de novos mercenários semi-bárbaros, continuaram a fazer correr sangue brasileiro com a insensatez de desvairados.
Os fuzilamentos que fizeram dos seus própios companheiros, atestam o desequelíbrio mental da horda mercenária.
Devemo-nos regozijar pela Vitória porque sentimos que, durantes longos meses de lutas e de tentativas de novas rebeldias, a nação inteira conservou-se firme ao lado da constituição, prestigiando o Supremo Magistrado da Pátria na sua ação calma e valorosa de homem superior.
Agora resta castigar os tresloucados para que fique o exemplo para as gerações futuras. É preciso que os crimes contra a Pátria não fiquem impunes. Congratulo-me com as tropas legais! Abraços de imorredouro reconhecimento aos camaradas da 5° Abraços de imorredouro reconhecimento aos camaradas da 5° Região Militar que souberam cumprir com nobreza e estoicismo o seu dever de patriota. Uma eterna saudade no túmulo dos heróis que tombaram na defesa da Pátria querida. Durante o período revulucionário, foram promovidos vários oficiais e praças por critérios diversos, de acordo com as leis n° 232e2334, de 3 e 23 de março de 1925, respectivamente.
A reportagem de O Estado do Paraná, (edição de 15 de Novembro de 1998), pesquisou e obteve depoimento de moradores da região de Catanduvas e encontrou vestígios de um cemitério localizado em Roncador, que ainda não foi engolido pela mecanização agrícola ou à falta de memória do País.
DIZ A REPORTAGEM EM REFERÊNCIA:
São aproximadamente dezoito quilômetros de estrada de chão cortando lavouras de milho até o cemitério de Roncador, em Catanduvas. O local fica próximo do antigo traçado da rodovia federal, que mais tarde seria batizado de BR-277. O cemitério fica na propriedade do agricultor Isimundo Kovaleski, está tomado pelo mato. As cruzes de metal, apagadas pelo tempo, são as únicas lembranças daquela época. São cruzes de metal e outras de madeiras danificadas pelo tempo, onde estão escritos os nomes dos soldados mortos. Todos eles pertencem a Força Pública (hoje Polícia Militar) e da 7° Região de Infantaria de São Paulo. Segundo depoimento dos moradores da época, os soldados eram enterrados em valas comuns porque muitos não tinham registro. Os nomes indentificados são dos soldados Francisco Vicente, Argemiro Benevides Ramos, Cristalino Alves da Rosa e Laudelino de Sousa Bueno. Já o cemitério de Formiga era destinado aos oficiais das tropas governistas. Dona Gema tem buscado o apoio da Prefeitura para preservar os cemitérios. Muitas cruzes de metal sumiram.
Nas fazendas existem ainda armamentos e munições utilizadas por soldados da revolução de 1924.
Vibrante narrativa dos feitos do lendário, 1° Batalhão de Infantaria da Polícia Militar do Paraná, sob o comando do intrépido capitão Joaquim Antonio de Morais Sarmento, hoje Patrono da PMPR, no combate aos revolucionários de 1924, em defesa da ordem e da legalidade.
O texto contém o impressionante Diário de Campanha do sargento Floriano Napoleão do Brasil Miranda, relatando, sob a ótica do combatente, as agruras da campanha, o ambiente inóspito e insalubre das marchas e trincheiras, e a dramacidade dos combates. Antecede a narrativa uma interessante retrospectiva altamente resumida dos fatos mais marcantes vividos pela milícia paranaense entre os anos de 1915 e 1924. Alguns anexos complementam a obra, entre eles a biografia de Sarmento que se-encontram no livro escrito por ele: Revolução de 1924 Volumes V.
Ao Aguerrido Capitão Renato Marquete comandante do 3ª Companhia da polícia Militar cediada em Quedas do Iguaçu as nossas mais sinceras homenagens. Quedas do Iguaçu se orgulha de ter em nosso meio um comandante digno do cargo que tem, essas homenagens vale também aos seus comandados também se estendem a polícia civil, tão bem representada pelo delegado de polícia de Quedas do Iguaçu Dr. Pioneiro: Sebastião S. Barreto. Esta fotografia foi feita em 1957 durante o período que prestou serviço militar em Foz do Iguaçu. No estado do Paraná.Um Relato impressionante, narrado pelo pioneiro Sebastião Barreto, residente em Quedas do Iguaçu há 70 anos. Nesta entrevista, o pioneiro Sebastião, contou com detalhes importantes, da revolta de 1924, onde cominou com muitas mortes durante os combates armado das frentes legalistas e revoltosos. Apesar de seus já avançados anos, a sua memória narrou com riqueza de detalhes a triste tragédia presenciada pelos moradores da região de Catanduvas precisamente em Medeiros onde o seu avô tinha propiedades e morava com toda a sua família. Talvez seja a conversa que ele teve com o avô, e com o seu pai senhor João Maria Barreto, na época o pai do Sr. Barreto tinha 9 (nove) anos de idade, ambos conviveram este trágico confronte armado que deflagrou chamas ardentes entre os povos, muito deles nada tinha haver com a situação. O avô do Sebastião Barreto Sr. Antonio Quirino de Sousa, não se cansava de contar para o seu pai e seus netos, as bravuras dos soldados que compunha o pelotão da polícia Militar do Paraná. Em números aproximadamente de 500 homens, contra tacados pelos revoltados sanguinários das colunas, composto por militares e civis, e que também, não faltava à presença de estrangeiros paraguaios no movimento. O Sr. Sebastião com firmeza, detalhava a estratégia que a força militar usou, para atacar os revoltosos pela retaguarda, usando o poste amento da rede de Telégrafo, que saia de regiões distantes, e cortava as matas da região de Laranjeiras do Sul, consequentemente, inclui a nossa região de Quedas do Iguaçu. Seguindo os traços da rede para não se perder no matagal serrado da nossa região foi á maneira mais inteligente dos nossos heróis, surpreender os adversários pela retaguarda. Com os postes da rede telegráfica atravessou o Rio Guarani, seguindo até Catanduvas, onde se encontrava um posto de comunicação telegráfico, com esta estratégia usada pelos militares, deu condições para derrotar os revoltosos. Méritos do Comandante Antonio de Morais Sarmento hoje Patrono da polícia militar do Paraná, e de seus brilhantes combatentes.
Ao entrevistar o Sr. Sebastião Barreto, ele fez questão de dizer, que o seu avô, e todos os filhos dele, encluía também, o pai do Sr. Sebastião e sua mãe, por muitas ocasiões ficavam no meio do fogo cruzado, entre militares e revoltosos. Era bala de metralhadouras, mosquetões e de canhões, que rasgava os céus e roçava as matas de sua propiedade. A Revolta de 1924, muito comentada no Brasil e no mundo, acabou em frente às terras da família Barreto em Catanduvas. Mais precisamente na região de Medeiros. A bandeira da polícia Militar do Estado do Paraná tremulava nas mãos dos soldados, orgulhosos do dever comprido, liberdade para estarem novamente reunidos com os seus familiares, recebendo um abraço agora como heróis, título esse insignificante comparado pelo respeito à Constituição brasileira. Resolvido uma situação de grande repercussão em todo o território Nacional. Comentou ainda o Sr. Sebastião que o seu avô morreu com 104 anos e está sepultado no cemitério que do qual está enterrado alguns dos valentes Herói que defenderam a Pátria das garras dos maus intencionados malfeitores. Por este ato de brasilerismo foi devolvido a tranqüilidade e o respeito á Constituição brasileira e os bons costumes do povo e da corporação Militar.
O projeto do Memorial da Revolução de 1924 em Catanduvas será prioritário dentro da secretaria de Estado da Cultura. O pedido do governador Roberto Requião foi feito durante a Escola de Governo. O tema compôs a pauta da reunião de ontem de manhã (17), em Curitiba e esteve a cargo da secretária Vera Mussi que destacou que “o Paraná tem história. Uma história bonita que este governo está recuperando e mostrando aos paranaenses”.
Requião lembrou que a idéia da construção do Memorial surgiu no ano passado, durante a cavalgada que realizou em Catanduvas, a convite do deputado estadual Nereu Moura (PMDB), oportunidade em que a comitiva passou por locais percorridos pelos revolucionários, inclusive dois cemitérios. A partir daí, o governo constituiu uma comissão com a presença do Exército, Polícia Militar e Uni oeste para a revitalização da memória destes acontecimentos.
Este projeto é um antigo sonho de Nereu Moura que quer ver recuperada parte da história do nosso país que teve desfecho em Catanduvas, na região Oeste do Paraná. “A Revolução Tenentista é o epicentro da Revolução de 30 que levou Getúlio Vargas à presidência do Brasil”, lembrou ele, ao destacar a importância política deste fato.
O prefeito Aldoir Bernart. Presente na Escola de Governo, agradeceu ao governador Roberto Requião e ao deputado Nereu Moura pelo projeto do Memorial, “uma importante obra que resgata a história que aconteceu nos caminhos do Paraná, especificamente em Catanduvas”. Bernart disse “que além do ganho cultural que é inestimável, o município vai ganhar economicamente com o incremento do turismo”.
Esta mesma idéia é compartilhada por Nereu Moura que acredita que Catanduvas vai passar a fazer parte dos roteiros turísticos ecológicos e históricos do Paraná. “Esta indústria sem chaminés a ser instalada, será responsável por uma nova fase no desenvolvimento econômico do município”, destacou o deputado.
Na próxima reunião da Escola de Governo, dia 24, o tema Revolução Tenentista será novamente abordado pelo professor Aymoré Índio do Brasil Arantes e pelo jornalista e historiador Adelar Paganini. O arquiteto Edinei.Fraga fará a exposição do projeto do Memorial.
A revolução tenentista teve início no dia 05 de julho de 1924 em São Paulo, após ser combatida pelo governo de Arthur Bernardes,os revoltosos retiram-se para o Estado do Mato Grosso e posteriormente tomaram Guaira e Foz do Iguaçu no Paraná. A intenção dos “tenentes” era chegar à capital Paranaense via estrada estratégica que, posteriormente, tornou-se a BR 277, nesse ínterim aguardavam a chegada de Luis Carlos Prestes que vinha do Rio Grande do Sul. Por sua parte o governo Federal organizou o Exército e as polícias estaduais com intuito de combater os revoltosos que se encontravam na localidade de Catanduvas e haviam se apoderado da estação telegráfica local.
Os combates foram intensos duraram seis meses e, em março de 19240, Marechal Candido Rondon à frente de 17 generais e 15 mil soldados fizeram o ataque final tomando Catanduvas e fazendo 407 cativos. Luis Carlos Prestes chegou atrasado ao Paraná, e não pode ajudar na contenda de Catanduvas, após o revés os revoltosos que, conseguiram escapar do cerco à Catanduvas se organizaram. Em Foz do Iguaçu, e cruzaram o Paraguai, entrando novamente no Estado do Mato Grosso, criando a Coluna Prestes, que ficou conhecida na história como a maior marcha de combate do mundo percorrendo mais de 25000 quilômetros em dois anos, vindo depor armas somente em 1927, na Bolívia. A Coluna da Morte
A Coluna da Morte foi um destacamento de revoltosos da Revolução de 1924 ocorrida no Brasil.Comandada pelo tenente João Cabanas da Força Pública de São Paulo, atuou na tomada de Itu - estado de São Paulo e do cerco de Catanduvas, cobrindo a retarguarda da Coluna Miguel Costa, após sua retirada da cidade de São Paulo. Também é um título de um livro de autoria do referido oficial. Veja mais na Wikipédia.org... Parte inferior do formulário Biografia Como 1º Tenente do Regimento de Cavalaria daquela Força, participou ativamente na Revolução de 1924, em São Paulo, comandando a ocupação militar da Estação da Luz, atuando no cerco de Catanduvas e cobrindo a retaguarda da Coluna Miguel Costa até Guaíra. Suas ações à frente da coluna estimularam a imaginação popular e o surgimento de lendas sobre sua pessoa e sobre seus feitos militares. Eram-lhe atribuídos poderes sobre-humanos em combates e fugas espetaculares. Por conta disso, o governo colocou sua cabeça a prêmio por quinhentos contos.
Exilou-se no Uruguai, não seguindo a Coluna. Na Revolução de 1930 volta ao Brasil e se junta as forças que colocaram Getúlio Vargas no poder. Decepcionou-se com os rumos do Governo Vargas e ingressou no Partido Socialista Brasileiro de São Paulo.
Em 1935, foi um dos articuladores da Aliança Nacional Libertadora (ANL). No final dos anos 40 particia da campanha pelo monopólio estatal do petróleoe a criação da Petrobrás.
Apoiou a candidatura presidencial de Getúlio Vargas nas eleições de 1950. Nesse mesmo ano, concorreu a uma vaga na Câmara Federal por São Paulo pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), onde obteve a suplência, somente assumindo o mandato entre abril de 1953 e agosto de 1954. É considerado o primeiro a usar a Guerra Psicológica no Brasil e autor dos livros A coluna da morte e Os Fariseus da Revolução. Miguel Costa Miguel Costa (o 7º da direita para a esquerda) e sua comitiva durante a Revolução de 1930 fotografados por Claro Jansson.
Miguel Alberto Crispim Rodrigo da Costa (Buenos Aires, 3 de dezembro de 1885 — 2 de setembro de 1959) foi um militar e revolucionário brasileiro. Foi o comandante supremo da Coluna Miguel Costa-Prestes.
] Vida Ainda criança, imigrou com a família para o Brasil fixando residência em Piracicaba. Em 07/09/1897, mudaram-se para a cidade de São Paulo, onde aos quinze anos de idade iniciou sua carreira militar na Força Pública chegando em 1922 à patente de major fiscal do Regimento de Cavalaria. Participou ativamente dos movimentos da década de 1920 e década de 1930.
O General Miguel Costa foi convidado pelo general Barbedo para integrar a Revolução de 5 de Julho de 1924 ficando incumbido de sublevar toda a Força Pública, hoje Polícia Militar do Estado de São Paulo e o Regimento de Cavalaria 9 de Julho.[1] O Exército e a Força Pública foram os responsáveis pelo levante. Sozinho, a parte do Exército rebelada não teria forças para combater os legalistas. (parte fiel ao governo) O Exército naquela ocasião não dispunha do aparato bélico da Força Pública. Em contra partida, a Polícia Militar, na função de conter a massa, estava sempre preparada, municiada e treinada. Não fora a união de ambos o levante não teria ocorrido.[2]
O general Isidoro assumiu o comando geral do levante de 5 de Julho. Três dias depois da revolta, o mesmo general emitiu ordens de rendição. Miguel Costa não concordou com essa ordem e assumiu o comando responsabilizando-se por todas as consequências.[3] Uma de suas exigências, caso houvesse rendição, era que todas as promoções na revolta fossem mantidas. Ele assumiu a cidade no dia 8 para 9 de julho de 1924. O governo recrutou tropas de todo o País para conter a revolta armada bombardeando a cidade de São Paulo aleatoriamente provocando a destruição e o genocídio em São Paulo. Os revolucionários, conscientes, retiraram-se da cidade para aceitarem a “pugna em campo aberto”. Em nenhum momento eles saíram por estarem derrotados.
Levaram todas as armas, canhões e munições que puderam carregar e rumaram em direção ao Estado do Paraná. Na cidade de Foz do Iguaçu, combateram os legalistas por seis meses aguardando levante em outros estados. 6oo homens do Rio Grande do Sul apareceram para se somarem aos paulistas. Desarmados, sem munição, roupa, comida, desnutridos, foram ajudados pelos paulistas para juntos, continuarem combatendo.
A iminência do ataque das tropas do governo forçava uma situação. O general Rondom, com seu Exército de 10.000 homens fechava o cerco aos revoltosos dizendo estar com eles no fundo de uma garrafa e com a mão no gargalo.
O comandante supremo, general Isidoro, velho, passou o comando ao Miguel Costa dizendo - “passo então o comando ao Miguel” essa palestra foi assistida por diversos oficiais paulistas e gaúchos, Prestes inclusive [4]Do exílio na Argentina, Isidoro e Assis Brasil subsidiavam a revolução.
O Major Miguel Costa, comissionado General, criou dois destacamentos, o de São Paulo e o do Rio Grande do Sul. Esses destacamentos ficaram sob seu comando. Para não combaterem com a legalidade, a única opção era atravessarem pela República do Paraguai e ressurgirem em Mato Grosso. Quebrando assim o fundo da garrafa de Rondom. Após a travessia que durou cerca de dois meses, na fazenda Cilada, em Mato Grosso, no dia 10 de junho de 1925, O General Miguel Costa reorganizou a tropa. Essa reorganização se fez necessária pelo seguinte motivo: a marcha de um era diferente da marcha do outro. Assim, Miguel Costa criou o Estado Maior nomeando como chefe deste Estado Maior o líder dos revoltosos gauchos, Luiz Carlos Prestes e, como sub chefe, Juarez Távora. Jorge Amado, em seu livro, “O Cavaleiro da Esperança” escreveu que Luiz Carlos Prestes teria sido o idealizador e condutor da Grande Marcha. Essa argumentação é sustentada também por Anita Leocádia Prestes, em seu livro “A Coluna Prestes”. Isso é um grande equívoco. Nenhum deles havia previsto a marcha. A idéia de se levar o movimento ao interior do país, foi o que ocasionou essa marcha militar. Esse percurso de aproximadamente 25.000 quilômetros foi também realizado pela esperança da adesão de outros Estados à revolução. Isso não ocorreu e, durante dois anos, percorreram o solo pátrio. Em momento algum o General Miguel Costa transferiu o comando da Primeira Divisão Revolucionária a Luiz Carlos Prestes como alegaram Jorge Amado e Anita Leocádia. Eles disseram que o General Miguel Costa reconheceu em Luiz Carlos Prestes o gênio do fenômeno de exceção. Isso é uma grosseria e injustiça com o General Miguel Costa que nunca se importou (a não ser pela carta publicada em O Estado de São Paulo a 23 de agosto de 1959) com a designação Coluna Prestes. E Luiz Carlos nunca se importou que seu nome batizasse a Marcha. Esse Exército tem o nome oficial de 1ª Divisão Revolucionária.
O General Miguel Costa sempre, em todas as suas provas, obteve o primeiro lugar. Foi Campeão Sul Americano de tiro e hipismo. Foi aluno do Exército Instrutor Francês que esteve no Brasil para treinamento dos soldados da Força Pública na ocasião da primeira Guerra Mundial. O General Miguel Costa era grande tático e grande estrategista. Espírita, argentino por natureza, mas brasileiro por opção, desquitado, sem pais, oficial de polícia, não representava para a sociedade da época o mito que o povo esperava. Logo, por um acordo de conveniência, resolveram “elevar o nome do Prestes a altura de um verdadeiro líder, que polarizasse toda a chama da revolução. Surgiu então o “CAVALEIRO DA ESPERANÇA” o homem providencial pelo qual o Brasil anciava”[6] e deixaram em evidência o nome de Luiz Carlos Prestes que era do Exército, brasileiro, se encaixando melhor nos paradigmas populares.
O General Miguel Costa nunca foi comunista como alegaram seu opositores. Ao comunismo se converteu seu chefe do Estado Maior, Luiz Carlos Prestes. Miguel Costa era um reformador.
Em 1930, o General Miguel Costa foi convidado por Getúlio Vargas a compor o quadro do Exército Libertador, imediatamente aceitou a missão. Conduziu sozinho 12.000 homens. Com a renúncia dos cafeeiros, os revolucionários assumiram o Brasil e direcionam o País ao rumo da modernidade. Não fora a inteligência aliado ao espírito grandioso e humano de Miguel Costa, teria havido no Brasil, na cidade de Itararé, a maior batalha das Américas. Isso não ocorreu devido ao convite do General Miguel Costa ao General Paes de Andrada, comandante das forças fiéis ao governo. O General Miguel Costa revelou a Paes de Andrada seus planos de combate deixando claro a vitória esmagadora dos revolucionários sobre os legalistas.[7]Ao chegar em São Paulo, Miguel Costa foi aclamado pelo povo como um mito. Pregou a anistia, a liberdade, a justiça e a igualdade.
NAS BARRANCAS DO RIO PARANÁ
“Nos lindes acidentes do Paraná alguns milhares de compatriotas vão selando com o seu sangue o protesto contra a tirania!”
etores da sociedade, provocara uma crise sem precedentes.
Os tenentes sonhavam com um Brasil renovado pelo voto secreto, educação pública, moralidade administrativa, erradicação da miséria. Para isso era necessário libertá-lo dos grilhões da monocultura cafeeira.
Introdução
À 1h15 do dia 5 de julho de 1922, os canhões do Forte Copacabana, no Rio de Janeiro, anunciavam a primeira de uma sucessão de rebeliões que culminariam com a liquidação do domínio exercido pela oligarquia cafeeira sobre a vida nacional.
A submissão aos interesses do imperialismo inglês, e a conseqüente renúncia à industrialização do país, empurraram a oligarquia a um beco sem saída. Sua insistência na valorização artificial do café, à custas do empobrecimento dos demais.
A segunda onda revolucionária teria início em 1924, também na mesma data, 5 de julho. As guarnições do Exército da capital paulista e parte do contingente da Polícia Militar se insurgem. Com o apoio da população civil, assumem o controle da cidade, depois de quatro dias de combates. À frente do levante estão o capitão Joaquim Távora, veterano de 1922; o major Miguel Costa, do Regimento de Cavalaria da Polícia Militar; o coronel João Francisco Pereira de Sousa; o general reformado Isidoro Dias Lopes; e diversos tenentes e ex-alunos da Escola Militar de Realengo, que tiveram seu batismo de fogo na Revolução de 1922.
A 13 de julho levanta-se a guarnição federal de Sergipe, sob o comando do tenente Maynard Gomes. Dez dias depois, subleva-se o 27º Batalhão de Caçadores, sediado em Manaus. Os tenentes Alfredo Augusto Ribeiro Júnior e Magalhães Barata destituem os representantes do clã Rego Monteiro, e instituem um governo revolucionário. Em 26 de agosto é a vez da guarnição de Belém derrubar o governo estadual.
As rebeliões no Nordeste e Norte são dominadas pelo governo central, ainda no mês de agosto. Porém a revolução iniciada em São Paulo se estenderá por um período de quase três anos, marcando profundamente a vida política do país, preparando o advento da terceira e decisiva ofensiva revolucionária, em 1930. Sertões Paulistas
Durante os primeiros dias em que a luta era travada na cidade de São Paulo, os insurretos assumiram o controle de Rio Claro, Jundiaí e Campinas, através do 5º Batalhão de Caçadores e do 2º Grupo de Artilharia de Montanha, unidades respectivamente sediadas na primeira e segunda localidades.
A partir do dia 18 de julho, três destacamentos revolucionários foram lançados sobre os principais eixos ferroviários do estado. Sob o comando do capitão Otávio Guimarães, o primeiro destacamento seguiria pelas ferrovias Paulista e Mogiana, na direção Oeste, com o objetivo de neutralizar as penetrações governamentais vindas de Mato Grosso. O segundo, comandado pelo tenente João Cabanas, tomaria o rumo Norte, através da Mogiana, visando conter infiltrações procedentes do sul de Minas. O outro, chefiado pelo capitão Paulo Francisco Bastos, marcharia na direção Sul, pela Sorocabana, para impedir ou retardar a progressão de forças provindas do Paraná.
Essas providências foram decisivas para evitar o cerco da capital e manter aberto o caminho para a retirada das tropas revolucionárias – opção que, naquele momento, começava a afigurar-se como único meio de salvar São Paulo da destruição provocada pelo criminoso bombardeio levado a cabo pelas forças governistas. Apesar de não produzir baixas significativas entre as forças revolucionárias, o bombardeio, iniciado em 12 de julho, espalhava o pânico e a morte entre a população civil. Em dezesseis dias, mais de 1.800 edificações foram arrasadas, entre as quais uma centena de fábricas e estabelecimentos comerciais.
O destacamento de Otávio Guimarães – tenente do Exército, comissionado na função de capitão – dirigiu-se para a estratégica cidade de Bauru, ponto de convergência de três estradas de ferro, onde havia uma forte oposição disposta a prestar integral apoio aos revolucionários.
O inquérito realizado pela Polícia Militar de São Paulo atesta que a missão foi realizada com êxito. Diz o documento:
“Fazendo de Bauru o centro de suas proezas... mandara ocupar, desde logo, Agudos, Dois Córregos, Jaú e Bocaina, o que foi realizado com felizes incursões pelo civil dr. José Giraldes Filho, comissionado tenente... Determinou o delegado militar de Jaú a ocupação de Mineiros do Tietê e Bica de Pedra... Tomaram a Estrada de Ferro Douradense, cujos empregados, levados pela propaganda revolucionária, aderiram francamente ao levante, passando a obedecer o delegado militar de Jaú”.
A ameaça de infiltração de tropas paranaenses não se efetivou. Poucos dias depois o destacamento do capitão Paulo Francisco Bastos retornava a São Paulo. 3. A Coluna da Morte. O tenente João Cabanas, do Regimento de Cavalaria da Polícia Militar – denominada, na época, Força Pública Paulista – tinha um problema difícil de ser resolvido através dos meios convencionais de combate. À frente de um destacamento composto de 95 homens, sua missão era bloquear o general Martins Pereira, vindo de Minas ocupara Mogi-Mirim, Jaguari e Itapira com 800 soldados que compunham a vanguarda de sua tropa. Dispunha ainda a força invasora de 1.000 homens estacionados em Ribeirão Preto, e 1.200 que haviam atingido as cidades mineiras de Jacutinga e Pouso Alegre. O general tencionava atacar Campinas, fechando o cerco aos revolucionários na capital. que
Dispondo de poucos elementos para desestabilizar e fazer recuar uma tropa cujos efetivos totais chegavam a 3.000 homens, o tenente Cabanas deslocava-se com estudado espalhafato, tendo chegado a se valer de um trem especialmente preparado para parecer armado dos mais mortíferos engenhos militares da época. Na verdade, o veículo era uma réplica cenográfica do trem blindado utilizado semanas antes pelas forças revolucionária no ataque à estação de Vila Matilde, na cidade de São Paulo. No vagão da frente, um imponente e temível canhão de 155 mm. Só observando-o bem de perto se perceberia o logro. Segundo afiança o tenente, o artefato fora fabricado “com a melhor peroba produzida no solo paulista, enegrecida com algumas pinceladas de piche”. Assim, antes mesmo de ser atingido pelos disparos dos comandados de Cabanas em seus desconcertantes ataques, o general Martins Pereira era fustigado pela nascente lenda da Coluna da Morte.
Antecedido pela fama que começara a granjear, o batalhão do tenente Cabanas, em sua marcha para Mogi-Mirim, surpreendeu os ocupantes da cidade com arrasador telegrama endereçado a uma cidade vizinha:
“Seguimos madrugada, mil homens, seis peças de artilharia, vinte metralhadoras. Providêncie, urgente, alojamentos para tropa”.
Incontinenti a Coluna da Morte atacou e dominou as posições mais fracas do inimigo, em Jaguari e Itapira. Foi o suficiente para que o general governista ordenasse a desocupação de Mogi-Mirim, aliviando a pressão sobre Campinas.
Perdendo o respeito pelo adversário, Cabanas decidiu persegui-lo, marchando sobre Ribeirão Preto, onde conseguiu dispersar a força inimiga valendo-se dos mesmos métodos.
Contida a ameaça de infiltração das tropas de Minas, o tenente solicitou autorização para ampliar o raio de ação da Coluna da Morte. Pretendia acossar e dispersar as quatro brigadas formadas pelos próceres do PRP – Partido Republicano Paulista. Concentradas em Itapetininga e Sorocaba, essas forças irregulares, compostas de jagunços e peões capturados a laço, levavam o nome de seus ilustres organizadores: Washington Luís, Fernando Prestes, Júlio Prestes e Ataliba Leonel – respectivamente, o ex-governador, o vice-governador, o futuro governador e um senador estadual.
A autorização não foi concedida. Já a essa altura contando com 200 combatentes, a Coluna da Morte voltou-se então para Espírito Santo do Pinhal, onde o general Martins Pereira procurava reorganizar suas forças. Derrotado mais uma vez, o general abandonou no campo de batalha 1.200 fuzis, 14 caixas de munição de artilharia, duas metralhadoras pesadas e farta munição de infantaria.
O Papel da Imprensa Sob o impacto das investidas de Otávio Guimarães e João Cabanas, as autoridades revolucionárias comandaram também a ocupação de São Carlos, Araraquara, Jaboticabal, Limeira, Araras, Pirassununga e Descalçado. Batida no campo de batalha por modestos tenentes, a oligarquia cafeeira empenhou-se em estigmatizá-los através da imprensa.
Otávio Guimarães era apresentado como um celerado que saqueava, em proveito próprio, os cofres das estações ferroviárias, prefeituras e câmaras municipais. De Miguel Costa diziam que desviava produtos requisitados para suprimento das forças revolucionárias. Sob o título “Busca e apreensão na casa da irmã de um dos chefes dos bandoleiros”, o Correio Paulistano forjava, em 31 de julho, a prova do crime:
“O sr. dr. Edgard Botelho, delegado da 1ª circunscrição da capital... realizou ontem, às 13h, uma busca na casa da rua Tabatingüera, 84-A, residência da irmã do major Miguel Costa, chefe dos elementos sublevados da Força Pública Estadual, o ‘remodelador da moral republicana brasileira‘, onde apreendeu as seguintes mercadorias: 1 caixão de latas de sardinhas, 2 caixões de cebolas, 1 saco de milho, 2 caixões de sabão, 3 sacos de sal... 1 pneumático, 5 réstias de alho, 16 galinhas, 1 peru, 2 leitões, 15 latas de atum, 2 latas de pescada, 4 latas de leite condensado, 1 lata de vaselina... Um verdadeiro armazém!”. Já o tenente Cabono foi contemplado com pérolas do seguinte quilate:
“Na torva galeria dos malfeitores que a revolta engendrou destaca-se, num fundo rubro-negro, ora a rir como jogral num circo, ora a gesticular como epilético em paroxismo trágico, a figura do tenente Cabanas, da Força Pública de São Paulo”...Cabanas surgiu no ambiente lôbrego da revolta como seu mais perfeito símbolo. No cérebro onde se fluidificam vapores de insânia e de delírio perpassam-lhes como relâmpagos visões trágicas e grotescas... Para a execução dos planos sinistros e instantâneos que idealiza todos os meios lhe servem”.A síntese desses juízos foi expressa pelo Correio Paulistano, através do seguinte epíteto: “O famigerado João Cabanas, a alma danada da revolução”. Empenhavam-se os escribas em compor o perfil de um ser maligno, sanguinário ao extremo, que se comprazia em torturar prisioneiros cortando-lhes a língua e arrancando-lhes os olhos a ponta de espada. Em breve estariam circulando histórias de que Cabanas protegia-se das balas cobrindo-se com uma invulnerável capa negra que lhe fora presenteada pelo próprio Satanás. Alheio às maledicências, o tenente ultimava os preparativos para a realização de um plano de invadir o triângulo mineiro e marchar sobre Belo Horizonte, quando foi informado que os revolucionários começavam a retirar-se de São Paulo, devendo a Coluna da Morte tomar o rumo de Campinas, para alcançar o grosso da força revolucionária em deslocamento para Bauru. 5. Reorganização em Bauru. Às 22h do dia 28, as forças revolucionárias iniciaram a retirada estratégica pelo eixo ferroviário São Paulo-Campinas-Bauru. São treze composições ferroviárias, com quatorze a dezesseis vagões, cada uma delas, conduzindo homens e material bélico. Toda a tropa, seis baterias de artilharia com seus acessórios e munição, duzentos cavalos, metralhadoras pesadas, equipamento de infantaria e cavalaria, viaturas, tudo foi embarcado com incrível rapidez, sem dar chance ao inimigo de perceber o que estava acontecendo. Os trens correram com um sincronismo tal que não houve embaraço nas linhas, ao longo de vinte e quatro horas.
Os dias seguintes são dedicados à reorganização da tropa e à definição do plano de campanha para as novas condições de luta.
Os 3.000 homens, originários das unidades do Exército, Polícia Militar e Batalhões Patrióticos – formados por voluntários civis – são organizados em três brigadas, um regimento de cavalaria, um regimento misto de artilharia, escolta do QG e Estado-Maior.
O contingente militar do estado era de pouco mais de 11.000 homens, dos quais 7.538 da Polícia Militar e 3.700 do Exército. Cerca de um terço integravam agora as fileiras revolucionárias. Nos quartéis, pelo menos outro terço simpatizava abertamente com a revolução.
A 1ª Brigada, sob o comando do general Bernardo de Araújo Padilha, é composta pelo 1º e 2º Batalhão de Caçadores, chefiados pelos majores Luís França de Albuquerque e Tolentino de Freiras Marques. Padilha era coronel e comandava o 5º Batalhão de Caçadores, de Rio Claro.
O comandante do 2º Grupo de Artilharia de Montanha, de Jundiaí, tenente-coronel Olinto Mesquita de Vasconcelos, assume, no posto de general, a chefia da 2ª Brigada, integrada pelo 3º e 4º Batalhão de Caçadores, comandados pelos majores Juarez Távora e Nelson de Mello.
A 3ª Brigada, tendo à frente o general Miguel Costa, é composta pelo 5º, 6º e 7º Batalhão de Caçadores, respectivamente comandados pelos majores Coriolano de Almeida, João Cabanas e Arlindo de Oliveira.
O Regimento de Cavalaria tem no comando o general João Francisco. O Regimento Misto de Artilharia segue as ordens do tenente-coronel Newton Estilac Leal. O chefe do Estado-Maior do general Isidoro é o coronel Mendes Teixeira. Todos os oficiais investidos nas novas funções de comando foram promovidos a postos superiores aos que ocupavam quando o levante teve início. 6. Plano de Campanha. O plano de campanha previa o deslocamento da Divisão São Paulo para Porto Tibiriçá, última estação da Sorocabana, situada na margem esquerda do rio Paraná, divisa com o estado de Mato Grosso. Dali, a opção preferencial do general Isidoro, comandante da Divisão, era a de subir o rio e penetrar no Mato Grosso, através de Três Lagoas. A adesão da guarnição de Campo Grande, previamente comprometida com a revolução, propiciaria a ocupação de toda a região que corresponde hoje ao estado do Mato Grosso do Sul.O general João Francisco tinha uma opinião diferente. Acreditava que de Porto Tibiriçá as forças revolucionárias não deveriam subir o rio, mas descê-lo, invadindo os sertões paranaenses e ocupando a faixa que vai de Guaíra a Foz do Iguaçu, zona produtora de sólida situação estratégica. A razão principal da escolha se devia ao fato dessa posição favorecer uma futura junção com as forças revolucionárias do Rio Grande do Sul, em cuja insurreição o general depositava suas maiores certezas e esperanças. Em seu modo de ver, a abertura da nova frente renovaria e ampliaria as forças revolucionárias, criando as condições para que elas retomassem a ofensiva. Sem que isso ocorresse, o movimento, condenado à defensiva, acabaria por definhar.Prevaleceu, no entanto, nesse primeiro momento, a opção por Mato Grosso. Foram então mobilizadas as unidades que deveriam dar cobertura ao deslocamento da coluna. 7. Porto Tibiriçá
Otávio Guimarães dirigiu-se para Araçatuba, com 150 homens. Sua missão era fixar no terreno as forças do general governista Nepomuceno Costa, até que fosse completada a entrada de toda a tropa em Mato Grosso. Para a realização da marcha de Bauru até Porto Tibiriçá, era preciso dar uma volta, recuando para Botucatu, até Rubião Júnior, e depois avançando pelo ramal da Sorocabana que passa por Avaré, Ourinhos, Presidente Prudente e Presidente Epitácio.
O Batalhão Cabanas toma então posição em São Manoel e nos arraiais de Toledo, Redenção e Igualdade – na direção de Dois Córregos. O Batalhão Távora segue para Botucatu. A missão de ambos é impedir que as forças do general Azevedo Costa embaracem a progressão da Divisão.
No dia 31 de julho inicia-se o deslocamento, na seguinte ordem: Brigada Padilha, Brigada Mesquita, Cavalaria do general João Francisco, QG, Brigada Miguel Costa. Às 22h do dia seguinte estava terminado o escoamento de todas as unidades em Rubião Júnior. Às 23h, embarcam na esteira do grosso o Batalhão Távora, seguido pelo Batalhão Cabanas, designado para fazer a retaguarda.
Através da longa travessia os revolucionários são estimulados pelo entusiasmo da população. Avaré, Cerqueira César, Ourinhos, Salto Grande vibram com a sua passagem.
Em 5 de agosto chegam a Assis. São recebidos com festas e missa campal – naquele dia se comemorava um mês de luta revolucionária. Foi realizado um comício e editado o primeiro número do jornal O Libertador, que teria mais quatro edições produzidas naquela cidade.
A 6 de agosto, a vanguarda da Divisão, composta pela Companhia Gwyer, do 1º Batalhão de Caçadores, reforçada por uma seção de metralhadoras, atinge Porto Tibiriçá. Num ataque relâmpago aprisiona os vapores Guaíra, Paraná, Rio Pardo, Brilhante e Conde de Frontim.
Na retaguarda, comandando um batalhão composto de 380 praças, bem armados e municiados, quatro metralhadoras pesadas e uma peça de artilharia, o major Cabanas dinamita pontes e provoca obstruções na via férrea, para retardar a marcha das forças que vêm no encalço da coluna. Em seu relato, ele considera que esse trabalho foi facilitado pela “anarquia nas tropas governistas”. Uma das razões que aponta é a seguinte:
“Na minha estadia em Mandurí, recebia informações detalhadas do que se passava em Avaré. Nesta cidade pararam os comboios que conduziam a vanguarda da perseguição,,, cujos oficiais faziam preceder os respectivos trens de alguns vagões repletos de prostitutas, requisitadas a 100 mil-réis, diários e por cabeça, recrutadas nos bordéis de Sorocaba e Botucatu”.
Vencendo duas escaramuças, em Salto Grande e Indiana, e dois combates de maior vulto, em Santo Anastácio e Cayuã, o Batalhão Cabanas atinge Porto Tibiriçá, no dia 13 de setembro.
Nos 38 dias decorridos entre a chegada da vanguarda da Divisão e de sua retaguarda ao rio Paraná, amarcha dos acontecimentos ditou a alteração dos planos revolucionários. Fracassara a invasão do Mato Grosso. Todas as esperanças voltavam-se para a conquista de Guaíra.
A Conquista de Guairá
O Batalhão Távora fora batido, em 18 de agosto, na margem mato-grossense do rio Paraná, quando tentava ocupar Porto Independência, passo preliminar para a conquista da cidade de Três Lagoas.
Conta o seu comandante que o batalhão fora “reforçado pela Companhia Gwyer e Companhia Azhaury, ambas do 1º Batalhão de Caçadores, e uma seção de artilharia comandada pelo capitão Felinto Muller, somando um efetivo global de 570 homens”.
A tropa era numerosa e experiente. No entanto, sofreu um grave revés, conforme relata o major Távora:
“Deixava o Batalhão, no campo de combate, entre mortos, feridos e prisioneiros, um terço de seu efetivo, aí incluídas as duas seções de metralhadoras pesadas”.
Uma semana depois da trágica investida, começa a descida do rio Paraná. O plano é escoar a Divisão em escalões sucessivos, em direção à Guaíra.
A vanguarda, sob o comando do general João Francisco, é composta pelo 3º e 4º Batalhão de Caçadores, da Brigada Mesquita de Vasconcelos, reforçada por uma seção de artilharia montada e um piquete de cavalaria. O 3º Batalhão de Caçadores, debilitado pelas baixas sofridas em Mato Grosso, fora reorganizado, absorvendo a Companhia Azhaury que antes integrava o 1º Batalhão.
Embarcada em três navios e um pontão, a expedição aprisiona, no dia 26 de agosto, a lancha Iguatemi, da Companhia Mate Laranjeira, que conduzia uma patrulha governista.
Os prisioneiros informam que o capitão Dilermando Cândido de Assis, responsável pela defesa de Guairá, mantinha 200 homens em Porto São José, na margem paranaense do rio, três léguas abaixo da foz do Paranapanema - divisa do estado de São Paulo. Na outra margem, o grileiro Quincas Nogueira dominava Porto São João. Nogueira era um homicida disputado pela Justiça do Rio Grande do Sul, de Rosário – Argentina – e Santa Rosa – Uruguai. Fugira da cadeia de Corrientes, em outubro de 1913, instalando-se nos ervais mato-grossenses. O governo, em seu esforço de guerra, concedera-lhe a patente de tenente-coronel da reserva do Exército.
A força revolucionária dividiu-se para enfrentar a nova ameaça – um destacamento continuaria pela via fluvial, outros seguiriam por terra, para surpreender os elementos governistas entrincheirados nas duas margens do rio Paraná.
A iniciativa valeu a conquista de Porto São João, em 30 de agosto, e Porto São José, no dia seguinte.
Em 14 de setembro, após um confronto com as forças do capitão Dilermando, na ilha do Pacu, os revolucionários conquistam Guaíra. Haviam descido 200 km do rio Paraná, em 20 dias. Percorreriam outros tantos, nas duas semanas seguintes.
Preparando a Frente Sul
A cidade era uma sólida cabeça-de-ponte para a concentração do grosso revolucionário no sudoeste paranaense. O escalão de vanguarda tratou logo de alargá-la, ocupando Porto Mendes, situado 60 km abaixo de Guaíra – nesse mesmo trecho, paralela ao rio corria a estrada de ferro da empresa Mate Laranjeira. No dia 15 de setembro, a Companhia Azhaury ocupou também Porto São Francisco, 20 km ao sul de Porto Mendes.
Acometido de pneumonia dupla, o capitão Azhaury de Sá Brito morreria poucos dias depois. Azhaury era tenente, no 5º Regimento de Infantaria, de Lorena. Enviado para combater a rebelião na capital paulista, levantara sua companhia integrando-a as hostes revolucionárias.
A 26 de setembro, depois de haver ocupado Porto Britânia, o 3º Batalhão de Caçadores chega a Foz do Iguaçu, fazendo o percurso através de picadas que margeiam o rio Paraná. Nessa cidade se realiza, em 5 de outubro, o encontro longamente esperado pelo general João Francisco. Emissários estabeleciam contato com a Divisão, a fim de coordenar os esforços para promoverem um levante de grande envergadura no estado do Rio Grande do Sul.
Para a abertura da nova frente, o general João Francisco acreditava poder contar com diversas unidades do Exército situadas nas fronteiras sul e oeste daquele estado. Além disso, esperava também a adesão dos generais maragatos e seus lendários cavaleiros. Embora agindo cada qual por conta própria, os chamados caudilhos manifestavam especial consideração pelas opiniões do Dr. Assis Brasil, chefe da Aliança Libertadora.
João Francisco nascera e se formara nas lides da fronteira gaúcha. A adaga da qual não se afastava, sempre visível entre o cinturão e a túnica, não deixava dúvida quanto às suas origens. Sobrevivente da Guerra Federalista de 1893, cavalgara com os chefes maragatos.
A delegação que acabara de chegar para a reunião confirmava as suas expectativas. Ao lado do tenente Siqueira Campos, herói do Forte Copacabana, sentavam-se os majores maragatos Alfredo Canabarro e Anacleto Firpo, representando os generais Honório Lemes, Zeca Neto e o Dr. Assis Brasil. A situação, segundo eles, estava madura. A rebelião poderia ser iniciada em menos de um mês. Esperavam apenas a manifestação da Divisão Paulista sobre a oportunidade de deflagrá-la. Chimangos e Maragatos
No final do século 19, uma profunda divisão entre os gaúchos dera origem a sangrentas disputas.
Os chimangos detinham o controle do governo do estado, desde a proclamação da República, com Júlio de Castilhos e, em seguida, Borges de Medeiros.
Nas eleições presidenciais de 1922, o chefe do Partido Republicano Rio-Grandense marchara contra a candidatura oficial, sustentada pela oligarquia paulista. Visando enfraquecê-lo, os maragatos apoiaram o candidato oficial, Artur Bernardes, e lançaram Assis Brasil ao governo do Rio Grande do Sul.
Contestando o resultado das eleições ao governo do estado, iniciaram os maragatos, em janeiro de 1923, uma rebelião armada para derrubar Borges de Medeiros.
O governo federal escusou-se de intervir na contenda, permitindo que ela se aprofundasse. Em seguida, passou a costurar um pacto segundo o qual os partidários de Assis Brasil aceitariam que Borges concluísse o mandato, em troca de não mais poder submeter sua candidatura à reeleição.
O Pacto de Pedras Altas, celebrado em dezembro de 1923, no entanto, não pacificou o Rio Grande.
Acreditando que a oligarquia paulista havia estimulado sua rebelião com o intuito de utilizá-la em benefício próprio, como instrumento para submeter Borges de Medeiros, os maragatos estavam dispostos a voltar suas armas contra ela.
Isidoro desautoriza João Francisco
O general João Francisco não perde tempo. No dia 8 de outubro, os emissários estão de volta. Em sua companhia viaja o major Távora. O general Mesquita, que havia transferido o comando da 2ª Brigada ao tenente-coronel Estilac Leal, assumindo a função de superintendente-geral do Serviço de Transporte, também foi mobilizado para uma operação delicada: a de transportar os recursos financeiros para a aquisição de armas e munições necessárias aos revolucionários gaúchos.
Dias depois as providências tomadas por João Francisco dão origem a um sério desentendimento entre ele e o general Isidoro.
O grosso da Divisão ficara sitiado por vários dias nas ilhas situadas pouco acima de Porto São José, perdendo o contato com a vanguarda. Os combates travados produziram muitas baixas – a principal delas foi a perda completa do 7º Batalhão de Caçadores.
Além de defrontar-se com o inimigo tradicional, os revolucionários eram castigados por um novo adversário ao qual não estavam ainda adaptados, e que assim foi descrito pelo tenente Cabanas:
Dormir alguém em uma ilha, embora respirando a fragrância de flores desconhecidos ou embalado pelo rumorejar das águas é quase um sacrifício; nuvens de mosquitos em formação aérea de combate nos atacam aos grupos... Depois os carrapatos de diversos físicos... Além, a infantaria das formigas, num desfilar incessante, ferrão em riste... as urtigas, a unha de gato, a tiririca, o agulheiro de taquaruçu, o vespeiro que aprece ao quebrar-se um galho, as aranhas monstruosas, a taturana, a manada furiosa de queixadas e caetetus, o bicho do pé que aos milhares irrompem dos excrementos do tapir.
Em razão desses percalços, só em 20 de outubro o general Isidoro consegue chegar a Guairá e Porto Mendes, onde se-encontrou com João Francisco, pela primeira vez, desde que este partira de Porto Tibiriçá.
A discussão foi áspera. João Francisco argumenta que a situação do Rio Grande do Sul exigira uma decisão rápida. Isidoro contesta, considera especialmente absurdo o fato de ele haver utilizado três quartas partes dos recursos financeiros da revolução numa “aventura”.
Isidoro envia depois uma carta a João Francisco informando que vai desautorizar suas iniciativas junto aos revolucionários gaúchos. Ele diz:
Vou agir e deliberar de acordo com o meu modo de ver e vou também entender-me diretamente com os amigos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande, a fim de combinarmos uma ação conjunta.
Antes que João Francisco possa ler a missiva, estoura o levante no Rio Grande do Sul.
Insurreição no Rio Grande do Sul
No dia 29 de outubro, o primeiro manifesto das forças revolucionárias anunciava a eclosão da revolução no estado:
“Hoje... levantam-se todas as tropas do Exército das guarnições de Santo Ângelo, São Luís, São Borja, Itaqui, Uruguaiana, Alegrete, Santana, Dom Pedrito; Jaguarão e Bagé; hoje, irmanados pela mesma causa e pelos mesmos ideais, levantam-se as forças revolucionárias gaúchas de Palmeira, de Nova Wuertemburg, Ijuí, Santo Ângelo, e de toda a fronteira até Pelotas. E hoje entram em nosso estado os chefes revolucionários Honório Lemes e Zeca Neto, tudo de acordo com o grande plano organizado”.
O plano previa o levante simultâneo das unidades do Exército e dos chefes maragatos. O objetivo era formar duas colunas, a do Sul e a do Oeste, que marchariam, respectivamente, sobre Santa Maria e Cruz Alta. Realizadas essas operações, as forças revolucionárias se deslocariam para o Norte, visando a capital da República, batendo de passagem as tropas que pressionavam a Divisão São Paulo, no Iguaçu. A movimentação dentro do Rio Grande do Sul deveria realizar-se com a máxima rapidez, para reduzir ao mínimo o contato com as forças de Borges de Medeiros, a fim de concentrar o esforço revolucionário contra o governo federal e seu sustentáculo, a oligarquia cafeeira.
Nem tudo correu conforme o esperado.
Na zona oeste, o capitão Luís Carlos Prestes e o tenente Mário Portela Fagundes sublevaram o Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo. O tenente João Pedro Gay levantou o 3º Regimento de Cavalaria Independente, de São Luís Gonzaga das Missões. Os tenentes Siqueira Campos e Aníbal Benévolo assumiram o controle de São Borja, levantando o 2º Regimento de Cavalaria Independente. Porém a guarnição de Itaqui, situada entre São Borja e Uruguaiana, não aderiu à revolução. A ofensiva sobre Itaqui, para consolidar o controle sobre o Oeste, desarticulou parte importante das forças revolucionárias de São Borja, custando a vida do tenente Benévolo.
Na fronteira sul, apenas Uruguaiana cerrou fileiras com a revolução. O major Távora e o tenente Edgard Dutra foram os responsáveis pelo levante do 5º Regimento de Cavalaria Independente, que guarnecia a cidade.
Violentos combates, na faixa da fronteira uruguaia, arrastaram-se durante dois meses. As forças revolucionárias, compostas pelos gaúchos dos generais Honório Lemes e Zeca Neto, pelo 5º Regimento de Cavalaria, de Uruguaiana, e uma seção do Regimento de Artilharia a Cavalo, de Alegrete, acabaram se chocando pesadamente contra os corpos provisórios que constituíam a nata da força militar chimanga. Reunindo cerca de 10.000 homens, agrupados em cinco brigadas, essas unidades tinham entre seus principais organizadores Flores da Cunha, Osvaldo Aranha, Paim Filho, Claudino Nunes Pereira e Getúlio Vargas.
As forças que marcharam unidas, a partir do Rio Grande do Sul, seis anos mais tarde, para promover a Revolução de 30, se defrontavam, naquele momento, no campo de batalha.
A Revolta do Encouraçado São Paul A insurreição no Rio Grande do Sul foi um chamamento para que outras ações revolucionárias fossem desencadeadas.
No dia 5 de novembro, o encouraçado São Paulo se revolta seguido pelo contratorpedeiro Goiás. Atacados pelos canhões das fortalezas de Santa Cruz e Copacabana, o Goiás se rende. O São Paulo contra-ataca e silencia as duas fortalezas. Os 600 marinheiros revolucionários comandados pelo tenente Hercolino Cascardo, apoiado por seis tenentes, haviam tido grande dificuldade para dominar o navio, em razão da resistência oferecida por parte da tripulação que navega, agora, devidamente trancafiada: praças e sargentos no paiol, os oficiais em seus respectivos camarotes.
O São Paulo e o Minas Gerais, duas das mais potentes belonaves da época, eram o orgulho da Marinha. Para o povo, constituíam-se num importante símbolo das nossas potencialidades. Por seis dias, o encouraçado rebelado navegou seguido da esquadra capitaneada pelas Minas Gerais. Ambos evitaram o duelo que poderia pô-los a pique. A 11 de novembro o São Paulo fundeou em Montevidéu. Metade dos marinheiros sublevados por Cascardo decidem juntar-se às forças revolucionárias em luta no Rio Grande do Sul.
Poucos dias depois, a 15 de novembro, na residência do major Martins Gouveia de Feijó, rua Cabuçu, número 58, a polícia apreendeu grande número de bombas de 10 e 15 kg fabricadas com dinamite. Foram detidos também o Capitão Costa Leite e o farmacêutico João Ferreira Chaves. A rede revolucionária, na capital da República, era extensa, possuindo bases sólidas no 15º Regimento de Cavalaria, 1º Batalhão de Engenharia, Regimento de Artilharia de Montanha, Companhia de Carros de Assalto e Escola Militar de Realengo.
A 4 de janeiro dezenas de prisões desarticularam, em São Paulo, a execução do plano revolucionário de atacar o edifício da Imigração, transformado em cárcere político. Lá se encontravam presos o general Ximeno de Villeroy e o major Arlindo de Oliveira - genro do general João Francisco e comandante do 7º Batalhão de Caçadores da Brigada Miguel Costa. O plano previa o ataque simultâneo ao Comando Geral da Polícia Militar, Polícia Central, QG do Corpo de Bombeiros, por ex-oficiais de Itu, membros da Polícia Militar e civis.
Até o final de 1926, as tentativas de promover novos levantes em apoio à ação do exército revolucionário não cessaram, lotando as cadeias com milhares de presos políticos, dos quais 1.200 foram enviados para a Colônia Agrícola da Clevelândia, situada no Oiapoque, divisa com a Guiana Francesa. Só 179 saíram de lá com vida.
Nas Trincheiras de Catanduvas
Desde a ocupação de Guairá, o general João Francisco promovia o alargamento da cabeça-de-ponte conquistada não só em direção à Foz de Iguaçu. Logo nos primeiros dias um pelotão de cavalaria era lançado, rumo leste, pela estrada carroçável que liga Porto São Francisco à Catanduva.
O arraial encravado no alto da serra, única via de penetração direta do planalto para o cânion do médio Paraná, estava situado sobre a estratégica rodovia que liga Guarapuava a Foz do Iguaçu.
Progredindo por essa rodovia, em direção à Guarapuava, o pelotão ocupou a localidade de Lopeí, a 90 km da barranca do rio Paraná.
Posteriormente, o 4º Batalhão de Caçadores, comandado pelo major Nelson de Mello, estendeu o domínio sobre a rodovia, atacando as forças governistas em Formigas. Estas recuaram, indo entrincheirar-se na Serra do Medeiros, defronte à localidade de Belarmino.
Em Belarmino foi fixada a 2ª Brigada, com dois batalhões de Infantaria, reforçados pelo regimento de cavalaria e uma seção de artilharia. O posto de comando foi instalado em Isolina, na estrada Iguaçu-Cascavel. Também na mesma carroçável, situada atrás das linhas revolucionárias, duas seções de artilharia, enfermaria, intendência e oficina mecânica reforçavam as unidades sob comando de Estilac Leal. A localidade era conhecida pelo nome de Depósito Central.
Em Foz do Iguaçu instalou-se o QG da Divisão. Em Guaíra, a Brigada Padilha. Entre Porto Mendes, Porto São Francisco e Santa Helena, a Brigada Miguel Costa.
Uma picada que vinha em curva de Guarapuava até Porto Mendes, cruzando o rio Piquiri e deixando Catanduvas à sua esquerda, expunha o flanco revolucionário. A 23 de outubro, o Batalhão Cabanas foi incumbido de guarnecê-lo. O ponto em que a picada cruzava o Piquiri, situado 32 léguas a leste da margem do Paraná, ficava dentro dos ervais do latifundiário argentino Júlio Allica. Em regime de trabalho escravo, cerca de 1.000 mensus - paraguaios contratados como mensalistas - eram ali violentamente explorados. Cabanas libertou-os depois de aplicar uma “surra de espada” no capataz Santa Cruz, cunhado de Allica. O capataz e os jagunços foram expulsos do local. Cerca de 200 trabalhadores incorporaram-se ao 6º Batalhão de Caçadores – esses homens, afeitos ao serviço de abertura de picadas, seriam de grande importância nas futuras ações do batalhão. A partir desse episódio a Companhia Mate Laranjeira, concorrente de Allica na região, redobrou a deferência que passara a dispensar aos revolucionários desde que estes haviam ocupado localidades e portos vitais para a companhia.
A região sob domínio das forças revolucionárias no sudoeste paranaense possuía área equivalente ao território da Suíça. A produção interna e a fronteira com dois países, Paraguai e Argentina, tornava viável as possibilidades de abastecimento.
A única mudança significativa nas posições ocupadas pela Divisão São Paulo foi o recuo da linha avançada, de Belarmino para Catanduvas, no início do mês de janeiro, após combates iniciados em 15 de novembro.
A Guerra de Posição O general Cândido Rondon, comandante da guarnição militar dos estados de Santa Catarina e Paraná, assumira o comando geral dos 12.000 homens das forças governistas mobilizadas para combater os revoltosos.
Nos seus 43 anos de vida militar, o general havia obtido respeito e admiração de seus patrícios pelo trabalho pioneiro que desenvolvera como pacificador de indígenas e desbravador de uma imensa área do território nacional, enquanto cumpria a extenuante missão de estender 2.270 km de linhas telegráficas através da região amazônica.
Em 1922, Rondon havia apoiado Nilo Peçanha contra Bernardes, nas eleições para presidente da República, tendo inclusive chegado a participar das articulações que visavam impedir a posse do segundo por meios insurrecionais, conforme relata o general Flores da Cunha:
“Posso depor quanto à participação ativa dos republicanos rio-grandenses para articular um movimento violento contra o governo da República e o candidato por ele sustentado. Dentre outros recebi em Uruguaiana visitas alternadas dos generais Cândido Rondon, Ximeno de Villeroy e o tenente Adalberto Moreira, recomendados pelo dr. Borges de Medeiros... Dos visitantes era o general Rondon o mais reservado, sem ocultar entretanto a mais formal repulsa aos processos de compressão praticados com flagrante desvirtuamento do regime republicano”.
Assim como Borges de Medeiros, Rondon recuara dessa posição. Os insurretos, porém, mantinham a expectativa de que o general não se deixaria usar pela oligarquia cafeeira a ponto de assumir o comando da ação repressiva. Foi com pesar que eles viram essa esperança se desvanecer.
O plano de Rondon para enfrentá-los era aumentar gradativamente a pressão sobre as linhas revolucionárias, acumulando o maior número possível de homens e armamento, a fim de forçá-los a retroceder, passo a passo, em direção às fronteiras da Argentina e Paraguai, onde pretendia encurralá-los e obrigá-los a escolher entre a rendição e o exílio. Punha em prática a doutrina da guerra de posição, adotada amplamente na 1ª Guerra Mundial. Desde 1920, a Missão Militar Francesa, comandada pelo general Maurice Gamelin, repassava aos militares brasileiros sua comprovada experiência nessa matéria.
Reveses em Alegrete e Itaqui em 29 de outubro, quando estourava a rebelião nos quartéis do Rio Grande, o tenente João Alberto, servindo no 3º Regimento de Artilharia a Cavalo, de Alegrete, estranhou que o comandante de sua unidade, ao invés de dominar a força policial e assumir imediatamente o controle da cidade, tenha ordenado o seu deslocamento, com uma seção do regimento, até a ponte sobre o rio Capivari. O objetivo era guarnecer a posição até a chegada do trem que viria transportando forças do 5º Regimento de Cavalaria Independente de Uruguaiana, mobilizadas pelo major Távora para promover a ocupação de Alegrete.
Chegando às imediações cidade, na madrugada do dia 31, com 300 homens, o tenente João Alberto e o major Távora são surpreendidos pela violenta reação de uma tropa composta de 1.000 homens, comandados pelo dr. Osvaldo Aranha. Vindos de Santa Maria e Quarai, esses integrantes dos corpos provisórios, haviam ocupado Alegrete.
Depois de renhido combate, a força atacante recua, dividida em duas metades que perdem contato entre si. Separadamente, João Alberto e Távora conseguem chegar a Uruguaiana depois de diversas peripécias – o primeiro na noite do dia 31, o segundo dois dias depois.
Mal acabara de repousar, uma ligação telefônica informa ao major Távora que Siqueira Campos e Aníbal Benévolo iam atacar Itaqui, na madrugada do dia 4, e pediam o seu apoio. Acompanhado dos tenentes Edgard Dutra e João Alberto, ele parte para a região, com um destacamento de 200 homens. Porém as duas forças não conseguiram estabelecer contato. Diz ele:
“Como na manhã seguinte nenhum indício do ataque anunciado fosse observado, resolvi retornar a Uruguaiana, onde a situação não me parecia muito segura”. O desencontro foi fatal. Vindo de São Borja, com um esquadrão de 140 homens do 2º Regimento de Cavalaria Independente, Siqueira Campos estava nas proximidades de Itaqui, aguardando reforços para desfechar o ataque. A defesa da cidade, que sediava o 4º Grupo de Artilharia a Cavalo, fora acrescida de 400 provisórios comandados por Osvaldo Aranha, que rapidamente se deslocara de Alegrete e pela segunda vez se interpunha no caminho de seus futuros aliados. De Santiago, marchava outro contingente de provisórios, para imprensar a força atacante entre dois fogos. As unidades do Batalhão Ferroviário, mobilizadas de São Luís em seu socorro, pelo tenente Mário Portela Fagundes, não puderam evitar o desastre.
O tenente Benévolo, que cobria a retaguarda de Siqueira, com 70 combatentes, resiste por três horas ao ataque do adversário, até tombar sem vida. Siqueira e Portela retiram-se para o rio Ibicuí, 30 km ao sul. Na iminência de serem cercados, dispersam a tropa em pequenos grupos que retornam cavalgando para São Borja ou se internam nas matas do rio Uruguai, visando atravessá-lo, para chegar à Argentina. Ao atingir a margem, o grupo de 54 homens que seguia com Siqueira não encontra embarcação disponível. O tenente Mário Portela Fagundes, relata o desfecho do episódio:
Siqueira estava, porém disposto a salvar as suas tropas...E resolveu então praticar um gesto que o deixou altamente dignificado perante os companheiros que já se haviam habituado a admirar-lhe a valentia... tomou um pneumático, amarrou-o ao peito e atirou-se sozinho às águas do Uruguai, frias e revoltas... Após duas horas e meia de natação entre piranhas e jacarés, Siqueira atingiu a margem e trouxe uma chalana que fez várias viagens, até que todos os homens alcançassem a margem portenha” O Leão de Caverá
O general Honório Lemes chegara a Uruguaiana no dia 30 de setembro, pouco antes de o major Távora haver partido para a frustrada missão em Alegrete. Veio acompanhado de 550 cavaleiros gaúchos, agrupados em três corpos. Poucos dias depois, um emissário de Santana do Livramento transmitiu-lhe o pedido de oficiais do 7º Regimento de Cavalaria Independente, ali sediado, para que aproximasse sua tropa da cidade, pois a presença da 2ª Regimento da Brigada Militar, impedia que eles assumissem o controle da localidade, sem o reforço solicitado.
O 5º Regimento de Cavalaria Independente, comandado pelo tenente Ambirre Cavalcanti, comissionado tenente-coronel, foi integrado à tropa chefiada pelo general Honório Lemes. O major Távora tornou-se o chefe de seu Estado-Maior. A coluna iniciou a sua marcha no dia 5, com 1.000 cavaleiros e 2.000 cavalos de remonta.
Na manhã do dia 8, quando se preparava para deixar o acampamento de Guaçu-Boi, 10 léguas a leste de Alegrete, os corpos provisórios, sob o comando de Flores da Cunha, atacaram. A marcha noturna realizada pelo general Honório por atalhos desconhecidos, para encobrir a posição da coluna, fora detectada pela força atacante. Colhidas de surpresa, as tropas não conseguem organizar-se para o confronto.
Conta o tenente João Alberto:
“O chão estava coberto de objetos diversos que caíam das carroças viradas. Instrumentos de música, bombos, sanfonas, cornetas, misturavam-se a lanças barracas e panelas... Honório galopava de um lado para o outro, no meio das balas, gritando: ‘estende linha, estende linha’ “.
A derrota foi dura. Restaram da antiga coluna menos de 200 homens. A maioria havia se dispersado para evitar o massacre, inclusive o tenente João Alberto, que retorna com um grupo para Uruguaiana e atravessa a fronteira argentina.
Mas Honório Lemes dá uma prova de porque merecera o título de Leão de Caverá. Penetrando naquela região, se reabastece e recompõe o seu exército, em menos de uma semana.
No dia 15, a coluna, com 800 homens, já está em marcha para a Estação de Remonta do Exército, em Saíça. Depois de dominar a guarnição, o general Honório armou uma emboscada contra o reforço de 300 provisórios que se deslocara de Rosário para o posto de remonta.
No dia 18, a coluna chega a Cacequi e destrói a estação telegráfica local. Honório Lemes manobrava para atrair em sua perseguição o 2º Regimento de Cavalaria da Brigada Militar, estacionado em Santana do Livramento. O coronel Januário Correia aceita o desafio. As duas colunas manobram, cada qual procurando despistar e envolver a oponente.
No dia 22, o general Honório envia o major Távora a Santana do Livramento, com a missão de alertar o 7º Regimento de Cavalaria de que atacaria a cidade no dia 24. Mas, no último momento, decide emboscar o coronel Januário, no desfiladeiro da Conceição. Na manhã de 23 de novembro, travou-se ali um sangrento combate, do qual saíra ferido o coronel Januário Correia, perdendo Honório seus dois melhores comandantes de corpo – os coronéis Catinho Pinto e Teodoro de Meneses.
Desfalcado de seus efetivos, o general maragato, rumando para Caçapava e depois para Camaquã, reuniu suas forças às do general Zeca Neto. Após muitas correrias, marchas e contramarchas destituídas de objetividade estratégica, sem munição e acossados pelos provisórios, emigram ambos, com os remanescentes de suas forças, para o Uruguai.
Protetor de Chimango Isolado em Santana do Livramento, o major Távora decide atravessar a rua que separa aquela cidade de Rivera, sua vizinha no Uruguai. Considerando esgotado seu papel na Frente Sul, o major prepara-se para retornar ao oeste paranaense. Antes, porém, faz uma visita à octogenária mãe de seu comandante de Brigada, durante a descida do Rio Paraná, o general João Francisco.
Ao apresentar-se, conta ele, foi “brindado com a seguinte declaração”:
- Já conheço a sua fama de protetor dos chimangos.
Perguntei-lhe meio perplexo porque me atribuía tal fama.
- Porque o senhor acha que os chimangos podem degolar os soldados maragatos, mas nossos maragatos não podem degolar os chimangos...
O major Távora lembrou-se então que após a emboscada contra os provisórios em Saicã, percorrendo o campo de batalha, ele verificara, com tristeza, que alguns adversários vencidos haviam sido degolados pelos vencedores. Protestara junto ao general Honório e dissera que não se sentiria à vontade como chefe do Estado-Maior de sua coluna se ele não fixasse uma proibição terminante àquele tipo de prática. Evidentemente, sua reprovação era extensiva aos atos de mesmo teor praticados pelas tropas adversárias, como o perpetrado em Los Galpones, ali nas proximidades de Rivera, quando sete marinheiros do encouraçado São Paulo, entre os quais um sobrinho do dr. Assis Brasil, haviam sido degolados ainda em território uruguaio. O desfecho de seu relato porém mostra que a velhinha era dura na queda:
“Meu esclarecimento não pareceu demover a senhora Pereira de Sousa de seus pontos de vista, pois treplicou-me, sem pestanejar:
- Aí é que está o seu engano. O senhor pode fazer chegar o seu pito aos nossos soldados, por intermédio do general Honório. Mas não pode fazer o mesmo aos chimangos por intermédio de sinhô Cunha e outros de seus comandantes de degolas.
Achei mais prudente calar-me para pôr termo ao incidente”.
A Guerra de Movimento as derrotas em Itaqui e na fronteira uruguaia levaram as forças revolucionárias a concentrar-se na região de São Luís Gonzaga das Missões, distante 150 km da estrada de ferro mais próxima. Acampadas ali, duas unidades do Exército e centenas de gaúchos aguardavam a chegada dos remanescentes dos destacamentos que, abaixo do rio Ibicuí, haviam cometido a imprudência de reeditar aquilo que se pretendia evitar: as velhas peleas entre chimangos e maragatos.
João Alberto retornara da Argentina por São Borja. Permanecera fora do país apenas o tempo necessário para embarcar num trem e descer na cidade fronteiriça de São Tomé. De São Borja parte para São Luís, com 200 combatentes, originários do 2º Regimento de Cavalaria Independente, que iriam constituir-se no núcleo do 2º Destacamento, a força que estaria sob seu comando, na marcha da Divisão Rio Grande para o Paraná.
Poucos dias depois chegava Siqueira Campos. O grande desafio, segundo relata João Alberto, era “transformar os insucesso e malogros de grupos desordenados em organização militar disciplinada, eficiente...”. A maior dificuldade era convencer os coronéis, majores e capitães maragatos a se enquadrarem numa estrutura militar única, combatendo de acordo com um plano estratégico geral, dentro do qual cada unidade tinha o seu papel determinado a cumprir.
Aos poucos os jovens tenentes foram superando os obstáculos, ajudados por figuras como o major Nestor Veríssimo, que aceitou o encargo de subcomandante do 2º Destacamento.
Outro dos gaúchos que mais contribuíram para o êxito dessa empreitada foi o coronel Luís Carreteiro, do qual João Alberto apresenta um significativo retrato: Era aproximadamente da minha altura (1,80), mas cheio de corpo. Bigode e barba. Cabelos abundantes e grisalhos. Tez escura, denotando mestiçagem... Trajava espetacularmente. Prendia as suas amplas bombachas de pano riscado um cinto largo, cheio de medalhas e enfeites de prata, que lhe caíam sobre as botas pretas, novas e altas, de sanfona. Esporas de prata com correntes e grandes rosetas tilintastes anunciadoras de seus movimentos. Ainda seguros ao cinto, dois revólveres calibre 38 e uma quantidade de balas. Circundava-lhe o pescoço um grande lenço vermelho... Do chapéu de abas largas, também novo, cinza escuro, pendia-lhe uma fita vermelha, onde se podia ler a frase: ‘não dou nem pido ventaje’”. Toda a tropa foi distribuída em três destacamentos sob comando do coronel Luís Carlos Prestes, com o tenente Siqueira Campos na chefia do Estado-Maior. Prestes recebera a promoção das mãos do general João Francisco, no início do mês de novembro, em São Borja. Foi o último ato do general, antes de seguir para o exílio.
O 1º Destacamento da Divisão Rio Grande foi confiado ao tenente Mário Portela Fagundes, o 2º Destacamento a João Alberto. O comando do 3º Destacamento coube ao tenente João Pedro Gay. Eram 2.000 homens. O bastante para refutar a afirmação de Isidoro na carta que provocara o afastamento do general João Francisco da Divisão São Paulo:
“Não creio nos três ou quatro mil homens que o senhor ficou de nos mandar para voltarmos pelo Paraná a São Paulo”.
Renovaram-se as esperanças. A estratégia adotada seria a da guerra de movimento, enunciada por Prestes em carta ao general Isidoro com as seguintes palavras:
“Com a minha coluna armada e municiada, sem exagero julgo não ser otimismo afirmar que conseguirei marchar para o Norte, dentro de pouco tempo atravessar o Paraná e São Paulo, dirigindo-me ao Rio de Janeiro, talvez por Minas Gerais. Se a Divisão São Paulo igualmente movimentar-se, em vez de aceitar a guerra de trincheiras, e se marchar conosco em ligação estratégica, e talvez, em algumas circunstâncias, mesmo tática, impossível será ao governo obstar a nossa marcha”.
Siqueira Campos, João Alberto e Prestes eram revolucionários desde o levante que abalara a capital da Republica em 1922. Siqueira comandara a lendária marcha dos 18 do Forte. Exilado na Argentina, logo estabelecera contato com os quartéis da fronteira gaúcha. João Alberto fora preso em razão do malogro do levante da Vila Militar, onde servia na 2ª Bateria do 1º Regimento de Artilharia Montada. Passara cinco meses na prisão, antes de ser transferido para Alegrete. Prestes contraíra tifo, às vésperas do 5 de julho, ficando impossibilitado de promover a sublevação do 1º Batalhão Ferroviário. Desta feita, porém, tomara todo o cuidado para que a saúde não lhe pregasse outra peça.
Marcha para o Norte na véspera do Natal, a coluna se pôs em marcha. Depois de organizada, aguardara ainda algumas semanas, em São Luís, pelas armas que viriam através da Argentina - enviadas pela Divisão São Paulo. Metade da tropa estava bem armada, outra metade não.
Constatada a impossibilidade da remessa dos armamentos, os revolucionários decidem atacar Tupanciretã – 100 km a leste de São Luís. O 7º Regimento de Infantaria de a Brigada Militar recém chegado à cidade repele o ataque. A 27 de dezembro, evitando uma manobra de envolvimento realizada por sete colunas governistas, a Divisão Rio Grande toma a ponte sobre o rio Ijuí e embrenha-se na zona da mata, marchando por antigas picadas abertas pelos colonos alemães. Ultrapassando a região agreste, retornam ao campo aberto. No dia 3 de janeiro são alcançados pelas forças perseguidoras de Claudino Nunes Pereira, no Boqueirão de Ramada. O combate é feroz. As baixas nas fileiras revolucionárias são de 50 mortos e 100 feridos. Mas o adversário bate em retirada para Palmeiras. No dia 4, os revolucionários alcançam as matas marginais ao rio Uruguai, pelas quais prosseguem em direção à Santa Catarina. Prestes assinala que:
“As matas dos rios Uruguai e Iguaçu são talvez as mais densas do Brasil, não se podendo marchar a não ser através de picadas abertas a facão... Era difícil fazer com que os homens andassem pela mata mais de três ou quatro quilômetros por dia”. As condições da marcha são penosas, particularmente para os gaúchos acostumados a desmontar apenas para comer churrasco e beber chimarrão ao redor do fogo. A carne de panela tomou o lugar do churrasco. A cavalhada foi se enfraquecendo com a falta de pasto, e o terreno úmido embaraçavam a caminhada. Com seus ponchos transformados pela chuva constante em verdadeiras “cangalhas”, os gaúchos patinam e atolam na lama suas botas sanfonadas. Trazem o cavalo pelas rédeas e se obrigados a desfazer-se dele carregam a sela nas costas.
Sofrendo na própria carne as conseqüências desse tipo de marcha, o pernambucano João Alberto revelou que em certos momentos de maior dificuldade, chegara mesmo “a concordar com o preconceito gaúcho contra a infantaria”. Em seguida, afirma:
“Marchar a pé não requer valentia, Mas tenacidade, estoicismo, dureza de fibra. São outras qualidades de caráter”.
No final de janeiro, a vanguarda da Divisão, composta pelo 2º Destacamento, atravessa o rio Uruguai e chega a Porto Feliz, em Santa Catarina. A travessia do grosso é lenta, feita em dezenas de canoas e leva vários dias. A medida que as tropas vão chegando, providenciam abastecimento e descansam. Tinham ainda um longo caminho pela frente: Mais de 30 léguas, pela densa mataria, até atingirem o estradão que serve de divisa entre os estados do Paraná e Santa Catarina e de ligação entre as cidades de Barracão e Palmas.
Deserção do Tenente Gay A dureza da marcha produziu uma diferenciação entre os participantes. Temperou o ânimo da maioria. Mas abateu o de considerável número de combatentes. Ao longo de três semanas, desde que abandonaram o campo aberto, após o combate no Boqueirão de Ramada, diversas deserções aconteceram. Na Colônia Militar do Alto Uruguai, pouco antes da transposição do rio, mais de 200 gaúchos solicitaram permissão - e receberam - para abandonarem a tropa e passarem à Argentina.
Mais grave porém foi a atitude do tenente João Pedro Gay, até aquele momento comandante do 3º Destacamento da Divisão Rio Grande.
No dia 3 de fevereiro ele foi preso, a fim de ser submetido a um Conselho de Guerra. Dias antes de sua prisão, Prestes havia convocado uma reunião com os oficiais em função de denúncias que circularam sobre os maus propósitos do tenente. Ele foi advertido de que poderia ir embora, esse era um direito que, naquele momento, estava facultado a todo e qualquer combatente. Não poderia, no entanto, levar o armamento e a munição, por serem indispensáveis àqueles que optaram por prosseguir na luta. A reação do tenente foi chorar, dizendo estar sendo vítima de uma infâmia.
Mais tarde, interrogados por Prestes os soldados confirmaram que Gay, valendo-se da posição de comandante do Destacamento, estava procurando organizar uma deserção em massa.
A decisão do Conselho de Guerra foi a condenação do oficial à morte, por fuzilamento. A sentença não foi executada. Dois dias antes da data marcada, o tenente Gay fugiu. Prestes contou à sua filha, Anita Leocádia, que anos depois tomara conhecimento de que João Alberto se apiedara daquela alma e facilitara a sua fuga. Mas não há outros testemunhos que referendem a exatidão da assertiva.
O comando do 3º Destacamento foi assumido pelo tenente Siqueira Campos.
Ataque a Formigas no dia 6 de janeiro, o major Cabanas participa de uma reunião com os oficiais que respondem pela defesa de Catanduvas. O front havia sido recuado de Belarmino para aquela localidade. Embora a posição fosse mais segura, seus 600 defensores estavam sob pressão das tropas do coronel Álvaro Mariante, compostas de 2.200 homens. A conferência avalia a conveniência de um ataque a Formigas, atrás das linhas das forças sitiantes. O plano previa também uma incursão simultânea, a partir de Formigas e de Catanduvas, sobre as linhas do coronel Mariante, com o intuito de desorganizá-las. Como o general Rondon passava grande parte do tempo no acampamento de Formigas, acompanhando de perto a evolução da situação na frente de batalha, a possibilidade de capturá-lo dava novo alento às forças revolucionárias.
A única possibilidade de execução dessas ousada ofensiva estava na exploração do elemento surpresa. Seria, portanto, indispensável a abertura de uma picada de 30 km, na mata, partindo do rancho de Sapucaí nas proximidades de Santa Cruz, até o acampamento inimigo..
Cabanas iniciaram a marcha no dia 11, com duas companhias do seu batalhão, a terceira seguiria dois dias depois. Eram ao todo 280 homens. O restante do 6º Batalhão de Caçadores continuaria a guarnecer a antiga posição, no rio Piquiri. No dia 18, haviam rasgado 25 km de mata e construído quatro pontes, uma das quais com 16 metros, sobre o rio Ano Novo. O ataque ocorreu na madrugada do dia 21. Surpreendida, a guarnição não pode fazer valer o peso de sua superioridade numérica.
O comandante geral das forças governistas, porém, não foi encontrado. Conta o major Cabanas:
“O primeiro prisioneiro que fiz deu-me a informação que o general Rondon, devido ao desconcerto de sua limusine, retardou a chegada a Formigas onde já deveria estar”.
Embora espetacular, a investida não surtiu o efeito desejado. Nas imediações do acampamento, o comando governista já havia concentrado forças de efetivo muito superior ao esperado pelos revolucionários.. Em pouco tempo, 600 homens do 2º Batalhão de Caçadores e 1.200 do coronel Varella convergem sobre ele. Durante toda a tarde, Cabanas resistiu ao assédio. À noite conseguiu escoar suas forças para a mata. Nem o general Rondon fora aprisionado, nem pode Cabanas atacar as linhas do coronel Mariante. E encontrou muitas dificuldades para retornar a Santa Cruz, o que só ocorreu em 1º de fevereiro.
Conversações de Paz
O deputado Batista Luzardo chegou a Foz do Iguaçu em 13 de fevereiro. Veio acompanhado de um capitão do Exército que trazia carta do general Eurico de Andrade Neves, comandante da 3ª Região Militar, sediada no Rio Grande do Sul. A carta propunha a abertura de conversações de paz, na cidade argentina de Posadas, onde já se encontrava o deputado João Simplício de Carvalho.
Luzardo e Simplício representavam o Rio Grande na Câmara Federal. Mas seguiam orientações políticas distintas. O deputado Luzardo fora, até recentemente, um dos principais coronéis da força militar que combatia sob a bandeira do general Honório Lemes.
Em Posadas, para onde se desloca o general Isidoro, a conferência se estende nas preliminares sem chegar a um acordo.
Ainda que as conversações não tenham chegado a estabelecer um cessar-fogo, na prática ele vai se impondo no front de Catanduvas. No dia 24 de fevereiro, os 300 metros que separam as trincheiras inimigas são atravessados por soldados desarmados, de ambos os lados, dando início a uma grande confraternização que se prolonga por mais de quatorze horas. Não é sem dificuldade que os oficiais revolucionários e os governistas trazem seus comandados de volta às posições originais.
No dia 6 de março recomeçam as negociações, em Passo de los Libres. Simplício apresenta a proposta que recebera diretamente do presidente da República.
Pelas condições estabelecidas, os insurretos deveriam entregar todo o armamento em seu poder. O governo se comprometia a “deixar cair no esquecimento esse período de sacrifício e de luto”, empenhando-se para que o Congresso Nacional formulasse uma lei de anistia. Enquanto ela não fosse aprovada, os rebeldes deveriam entregar-se nas cidades indicadas pelo governo. O acordo de paz deveria ser assinado na cidade de Uruguaiana.
Os revolucionários consideraram inconsistentes as garantias oferecidas pelo governo. Firma em documento a posição de que não baixariam as armas enquanto não fosse revogada a Lei de Imprensa e adotados o voto secreto e o ensino público obrigatório.
Os negociadores solicitam tempo para novas consultas. Porém não voltariam mais a reunir-se formalmente. Operação Clevelândia
A 7 de março a Divisão Rio Grande chega a Barracão, no estado do Paraná, fazendo junção com as forças do coronel Fidêncio de Mello. Estabelecido como fazendeiro na região, o coronel era amigo do general João Francisco. Comandando uma força de 78 homens, havia providenciado a abertura de uma picada de Santo Antônio, em Santa Catarina, até a vila paranaense de Benjamin Constant, situada do outro lado do rio Iguaçu, de modo a permitir a ligação das duas divisões.
Barracão fica na antiga região do Contestado. De lá, até Foz do Iguaçu, onde estava instalado o Estado-Maior da Divisão São Paulo, a distância era de 90 km. Uma picada entre as duas localidades, aberta na mata por uma turma do Batalhão Cabanas, dirigida pelo tenente Gastão Maitre Pinheiro, estava em fase final de conclusão.
Mas a última coisa que passava pela cabeça de Prestes era atravessar o Iguaçu, conduzindo suas tropas ao interior do cerco montado pelo general Rondon à Divisão São Paulo.
Os destacamentos de Siqueira Campos e João Alberto foram lançados sobre Clevelândia e Palmas, na direção Leste, buscando uma junção com os 170 homens das forças paulistas que, dois dias antes da chegada da Divisão Rio Grande à região,haviam dispersado e perseguido o contingente governista que guarnecia Santo Antônio, Barracão e Campoerê. O objetivo da manobra era prosseguir até a Colônia Mallet e golpear a retaguarda de Rondon, de modo a forçar a abertura de uma brecha que permitisse o escoamento da Divisão São Paulo. Conta o tenente João Alberto:
“Durante” cinco ou seis dias, Siqueira e eu... marchamos juntos. Ao fim da semana, quando já nos aproximávamos do campo de Clevelândia,,, escalamos nossa tropa e coube-me a vanguarda. No mesmo dia, o 2º Destacamento chocou-se com uma coluna inimiga que... marchava em sentido oposto ao nosso. “Daí por diante foi um continuar de pequenos combates...”
Impossibilitados de cumprir a missão, Siqueira e João Alberto tratavam agora de retardar a progressão da tropa governista em direção a Barracão, fazendo uma “guerra de emboscadas” ao longo de “180 quilômetros”.
Frustrada a tentativa de efetuar a junção com o grosso da Divisão São Paulo fora do cerco estratégico, a Divisão Rio Grande prepara-se para iniciar a marcha para o Norte em direção ao rio Iguaçu. Siqueira e João Alberto são avisados para evitar o contato com o inimigo e rumar também para o Norte.
Em Barracão a situação é delicada. Convergem sobre o 1º Destacamento duas fortes colunas governistas. A primeira vem seguindo os revolucionários, através da mata, desde Porto Feliz. Na luta para retardá-la, ainda em Santa Catarina, tombara em combate, no dia 27 de janeiro, seu comandante, o tenente Mario Portela Fagundes. A outra, vinda do leste, é a que acabara de fazer abortar o ataque à retaguarda de Rondon.
Prestes aguarda até o último instante. Ao anoitecer do dia 24 de março, simula um avanço do 1º Destacamento, sobre a coluna que vinha do Sul, obrigando-a a fixar-se à espera do ataque, na localidade denominada Maria Preta. Em seguida retira-se, sem permitir que a manobra seja detectada. Na escuridão da noite, as duas colunas governistas acabaram por se chocar, passando a trocar tiros entre si. Só na madrugada puderam verificar que o fogo amigo provocara 200 baixas.
Três dias depois, visando anteciparem-se à junção das duas divisões revolucionárias, as forças governistas desencadeiam uma violenta ofensiva contra a cidadela de Catanduvas.
A cada 20 segundos uma granada de artilharia explode nas trincheiras revolucionárias. Os combatentes que as defendem são assediados por 4.000 soldados comandados por 17 generais.
O major Cabano assim descreveu os últimos dias de Catanduvas:
“A artilharia inimiga rompeu vivíssimo fogo, contra nossas posições, ao mesmo tempo em que a infantaria caía com violenta carga de baionetas em todas as trincheiras e destacamentos isolados. Ao primeiro embate foi tomada, na ala direita, nossa posição denominada Cajati... no dia seguinte, o inimigo enveredou pelas matas, abrindo picadas contornou as trincheiras da ala (esquerda) e foi sátira a 2.500 metros, na retaguarda... interceptando completamente nossa ligação entre Catanduvas, minha coluna em Floresta e o posto de comando do general Costa... A noite avançava; os nossos soldados detonavam seus últimos cartuchos e a situação era gravíssima... Assim reuniu-se a oficialidade em conferência e tomaram a única solução viável no caso: a entrega da praça, devendo pôr-se imediatamente a salvo como pudessem o coronel Estilac Leal e o capitão Felinto Müller... Ao amanhecer de 30, o inimigo sabendo não existir mais um cartucho, dá o sinal de carga de infantaria, e na nossa trincheira principal, da frente, agita-se tristemente uma bandeira branca”.
A notícia do desastre colheu João Alberto em plena transposição do rio Iguaçu. Prestes, que já completara a travessia, movimenta o 1º Destacamento em marcha forçada para proteger o cruzamento da estrada Catanduvas-Cascavel- Benjamin-Iguaçu pelos destacamentos de Siqueira Campos e João Alberto. As tropas governistas, no entanto, não progrediram pela estrada, estacionando na posição conquistada. Sobre a rodovia foi então organizada uma nova frente de cobertura às forças revolucionárias que se concentrou em Santa Helena, porto fluvial sobre o rio Paraná, entre Porto Mendes e Foz do Iguaçu.
Logo após a travessia do rio Iguaçu, ainda em Benjamin Constant, no dia 3 de abril, o coronel Prestes e o general Miguel Costa mantiveram um encontro, no qual firmaram o compromisso de prosseguirem na luta, levando as tropas das duas divisões a movimentarem-se continuamente através do território nacional, até reunirem as forças necessárias à derrubada do governo. Para isso, seria necessário romperem imediatamente o cerco, passando ao estado do Mato Grosso.
O Encontro das Divisões.
No dia 12 de abril, em Foz do Iguaçu, realiza-se o encontro decisivo entre diversos oficiais da Divisão São Paulo e o comandante da Divisão Rio Grande. A reunião contou com a presença do marechal Isidoro, que retornara da Argentina dois dias depois da queda de Catanduvas. O comando das forças paulistas que fora transferido ao general Padilha, na ocasião em que Isidoro recebera a promoção, estava agora sob a responsabilidade do general Miguel Costa.
Miguel Costa e Prestes sustentaram a posição do deslocamento imediato para o Mato Grosso. Mas a tarefa não era simples. Guaíra, posição revolucionária mais avançada ao norte e porta de acesso àquele estado, fora evacuada. A ordem, da qual Miguel Costa só tomou conhecimento após a execução, partira do marechal, que considerara inútil manter a cidade, depois da rendição de Catanduvas e de sufocados os levantes das guarnições mato-grossenses de Campo Grande e Ponta-Porã. As rebeliões do 17º Batalhão de Caçadores e do 11º Regimento de Cavalaria tinham sido deflagrados em 27 de março, dia do início da ofensiva governamental sobre Catanduvas.
A síntese das decisões é relatada por Juarez Távora nos seguintes termos:
“1. Considerar frustradas as tentativas de pacificação começadas, por iniciativa dos chefes do governista, em 16 de fevereiro”.
2. Prosseguir as operações de guerra de acordo com as diretrizes baixadas pelo general Miguel Costa.
3.” Grupar numa divisão, sob o comando do general Miguel Costa, os remanescentes das forças paulistas, sob comando do tenente-coronel Juarez Távora, e os elementos chegados do Rio Grande do Sul, sob o comando do coronel Luís Carlos Prestes”.
O tenente-coronel Cabano acrescenta:
“... sendo o plano da nova campanha de grande movimentação, acordaram os oficiais superiores, atendendo à idade e ao abatimento físico do marechal Isidoro, do general Padilha e bem assim ao delicado estado de saúde do coronel Estilac Leal, pedir aos três que ficassem no estrangeiro até que fosse possível retornarem ao exercício revolucionário”.
Estilac havia sofrido um ferimento, por estilhaço de granada, no pescoço.
Concentradas em Santa Helena, as forças revolucionárias escoaram suas tropas por uma picada de 30 km, passando por Porto Artaza até Porto Mendes, correndo a 5 km da margem do Paraná para evitar os cânions dos rios São Francisco Falso e São Francisco. A abertura dessa picada havia sido ordenada pelo general Miguel Costa ainda na primeira semana do mês de abril.
Constatada a impossibilidade da retomada de Guairá, ao norte, Miguel Costa e Prestes decidiram atingir o Mato Grosso, passando através do território paraguaio. Para que a travessia do rio Paraná não fosse embaraçada pelas forças governistas que se aproximavam perigosamente de Porto Artazas, através da carroçável que partia de Lopeí, a leste, as forças revolucionárias desferiram um contra-ataque que as fez recuar 10 km.
O Comandante Paraguaio
João Alberto foi encarregado de apresentar ao comandante da guarnição paraguaia de Puerto Adela uma carta na quais os revolucionários expunham as suas razões:
“Por circunstâncias excepcionais e inapeláveis entramos armados no território de vossa Pátria”. Não nos move, neste passo extremo a que nos impelem as vicissitudes de uma luta leal, porém intransigente, pela salvação das liberdades brasileiras, nenhuma idéia de violência contra nossos irmãos da República do Paraguai.
Datado de 26 de abril, o documento levava as assinaturas do general Miguel Costa; coronel Luís Carlos Prestes; tenentes-coronéis João Alberto, Juarez Távora, Cordeiro de Farias, João Cabanas; majores Coriolano de Almeida, Paulo Kruger da Cunha Cruz, Virgílio Ribeiro dos Santos; capitães Djalma Dutra, Ricardo Holl, Ary Salgado Freire, Lourenço Moreira Lima e Emídio Costa Miranda. Deixaram de assiná-lo, o tenente-coronel Siqueira Campos e outros oficiais que se achavam empenhados em ações de cobertura do grosso revolucionário.
O comandante da guarnição paraguaia, porém, não era homem de muita conversa, conforme relata o próprio portador da carta:
“Os motores” fracos do Assis Brasil demoraram muito para vencer os 400 metros que nos separavam da margem oposta. Isso bastou para que o capitão paraguaio, comandante da tropa (50 homens) que vigiava e defendia a fronteira da república vizinha, pressentindo nossas intenções de invadir seu território, tomasse posição para repelir o nosso desembarque.
Eu não tinha nenhuma alternativa... desembarquei com o Nestor e uns poucos homens. O resto da tropa ficou detido a bordo... Confabulamos a igual distância de nossas tropas. Ele exigia que eu depusesse armas ou regressasse para o Brasil... Por duas vezes ele abandonou as negociações e voltou para junto de seus homens, dizendo que iria reagir... Pensei então em entrar em luta corporal com o capitão paraguaio a fim de evitar que ele me fuzilasse.
Afinal o capitão acedeu ao pleito revolucionário. Mas só depois de João Alberto assinar um documento no qual reconhecia que a anuência do comandante se devia à inferioridade numérica em que ele se encontrava frente às tropas brasileiras.
A travessia foi realizada em dois vapores: o Assis Brasil, recondicionado, meses antes, pelos revolucionários, em Porto Mendes, e o Bell, requisitado por eles em Puerto Adela. O deslocamento de toda a Divisão - 700 homens da Brigada São Paulo, 800 da Brigada Rio Grande, 600 animais de carga, sela e tração, todo o material bélico, inclusive uma bateria de artilharia - levou setenta e duas horas.
No dia 30 de abril, depois de marcharem 125 km, em território paraguaio, penetravam no estado de Mato Grosso pelos campos de Amambaí.
Epílogo Iniciava assim, sob o comando do general Miguel Costa, a terceira fase da Revolução de 1924: a Grande Marcha de 25 mil quilômetros, através de dez estados brasileiros, ao longo de quase dois anos.
As forças revolucionárias não conseguiram reunir o apoio necessário para derrotar a oligarquia cafeeira. Esta, porém, também não teve força para impor-lhes uma derrota estratégica.
Em 1927, candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas, realiza a proeza de unificar chimangos e maragatos. Aí começa a gestação da nova onda revolucionária, que, em meados de 1929, se materializaria no amplo leque de forças que se aglutinou em torno de sua candidatura à presidência da República. Nele estariam reunidos os revolucionários de 22 e 24 e alguns de seus mais duros oponentes, no passado.
Isolada, a oligarquia paulista não hesita em apelar mais uma vez para a fraude eleitoral. A resposta será a Revolução de 3 de outubro de 1930.
REVOLUÇÃO FEDERALISTA
Em fevereiro de 1893 irrompeu, no Rio Grande do Sul, o levante federalista á sua frente dois simpatizantes do Regime Imperial: Gaspar da Silveira Martins e Silva Tavares. Junto com eles um caudilho à Bento Gonçalves, voz grossa, esporas e poncho. Gumercindo Saraiva. Atrás de Gumercindo, dezenas e dezenas de caudilhos menores.
A caudilhada estava descontente com a república. Não exatamente com o regime, mas com seu representante lá, Julio de Castilho e seus copinchas, os “pica-paus”. Era uma disputa entre grandes estancieiros. Antiga e espalhafatosa, que vinha desabar agora contra Floriano Peixoto. Na verdade a revolução de 1893 foi motivada pelo extremado presidencialismo de Julio de Castilho, em favor do parlamentarismo (republicano ou mesmo monárquico) defendido por Silveira Martins.
Com apoio da Marinha, a revolta toma proporções em nível nacional, sendo que no Paraná, contava com vários simpatizantes, embora o governo local fosse Florianista e tencionava impedir o avanço das tropas de Gumercindo que já havia tomado, Santa Catarina (onde os federalistas encontravam apoio do lado do governo), onde se instalou a sede de um governo provisório.
Em janeiro de 1894, o território paranaense foi invadido pelas tropas revolucionárias federalistas vindas do Rio Grande do Sul, em três frentes distintas; Paranaguá, Tijucas e Lapa, quase que simultaneamente.
Paranaguá foi tomada pelos revolucionários no dia 15 de janeiro de 1894 que eram comandados pelo almirante Custódio de Melo, segundo Romário Martins, “A defesas de Paranaguá apenas contava com seis canhões de campanha e 400 homens sem adestramento militar: Contingente do Batalhão Patriótico 23 de novembro e da Guarda Nacional local. Afora essa gente, apenas meia dúzia de artilheiros do exército”. Nem mesmo o efetivo do general Pegam Junior (a quem cabia a defesa da cidade), foi suficiente para deter a determinação de Custódio de Melo, que em 20 de janeiro entrava em Curitiba totalmente abandonada tanto pelas tropas quanto pelo governador do Estado, Vicente Machado.
Tijuca do sul sofreu o primeiro ataque no dia 11 de janeiro de1894, tendo os federalistas no comando Gumercindo Saraiva, um dos principais líderes do movimento.
Os combates foram diários e estenderan-se até o dia 19 de janeiro, sendo as tropas legalistas pelo coronel Honorário Adriano Pimentel (veterano de guerra do Paraguai), que defendeu a guarnição heroicamente, infligindo pesadas baixas aos federalistas. Destes fratricidas combates resultaram 17 mortos, 41 feridos e 750 capitulados. Dentre os quais um coronel, 12 capitães, 16 tenentes, 27 alferes e dois médicos militares.A Lapa foi tomada e sitiada a partir do dia 15 de janeiro de 1894. O comando militar da Lapa estava em mãos do general Gomes Carneiro desde o dia 26 de novembro do ano anterior. O primeiro combate deu-se no dia 17 de janeiro, ocasião em que á cavalaria federalista circuncidou a cidade, impedindo qualquer tipo de acesso ao lugar além do que, cortou as comunicações telegráficas. Com o sítio efetivo, iniciam-se permanentes combates, com muitas baixas, que só findou com a morte do próprio comandante da guarnição, Gomes Carneiro. A capitulação da Lapa ocorreu no dia 11 de fevereiro com todas as honras de guerra.
Em 20 Janeiros de 1894, quando se instalaram numa Curitiba abandonada, os chefes federalistas criaram com João de Meneses Dória um Governo Revolucionário Provisório. Posteriormente foi formada uma comissão, integrada por homens ligados ao comércio, sendo presidida por Ildefonso Pereira Correia - o Barão de Serro Azul. Posteriormente foi criada nova comissão e seus integrantes foram encarregados de levantar empréstimos de guerra ordenados pelos revolucionários.
Diante do sucesso da empreitada Gumercindo Saraiva pôs-se em marcha em direção a São Paulo, via Itararé, mas tiveram que retroceder dispersando-se as tropas em direção aos campos de Palmas. O motivo da manobra foi o avanço de numerosa tropa legalista, bem como a dissensões entre os chefes revolucionários.
A legalidade volta ao poder, com Vicente Machado novamente em Curitiba, apesar de condenado pela opinião publica. Inicia-se então o período de caça aos vencidos, do degolamento revolucionário ao fuzilamento legalista. Ildefonso Pereira Correia – O Barão do Serro Azul é fuzilado no quilometro 65, por suspeição de ajuda aos revolucionários, igual sorte teve Francisco Braga em Curitiba e José Antonio Colona e Pedro Nolasco em Paranaguá.
A QUESTÃO LIMÍTROFE ENTRE PARANÁ E SANTA CATARINA
Ao ser criada a província do Paraná em 1853, o governo provincial herdou um antigo litígio fronteiriço da Província de são Paulo com a de Santa Catarina, nas proximidades dos Campos de Palmas. Na verdade a disputas pelo direito de área contestada vem desde o século XVIII.
No período imperial a questão sempre foi discutida, no entanto, nunca resolvida. Santa Catarina reivindicava a áreas compreendidas entre o rio Negro, Iguaçu e Uruguai, indo até a fronteira com a Argentina. Por sua vez o Paraná herdou de São Paulo as mesmas fronteiras meridionais, fazendo fronteira com o Rio Grande do Sul através do rio Uruguai. O Paraná detinha o “uti possidetis”com a povoações de União da Vitória, Palmas e Timbó e Santa Catarina expunha suas razões baseadas na carta Régia de 1749.
Com a questão de limites pendentes, novas frentes migratórias se lançavam nos ervais nativos e nos campos da região contestada, surgindo povoações que não era reconhecidas nem paranaenses e nem catarinense, pelo menos oficialmente.
Em 1895 o Brasil resolve por arbítrio do presidente americano Cleveland, a questão internacional da região de palmas, em detrimento da Argentina, que também reivindicava para si grande parte desta porção territorial meridional.
Rio Iguaçu em 1907, nas proximidades de porto União da Vitória, que nesta época se constituía em um só município. Posteriormente com demarcação da chamada “Linha Wenceslau”, esta cidade foi dividida em duas, de lado paranaense ficou União da vitória e do catarinense Porto União (acervo Casa da memória, Curitiba)
Esta imensa área era habitada exclusivamente por paranaense, isto de certa forma tranqüilizada as autoridades do estado, que achava absurda pretensa reivindicação Argentina sobre a zona.
Por duas vezes grupos armados invadiram terras paranaenses, em defesa de interesse do estado de Santa Catarina. A primeira foi em 1905, por Demetrio Ramos à frente de 600 homens e a segunda foi em 1909, quando 500 homens liderados por Aleixo Gonçalves de Lima, provocaram a desordem e a ira paranaense.
A questão ganhou os tapetes da justiça federal, que apesar de todos os argumentos serem favoráveis ao Paraná, o veredicto final foi a favor de Santa Catarina por decisão do supremo federal em 1904. O estado do Paraná ainda tentaria o embargo através de ações, nos anos de 1909 e 1910, todas infrutífera. Segundo o historiador Ruy Cristovam wachowicz “um dos ministros do supremo teve, em conversa particular, a seguinte frase: o Paraná tem todo o direito na questão, mas o estado de Santa Catarina é um estado menor, por isso votei contra a sua terra”.
Em 20 de outubro de 1916, sob a mediação do presidente da republica Wenceslau Braz foi conduzido a um acordo entre as partes, partilhando-se a região contestada. Da área contestada inicial de 48 mil quilômetros quadrados, o Paraná ficou com 20 mil e Santa Catarina com 28 mil. Nesta época era governo do Paraná Affonso Alves de Camargo, que ao assinar o acordo que pôs fim ao litígio, foi duramente criticado. No entanto, não era diretamente o responsável pelo ocorrido, simplesmente herdara a causa de seus antecessores.
A decisão favorecendo Santa Catarina causou um reboliço nas autoridades da região contestada. Os lideres políticos temiam o abandono pela administração catarinense. E se no bojo das especulações surgiu à idéia de criar um estado federado independente, já que nasceu com nome e bandeira. Estado das Missões. Formou-se então uma Junta Governativa Provisória e foi escolhida a capital do novo estado, União da Vitória.
O deputado José Cleto da Silva chegou apresentar na assembléia Legislativa do estado um projeto que criava o Estado das Missões, cujas divisas eram: Ao norte o rio Negro e a leste os contrafortes da Serra do mar, à oeste os rios Peperi Guaçu e Santo Antonio e ao sul o rio Uruguai.
O estado das Missões não passou de um sonho, pois ao perceberem que o sudoeste paranaense não passaria a jurisdição catarinense, os principais líderes políticos da margem direita do rio Iguaçu aquietaram-se restando os remanescentes do fracassado movimento do exílio nos pampas argentinos.
Monge João Maria de AGOSTINHO
Este terceiro “monge” aproveitou-se da tensão político social, existente no Contestado Paranaense. Na verdade Miguel Lucena. Aliciou ao seu redor os descontentes, os injustiçados, os perseguidos, os desajustados, os desamparados, os bandidos e os facínoras e deu-lhes instrução militar, armando-os com espadas, facões, pica-paus e garruchas. Denominou-se irmão do falecido primeiro Monge. Usava as qualidades de persuasão do primeiro e realizava milagres e rezas, em comum com os caboclos. Criou os chamados quadros santos que eram redutos de resistência. Ao mesmo tempo, compôs uma guarda pessoal, de 24 sertanejos, a quem chamou de doze pares de França, por influência de um livro que lera. Morreu num combate com o comandante João Gualberto, nos campos do Irani (hoje território de Santa Catarina).
Apesar de serem três, o povo, através de suas lendas e folclore, uniu-os em um único, popularmente conhecido como São João Maria, que era considerado, na época, o “monge dos excluídos”. Os dois estão historicamente unidos de tal forma, que muitas vezes se torna difícil separar os feitos e a vida de cada um. Os três tinham em comum o fato de terem vivido em épocas de grandes mudanças sociais, em que a assistência médica e o conhecimento tinham pouca penetração no interior do país, em que o aconselhamento embasado na religião, a cura através de ervas e águas, e os milagres eram os únicos recursos acessíveis a uma população carente e pouco assistida. A população humilde encontrava neles apoio e soluções para enfrentar a penúria e a desesperança.
Ainda que seja improvável que tratava-se de mesma pessoa, devido à questão temporal e geográfica, no caso particular do estado do Rio Grande do Sul existe a tese que de sobreviventes fugitivos, e em especial, seus descendentes, foram divulgando e adequando suas crenças e reivindicações. Assim, encontramos o monge João Maria, do movimento do Monges do Pinheirinho (cidade de Encantado), com as mesmas características (do qual inclusive existe registro fotográfico) 35 anos depois e com o mesmo nome, na luta dos Monges Barbudos (Soledade, RS). Ele seria um discípulo de Jacobina Mentz Maurer, dos Muckers, cujos descendentes teriam se localizado no município de Estrela. Historiadores mostram no mapa do Rio Grande do Sul a região dos três acontecimentos, unindo um caminho provável que teriam percorrido os Muckers sobreviventes para influir nos acontecimentos do interior de Encantado (1902) e Soledade (1935-1938). João Maria D’Agostini O primeiro deles, o monge João Maria d’Agostinho, era imigrante italiano, e residiu um tempo em Sorocaba (SP), mudando-se em seguida para o Rio Grande do Sul, onde viveu entre os anos de 1844 e 1848, nas cidades de Candelária, no morro do Botucaraí, e Santa Maria, no Campestre. Introduziu nessa região o culto a Santo Antão, que é considerado o “pai de todos os monges”, cuja festa continua até os dias atuais, comemorada em 17 de janeiro. A região do Campestre passou a ser chamada, desde então, de Campestre de Santo Antão. Sua prisão foi decretada em 1848, pelo General Francisco José d’Andréa (Barão de Caçapava), mediante o temor de levantes e concentrações populares que começavam a ser comuns naquela região, e o monge foi proibido de voltar ao Rio Grande do Sul. Refugiou-se na Ilha do Arvoredo (SC), depois na Lapa (PR), na serra do Monge, e em Lages (SC), desaparecendo em seguida, misteriosamente. Os historiadores defendem que o monge João Maria morreu em Sorocaba, em 1870. João Maria de Jesus. O segundo monge, João Maria de Jesus, surgiu também misteriosamente, no Paraná e Santa Catarina, tendo vivido entre os anos de 1886 e 1908, havendo, na ocasião, uma identificação com o primeiro, de quem utilizava os mesmos métodos, com curas através de ervas, conselhos e águas de fontes. Acredita-se que seu verdadeiro nome seria Atanás Marcaf. Em 1897, diria: “Eu nasci no mar, criei-me em Buenos Aires, e faz onze anos que tive um sonho, percebendo nele claramente que devia caminhar pelo mundo durante quatorze anos, sem comer carne nas quartas-feiras, sextas-feiras e sábados, e sem pousar na casa de ninguem. Vi-o claramente[1]”. Há controvérsias sobre seu desaparecimento, segundo alguns historiadores por volta de 1900, e segundo outros por volta de 1907 ou 1908. A semelhança entre os dois primeiros monges é tão grande, que o povo os considerava um só. Num dos retratos da época, considerado como sendo do santo, há a legenda “João Maria de Jesus, profeta com 188 anos[2]” José Maria. O terceiro monge, José Maria, surgiu em 1911, em Campos Novos (SC), e foi, segundo alguns historiadores, um ex-militar. Segundo um laudo da polícia de Vila de Palmas, no Paraná, seu verdadeiro nome era Miguel Lucena de Boaventura, e era um soldado desertor condenado por estupro. Dizia ser irmão do primeiro monge e adotou o nome de João Maria de Santo Agostinho. Utilizava, também, os mesmos métodos de cura dos primeiros, com ervas e água, mas, ao contrário do isolamento de seus antecessores, organizava agrupamentos, fundando os “Quadros Santos”, acampamentos com vida própria, e os “Pares de França”, uma guarda especial formada por 24 homens que o acompanhavam. A região onde atuava era palco de disputas por limites e, sob a alegação de que o monge queria a volta da monarquia, foi pedida a intervenção do Governo Estadual de Santa Catarina, o que foi entendido como uma afronta pelo Governo do Paraná, que enviou uma força militar para a região. A força militar chefiada pelo coronel João Gualberto Gomes de Sá invadiu o “Quadro Santo” de Irani (SC), e morreram no combate tanto o monge João Maria quanto o coronel, o que determinou o fim do ciclo dos monges e a eclosão franca da Guerra do Contestado. Lendas. Há muitas histórias sobre a origem do monge, todas de tradição popular. Uma delas refere que sua cidade de origem teria sido Belém, na Galiléia, e que abandonara a religião para se casar com uma moura e para combater o exército expedicionário francês. Sendo feito prisioneiro, após a morte de sua esposa fugiu e teve a visão do apóstolo Paulo, que o mandou peregrinar durante 14 anos (ou 40 anos, em outra versão) pelo mundo, retornando assim ao cristianismo.
Outra lenda refere que o monge teria sido um criminoso, que teria seduzido uma religiosa, a qual falecera na viagem para a América, e sua penitência seria vagar solitário pelos sertões.
Outra lenda defende que o monge era um apátrida, nascido no mar, de pais franceses, tendo sido criado no Uruguai.
Contam-se lendas, também, de que podia estar em dois lugares diferentes, podia estar orando em sua gruta e ao lado de um doente que invocava por ele; que podia ficar invisível aos seus perseguidores; que podia atravessar a pé sobre as águas dos rios; que suas cruzes cresciam 40 dias após o monge tê-las levantado; que o monge era imune aos índios e feras; que fazia surgir nascentes nos lugares onde dormia.
As curas são constantes em suas lendas. Teria feito muitas curas com infusões de uma planta chamada vassourinha e com rezas. Há uma lenda de que João Maria teria debelado uma epidemia de varíola na cidade de Mafra, na ocasião ainda um bairro pertencente ao município de Rio Negro, afastando a doença com rezas e com 19 cruzes plantadas como Via Sacra pela cidade. O monge João Maria teria chegado em Mafra em 1851 e encontrara a população sob o sofrimento da Guerra dos Farrapos e da epidemia de varíola. Recomendou que 19 cruzes (alguns historiadores defendem que seriam 14 cruzes) fossem erguidas entre a Capela Curada e a Balsa - Ponte Metálica. As tropas vindas do sul foram derrubando essas cruzes e, a única que sobrou foi a da Praça Hercílio Luz, cuja fixação foi em 30 de Junho de 1851 e representa a fé do catolicismo rústico do homem simples da região. Ainda hoje existe essa cruz na praça de Mafra, conhecida popularmente como a “Cruz de São João Maria”, e que, segundo a lenda, não pode ser retirada, com o risco de causar a enchente do rio Negro, o qual separa as cidades vizinhas de Rio Negro e Mafra.
Há lendas de que o monge teria feito, também, diversas previsões, inclusive sobre os futuros trens e aviões: “Linhas de burros pretos, de ferro, carregarão o pessoal” e “gafanhotos de asas de ferro, e estes seriam os mais perigosos porque deitariam as cidades por terra”.
Há também diversas lendas sobre seu desaparecimento. Conta uma delas que ele terminou sua missão no morro do Taió (SC), outra que morreu de velhice em Araraquara (SP), ou que foi encontrado agonizante próximo aos trilhos da estrada de ferro perto de Ponta Grossa.
A crença mais difundida é, no entanto, que não teria morrido. Após jejuar por 48 horas no morro do Taió, o monge teria sido levado por dois anjos para o céu. Em outra hipótese, seu corpo teria se envolvido em luz tão forte que o fez desaparecer, deixando o povoamento do planalto serrano foi diferente da do litoral catarinense na sua composição de recursos humanos. As escarpas serranas, densamente cobertas pela Mata Atlântica, junto com os povos indígenas, representavam sérios obstáculos para o povoamento da região.
A ocupação se deu de através do comércio de gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo já no século XVIII, fazendo surgir os primeiros locais de pouso. A Revolução Farroupilha e Federalista também contribuíram para o aumento de contigente humano, que buscavam fugir dessas situações beligerantes.
UM GRANDE PIONEIRO SEBASTIÃO S. BARRETO
Pioneiro: Sebastião S. Barreto. Esta fotografia foi feita em 1957 durante o período que prestou serviço militar em Foz do Iguaçu. No estado do Paraná.Um Relato impressionante, narrado pelo pioneiro Sebastião Barreto, residente em Quedas do Iguaçu há 70 anos. Nesta entrevista, o pioneiro Sebastião, contou com detalhes importantes, da revolta de 1924, onde cominou com muitas mortes durante os combates armado das frentes legalistas e revoltosos. Apesar de seus já avançados anos, a sua memória narrou com riqueza de detalhes a triste tragédia presenciada pelos moradores da região de Catanduvas precisamente em Medeiros onde o seu avô tinha propiedades e morava com toda a sua família. Talvez seja a conversa que ele teve com o avô, e com o seu pai senhor João Maria Barreto, na época o pai do Sr. Barreto tinha 9 (nove) anos de idade, ambos conviveram este trágico confronte armado que deflagrou chamas ardentes entre os povos, muito deles nada tinha haver com a situação. O avô do Sebastião Barreto Sr. Antonio Quirino de Sousa, não se cansava de contar para o seu pai e seus netos, as bravuras dos soldados que compunha o pelotão da polícia Militar do Paraná. Em números aproximadamente de 500 homens, contra tacados pelos revoltados sanguinários das colunas, composto por militares e civis, e que também, não faltava à presença de estrangeiros paraguaios no movimento. O Sr. Sebastião com firmeza, detalhava a estratégia que a força militar usou, para atacar os revoltosos pela retaguarda, usando o poste amento da rede de Telégrafo, que saia de regiões distantes, e cortava as matas da região de Laranjeiras do Sul, consequentemente, inclui a nossa região de Quedas do Iguaçu. Seguindo os traços da rede para não se perder no matagal serrado da nossa região foi á maneira mais inteligente dos nossos heróis, surpreender os adversários pela retaguarda. Com os postes da rede telegráfica atravessou o Rio Guarani, seguindo até Catanduvas, onde se encontrava um posto de comunicação telegráfico, com esta estratégia usada pelos militares, deu condições para derrotar os revoltosos. Méritos do Comandante Antonio de Morais Sarmento hoje Patrono da polícia militar do Paraná, e de seus brilhantes combatentes.
Ao entrevistar o Sr. Sebastião Barreto, ele fez questão de dizer, que o seu avô, e todos os filhos dele, encluía também, o pai do Sr. Sebastião e sua mãe, por muitas ocasiões ficavam no meio do fogo cruzado, entre militares e revoltosos. Era bala de metralhadouras, mosquetões e de canhões, que rasgava os céus e roçava as matas de sua propiedade. A Revolta de 1924, muito comentada no Brasil e no mundo, acabou em frente às terras da família Barreto em Catanduvas. Mais precisamente na região de Medeiros. A bandeira da polícia Militar do Estado do Paraná tremulava nas mãos dos soldados, orgulhosos do dever comprido, liberdade para estarem novamente reunidos com os seus familiares, recebendo um abraço agora como heróis, título esse insignificante comparado pelo respeito à Constituição brasileira. Resolvido uma situação de grande repercussão em todo o território Nacional. Comentou ainda o Sr. Sebastião que o seu avô morreu com 104 anos e está sepultado no cemitério que do qual está enterrado alguns dos valentes Herói que defenderam a Pátria das garras dos maus intencionados malfeitores. Por este ato de brasilerismo foi devolvido a tranqüilidade e o respeito á Constituição brasileira e os bons costumes do povo e da corporação Militar.
Catanduvas terá Memorial sobre a Revolução de 1924
O projeto do Memorial da Revolução de 1924 em Catanduvas será prioritário dentro da secretaria de Estado da Cultura. O pedido do governador Roberto Requião foi feito durante a Escola de Governo. O tema compôs a pauta da reunião de ontem de manhã (17), em Curitiba e esteve a cargo da secretária Vera Mussi que destacou que “o Paraná tem história. Uma história bonita que este governo está recuperando e mostrando aos paranaenses”.
Requião lembrou que a idéia da construção do Memorial surgiu no ano passado, durante a cavalgada que realizou em Catanduvas, a convite do deputado estadual Nereu Moura (PMDB), oportunidade em que a comitiva passou por locais percorridos pelos revolucionários, inclusive dois cemitérios. A partir daí, o governo constituiu uma comissão com a presença do Exército, Polícia Militar e Uni oeste para a revitalização da memória destes acontecimentos.
Este projeto é um antigo sonho de Nereu Moura que quer ver recuperada parte da história do nosso país que teve desfecho em Catanduvas, na região Oeste do Paraná. “A Revolução Tenentista é o epicentro da Revolução de 30 que levou Getúlio Vargas à presidência do Brasil”, lembrou ele, ao destacar a importância política deste fato.
O prefeito Aldoir Bernart. Presente na Escola de Governo, agradeceu ao governador Roberto Requião e ao deputado Nereu Moura pelo projeto do Memorial, “uma importante obra que resgata a história que aconteceu nos caminhos do Paraná, especificamente em Catanduvas”. Bernart disse “que além do ganho cultural que é inestimável, o município vai ganhar economicamente com o incremento do turismo”.
Esta mesma idéia é compartilhada por Nereu Moura que acredita que Catanduvas vai passar a fazer parte dos roteiros turísticos ecológicos e históricos do Paraná. “Esta indústria sem chaminés a ser instalada, será responsável por uma nova fase no desenvolvimento econômico do município”, destacou o deputado.
Na próxima reunião da Escola de Governo, dia 24, o tema Revolução Tenentista será novamente abordado pelo professor Aymoré Índio do Brasil Arantes e pelo jornalista e historiador Adelar Paganini. O arquiteto Edinei. Fraga fará a exposição do projeto do Memorial.
A revolução tenentista teve início no dia 05 de julho de 1924 em São Paulo, após ser combatida pelo governo de Arthur Bernardes, os revoltosos retiram-se para o Estado do Mato Grosso e posteriormente tomaram Guaira e Foz do Iguaçu no Paraná. A intenção dos “tenentes” era chegar à capital Paranaense via estrada estratégica que, posteriormente, tornou-se a BR 277, nesse ínterim aguardavam a chegada de Luis Carlos Prestes que vinha do Rio Grande do Sul. Por sua parte o governo Federal organizou o Exército e as polícias estaduais com intuito de combater os revoltosos que se encontravam na localidade de Catanduvas e haviam se apoderado da estação telegráfica local.
Os combates foram intensos duraram seis meses e, em março de 19240, Marechal Candido Rondon à frente de 17 generais e 15 mil soldados fez o ataque final tomando Catanduvas e fazendo 407 cativos. Luis Carlos Prestes chegou atrasado ao Paraná, e não pode ajudar na contenda de Catanduvas, após o revés os revoltosos que, conseguiram escapar do cerco à Catanduvas se organizaram. Em Foz do Iguaçu, e cruzaram o Paraguai, entrando novamente no Estado do Mato Grosso, criando a Coluna Prestes, que ficou conhecida na história como a maior marcha de combate do mundo percorrendo mais de 25000 quilômetros em dois anos, vindo depor armas somente em 1927, na Bolívia.
JOSÉ MARIA O CHARLATÃO O PROFÉTA?
A guerra do contestado por pouco não aconteceu aqui na região de Campo Novo hoje Quedas do Iguaçu. O religioso, pregador e curandeiro José Maria na época percorreu extensas regiões nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nessas caminhadas passou por Laranjeiras do Sul, na qual Quedas do Iguaçu pertencia, o seu costume era estar entre humildes, à reza próxima a olhos d’água constantemente eram usados por ele, os antigos ainda é lembrado como olho d’água São João Maria.
Em 1910, surgiu em Laranjeiras do Sul um homem, seu nome era Miguel Lucena que aproveitando a fama deixada por João Maria assumiu o nome de José Maria.
José Maria dono de um carisma alucinante reuniu os sertanejos e anunciou que averia uma guerra do qual muito pouco escapariam e para se salvar era necessário se esconder no matagal e assim o fizeram, como nada aconteceu, anunciou que viria o fim do mundo, e para salvação de suas almas tinham que atravessar 50 vezes o Rio Iguaçu nadando como pinitência. Este fato aconteceu no dia 22de Outubro de 1910. Muitos como a maioria acreditou. Muitos com famílias carregando seus filhos às vezes nas costas e sobre lombos de cavalos cruzando o Rio Xagu e chegando ao Pinhal Ralo, de onde levavam há dias para chegar ao Rio Iguaçu.
Pinhal Ralo era uma região que a Baronesa de Limeira possuía uma área de 6000 hectares de terras, hoje pertence à Araupel Quedas do Iguaçu.
Os sertanejos acamparam na margem do Rio das Cobras entre Salto Osório e salto Santiago. Aos poucos os sertanejos suspeitaram que o monge fosse um charlatão, os homens se revoltaram e decidiram acabar com ele.
José Maria sentindo o perigo resolveu abandonar o acampamento e fugiu para Santa Catarina.
Após um ano de permanência no sertão, os sertanejos voltaram, nem todos, muitos morreram de fome e picadas de cobras, muitas crianças desnutridas morreram.
Miguel Lucena, que de nominava como José Maria, apareceu em Campos Novos, pregando e anunciado curas. Jose Maria atraiu nessa região, grande número de sertanejos, pois os mesmos estavam sendo escorraçados por jagunços armados da empresa Southern Brasil, com serrarias de grande porte, as maiores da América Latina.
Jose Maria liderava milhares de sertanejos, na região central do contestado
(disputado pelo Paraná e Santa Catarina).
Numa batalha entre jagunços, soldados e fanáticos de Jose Maria constam a historia como Guerra do Contestado.
Guardada as proporções, uma espécie de Guerra dos Canudos em 1897.
Alguns dados desta história foram fornecidos pelo senhor Miguel Beira Gonçalves, morador em Pindorama, atualmente com 80 anos, o seu pai Sr. João Gonçalves da Costa, natural de Laranjeiras do Sul participou da guerra do Paraguai, de 1870 acompanhou de perto a trajetórias do falso religioso José Maria.
A REVOLTA DO CONTESTADO
Foi uma “guerra santa”, Travada entre 1912 e 1916, numa região pretendida pelos estados do Paraná e Santa Catarina e até pela Argentina. Duraram cinco anos e causou a morte de mais de 20 mil pessoas. No auge da rebelião, bandos armados chegaram a dominar uma área de 25 mil quilômetros quadrados no território que era contestado pelo Paraná e Santa Catarina.
O líder dos rebeldes era um monge chamado José Maria, que se dizia enviado por Deus. Pregava, curava, dava conselhos, acabou sendo padrinho de todos os sertanejos criou seu próprio ministério e, aclamado Imperador a Manoel Alves da Assunção Rocha – um velho fazendeiro analfabeto – “reimplantou” a monarquia no Brasil.
Nesta época a idéia separatista aflorava na região, explicita na “Carta aberta à nação” contendo 30 itens que o pretenso imperador emitiu em 05 de agosto de 1914, no reduto de Taquaral de Bom Sucesso. Segundo o historiador Osvaldo Cabral, esta carta foi redigida por Guilherme Gaetner, Comerciante alemão de Taquaruçu, por depoimento do coronel Cid Gonzaga, ex-deputado do estado de Santa Catarina, o que moveu este conflito foi, basicamente a luta pela posse dos ricos ervais da região, e a reação dos colonos contra os benefícios concedidos as companhias estrangeiras concessionárias de terra.
José Maria de Castro Agostinho, ou Miguel Lucena de Boa Ventura, o monge que deu origem a rebelião, Morreu no primeiro combate travado entre militares e jagunços. Porém a fanática campanha estava apenas iniciando. Em setembro de 1914, bandos de jagunços espalhavam o terror entre os camponeses da região dos contestado. Carregavam uma bandeira branca com cruz verde, atacando estações ferroviárias, vilas, povoações e matando quem encontrassem pela frente.
O homem que desencadeou todo este ódio e violência, que deu a si próprio o nome de José Maria Agostinho e dizendo irmão de São João Maria, o monge santo que percorrera há muitos anos aquela região, não passava de um soldado desertor que já cumprido pena por crime de sedução, sendo tirado da prisão pelo deputado e fazendeiro Domingos Soares.
Antes de seguir para a guerra o general setembrino de carvalho (o quarto da direita para a esquerda) posa, ao lado de seu estado maior. Na revolta do contestado o exercito utilizou um efetivo de sete mil homens, metralhadora, canhões, sendo que, pela primeira vez na historia da aviação brasileira foram utilizados aviões de reconhecimento e combate.(fonte:Editora três).
Invocando São João Maria, reuniu o povo e acampou em Taquaruçu, mais tarde perseguido, foi à região de Campos de Palmas. O governo do Paraná sentiu-se ameaçado pela presença de homens armados na região litigiosa, julgando ser uma tentativa catarinense, de ocupar a área. Sob o comando do João Gualberto, o governo paranaense enviou um deslocamento de 400 homens para a região do Irani (então território paranaense) na tentativa de coibir o suposto ato. Seguiu-se então um combate de pesadas baixas, das quais se sobressaíram as de monge José Maria e do coronel Gualberto, cumprindo dessa forma a primeira profecia emitida pelo falso profeta, que morreria para ressuscitar dentro de um ano.
Nesse contexto surge à figura de Teodora, uma das seguidoras de José Maria, que teve uma visão onde o líder esperava apenas a reunião dos “exércitos de São Sebastião” para poder voltar a terra. Diante disso, o avô de Teodora, Eusébio Ferreira dos Santos, reservou para a neta o cargo de comandante dos sertanejos.
Certa vez um destacamento militar catarinense tentou dispersar o grupo de sertanejos rebelados, no que foi repelido por bando de jagunços comandado por um garoto de apenas 11 anos. Numa segunda tentativa, o acampamento foi arrasado, matando mulheres e crianças que não conseguiram fugir. Até então os fanáticos estavam reticentes quanto à luta armada, mas passaram a ofensiva diante da carnificina ocorrida no acampamento.
Este movimento recebeu do povo a denominação de guerra dos pelados, porque no começo das hostilidades, um chefe político de curitibanos (SC), exigia que se repassase as cabeças dos seguidores do monge José Maria. Posteriormente, os homens do governo foram chamados de “peludos” pelos fanáticos religiosos.
Ao final, para dominar os rebeldes foram necessários sete mil homens, metralhadoras e canhão e aviões (utilizado pela primeira vez em operação militar no País). Os sertanejos, sem alimento eram obrigados a comer pinhão e raízes, depois cozer arreios e selas; por fim matavam os que não combatiam para garantir as resistências dos homens em armas. Quanto o principal reduto caiu, em abril de 1916, os fanáticos não podiam oferecer nenhum tipo de resistência; a peste e a fome, muito mais que o exercito, venceram os fanáticos.
A REVOLUÇAO DE 30 E SEUS PRECEDENTES
“Desde a época da Revolução Farroupilha e, depois, na Revolução Federalista, a política do Paraná, oscilava entre as rebeldias do extremo sul e a fidelidade ao poder central. A revolução de 30 seria mais um episódio nesse longo processo pendular” – (Samuel Guimarães da costa).
Registrou-se na década de 30 uma grande agitação políticas, marcadas por rebeliões militares de jovens militares conhecidas como “Revolta Tenentista” A cúpula militar não estava satisfeita com o governo central, mas era contraria com a intervenção das forças armadas na política. Vários fatos geraram insatisfação nos militares, principalmente o julgamento e a punição dos implicados no levante do Forte de Copacabana, que foram acusados de promover um golpe de estado. Agravaram-se as relações entre governo e militares.
Em junho de 1924 eclode uma rebelião militar em São Paulo, liderada pelo general Isidoro Dias Lopes, major Miguel Costa e pelo Tenente Joaquim Távora. Participaram da causa os tenentes Eduardo Gomes, João Cabanas, Newton Estillac Leal e o mato-grossense Filinto Muller, que mais tarde seria expulso do governo revolucionário.
O movimento encontrou resistência de tropas legalistas, obrigando os revolucionários a abandonarem São Paulo, não sem antes Dissimilarem nacionalmente a rebelião tenentista. Em outubro de 1924, os paulistas combatiam em território paranaense, contemporaneamente, tropas sediadas do Rio Grande do Sul se rebelavam, respaldados por lideranças gauchas que se opunha a situação estadual.
As forças revolucionárias gaúchas e paulistas se encontraram em Foz do Iguaçu em abril de 1925, surgindo então à lendária coluna Miguel Costa - Preste.
Após permear o solo paranaense. A coluna cruzou o rio Paraná, segui ruma ao Mato grosso e dali para outros estados, numa marcha que durou quase dois anos e cerca de 30 mil quilometro percorrido. A revolução eclodiu no Rio Grande do sul e minas Gerais às cinco e meia da tarde do dia 03 de outubro, horário escolhido por Osvaldo Aranha em função do fim do expediente nos quartéis, o que facilitava a ação militar e a prisão dos oficiais em suas casas.
Grupo de revolucionário liderado por Luis Carlos Prestes, em torno de uma peça de artilharia, apos um dos combates travados na região de Medeiros –PR. entre novembro de1924 e janeiro de 1925.
Fonte CPDOC – fundação Getulio Vargas. Coleção Ítalo Landucci.
O Rio Grande do Sul foi imediatamente dominado e grandes contingentes ultrapassaram as barreiras do estado. Em Curitiba, foi deflagrada na madrugada de 05 de outubro, pelos oficiais da 5º região militar, liderados pelo Major Plínio Tourinho, que indicou o tenente – coronel Mario Monteiro Tourinho para assumir o governo do estado, fato consuma na tarde do mesmo dia. No Paraná, sublevaram-se quase todas as unidades militares, enquanto se preparavam para o ataque a São Paulo, onde se encontravam boa parte da defesa governista. Miguel Costa estalou suas tropas em Sengés, enquanto o grande chefe da revolução, Getulio Dorneles Vargas, chegou ao Paraná no dia 17 de outubro, fixando seu QG na cidade de Ponta Grosa.
Ao assumir o governo Revolucionário Provisório, Mario Tourinho encontra o estado em “situações de verdadeiro descalabro financeiro”, o que o leva a tentar sanear os problemas destacados. Um dos sérios estraves que Mario Tourino encontrou foi a respeito da concessão de terras devolutas, que não cumpriram as clausulas imposta, dentre as quais, a mais importante era a colonização de extensas áreas que se constituíam um imenso vazio demográfico. A este assunto Tourinho se refere desta maneira “... os inomináveis abusos, por parte do governo, decorrente de concessões, a titulo gratuito ou por preço reduzido de terras devolutas a empresas de construções de estradas e de colonizações , bem como as legitimações de grandes áreas que se foram processando, deram em resultado, a formação de latifúndios prejudiciais aos supremos interesses da nação”.
Getulio Vargas, entretanto triunfante em ponta grossa. A sua direita, o tenente-coronel Galdino Luis Esteves, e a esquerda, Aristides Krauser do Carmo, em 17 de outubro de 1930. Foi no governo de Vargas que se criou em 13 de setembro de 1943, o Território Federal do Iguaçu.
(fotografia de Ewaldo Weiss. Acervo Fundação Getulio Vargas, doação: Maria Mercedes de Almeida).
O decreto lei nº 300, de Mario Tourinho, anulou todas as concessões feitas à companhia Brasileira de Viação e Comércio (BRAVIACO), subsidiaria da São Paulo - Rio Grande (controlada por Brasil Railway co.) e a companhia Matte-laranjeiras. Além de que nomeou como prefeito de Foz do Iguaçu, Othon Mäeder, que procedeu a imediata nacionalização da região.
Em dezembro de 1931, Mario Tourinho exonera do cargo de interventor federal, passando-o a João David Perneta, que o repassou o Manoel Ribas, Ponta - grossense que governou o estado por 13 anos consecutivos.
Manoel Ribas havia estado ausente do Paraná, radicado em Santa Maria no Rio Grande do Sul, onde havia dirigido á cooperativa dos ferroviários daquela cidade e sido prefeito municipal. Em 1939, o inventor Ribas relatava o seguinte ao presidente Vargas “... não é uma decorrência da criação ou majoração de imposto, mas sim expressivo índice de crescimento econômico do estado, resultante das numerosas obras realizada, notadamente ao que diz respeito ao plano rodoviário, pondo em contato fácil e rápido os centros de produção com o mercado de consumo”.
O governo Ribas iniciou ousado projeto de colonização, rescindindo antigos contratos de empresas colonizadoras, excentuando-se a Companhia de Terras Norte do Paraná (fundada por ingleses) e a empresa de Francisco Gutierrez Beltrão.
Segundo a maioria dos historiadores, o maior erro de Manoel Ribas foi permitir a criação do Território Federal do Iguaçu, com área desmembrada do estado do Paraná. A atenuante foi à velada fidelidade ao presidente Vargas.
REVOLUÇÃO FEDERALISTA
Em fevereiro de 1893 irrompeu, no Rio Grande do Sul, o levante federalista á sua frente dois simpatizantes do Regime Imperial: Gaspar da Silveira Martins e Silva Tavares. Junto com eles um caudilho à Bento Gonçalves, voz grossa, esporas e poncho. Gumercindo Saraiva. Atrás de Gumercindo, dezenas e dezenas de caudilhos menores.
A caudilhada estava descontente com a república. Não exatamente com o regime, mas com seu representante lá, Julio de Castilho e seus copinchas, os “pica-paus”. Era uma disputa entre grandes estancieiros. Antiga e espalhafatosa, que vinha desabar agora contra Floriano Peixoto. Na verdade a revolução de 1893 foi motivada pelo extremado presidencialismo de Julio de Castilho, em favor do parlamentarismo (republicano ou mesmo monárquico) defendido por Silveira Martins.
Com apoio da Marinha, a revolta toma proporções em nível nacional, sendo que no Paraná, contava com vários simpatizantes, embora o governo local fosse Florianista e tencionava impedir o avanço das tropas de Gumercindo que já havia tomado, Santa Catarina (onde os federalistas encontravam apoio do lado do governo), onde se instalou a sede de um governo provisório.
Em janeiro de 1894, o território paranaense foi invadido pelas tropas revolucionárias federalistas vindas do Rio Grande do Sul, em três frentes distintas; Paranaguá, Tijucas e Lapa, quase que simultaneamente.
Paranaguá foi tomada pelos revolucionários no dia 15 de janeiro de 1894 que eram comandados pelo almirante Custódio de Melo, segundo Romário Martins, “A defesas de Paranaguá apenas contava com seis canhões de campanha e 400 homens sem adestramento militar: Contingente do Batalhão Patriótico 23 de novembro e da Guarda Nacional local. Afora essa gente, apenas meia dúzia de artilheiros do exército”. Nem mesmo o efetivo do general Pegam Junior (a quem cabia a defesa da cidade), foi suficiente para deter a determinação de Custódio de Melo, que em 20 de janeiro entrava em Curitiba totalmente abandonada tanto pelas tropas quanto pelo governador do Estado, Vicente Machado.
Tijuca do sul sofreu o primeiro ataque no dia 11 de janeiro de1894, tendo os federalistas no comando Gumercindo Saraiva, um dos principais líderes do movimento.
Os combates foram diários e estenderan-se até o dia 19 de janeiro, sendo as tropas legalistas pelo coronel Honorário Adriano Pimentel (veterano de guerra do Paraguai), que defendeu a guarnição heroicamente, infligindo pesadas baixas aos federalistas. Destes fratricidas combates resultaram 17 mortos, 41 feridos e 750 capitulados. Dentre os quais um coronel, 12 capitães, 16 tenentes, 27 alferes e dois médicos militares.
A Lapa foi tomada e sitiada a partir do dia 15 de janeiro de 1894. O comando militar da Lapa estava em mãos do general Gomes Carneiro desde o dia 26 de novembro do ano anterior. O primeiro combate deu-se no dia 17 de janeiro, ocasião em que á cavalaria federalista circuncidou a cidade, impedindo qualquer tipo de acesso ao lugar além do que, cortou as comunicações telegráficas. Com o sítio efetivo, iniciam-se permanentes combates, com muitas baixas, que só findou com a morte do próprio comandante da guarnição, Gomes Carneiro. A capitulação da Lapa ocorreu no dia 11 de fevereiro com todas as honras de guerra.
Em 20 Janeiros de 1894, quando se instalaram numa Curitiba abandonada, os chefes federalistas criaram com João de Meneses Dória um Governo Revolucionário Provisório. Posteriormente foi formada uma comissão, integrada por homens ligados ao comércio, sendo presidida por Ildefonso Pereira Correia - o Barão de Serro Azul. Posteriormente foi criada nova comissão e seus integrantes foram encarregados de levantar empréstimos de guerra ordenados pelos revolucionários.
Diante do sucesso da empreitada Gumercindo Saraiva pôs-se em marcha em direção a São Paulo, via Itararé, mas tiveram que retroceder dispersando-se as tropas em direção aos campos de Palmas. O motivo da manobra foi o avanço de numerosa tropa legalista, bem como a dissensões entre os chefes revolucionários.
A legalidade volta ao poder, com Vicente Machado novamente em Curitiba, apesar de condenado pela opinião publica. Inicia-se então o período de caça aos vencidos, do degolamento revolucionário ao fuzilamento legalista. Ildefonso Pereira Correia – O Barão do Serro Azul é fuzilado no quilometro 65, por suspeição de ajuda aos revolucionários, igual sorte teve Francisco Braga em Curitiba e José Antonio Colona e Pedro Nolasco em Paranaguá.
A QUESTÃO LIMÍTROFE ENTRE PARANÁ E SANTA CATARINA
Ao ser criada a província do Paraná em 1853, o governo provincial herdou um antigo litígio fronteiriço da Província de são Paulo com a de Santa Catarina, nas proximidades dos Campos de Palmas. Na verdade a disputas pelo direito de área contestada vem desde o século XVIII.
No período imperial a questão sempre foi discutida, no entanto, nunca resolvida. Santa Catarina reivindicava a áreas compreendidas entre o rio Negro, Iguaçu e Uruguai, indo até a fronteira com a Argentina. Por sua vez o Paraná herdou de São Paulo as mesmas fronteiras meridionais, fazendo fronteira com o Rio Grande do Sul através do rio Uruguai. O Paraná detinha o “uti possidetis”com a povoações de União da Vitória, Palmas e Timbó e Santa Catarina expunha suas razões baseadas na carta Régia de 1749.
Com a questão de limites pendentes, novas frentes migratórias se lançavam nos ervais nativos e nos campos da região contestada, surgindo povoações que não era reconhecidas nem paranaenses e nem catarinense, pelo menos oficialmente.
Em 1895 o Brasil resolve por arbítrio do presidente americano Cleveland, a questão internacional da região de palmas, em detrimento da Argentina, que também reivindicava para si grande parte desta porção territorial meridional.
Rio Iguaçu em 1907, nas proximidades de porto União da Vitória, que nesta época se constituía em um só município. Posteriormente com demarcação da chamada “Linha Wenceslau”, esta cidade foi dividida em duas, de lado paranaense ficou União da vitória e do catarinense Porto União (acervo Casa da memória, Curitiba)
Esta imensa área era habitada exclusivamente por paranaense, isto de certa forma tranqüilizada as autoridades do estado, que achava absurda pretensa reivindicação Argentina sobre a zona.
Por duas vezes grupos armados invadiram terras paranaenses, em defesa de interesse do estado de Santa Catarina. A primeira foi em 1905, por Demetrio Ramos à frente de 600 homens e a segunda foi em 1909, quando 500 homens liderados por Aleixo Gonçalves de Lima, provocaram a desordem e a ira paranaense.
A questão ganhou os tapetes da justiça federal, que apesar de todos os argumentos serem favoráveis ao Paraná, o veredicto final foi a favor de Santa Catarina por decisão do supremo federal em 1904. O estado do Paraná ainda tentaria o embargo através de ações, nos anos de 1909 e 1910, todas infrutífera. Segundo o historiador Ruy Cristovam wachowicz “um dos ministros do supremo teve, em conversa particular, a seguinte frase: o Paraná tem todo o direito na questão, mas o estado de Santa Catarina é um estado menor, por isso votei contra a sua terra”.
Em 20 de outubro de 1916, sob a mediação do presidente da republica Wenceslau Braz foi conduzido a um acordo entre as partes, partilhando-se a região contestada. Da área contestada inicial de 48 mil quilômetros quadrados, o Paraná ficou com 20 mil e Santa Catarina com 28 mil. Nesta época era governo do Paraná Affonso Alves de Camargo, que ao assinar o acordo que pôs fim ao litígio, foi duramente criticado. No entanto, não era diretamente o responsável pelo ocorrido, simplesmente herdara a causa de seus antecessores.
A decisão favorecendo Santa Catarina causou um reboliço nas autoridades da região contestada. Os lideres políticos temiam o abandono pela administração catarinense. E se no bojo das especulações surgiu à idéia de criar um estado federado independente, já que nasceu com nome e bandeira. Estado das Missões. Formou-se então uma Junta Governativa Provisória e foi escolhida a capital do novo estado, União da Vitória.
O deputado José Cleto da Silva chegou apresentar na assembléia Legislativa do estado um projeto que criava o Estado das Missões, cujas divisas eram: Ao norte o rio Negro e a leste os contrafortes da Serra do mar, à oeste os rios Peperi Guaçu e Santo Antonio e ao sul o rio Uruguai.
O estado das Missões não passou de um sonho, pois ao perceberem que o sudoeste paranaense não passaria a jurisdição catarinense, os principais líderes políticos da margem direita do rio Iguaçu aquietaram-se restando os remanescentes do fracassado movimento do exílio nos pampas argentinos.
Monge João Maria de AGOSTINHO
Este terceiro “monge” aproveitou-se da tensão político social, existente no Contestado Paranaense. Na verdade Miguel Lucena. Aliciou ao seu redor os descontentes, os injustiçados, os perseguidos, os desajustados, os desamparados, os bandidos e os facínoras e deu-lhes instrução militar, armando-os com espadas, facões, pica-paus e garruchas. Denominou-se irmão do falecido primeiro Monge. Usava as qualidades de persuasão do primeiro e realizava milagres e rezas, em comum com os caboclos. Criou os chamados quadros santos que eram redutos de resistência. Ao mesmo tempo, compôs uma guarda pessoal, de 24 sertanejos, a quem chamou de doze pares de França, por influência de um livro que lera. Morreu num combate com o comandante João Gualberto, nos campos do Irani (hoje território de Santa Catarina).
Apesar de serem três, o povo, através de suas lendas e folclore, uniu-os em um único, popularmente conhecido como São João Maria, que era considerado, na época, o “monge dos excluídos”. Os dois estão historicamente unidos de tal forma, que muitas vezes se torna difícil separar os feitos e a vida de cada um. Os três tinham em comum o fato de terem vivido em épocas de grandes mudanças sociais, em que a assistência médica e o conhecimento tinham pouca penetração no interior do país, em que o aconselhamento embasado na religião, a cura através de ervas e águas, e os milagres eram os únicos recursos acessíveis a uma população carente e pouco assistida. A população humilde encontrava neles apoio e soluções para enfrentar a penúria e a desesperança.
Ainda que seja improvável que tratava-se de mesma pessoa, devido à questão temporal e geográfica, no caso particular do estado do Rio Grande do Sul existe a tese que de sobreviventes fugitivos, e em especial, seus descendentes, foram divulgando e adequando suas crenças e reivindicações. Assim, encontramos o monge João Maria, do movimento do Monges do Pinheirinho (cidade de Encantado), com as mesmas características (do qual inclusive existe registro fotográfico) 35 anos depois e com o mesmo nome, na luta dos Monges Barbudos (Soledade, RS). Ele seria um discípulo de Jacobina Mentz Maurer, dos Muckers, cujos descendentes teriam se localizado no município de Estrela. Historiadores mostram no mapa do Rio Grande do Sul a região dos três acontecimentos, unindo um caminho provável que teriam percorrido os Muckers sobreviventes para influir nos acontecimentos do interior de Encantado (1902) e Soledade (1935-1938). João Maria D’Agostini O primeiro deles, o monge João Maria d’Agostinho, era imigrante italiano, e residiu um tempo em Sorocaba (SP), mudando-se em seguida para o Rio Grande do Sul, onde viveu entre os anos de 1844 e 1848, nas cidades de Candelária, no morro do Botucaraí, e Santa Maria, no Campestre. Introduziu nessa região o culto a Santo Antão, que é considerado o “pai de todos os monges”, cuja festa continua até os dias atuais, comemorada em 17 de janeiro. A região do Campestre passou a ser chamada, desde então, de Campestre de Santo Antão. Sua prisão foi decretada em 1848, pelo General Francisco José d’Andréa (Barão de Caçapava), mediante o temor de levantes e concentrações populares que começavam a ser comuns naquela região, e o monge foi proibido de voltar ao Rio Grande do Sul. Refugiou-se na Ilha do Arvoredo (SC), depois na Lapa (PR), na serra do Monge, e em Lages (SC), desaparecendo em seguida, misteriosamente. Os historiadores defendem que o monge João Maria morreu em Sorocaba, em 1870. João Maria de Jesus. O segundo monge, João Maria de Jesus, surgiu também misteriosamente, no Paraná e Santa Catarina, tendo vivido entre os anos de 1886 e 1908, havendo, na ocasião, uma identificação com o primeiro, de quem utilizava os mesmos métodos, com curas através de ervas, conselhos e águas de fontes. Acredita-se que seu verdadeiro nome seria Atanás Marcaf. Em 1897, diria: “Eu nasci no mar, criei-me em Buenos Aires, e faz onze anos que tive um sonho, percebendo nele claramente que devia caminhar pelo mundo durante quatorze anos, sem comer carne nas quartas-feiras, sextas-feiras e sábados, e sem pousar na casa de ninguem. Vi-o claramente[1]”. Há controvérsias sobre seu desaparecimento, segundo alguns historiadores por volta de 1900, e segundo outros por volta de 1907 ou 1908. A semelhança entre os dois primeiros monges é tão grande, que o povo os considerava um só. Num dos retratos da época, considerado como sendo do santo, há a legenda “João Maria de Jesus, profeta com 188 anos[2]” José Maria. O terceiro monge, José Maria, surgiu em 1911, em Campos Novos (SC), e foi, segundo alguns historiadores, um ex-militar. Segundo um laudo da polícia de Vila de Palmas, no Paraná, seu verdadeiro nome era Miguel Lucena de Boaventura, e era um soldado desertor condenado por estupro. Dizia ser irmão do primeiro monge e adotou o nome de João Maria de Santo Agostinho. Utilizava, também, os mesmos métodos de cura dos primeiros, com ervas e água, mas, ao contrário do isolamento de seus antecessores, organizava agrupamentos, fundando os “Quadros Santos”, acampamentos com vida própria, e os “Pares de França”, uma guarda especial formada por 24 homens que o acompanhavam. A região onde atuava era palco de disputas por limites e, sob a alegação de que o monge queria a volta da monarquia, foi pedida a intervenção do Governo Estadual de Santa Catarina, o que foi entendido como uma afronta pelo Governo do Paraná, que enviou uma força militar para a região. A força militar chefiada pelo coronel João Gualberto Gomes de Sá invadiu o “Quadro Santo” de Irani (SC), e morreram no combate tanto o monge João Maria quanto o coronel, o que determinou o fim do ciclo dos monges e a eclosão franca da Guerra do Contestado. Lendas. Há muitas histórias sobre a origem do monge, todas de tradição popular. Uma delas refere que sua cidade de origem teria sido Belém, na Galiléia, e que abandonara a religião para se casar com uma moura e para combater o exército expedicionário francês. Sendo feito prisioneiro, após a morte de sua esposa fugiu e teve a visão do apóstolo Paulo, que o mandou peregrinar durante 14 anos (ou 40 anos, em outra versão) pelo mundo, retornando assim ao cristianismo.
Outra lenda refere que o monge teria sido um criminoso, que teria seduzido uma religiosa, a qual falecera na viagem para a América, e sua penitência seria vagar solitário pelos sertões.
Outra lenda defende que o monge era um apátrida, nascido no mar, de pais franceses, tendo sido criado no Uruguai.
Contam-se lendas, também, de que podia estar em dois lugares diferentes, podia estar orando em sua gruta e ao lado de um doente que invocava por ele; que podia ficar invisível aos seus perseguidores; que podia atravessar a pé sobre as águas dos rios; que suas cruzes cresciam 40 dias após o monge tê-las levantado; que o monge era imune aos índios e feras; que fazia surgir nascentes nos lugares onde dormia.
As curas são constantes em suas lendas. Teria feito muitas curas com infusões de uma planta chamada vassourinha e com rezas. Há uma lenda de que João Maria teria debelado uma epidemia de varíola na cidade de Mafra, na ocasião ainda um bairro pertencente ao município de Rio Negro, afastando a doença com rezas e com 19 cruzes plantadas como Via Sacra pela cidade. O monge João Maria teria chegado em Mafra em 1851 e encontrara a população sob o sofrimento da Guerra dos Farrapos e da epidemia de varíola. Recomendou que 19 cruzes (alguns historiadores defendem que seriam 14 cruzes) fossem erguidas entre a Capela Curada e a Balsa - Ponte Metálica. As tropas vindas do sul foram derrubando essas cruzes e, a única que sobrou foi a da Praça Hercílio Luz, cuja fixação foi em 30 de Junho de 1851 e representa a fé do catolicismo rústico do homem simples da região. Ainda hoje existe essa cruz na praça de Mafra, conhecida popularmente como a “Cruz de São João Maria”, e que, segundo a lenda, não pode ser retirada, com o risco de causar a enchente do rio Negro, o qual separa as cidades vizinhas de Rio Negro e Mafra.
Há lendas de que o monge teria feito, também, diversas previsões, inclusive sobre os futuros trens e aviões: “Linhas de burros pretos, de ferro, carregarão o pessoal” e “gafanhotos de asas de ferro, e estes seriam os mais perigosos porque deitariam as cidades por terra”.
Há também diversas lendas sobre seu desaparecimento. Conta uma delas que ele terminou sua missão no morro do Taió (SC), outra que morreu de velhice em Araraquara (SP), ou que foi encontrado agonizante próximo aos trilhos da estrada de ferro perto de Ponta Grossa.
A crença mais difundida é, no entanto, que não teria morrido. Após jejuar por 48 horas no morro do Taió, o monge teria sido levado por dois anjos para o céu. Em outra hipótese, seu corpo teria se envolvido em luz tão forte que o fez desaparecer, deixando o povoamento do planalto serrano foi diferente da do litoral catarinense na sua composição de recursos humanos. As escarpas serranas, densamente cobertas pela Mata Atlântica, junto com os povos indígenas, representavam sérios obstáculos para o povoamento da região.
A ocupação se deu de através do comércio de gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo já no século XVIII, fazendo surgir os primeiros locais de pouso. A Revolução Farroupilha e Federalista também contribuíram para o aumento de contigente humano, que buscavam fugir dessas situações beligerantes.
UM GRANDE PIONEIRO SEBASTIÃO S. BARRETO
Pioneiro: Sebastião S. Barreto. Esta fotografia foi feita em 1957 durante o período que prestou serviço militar em Foz do Iguaçu. No estado do Paraná.Um Relato impressionante, narrado pelo pioneiro Sebastião Barreto, residente em Quedas do Iguaçu há 70 anos. Nesta entrevista, o pioneiro Sebastião, contou com detalhes importantes, da revolta de 1924, onde cominou com muitas mortes durante os combates armado das frentes legalistas e revoltosos. Apesar de seus já avançados anos, a sua memória narrou com riqueza de detalhes a triste tragédia presenciada pelos moradores da região de Catanduvas precisamente em Medeiros onde o seu avô tinha propiedades e morava com toda a sua família. Talvez seja a conversa que ele teve com o avô, e com o seu pai senhor João Maria Barreto, na época o pai do Sr. Barreto tinha 9 (nove) anos de idade, ambos conviveram este trágico confronte armado que deflagrou chamas ardentes entre os povos, muito deles nada tinha haver com a situação. O avô do Sebastião Barreto Sr. Antonio Quirino de Sousa, não se cansava de contar para o seu pai e seus netos, as bravuras dos soldados que compunha o pelotão da polícia Militar do Paraná. Em números aproximadamente de 500 homens, contra tacados pelos revoltados sanguinários das colunas, composto por militares e civis, e que também, não faltava à presença de estrangeiros paraguaios no movimento. O Sr. Sebastião com firmeza, detalhava a estratégia que a força militar usou, para atacar os revoltosos pela retaguarda, usando o poste amento da rede de Telégrafo, que saia de regiões distantes, e cortava as matas da região de Laranjeiras do Sul, consequentemente, inclui a nossa região de Quedas do Iguaçu. Seguindo os traços da rede para não se perder no matagal serrado da nossa região foi á maneira mais inteligente dos nossos heróis, surpreender os adversários pela retaguarda. Com os postes da rede telegráfica atravessou o Rio Guarani, seguindo até Catanduvas, onde se encontrava um posto de comunicação telegráfico, com esta estratégia usada pelos militares, deu condições para derrotar os revoltosos. Méritos do Comandante Antonio de Morais Sarmento hoje Patrono da polícia militar do Paraná, e de seus brilhantes combatentes.
Ao entrevistar o Sr. Sebastião Barreto, ele fez questão de dizer, que o seu avô, e todos os filhos dele, encluía também, o pai do Sr. Sebastião e sua mãe, por muitas ocasiões ficavam no meio do fogo cruzado, entre militares e revoltosos. Era bala de metralhadouras, mosquetões e de canhões, que rasgava os céus e roçava as matas de sua propiedade. A Revolta de 1924, muito comentada no Brasil e no mundo, acabou em frente às terras da família Barreto em Catanduvas. Mais precisamente na região de Medeiros. A bandeira da polícia Militar do Estado do Paraná tremulava nas mãos dos soldados, orgulhosos do dever comprido, liberdade para estarem novamente reunidos com os seus familiares, recebendo um abraço agora como heróis, título esse insignificante comparado pelo respeito à Constituição brasileira. Resolvido uma situação de grande repercussão em todo o território Nacional. Comentou ainda o Sr. Sebastião que o seu avô morreu com 104 anos e está sepultado no cemitério que do qual está enterrado alguns dos valentes Herói que defenderam a Pátria das garras dos maus intencionados malfeitores. Por este ato de brasilerismo foi devolvido a tranqüilidade e o respeito á Constituição brasileira e os bons costumes do povo e da corporação Militar.
Catanduvas terá Memorial sobre a Revolução de 1924
O projeto do Memorial da Revolução de 1924 em Catanduvas será prioritário dentro da secretaria de Estado da Cultura. O pedido do governador Roberto Requião foi feito durante a Escola de Governo. O tema compôs a pauta da reunião de ontem de manhã (17), em Curitiba e esteve a cargo da secretária Vera Mussi que destacou que “o Paraná tem história. Uma história bonita que este governo está recuperando e mostrando aos paranaenses”.
Requião lembrou que a idéia da construção do Memorial surgiu no ano passado, durante a cavalgada que realizou em Catanduvas, a convite do deputado estadual Nereu Moura (PMDB), oportunidade em que a comitiva passou por locais percorridos pelos revolucionários, inclusive dois cemitérios. A partir daí, o governo constituiu uma comissão com a presença do Exército, Polícia Militar e Uni oeste para a revitalização da memória destes acontecimentos.
Este projeto é um antigo sonho de Nereu Moura que quer ver recuperada parte da história do nosso país que teve desfecho em Catanduvas, na região Oeste do Paraná. “A Revolução Tenentista é o epicentro da Revolução de 30 que levou Getúlio Vargas à presidência do Brasil”, lembrou ele, ao destacar a importância política deste fato.
O prefeito Aldoir Bernart. Presente na Escola de Governo, agradeceu ao governador Roberto Requião e ao deputado Nereu Moura pelo projeto do Memorial, “uma importante obra que resgata a história que aconteceu nos caminhos do Paraná, especificamente em Catanduvas”. Bernart disse “que além do ganho cultural que é inestimável, o município vai ganhar economicamente com o incremento do turismo”.
Esta mesma idéia é compartilhada por Nereu Moura que acredita que Catanduvas vai passar a fazer parte dos roteiros turísticos ecológicos e históricos do Paraná. “Esta indústria sem chaminés a ser instalada, será responsável por uma nova fase no desenvolvimento econômico do município”, destacou o deputado.
Na próxima reunião da Escola de Governo, dia 24, o tema Revolução Tenentista será novamente abordado pelo professor Aymoré Índio do Brasil Arantes e pelo jornalista e historiador Adelar Paganini. O arquiteto Edinei. Fraga fará a exposição do projeto do Memorial.
A revolução tenentista teve início no dia 05 de julho de 1924 em São Paulo, após ser combatida pelo governo de Arthur Bernardes, os revoltosos retiram-se para o Estado do Mato Grosso e posteriormente tomaram Guaira e Foz do Iguaçu no Paraná. A intenção dos “tenentes” era chegar à capital Paranaense via estrada estratégica que, posteriormente, tornou-se a BR 277, nesse ínterim aguardavam a chegada de Luis Carlos Prestes que vinha do Rio Grande do Sul. Por sua parte o governo Federal organizou o Exército e as polícias estaduais com intuito de combater os revoltosos que se encontravam na localidade de Catanduvas e haviam se apoderado da estação telegráfica local.
Os combates foram intensos duraram seis meses e, em março de 19240, Marechal Candido Rondon à frente de 17 generais e 15 mil soldados fez o ataque final tomando Catanduvas e fazendo 407 cativos. Luis Carlos Prestes chegou atrasado ao Paraná, e não pode ajudar na contenda de Catanduvas, após o revés os revoltosos que, conseguiram escapar do cerco à Catanduvas se organizaram. Em Foz do Iguaçu, e cruzaram o Paraguai, entrando novamente no Estado do Mato Grosso, criando a Coluna Prestes, que ficou conhecida na história como a maior marcha de combate do mundo percorrendo mais de 25000 quilômetros em dois anos, vindo depor armas somente em 1927, na Bolívia.
JOSÉ MARIA O CHARLATÃO O PROFÉTA?
A guerra do contestado por pouco não aconteceu aqui na região de Campo Novo hoje Quedas do Iguaçu. O religioso, pregador e curandeiro José Maria na época percorreu extensas regiões nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nessas caminhadas passou por Laranjeiras do Sul, na qual Quedas do Iguaçu pertencia, o seu costume era estar entre humildes, à reza próxima a olhos d’água constantemente eram usados por ele, os antigos ainda é lembrado como olho d’água São João Maria.
Em 1910, surgiu em Laranjeiras do Sul um homem, seu nome era Miguel Lucena que aproveitando a fama deixada por João Maria assumiu o nome de José Maria.
José Maria dono de um carisma alucinante reuniu os sertanejos e anunciou que averia uma guerra do qual muito pouco escapariam e para se salvar era necessário se esconder no matagal e assim o fizeram, como nada aconteceu, anunciou que viria o fim do mundo, e para salvação de suas almas tinham que atravessar 50 vezes o Rio Iguaçu nadando como pinitência. Este fato aconteceu no dia 22de Outubro de 1910. Muitos como a maioria acreditou. Muitos com famílias carregando seus filhos às vezes nas costas e sobre lombos de cavalos cruzando o Rio Xagu e chegando ao Pinhal Ralo, de onde levavam há dias para chegar ao Rio Iguaçu.
Pinhal Ralo era uma região que a Baronesa de Limeira possuía uma área de 6000 hectares de terras, hoje pertence à Araupel Quedas do Iguaçu.
Os sertanejos acamparam na margem do Rio das Cobras entre Salto Osório e salto Santiago. Aos poucos os sertanejos suspeitaram que o monge fosse um charlatão, os homens se revoltaram e decidiram acabar com ele.
José Maria sentindo o perigo resolveu abandonar o acampamento e fugiu para Santa Catarina.
Após um ano de permanência no sertão, os sertanejos voltaram, nem todos, muitos morreram de fome e picadas de cobras, muitas crianças desnutridas morreram.
Miguel Lucena, que de nominava como José Maria, apareceu em Campos Novos, pregando e anunciado curas. Jose Maria atraiu nessa região, grande número de sertanejos, pois os mesmos estavam sendo escorraçados por jagunços armados da empresa Southern Brasil, com serrarias de grande porte, as maiores da América Latina.
Jose Maria liderava milhares de sertanejos, na região central do contestado
(disputado pelo Paraná e Santa Catarina).
Numa batalha entre jagunços, soldados e fanáticos de Jose Maria constam a historia como Guerra do Contestado.
Guardada as proporções, uma espécie de Guerra dos Canudos em 1897.
Alguns dados desta história foram fornecidos pelo senhor Miguel Beira Gonçalves, morador em Pindorama, atualmente com 80 anos, o seu pai Sr. João Gonçalves da Costa, natural de Laranjeiras do Sul participou da guerra do Paraguai, de 1870 acompanhou de perto a trajetórias do falso religioso José Maria.
A REVOLTA DO CONTESTADO
Foi uma “guerra santa”, Travada entre 1912 e 1916, numa região pretendida pelos estados do Paraná e Santa Catarina e até pela Argentina. Duraram cinco anos e causou a morte de mais de 20 mil pessoas. No auge da rebelião, bandos armados chegaram a dominar uma área de 25 mil quilômetros quadrados no território que era contestado pelo Paraná e Santa Catarina.
O líder dos rebeldes era um monge chamado José Maria, que se dizia enviado por Deus. Pregava, curava, dava conselhos, acabou sendo padrinho de todos os sertanejos criou seu próprio ministério e, aclamado Imperador a Manoel Alves da Assunção Rocha – um velho fazendeiro analfabeto – “reimplantou” a monarquia no Brasil.
Nesta época a idéia separatista aflorava na região, explicita na “Carta aberta à nação” contendo 30 itens que o pretenso imperador emitiu em 05 de agosto de 1914, no reduto de Taquaral de Bom Sucesso. Segundo o historiador Osvaldo Cabral, esta carta foi redigida por Guilherme Gaetner, Comerciante alemão de Taquaruçu, por depoimento do coronel Cid Gonzaga, ex-deputado do estado de Santa Catarina, o que moveu este conflito foi, basicamente a luta pela posse dos ricos ervais da região, e a reação dos colonos contra os benefícios concedidos as companhias estrangeiras concessionárias de terra.
José Maria de Castro Agostinho, ou Miguel Lucena de Boa Ventura, o monge que deu origem a rebelião, Morreu no primeiro combate travado entre militares e jagunços. Porém a fanática campanha estava apenas iniciando. Em setembro de 1914, bandos de jagunços espalhavam o terror entre os camponeses da região dos contestado. Carregavam uma bandeira branca com cruz verde, atacando estações ferroviárias, vilas, povoações e matando quem encontrassem pela frente.
O homem que desencadeou todo este ódio e violência, que deu a si próprio o nome de José Maria Agostinho e dizendo irmão de São João Maria, o monge santo que percorrera há muitos anos aquela região, não passava de um soldado desertor que já cumprido pena por crime de sedução, sendo tirado da prisão pelo deputado e fazendeiro Domingos Soares.
Antes de seguir para a guerra o general setembrino de carvalho (o quarto da direita para a esquerda) posa, ao lado de seu estado maior. Na revolta do contestado o exercito utilizou um efetivo de sete mil homens, metralhadora, canhões, sendo que, pela primeira vez na historia da aviação brasileira foram utilizados aviões de reconhecimento e combate.(fonte:Editora três).
Invocando São João Maria, reuniu o povo e acampou em Taquaruçu, mais tarde perseguido, foi à região de Campos de Palmas. O governo do Paraná sentiu-se ameaçado pela presença de homens armados na região litigiosa, julgando ser uma tentativa catarinense, de ocupar a área. Sob o comando do João Gualberto, o governo paranaense enviou um deslocamento de 400 homens para a região do Irani (então território paranaense) na tentativa de coibir o suposto ato. Seguiu-se então um combate de pesadas baixas, das quais se sobressaíram as de monge José Maria e do coronel Gualberto, cumprindo dessa forma a primeira profecia emitida pelo falso profeta, que morreria para ressuscitar dentro de um ano.
Nesse contexto surge à figura de Teodora, uma das seguidoras de José Maria, que teve uma visão onde o líder esperava apenas a reunião dos “exércitos de São Sebastião” para poder voltar a terra. Diante disso, o avô de Teodora, Eusébio Ferreira dos Santos, reservou para a neta o cargo de comandante dos sertanejos.
Certa vez um destacamento militar catarinense tentou dispersar o grupo de sertanejos rebelados, no que foi repelido por bando de jagunços comandado por um garoto de apenas 11 anos. Numa segunda tentativa, o acampamento foi arrasado, matando mulheres e crianças que não conseguiram fugir. Até então os fanáticos estavam reticentes quanto à luta armada, mas passaram a ofensiva diante da carnificina ocorrida no acampamento.
Este movimento recebeu do povo a denominação de guerra dos pelados, porque no começo das hostilidades, um chefe político de curitibanos (SC), exigia que se repassase as cabeças dos seguidores do monge José Maria. Posteriormente, os homens do governo foram chamados de “peludos” pelos fanáticos religiosos.
Ao final, para dominar os rebeldes foram necessários sete mil homens, metralhadoras e canhão e aviões (utilizado pela primeira vez em operação militar no País). Os sertanejos, sem alimento eram obrigados a comer pinhão e raízes, depois cozer arreios e selas; por fim matavam os que não combatiam para garantir as resistências dos homens em armas. Quanto o principal reduto caiu, em abril de 1916, os fanáticos não podiam oferecer nenhum tipo de resistência; a peste e a fome, muito mais que o exercito, venceram os fanáticos.
A REVOLUÇAO DE 30 E SEUS PRECEDENTES
“Desde a época da Revolução Farroupilha e, depois, na Revolução Federalista, a política do Paraná, oscilava entre as rebeldias do extremo sul e a fidelidade ao poder central. A revolução de 30 seria mais um episódio nesse longo processo pendular” – (Samuel Guimarães da costa).
Registrou-se na década de 30 uma grande agitação políticas, marcadas por rebeliões militares de jovens militares conhecidas como “Revolta Tenentista” A cúpula militar não estava satisfeita com o governo central, mas era contraria com a intervenção das forças armadas na política. Vários fatos geraram insatisfação nos militares, principalmente o julgamento e a punição dos implicados no levante do Forte de Copacabana, que foram acusados de promover um golpe de estado. Agravaram-se as relações entre governo e militares.
Em junho de 1924 eclode uma rebelião militar em São Paulo, liderada pelo general Isidoro Dias Lopes, major Miguel Costa e pelo Tenente Joaquim Távora. Participaram da causa os tenentes Eduardo Gomes, João Cabanas, Newton Estillac Leal e o mato-grossense Filinto Muller, que mais tarde seria expulso do governo revolucionário.
O movimento encontrou resistência de tropas legalistas, obrigando os revolucionários a abandonarem São Paulo, não sem antes Dissimilarem nacionalmente a rebelião tenentista. Em outubro de 1924, os paulistas combatiam em território paranaense, contemporaneamente, tropas sediadas do Rio Grande do Sul se rebelavam, respaldados por lideranças gauchas que se opunha a situação estadual.
As forças revolucionárias gaúchas e paulistas se encontraram em Foz do Iguaçu em abril de 1925, surgindo então à lendária coluna Miguel Costa - Preste.
Após permear o solo paranaense. A coluna cruzou o rio Paraná, segui ruma ao Mato grosso e dali para outros estados, numa marcha que durou quase dois anos e cerca de 30 mil quilometro percorrido. A revolução eclodiu no Rio Grande do sul e minas Gerais às cinco e meia da tarde do dia 03 de outubro, horário escolhido por Osvaldo Aranha em função do fim do expediente nos quartéis, o que facilitava a ação militar e a prisão dos oficiais em suas casas.
Grupo de revolucionário liderado por Luis Carlos Prestes, em torno de uma peça de artilharia, apos um dos combates travados na região de Medeiros –PR. entre novembro de1924 e janeiro de 1925.
Fonte CPDOC – fundação Getulio Vargas. Coleção Ítalo Landucci.
O Rio Grande do Sul foi imediatamente dominado e grandes contingentes ultrapassaram as barreiras do estado. Em Curitiba, foi deflagrada na madrugada de 05 de outubro, pelos oficiais da 5º região militar, liderados pelo Major Plínio Tourinho, que indicou o tenente – coronel Mario Monteiro Tourinho para assumir o governo do estado, fato consuma na tarde do mesmo dia. No Paraná, sublevaram-se quase todas as unidades militares, enquanto se preparavam para o ataque a São Paulo, onde se encontravam boa parte da defesa governista. Miguel Costa estalou suas tropas em Sengés, enquanto o grande chefe da revolução, Getulio Dorneles Vargas, chegou ao Paraná no dia 17 de outubro, fixando seu QG na cidade de Ponta Grosa.
Ao assumir o governo Revolucionário Provisório, Mario Tourinho encontra o estado em “situações de verdadeiro descalabro financeiro”, o que o leva a tentar sanear os problemas destacados. Um dos sérios estraves que Mario Tourino encontrou foi a respeito da concessão de terras devolutas, que não cumpriram as clausulas imposta, dentre as quais, a mais importante era a colonização de extensas áreas que se constituíam um imenso vazio demográfico. A este assunto Tourinho se refere desta maneira “... os inomináveis abusos, por parte do governo, decorrente de concessões, a titulo gratuito ou por preço reduzido de terras devolutas a empresas de construções de estradas e de colonizações , bem como as legitimações de grandes áreas que se foram processando, deram em resultado, a formação de latifúndios prejudiciais aos supremos interesses da nação”.
Getulio Vargas, entretanto triunfante em ponta grossa. A sua direita, o tenente-coronel Galdino Luis Esteves, e a esquerda, Aristides Krauser do Carmo, em 17 de outubro de 1930. Foi no governo de Vargas que se criou em 13 de setembro de 1943, o Território Federal do Iguaçu.
(fotografia de Ewaldo Weiss. Acervo Fundação Getulio Vargas, doação: Maria Mercedes de Almeida).
O decreto lei nº 300, de Mario Tourinho, anulou todas as concessões feitas à companhia Brasileira de Viação e Comércio (BRAVIACO), subsidiaria da São Paulo - Rio Grande (controlada por Brasil Railway co.) e a companhia Matte-laranjeiras. Além de que nomeou como prefeito de Foz do Iguaçu, Othon Mäeder, que procedeu a imediata nacionalização da região.
Em dezembro de 1931, Mario Tourinho exonera do cargo de interventor federal, passando-o a João David Perneta, que o repassou o Manoel Ribas, Ponta - grossense que governou o estado por 13 anos consecutivos.
Manoel Ribas havia estado ausente do Paraná, radicado em Santa Maria no Rio Grande do Sul, onde havia dirigido á cooperativa dos ferroviários daquela cidade e sido prefeito municipal. Em 1939, o inventor Ribas relatava o seguinte ao presidente Vargas “... não é uma decorrência da criação ou majoração de imposto, mas sim expressivo índice de crescimento econômico do estado, resultante das numerosas obras realizada, notadamente ao que diz respeito ao plano rodoviário, pondo em contato fácil e rápido os centros de produção com o mercado de consumo”.
O governo Ribas iniciou ousado projeto de colonização, rescindindo antigos contratos de empresas colonizadoras, excentuando-se a Companhia de Terras Norte do Paraná (fundada por ingleses) e a empresa de Francisco Gutierrez Beltrão.
Segundo a maioria dos historiadores, o maior erro de Manoel Ribas foi permitir a criação do Território Federal do Iguaçu, com área desmembrada do estado do Paraná. A atenuante foi à velada fidelidade ao presidente Vargas.
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